spoiler visualizarAllan255 28/12/2020
O Eros e suas definições magistrais
A temática central da obra "Banquete" gira em torno das diferentes definições do amor. Nesse sentido, o contexto se passa em meio a uma comemoração na casa de Agathon, recentemente premiado em um concurso de poesia, os integrantes desse evento eram os seguintes: Fedro, Erixímaco, Agathon, Aristófanes, Pausânias e Sócrates. Durante a festa, todos concordaram em fazer um discurso em homenagem ao Eros (amor), então vamos ao que cada um disse.
Fedro: o amor é um grande deus e possui a capacidade máxima de tornar o amante virtuoso, nesse sentido Fedro explica que quando estamos apaixonados fazemos de tudo para ser bons e chamar a atenção do amado e por fim explana que uma cidade ideal é aquela em que todos amam (não necessariamente uns aos outros e sim amam alguém específico)
Pausânias: o amor é na realidade duas deusas, sendo duas formas de amor, o amor físico (entre corpos) e o amor intelectual (entre mentes). Pausânias deixa claro que o amor intelectual se sobrepõe ao físico pelo fato de não se desfazer com o tempo (diferente do amor físico). Além disso, ele vai dizer que as formas de amor são mediadas pela sociedade, os quais são definidos dentro de cada cultura e tradição, definindo o aceitável e o inaceitável.
Erixímaco: o amor harmoniza (equlibra) os opostos, sendo uma forma de energia que atrai os mesmo, por exemplo, o ciúme, o ciúme em exagero gera problemas de relacionamento, a ausência do mesmo gera descaso pelo amante. Nesse espectro, Erixímaco afirma que um amor saudável é aquele que possui o equilíbrio.
Aristófanes: para definir o amor ele conta sobre o mito do Andrógeno, resumindo, no início éramos uma coisa só, possuindo o dobro de cada coisa no corpo, alguns possuíam partes fêmea/fêmea, macho/macho, macho/ fêmea. No mito, ele conta que após um impasse com os deuses, Zeus decide dividi-los, gerando uma dispersão entre as partes, mas insere neles o Eros como uma força para a busca do que foi perdido. Logo, para Aristófanes o amor é uma busca incessante pela outra metade anteriormente perdida (pré-cisão), ou seja só possuímos uma cara metade em todo o universo e saberemos que quando nos encontrarmos estaremos representando aquilo que anteriormente estava unido, percebe-se também que a felicidade nunca é comtemplada de forma absoluta se não encontrar a cara metade.
Agathon: com seu discurso eloquente ele chega a conclusão de que o amor é o belo, partindo de sua lógica de que "o semelhante busca o semelhante", ele diz que o belo busca a beleza, sendo a identificação entre o amante e o amado (os quais são geralmente parecidos)
Sócrates: O amor é desejo e o desejo é falta, logo não amamos aquilo que possuímos e sim somente aquilo que desejamos obter, o amor nunca encontra o objeto de seu amor, daí que surge o famoso amor platônico. Durante o discurso Sócrates conta o que uma sacerdotisa chamada Diotima contou-lhe sobre o amor, em resumo o amor é filho de dois deuses, o caminho (busca) e a penúria (carência), nesse espectro o amor é o desejo pelo o belo sem nunca o possuir e só se torna uma busca para quem se dispõe e reconhece que não possui o belo/bem.
Por fim, temos a aparição de Alcibíades que se declara para Sócrates, traçando um série de elogios ao mesmo, só que por fim é rejeitado. Uma leitura para vida!