Clóvis Marcelo 05/06/2013Blog "De Frente com os Livros"O livro conta a história de Rachel, uma mulher com 27 anos, porém ainda imatura que tem uma vida aparentemente perfeita. Vinda da Irlanda, consegue se estabelecer na cidade de Nova York, tendo um emprego estável, seu próprio local pra viver e ainda por cima Luke - o namorado que qualquer mulher gostaria de ter. Bom, acho que demorou um tempo até que ela se desse conta disso.
A história começa com a overdose de Rachel e sua parada no hospital, é assim que descobrimos que na verdade ela é uma toxicômana (uso habitual de entorpecentes). Ao acordar, todavia, ela não faz ideia de como fora parar naquele lugar. Pelo que lhe disseram, estava prestes a cometer suicídio e até deixara uma carta de despedida, mas tudo não passou de um terrível engano.
Quão divertido é você imaginar que estará indo a um spa para relaxar, repleto de regalias, na presença de celebridades como amigos, quando na verdade está indo para o meio-do-nada, numa espécie de acampamento militar dedicado a reabilitação psiquiátrica.
No Claustro ela se frustra, pois aceitara ir para o local pensando que teria vida de princesa e não as terapias obrigatórias - daí o título do livro - faz inimizades mas também muitos amigos. É lá também que ela se encanta por Chris, um homem gentil, lindo e sedutor que na verdade esconde um grande segredo.
Eu estava agindo da mesma maneira cautelosa e excessivamente cortês empregada pelos homens que não estavam interessados em mim. Uma profusão de "Ah, é?" e "Mesmo?". Era fascinante ver a coisa do ângulo oposto. Pg. 124
Regredindo um pouco no tempo... Luke é um personagem que nos surpreende. Logo no início ele rompe com ela sem muitas explicações, mas com o passar das páginas descobrimos como ele e Rachel se conheceram e vamos torcendo pelo casal mesmo sabendo que eles não estão mais juntos. Ao abandona-la antes de sua ida para a reabilitação ele nos deixa com um sentimento de frustração e incredulidade que só é esclarecido no fim do livro.
Um personagem coadjuvante que nos chama atenção é Hellen, irmã de Rachel. A mais jovem da casa que não mede esforços para conseguir o que quer, sempre segura de si, e de tão fútil chega a ser irritante. Não sei se algum dos livros da Família Walsh é voltado a ela, mas seria interessante conhecê-la mais a fundo em outro enredo.
A narração é feita em primeira pessoa sob o ponto de Rachel e varia entre passado e presente. Ao passo que conhecemos os problemas dessa mulher, vamos compreendendo o que há por trás de todos os acontecimentos que levaram-na até ali.
Os capítulos possuem pausas e são relativamente curtos o que facilita e acelera a leitura. A escrita de Marian é fascinante; são tantas tiradas e analogias 'sacanas' do nosso cotidiano que é impossível não dar muitas gargalhadas enquanto se lê.
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