Andréa Bistafa 05/05/2016http://www.fundofalso.comNunca Jamais é incrível!
Primeiro livro da série Never Never, escrito pela Colleen Hoover (Métrica) e Tarryn Fisher (A Oportunista), autoras com características New Adult, que trás, sempre muito drama e emoção para suas obras.
Esse é primeiro livro da série, que pelo que pude ver no Goodreads, já existem mais dois volumes, todos com o mesmo título acrescendo apenas parte 2 e parte 3.
Com apenas 192 páginas, ele é como uma introdução para a trama toda.
Sem memória. É como se Charlie tivesse passado a existir naquele exato momento, no colégio, em meio a tantas pessoas a observando. Não se lembra de nada, exatamente nada. Nem seu nome, onde mora, quem é ou o que faz ali. Ao longo do período de aula, descobre que tem um namorado, Silas. E se já não fosse bastante estranho, descobrimos que Silas também não tem lembrança alguma antes do mesmo momento que Charlie se lembra.
"Que estranho ser feita de carne, se equilibrar em ossos e ter uma alma que nunca conheci."
Como pode miseras 192 páginas trazerem tanta coisa a tona?
A partir o momento que, por intermédio de documentos e pequenas informações coletadas com as pessoas, descobrem quem são (ou quem podem ser), os dois tentam descobrir o que está havendo sem contar a ninguém o ocorrido.
E então descobrem manchas de barro e sangue na cama dele e descobrem coisas que não gostariam em relação a família de ambos.
Como lidar com uma pessoa que os outros dizem ser seu namorado a quatro anos, amigos desde infância e você nunca viu na vida? Além de todo o mistério sobre o que pode estar havendo, existe o conflito interno, sobre estar possivelmente se apaixonando por alguém que você não conhece, mas deveria, já que é a única no mundo que te intende, mas que pode ter te traído no passado, passado esse que você não se lembra. Em quem confiar?
A narrativa intercala Charlie e Silas, em primeira pessoa. Dessa forma conseguimos descobrir o que os personagens descobrem, conforme os olhos deles, nos retendo a saber exatamente o mesmo que sabem. Deixando tudo muito misterioso.
Outra coisa legal é o ponto de vista sobre a própria conduta. Já que ambos não se lembram quem são, começam a ter ideia de como eram com base na opinião alheia, portanto nem sempre nós enxergamos a forma como agimos, vendo de fora, podemos perceber o quão egoístas e mesquinhos podemos estar sendo. Será que poderíamos odiar a nós mesmos se nos observássemos pelos olhos do próximo?
" - Estou começando a não gostar da gente, Silas. Você é um garoto rico que trata a empregada super mal. E eu sou uma adolescente má, sem nenhuma personalidade, que tira selfies para se sentir importante."
A trama de início, me remeteu ao livro Não Olhe Para Trás, que trás também uma protagonista popular, um crime, e perca de memória.
Não tenho contras nessa obra, adorei tudo exatamente como foi colocado, é mistério que não acaba mais. O livro joga pistas o tempo todo, e o leitor fica tentando juntar as peças para, quem sabe, arriscar o que possa estar acontecendo. O final, surpreendentemente instigante e desesperador! Depois de ler esse, com certeza você esperará pelos próximos desesperadamente, assim como eu! Será que aguento não ler inglês mesmo? Rs
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