Holy Cow

Holy Cow David Duchovny




Resenhas - Holy Cow


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Nathy 13/09/2016

Holy Cow – David Duchovny – #Resenha
Em um primeiro momento eu fiquei bem interessada com o livro. Imagina ler algo engraçado narrado por uma vaca. Mas, logo nas primeiras linhas ficou muito claro que não seria nada do que estava esperando. Não tinha imaginação suficiente para pensar naquelas situações. Como uma vaca poderia estar fazendo tudo aquilo. Até tentei imaginar a situação como se fosse uma animação. Porém, não deu certo. Ainda mais porque em todos os momentos parecia mais que o autor estava tentando dar uma lição de moral. Tentando mostrar os valores para as outras pessoas dos pequenos detalhes.

O livro conta a história de Elsie Q. Uma vaca que vivia uma vida confortável na fazenda. Até que um dia passeando de noite ela escuta algo muito estranho. Observando pela janela ela vê o que ocorre com as vacas, porcos e outros animais em outras fazendas. Percebendo que o mundo não era como imaginava ela parte em uma aventura. Quer ir morar na Índia. Um local onde ninguém irá tentar devorá-la. Para isso conta ajuda de Shalom – um porco judeu. Com Tom Turquia – um peru. Eles também querem ir para outros locais. Onde podem viver em paz sem ninguém querendo devorá-los. Mas, essa aventura acaba se tornando algo muito maior. Algo que eles nunca imaginaram.

A maioria das pessoas acha que as vacas não pensam.

A ideia do livro foi muito boa. Abordando temáticas bem complicadas. Principalmente porque estão bem enraizadas nos seres humanos. Tem uma visão da vida e acreditam que estão certos em tudo. Porém, não conseguiu me cativar. Talvez a forma como cada passo foi narrado que me incomodou. Também a irrealidade das situações. Geralmente consigo me adaptar e gostar muito dos livros nesse estilo. No entanto, o modo como o autor descreveu as cenas foram bem complicadas. Tudo ficou parecendo uma crítica. E não algo divertido e descontraído.

Continue lendo a resenha no link abaixo:

site: http://www.oblogdamari.com/2016/02/holy-cow-david-duchovny-resenha.html
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De Olivato - @olivatobooks 05/09/2016

É hora de ouvir o lado dos animais
Holy Cow – Uma fábula animal é contada por Elsie Bovary, ela é uma vaca que é feliz por ser vaca e nunca desejou ser outra coisa, até que um dia descobre o que acontece com algumas vacas quando ficam mais velhas. Elsie entra em desespero e decide que precisa urgentemente sair da fazenda antes que tenha o mesmo destino de sua mãe – que havia sumido inesperadamente quando Elsie já não era mais uma bezerra.

“Bem, eu nunca daria a um humano a honra de ser chamado de animal porque os animais podem até matar para viver, mas não vivem para matar. Os humanos vão precisar reconquistar o direito de serem chamados de animais."

Para essa fuga, Elsie encontra outros aliados que também planejam fugir da fazenda por não quererem aquele destino terrível, esses aliados são o porco Shalom – rabugento e acaba de se converter ao judaísmo – e o peru Tom – que é mais sossegado, irônico e possui um medo mortal do Dia de Ação de Graças.

“O ódio é um veneno preparado para o inimigo, mas que você mesma acaba tomando”

Todos os três animais partem em busca de lugares seguros para viverem, com passaportes e disfarçados de humanos, essa aventura é repleta de aceitação e momentos que fazem o leitor pensar no que está realmente acontecendo no mundo, por exemplo, as “coisas” que tem o objetivo de unir as pessoas, mas que é o que mais separam em grupos.

No Skoob, eu dei 4 estrelas e favoritei, acho incrível quando um livro “infantil” faz com que pensemos mais do que se tivéssemos lendo um livro mais “adulto”. David Duchovny me surpreendeu com o jeito que apresentou o mundo pelo ponto de vista dos animais.

site: https://www.instagram.com/p/BJ-rFLejw18/
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Andressa | Baú Literário 22/08/2016

Holy Cow
Quando falamos de uma vaca (e outros animais diversos) que podem falar, se "disfarçar de humanos", usar celular e viajar o mundo, logo pensamos que é uma fábula para crianças; mas quando o livro em questão é Holy Cow, descobrimos que não é bem assim.

Holy Cow, uma fábula animal, escrita por David Duchovny ~o cara de arquivo x~ nos apresenta Elsie uma divertida, espirituosa, marrenta e crítica vaca. Que vive tranquilamente em uma fazenda junto com sua melhor amiga Mallory e outros vários animais. Quando as duas resolvem se arriscar em uma "escapadinha" para conversar com os touros, Elsie acaba indo até a casa dos humanos e lá, conhece o Deus-Caixa, de onde vê algumas coisas que acabam fazendo seu mundo desmoronar e deixa a pobre Elsie desolada.

Sem saber como seguir sua vida normal no pasto depois disso, ela faz um plano para chegar até a Índia (onde será adorada e o mais importante, não morta), junto com ela embarcará Shalom, um porco judeu e Tom, um peru que sabe mexer no celular.

A narrativa divertida, envolvente e ao mesmo tempo ácida e crítica é o que faz o livro ser levado de forma fácil e gostosa. O único ponto negativo que achei foram algumas frases ou palavras em outras línguas que podem acabar confundindo um pouco, e que poderiam estar traduzidas no rodapé.

Sem ser uma leitura cansativa, mas carregado de sarcasmo e ironia, Elsie e seus amigos viajantes trazem muitas reflexões e críticas sobre vários fatos e comportamentos de nossa sociedade atual, como o consumo desenfreado de carne ou qualquer outro tipo de super consumismo, sobre fanatismo religioso, diferenças culturais, guerra, nossa produção enlouquecedora de lixo (que muitas vezes poderia ser reaproveitado), etc. Mesmo havendo a crítica sobre o consumo de carne, em nenhum momento Elsie nos induzirá a parar de consumi-lá, tudo de uma força em que o leitor se sinta um pouco incomodado mas não forçado a nada.

O livro foi publicado no Brasil pela Editora Record, que teve um trabalho gráfico bem feito. Embora as folhas sejam brancas, a leitura flui de forma maravilhosa que quando você vê, já terminou o livro. As ilustrações são bizarras mas fofas e cômicas ao mesmo tempo, amei.

Um livro muito bom, que lhe trará muitas reflexões e boas risadas. Recomendadíssimo!!

site: youtube.com/bauliterario
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Samy Yamamoto 23/07/2016

Elsie Q
Essa fábula não tem nada de infantil pois a linguagem bem como os temas ali empregados são bem articulados tratando de temas ainda atuais e polêmicos.

Elsie Q é uma vaca adolescente quando descobre que o paradeiro de sua mãe assim como o de outras mães vacas da fazenda se deu porque ela assistiu no deus caixa que todas elas foram parar no matadouro virando carne para os humanos, assim ela começou a planejar uma viajem para a ìndia onde lá as vacas eram rainhas e não comidas.

Nesse planejamento ainda na fazenda Elsie conheceu um porco que se dizia chamar Shalon, ele se converteu ao judaísmo e queria se refugiar para Israel para que lá ele também pudesse ser livre e não virar um BPT, pois bem após convencer a Elsie que eles poderiam se unir aparece um Peru munido de celular o qual queria se refugiar também porém segundo ele para a Turquia aonde ele achava ser sua pátria.

Unidos os três foram ao rumo de seus projetos, chegando na Turquia o Peru não quis ficar e então eles roubaram um jatinho particular e foram rumo a Israel. Chegando em Israel Shalon foi apedrejado por mulçumanos e depois pelos judeus, após sentir que ali ele morreria todos decidiram ir para a Índia.

Ao chegar em Mumbai na Índia, tiveram uma vida de reis, todos lhes davam comida, Shalom engordou 10kg, o Peru estava no ponto pronto para ação de graças e Elsie tratada como uma Deusa indiana.

Após de anos e eles se enjoarem, decidiram viajar novamente para a publicação do livro de Elsie, e foram sobrevoando em seu jatinho que eles conseguiram.


Minha opinião: A busca de Elsie pela liberdade é algo que fiquei pensando, pois quando eu era vegetariana eu simplesmente tinha essa ideia em mente que eu estaria explorando algo que nem é meu, e aonde já se viu comer carne de um tipo de animal e amar o outro, é ... esse questionamento era o que eu tinha antigamente em mente todos os dias, mas enfim como ela disse é a cadeia alimentar e vence o mais forte menos o humano que vai lá e acaba com tudo rs.

Esse é um livro para se pensar!!!
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Beta Oliveira 13/02/2016

Conduzidos pela espirituosa, marrenta, crítica e divagante de Elsie, a gente embarca e se diverte com o plano maluco elaborado e praticado por uma vaca, um peru e um porco. E tudo cow-escrito pelo Mulder!

Confira o texto completo no Literatura de Mulherzinha do lançamento da Editora Record:

site: http://livroaguacomacucar.blogspot.com.br/2016/02/cap-1137-holy-cow-uma-fabula-animal.html
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Gramatura Alta 13/07/2016

Muito engraçado
Uma fábula tem duas características principais e muito bem definidas: os personagens são animais que agem e pensam como seres humanos; e a construção da narrativa culmina em alguma mensagem moral. Por isso mesmo são mais voltadas para o público infantil ou infanto-juvenil. Mas não só. É o caso da obra do ator David Duchovny, HOLY COW.

Apesar dos personagens principais do livro serem animais, a mensagem entregue abrange todas as idades. A narrativa simples, recheada de piadas baseadas na cultura pop, além de referências diretas a outras obras literárias, pode ser compreendida pelo mais novo leitor, bem como apreciada pelos mais velhos.

Em resumo, a moral gira em torno de como o abate de animais, no mundo atual, atingiu níveis absurdos de crueldade. Usando a vaca Elsie como protagonista, Duchovny intercala a aventura com informações de como os animais são tratados à base de reprodução acelerada, sem respeitar qualquer limite de dignidade perante um ser vivo.

Elsie, a vaca, Tom, o peru, e Jerry, ou Shalom, o porco, são personagens divertidos, que cativam rápido e possuem, cada um, uma personalidade bem distinta e engraçada. Os diálogos são inspirados, e as soluções que encontram para os problemas que enfrentam na viagem são hilários de tão absurdos.

HOLY COW é uma fábula com uma didática simples, que não possui nenhuma característica que demonstre se o autor possui habilidade para elaborar algo mais complexo. As piadas, embora engraçadas, enveredam pelo caminho da obviedade e não apresentam uma real novidade. Mesmo assim, a obra serve, com certeza, como alerta para os mais novos de como estamos nos tornando pessoas insensíveis e desinteressadas sobre como o alimento chega às nossas mesas. Ao mesmo tempo, puxa as orelhas dos mais velhos, para que tomem uma providência para amenizar a comercialização de carne animal.

site: http://www.gettub.com.br/2016/07/holy-cow.html
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Pandora 26/06/2016

Sabe aquele livro pelo qual você tem uma simpatia imediata motivada por uma capa e título que te remetem a alguma coisa engraçada de sua vida?!?!? Pois é! Holy Cow foi esse livro. Quando eu era criança uma de minhas tias costumava me chamar de vaca (não me pergunte o motivo, não faço ideia), era carinhoso e afetuoso e assim cresci gostando de vacas, achando elas demais. Acredita até que já tive uma camisa com uma vaca desenhada nela?!?! Nem me ocorreu que muitas vezes a palavra vaca pode virar um adjetivo bem pejorativo, mas é da vida kkk...

À parte as minhas boas memórias, Holy Cow é, como o título anuncia, uma fábula com animais. A narradora da história é uma vaca, Elsie Bovary, que vive uma vida bastante feliz em uma fazenda tranquila até o dia em que descobre detalhes sobre a vida além da cerca. Traumatizada com a descoberta de um mundo no qual comer carne de vaca e utilizar seu couro em diversos objetos é comum e corriqueiro, ela se lança em uma aventura para a Índia junto com um porco judeu, Shalom, e um peru, Tom, louco para ir a Turquia.

Pareceu absurdo? Realmente é, mas bem, isso é uma fábula, confie na história, mergulhe de cabeça, roube a capacidade de crer no improvável das crianças e mergulhe nessa aventura com Elsie e seus amigos estranhos, pois mesmo quando tudo parece absurdo é aí que a história te pega. As gargalhadas são garantidas, assim também como um convite a rever várias características da nossa sociedade enquanto acompanhamos esses três amigos em busca de suas respectivas terras prometidas e os sabores e dessabores que eles encontram pelo caminho.

David Duchovny se revelou um autor extremamente sagaz e zueiro. Ele faz chacota com tudo e um pouco mais, debocha até dos moldes de vários livros atualmente escritos e seu estilo tão parecido com roteiros de cinema... O tempo todo Elsie chama atenção para os truques usados por vários autores, faz menção a "sua agente" e suas sugestões e censuras visando o sucesso no mercado.

Regada a ironia, muita astucia e humor Holy Cow é um convite despretensioso para repensar nossa condição e atitudes no planeta, nosso senso de aventura e capacidade de ir além da porteira procurando um presente melhor que o atual. E olha, nossa espécie bem que precisa disso. A humanidade é cheia de contradição, tem sua beleza, mas uma feiuraaaaa... Facilmente nos esquecemos de que, apesar da capacidade única de construir cultura, somos apenas MAIS UM dos muitos animais do planeta.

Enfim, Holy Cow é uma delícia de se ler. Engraçado sem deixar de ser instrutivo, instrutivo sem deixar de ser engraçado. O tipo de leitura para ler em uma tarde e pensar por uma vida com um sorriso no rosto. Como não sou fã de séries não conheço o David ator, mas o escritor.... Olha... Eu recomendo muito.

site: http://www.oquetemnanossaestante.com.br/2016/06/holy-cow-resenha-literaria.html
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Batata 24/06/2016

Ela não consegue se contentar em ruminar apenas grama, e passa seus dias ruminando ideias, questionando tudo a sua volta.
Esse livro narra a fabulosa fábula (trocadilho infame), de uma vaca que não consegue se contentar em ruminar apenas grama, e passa seus dias ruminando ideias, questionando tudo a sua volta.

Em sua busca incessante por conhecimento, a protagonista Elsie Q (nenhum dos animais da fazenda tem sobrenomes, nossa “heroína” tem uma boa razão para ter escolhido esse), tem uma perspectiva única, e as vezes até mesmo cômica de como a humanidade se comporta.

Na tentativa de compreender os “rituais” dessa estranha espécie de duas pernas, ela acaba descobrindo o motivo de vários dos seus entes queridos, e conhecidos terem desaparecido da fazenda, incitando em Elsie, um ódio seguido de uma resolução, viajar para a Índia!

Elsie com seu jeto bovino e incisivo de ser, levanta diversos questionamentos sobre nosso modo de vida, e a forma de relacionar, e intencionalmente ,ou não, deixa vários pequenos ensinamentos como:
“Se eu não tivesse idealizado uma Índia, nunca teria ido a lugar algum, nunca teria vivenciado nenhuma aventura. Então acho que não é tão importante assim que os sonhos se realizem, o importante é ter um sonho, algo que nos faça dar o primeiro passo.”

O livro é uma leitura leve, com bastante alívio cômico, além de seguir a onda atual de referências à cultura pop, com um ,não tão leve, toque de interatividade com o leitor. Muito recomendado para quem é como o capitão, e não perde uma referência.

Escrito por Marcelo Lemes, confira a resenha completa com citações e imagens da obra no blog O Casulo das Letras

site: http://ocasulodasletras.blogspot.com.br/2016/04/dica-de-livro-holy-cow-uma-fabula-animal.html
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brunolimanunes 07/05/2016

Leitura gostosa
Meu progresso: 100% (208/208) Minha nota: 3
O livro promete boas risadas sem nos privar de uma reflexão graciosa e divertida sobre o que é ser humano através das desventuras de Elsie, uma vaca que após descobrir verdades difíceis decide sair em busca da própria felicidade...

Vale muito a pena, curto e por vezes hilariante, Holly Cow vale a pena!
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Luca Coelho 06/05/2016

Muito divertido. o double D é uma grata surpresa como escritor!
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uaidessa 01/05/2016

Divertido e questionador
Mais um livro da série: só comprei pq era de uma pessoa que eu gosto muito, aka David Duchovny, mas a sinopse já tinha me interessado bastante, impossível não relacionar de cara com "A revolução dos bichos" mas o livro é bem mais simples e é uma fábula infantil, mas que gera questionamentos muito interessantes para os adultos.
Elsie é cativante do início ao fim, a gente entende as descobertas dela e consegue até ficar chocado com algumas delas, mesmo não sendo descoberta para nós, pq reparamos pelo ponto de vista dela.
Foi uma excelente leitura. Rápida e super deliciosa.
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MiCandeloro 30/04/2016

Divertidóssimo, político e questionador!
Elsie é uma vaca. Seus dias resumiam-se a pastar por horas a fio, ruminar, fofocar com Mallory, sua melhor amiga, sobre os touros além da cerca, ser ordenhada e dormir confortavelmente o sono dos justos. Elsie nunca questionou a vida que levava na fazenda, ou o que o futuro lhe reservava, até decidir sair furtivamente do celeiro à noite para desbravar o terreno.

Foi quando conheceu o Deus Caixa, um objeto estranho e inanimado que os humanos idolatravam a ponto de ficarem hipnotizados em sua presença. O poderoso Deus Caixa mostrou à Elsie a crueldade a qual os animais eram costumeiramente submetidos.

"Primeiro, vi galinhas em gaiolas, fileiras e fileiras e mais fileiras de gaiolas. As galinhas estavam empilhadas, quase sem espaço para respirar. Não sou muito fã de galinhas, mas isso não é vida para ninguém. As coitadas quase não conseguiam se mexer, por isso as garras cresciam em torno dos arames das gaiolas e os seres humanos muitas vezes tinham de cortar os pés delas para tirá-las dali. Comecei a chorar lágrimas grandes e molhadas, que embaçaram e deram um efeito caleidoscópico àquilo que eu olhava, o que tornou tudo ainda mais surreal. Aí eles mostraram porcos, centenas e centenas de porcos, encurralados aos montes também. A situação deles não parecia tão ruim, porcos gostam de andar em bando, mas, mesmo assim, o lugar estava apinhado demais e era sujo e deplorável. Então eles mostraram as vacas. As vacas eram mantidas dentro de um enorme galpão, separadas por umas baias de metal bem estreitas. Mas isso não foi o pior. Porque o impiedoso Deus Caixa mostrou o que acontecia a elas depois: um homem levava uma vara de metal à cabeça da vaca, e de repente as pernas da pobrezinha cediam, e ela caía dura, morta. Assassinada. Uma após outra, dando um último suspiro, como se um interruptor estivesse sendo desligado, simples assim. Depois o Deus Caixa mostrou as carcaças sem vida das vacas sendo penduradas em grandes ganchos de metal e abertas, já sem o couro e desmembradas como num filme de terror, sangue para todo lado. O que mais me lembro é do sangue. Um homem sem rosto com uma mangueira lavando um chão banhado de sangue."

Não bastasse os homens terem prazer em separar famílias, matarem e comerem os animais sem dó nem piedade, ainda os transformavam em roupas, bolsas, luvas, bolas de beisebol e quaisquer outros artigos de luxo que lhes conviesse. Mas o Deus Caixa também mostrou à Elsie um lugar chamado Índia, onde as vacas não eram mortas ou comidas, ao contrário, eram endeusadas e protegidas. Desde então, Elsie elaborou um plano meticuloso de fuga, ela só não imaginava que teria parceiros nessa empreitada.

O porco, ou melhor, Shalom, não conseguia nem pensar na possibilidade de ser transformado em bacon ou ser enfeitado com uma maçã. Por ser judeu e saber o quanto eles odiavam os suínos, estava certo de que ficaria à salvo em Israel devido a hostilidade de seus habitantes para com a sua raça.

Tom, o peru, era raquítico feito um anoréxico e sua condição devia-se a iminência do Dia de Ação de Graças, tão conhecido por ter em seu cardápio perus apetitosos. Ele se agarrava a ideia de que, magrinho, ninguém o comeria. Porém, como não é possível prever o comportamento humano, preferiu se juntar à trupi e partir para Turquia, o país que carregava o seu sobrenome. Tom tinha certeza de que ninguém por lá comeria um conterrâneo seu.

Assim sendo, os três animais rumaram para a cidade e embarcaram numa jornada capaz de transformar as suas vidas e, quiçá, de todos que viessem a conhecer a sua história.

Querem saber o que vai acontecer? Então leiam!

***

Quando recebi este livro de ação do Grupo Editorial Record não dei a mínima. Não sou fã de livros de fantasia e achei uma baboseira ler um livro narrado por um animal, mas isso foi puro preconceito meu, literalmente. Bastou que eu começasse a pesquisar sobre a obra, sua temática e sua origem para o meu interesse se acender e, assim que comecei a ler, me entreguei totalmente a essa alegoria!

A escrita de David é surreal! Achei incrível o fato dele ter sido capaz de se colocar na pele de uma vaca, abordando um assunto tão polêmico e delicado, de maneira tremendamente divertida e diferente.

Narrado em primeira pessoa pela destemida, boa gente e sonhadora Elsie, vamos compreendendo melhor os sentimentos dos animais, como eles encaram a vida e o que pensam dos humanos. Já é comprovado que animais têm sentimentos, apesar de ainda haver a controvérsia de se eles têm consciência, mas pelo sim ou pelo não, me doeu na alma os trechos em que Elsie se revolta contra a gente e se sente traída por ver a vida de sua espécie ser arrancada, às vezes sem nenhum propósito.

Nesse sentido, compreendo os veganos quando dizem que, se amamos os animais, nossos bichos de estimação, como somos capazes de comê-los? De vesti-los? De usar a sua carcaça em nosso dia a dia? Isto além de ser completamente incongruente, tem cada vez mais causado um desequilíbrio no nosso meio-ambiente. Sabemos que nos primórdios os homens caçavam para se alimentar e, particularmente, não acho isso errado. A morte de um animal costumava ser feita de maneira digna e respeitosa e cumpria algum propósito, como o de sobrevivência.

Hoje, tudo está banalizado. Nós, que comemos carne, sabemos realmente qual a sua procedência? Temos a ciência da quantidade de estresse e hormônios contidos em sua essência devido ao sofrimento que tais animais passaram durante a vida e a morte? E aí, vocês comeriam os seus cachorros? Porque não há diferença entre um cachorro e uma vaca. Eu não comeria os meus gatos.

E não venham me dizer que comemos os animais porque somos carnívoros (não é verdade), ou porque precisamos deles como fonte de proteínas e ferro (bobagem também). Se alimentar do leite e da carne de outros bichos é um costume culturalmente imposto do qual muitos de nós não consegue se desgarrar, mas é possível, basta querer.

Entretanto, antes que alguém dê um chilique nos comentários, quero deixar claro que não estou aqui tentando dar lição de moral ou convencer ninguém a deixar de comer carne e se tornar vegano (pesquisem o que isso significa), até porque eu também ainda não consegui (ainda), mas vale o questionamento, vale suscitar o debate, afinal, algo precisará ser feito antes que a gente destrua o mundo.

Mas para quem ficou impressionado ou se sentiu ofendido com esta minha reflexão e tem certeza de que não gostará desse livro, não se aflija, o autor não expõe essas ideias de maneira contundente. Tudo é muito sutil e as críticas ficam nas entrelinhas, enquanto Elsie e seus amigos torcem para que vocês tenham compreendido o recado.

Talvez vocês estejam se perguntando como foi possível que três bichos se passassem por gente e viajassem como eles fizeram, julgando a trama ser de uma besteira só. Particularmente, achei essa sacada genial, pois o escritor nos deixou claro que só enxergamos o que queremos ver e que estamos cada vez mais alienados e cegos com tudo que existe ao redor do nosso umbigo.

Se isso não bastasse para que a obra tenha o seu valor, saibam que me surpreendi com a originalidade do texto de David, principalmente por esta ser a sua primeira publicação. Ora escrito em formato de roteiro de cinema, pois a editora de Elsie quer muito que a história se torne um fenômeno Hollywoodiano, ora contado em formato de registro de memórias, com revelações e pensamentos íntimos da vaca, também nos deparamos com um apanhado de cultura pop com a qual certamente vamos nos identificar.

Afora isso, ainda têm os personagens fofos que refletem os nossos medos e os nossos sonhos mais puros. Ao fazer um contraponto entre humanos e bichos, David tenta resgatar a bondade que existe em nós e nos mostra que, no fundo, todos somos iguais e devemos ser tratados com mais amor e respeito, e que nem sempre as coisas são como gostaríamos, mas que o importante é lutarmos por nossos objetivos e seguirmos em frente, dando o melhor da gente.

E antes de terminar, aqui vale um pequeno adendo, para quem não sabe, David Duchovny é o famoso ator de Arquivo X, uma figura pública e famosa que botou o dedo na ferida e se posicionou contra muita coisa em sua fábula. Tinha muita curiosidade de saber se ele é vegano e se Holy Cow surgiu de sua preocupação acerca do consumo inconsciente e desenfreado dos animais e da degradação cada vez maior da conduta e postura do ser humano.

Para quem busca por um livro cheio de significados, para quem não tem medo de rever seus conceitos, para quem ama os animais e anseia por um mundo mais justo para eles, leiam Holy Cow, tenho certeza de que irão se apaixonar e dar boas risadas.

site: http://www.recantodami.com
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helmalu 26/04/2016

Esse livro é animal!
"A maioria das pessoas acha que as vacas não pensam. Oi. Peraí que vou reformular essa frase: a maioria das pessoas acha que as vacas não pensam, e que não têm sentimentos. Oi, de novo. Eu sou uma vaca, meu nome é Elsie (é, eu sei). E isso não é conversa pra boi dormir. Viu? Nós pensamos, sentimos e fazemos graça, a maioria de nós, pelo menos."


É assim que a nossa protagonista e narradora se apresenta ao leitor, de um jeito humorado e, também, crítico.
Elsie vive na fazendo com as outras vacas e animais, uma vida pacata e simples, contudo, ela não é uma vaca comum! Elsie é uma vaca descolada e, além disso, é do tipo que questiona as coisas.
Certo dia, quando ela e sua amiga Mallory decidem fugir para ver os touros do outro lado da cerca, Elsie passa ao lado da casa dos humanos e se depara com uma cena que mudará sua vida drasticamente dali em diante: a família assistia ao Deus Caixa (TV) hipnotizados, e o horror dos horrores passava na tela:

"Então eles mostraram as vacas.
As vacas eram mantidas dentro de um enorme galpão, separadas por umas baias de metal bem estreitas. Mas isso não foi o pior. Porque o impiedoso Deus Caixa mostrou o que acontecia a elas depois: um homem levava uma vara de metal à cabeça da vaca, e de repente as pernas da pobrezinha cediam, e ela caía dura, morta. Assassinada. Uma após a outra, dando um último suspiro, como se um interruptor estivesse sendo desligado, simples assim."

E é desse jeito traumático que Elsie descobre o seu destino, e o da maioria das vacas, e também para onde sua mãe foi quando sumiu. Triste demais. Elsie fica transtornada, decide tomar uma decisão: vai para a Índia, pois lá as vacas são sagradas, tomadas por deusas, lá ninguém vai querer colocá-la no meio de um hambúrguer. Decidida do que faria para evitar seu destino cruel, Elsie começa a se preparar para a viagem, porém, como ela mesma diz: "Tente manter alguma coisa em segredo na fazenda. Impossível.", e, assim, o porco Jerry e o peru Tom Turquia, também amedrontados com seus destinos, resolvem se juntar a Elsie em sua viagem rumo ao Oriente Médio.

"Por que será que na hora de deixar algo para trás é que mais damos valor àquilo?"

O peru Tom Turquia quer ir para a Turquia, pois acredita que ninguém o comerá já que seu sobrenome é o nome do país. Já o porco Jerry, que decide mudar o nome para Shalom, quer ir para Israel, já que lá a carne de porco não é comida porque o animal é considerado impuro, assim, ele poderia andar tranquilamente que ninguém o veria como um bacon ambulante. Então, eles partem para a viagem que mudará as vidas e o modo como eles pensam para sempre, os unindo em uma jornada de descobertas sobre os homens e eles mesmos.
Se você procura uma leitura leve, com personagens divertidas, tiradas muito bem humoradas e cheia de referências pop, Holy Cow é o livro ideal. Mas se você quer um livro com questionamentos, metáforas e reflexões profundas, Holy Cow também é o livro ideal! Como o subtítulo informa, Holy Cow é uma fábula, ou seja, nesta narrativa, animais possuem sentimentos e comportamentos semelhantes a humanos, mas diferentemente das fábulas clássicas, aqui, os animais dão um recado muito importante em relação ao modo como o homem tem os tratado principalmente durante as últimas décadas. A questão do consumismo é a que mais aparece durante a narrativa, o modo como os homens usam os animais a seu bel-prazer, sem nenhum tipo de culpa ou ressentimento.

"Tudo que vocês, humanos, fazem é pegar, pegar, pegar da Terra e de suas criaturas magníficas, e o que dão em troca? Nada. Sei que os humanos consideram um insulto grave ser chamados de animais. Bem, eu nunca daria a um humano a honra de ser chamado de animal porque os animais podem até matar para viver mas não vivem para matar. Os humanos vão precisar reconquistar o direito de ser chamados de animais."

Nessa fala de Elsie, podemos perceber a revolta de um animal caso ele pudesse falar, mas a verdade é que os animais falam sim, com os sentimentos: uma vaca sofre ao ser apartada de seu bezerro, um porco agoniza ao ser abatido, eles têm instinto materno, têm emoções, a única coisa que os difere de nós é o grau da racionalidade, só isso! Eu não estou tentando convencer ninguém a se tornar vegetariano, assim como o autor também afirma não querer, mas acho importante repensarmos algumas atitudes nossas, o desperdício, o consumismo desenfreado, a crueldade para com os animais e o especismo, afinal, por que um cachorro é fofinho e a vaca é um bife? Essa é uma das perguntas que Elsie e o leitor acabam fazendo.
Além dessas questões, o livro também tem um tom político e até toca em questões religiosas, apesar de ser literatura infanto juvenil, acredito que os adultos também gostarão de ler Holy Cow.
A primeira parte do livro é a melhor para mim, apesar de se tratar de uma vaca falante, ainda é verossímil, contudo, a segunda parte do livro não me agradou, se tornou algo que não consegui assimilar tão bem quanto os primeiros capítulos e o final também não foi bem o que eu esperava, por isso, atribuí quatro estrelas ao livro no Skoob. Foi uma leitura muito rápida, dei boas gargalhadas e, ao mesmo tempo, refleti sobre muitas coisas. A escrita de David é sensacional, mas acredito que a leitura no original seja mais interessante devido às referências culturais que ficaram "esquisitas" na tradução, por exemplo a referência do peru Tom Turquia: em inglês, Turkey é usado tanto para o animal peru, quanto para o país Turquia, e seu nome, e não o sobrenome - que foi a saída que o tradutor encontrou para essa barreira linguística - era o motivo para ele querer ir para tal país. Entre outras referências que ficaram esquisitas em português, ainda assim curti muito o livro, o tema que ele trata, consumo de animais, me interessou de cara quando vi a premissa e comentários sobre o livro. Fiquei feliz demais quando o Grupo Editorial Record me enviou Holy Cow de cortesia!
Indico a leitura para quem está procurando um livro divertido mas não bobinho, com uma protagonista divertidíssima e um enredo fora do comum.

site: http://leiturasegatices.blogspot.com.br
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Tamirez | @resenhandosonhos 22/04/2016

Holy Cow
Elsie vive em uma fazenda junto com os outros animais e tem bem definido em sua cabeça o que é ser uma vaca e quais suas obrigações. Ela sabe que sua missão é dar leite e, no tempo certo procriar, bem como, quando sua prole estiver crescida, vai desaparecer como sua mãe um dia fez. Essa é a lógica da sua vida.

Porém, um dia ela e sua melhor amiga resolvem dar uma escapadinha e ir até o lugar onde ficam os touros, para darem uma espiada e flertar. É nesse dia que Elsie acaba se aproximando demais da casa dos humanos, os donos da fazenda, e assiste na televisão um programa que mostra de onde vem os tipos de carne.

A ignorância é uma bênção, mas o mundo tem mais a oferecer que isso, e é errado não aproveitar o que ele oferece. Não se pode ser bezerra para sempre.

É vendo seus amigos animais e depois outras tantas vacas serem carneadas e mortas que a jovem Elsie descobre que seu mundo é uma mentira, e começa a buscar opções para escapar dessa realidade. Com a ajuda inesperada de um porco e um peru que também querem ser livres, eles traçam um plano de fuga para irem em busca de lugares no mundo onde serão tratados com respeito e não somente como algo a ser devorado pelo humanos.

Elsie é engraçada e esperta e seus amigos não ficam pra trás, tendo cada um um papel muito importante no trajeto. Com uma pegada de A Revolução dos Bichos, a vaca Elsie conta sua história pelas mãos do ator David Duchovny.

Minha opinião

A proposta do livro já é super divertida sem deixar de também tratar de alguns assuntos sérios, lembrando o clássico de George Orwell. Mas, estando mais voltado em ser uma fábula e trazer as questões de forma leve, apelando para o cômico e podendo ser apreciado em todas as idades com a mesma moral, ela se afasta da Revolução dos Bichos nesse ponto, criando uma história que é somente sua.

Ei, olha essa foto minha fazendo uma careta, e essa outra com uma cara diferente. Selfie, é como eles chamam, e faz todo o sentido, porque, mesmo enviado essas fotos para outras pessoas, isso ainda me cheira a selfish.

Elsie é super bem humorada e em vários pontos do livro ela para de contar a história para falar com o leitor, expondo algumas das coisas que seu editor pediu que ela inserisse no livro, como referências à cultura pop, com bandas, cantores e filmes. Isso torna a narrativa ainda mais agradável, pois do ponto de vista de uma vaca tudo é muito novo quando ela põe seu olhar em cima das coisas.

Eu particularmente gosto bastante desse recurso, principalmente quando ele é bem usado. Tive maiores experiências com ele sendo usado na tv do que em livros, mas foi interessante ver sua inserção aqui, já que o fluxo desorganizado de pensamentos da protagonista combina com essa situação. Elsie quer ser ela mesma, mas sem desagradar seu editor e o leitor, portanto as vezes se vira pra nós e pergunta se está indo tudo bem. Ao contrário de livros em que já vi isso acontecer, aqui a trama não fica chata e nem pede ritmo por causa disso.

Na jornada de Elsie passaremos por vários momentos e por várias lições, a principal delas é a amizade e o fato de que o lar é onde você se sente bem com as pessoas ao seu redor, e isso não necessariamente significa o lugar que você pensa que quer ir ou pra onde querem que você vá. Esses três animais inusitados vão desenvolver uma amizade e dela muitas aventuras virão, bem como situações que sempre tem uma boa lição ou risada por trás.

Essas lições não estão escrachadas ou são postas como verdades absolutas e acho que isso é bastante positivo, pois impõe ao leitor o ato de pensar. Não é pra você deixar de comer carne, ou algo assim, é pra refletir sobre a forma como o homem trata os animais de acordo com as culturas de cada lugar e, como uma simples vaca aqui pode ser somente carne enquanto em outros lugares é um ser sagrado e intocável.

Dizem que a maldade está nos olhos de quem vê. Aqui, nesse livro, a moral é que estará nos olhos de quem lê. As interpretações e significados serão diferentes de acordo com as convicções de cada um, e isso é muito interessante de se analisar.

O livro fui super rápido e, apesar de ter páginas brancas pra combinar com toda a composição, tudo está muito bonito na edição e na disposição do texto, que por vezes ganha formato de roteiro e também é recheado de ilustrações que ajudam o leitor a imaginar a história e os personagens.

Assim, acredito que essa primeira parceria entre David Duchovny e a jovem Elsie deu bons frutos e quem sabe no futuro, não teremos mais aventuras dessa personagem e autora tão querida?

site: http://resenhandosonhos.com/holy-cow-david-duchovny/
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