rxvenants 28/08/2020"Ame-me e verá! Só me faltou ser amado para ser bom!"Finalmente terminei esse livro!
A produção da Broadway de O Fantasma da Ópera é uma das obras mais importantes na minha vida, uma das minhas coisas favoritas no mundo.
Faz muito tempo que queria ler esse livro e ver de onde tinha saído o musical e como ele tinha sido traduzido.
Eu estou bem surpresa com a facilidade que tive ao ler esse livro.
A minha edição não é a das mais novas e a tradução já passou por editoras muito mais famosas, mas gostei muito da tradução de Mário Laranjeira.
Dito isso, ainda sinto que fiquei meio confusa com a descrição dos lugares feitas por Gaston e acho que a culpa é da escrita do autor. Eu senti que fiquei perdida várias vezes quando os personagens se moviam ou descreviam os lugares e visto que o subterrâneo da ópera é bem importante para a história, fiquei um pouco triste.
Por amar o musical, já conhecia muito e isso me ajudou a entender e visualizar muitas das coisas que não estava conseguindo visualizar, felizmente.
Tirando isso, eu achei a história fenomenal.
Amei a forma que o autor escreveu como se o Fantasma tivesse realmente existido e ele fosse um jornalista narrando os documentos e depoimentos que ele reuniu.
Os personagens são bons, mas odiei a maioria deles akksks (tirando Christine, o Persa e a Sra. Giry, que são anjos na terra).
Sinto que muito do livro tem a perspectiva de Raoul (e eu o achei totalmente infantil - essa história de coração puro não rola comigo) e eu queria muito mais ter visto o ponto de vista de Christine. Isso é algo que o musical fez muito melhor que o livro.
Eu entendo o motivo de ela ser tão incógnita quanto Erik, mas a narrativa dela no teto da Ópera foi um dos pontos altos do livro e me decepcionei de ler mais de Raoul e seus sentimentos do que a própria Christine.
Ela é a perfeita personificação do leitor em relação a tudo que lhes é apresentado na narrativa e eu a amo por isso. Ela descreve nossa raiva com a infantilidade de Raoul, nosso horror com Erik e ainda sentimos a angústia de ver uma mulher recém órfã ser abusada psicologicamente por alguém traumatizado durante a vida toda.
Ela merecia muito mais e meu coração aperta só de pensar em alguém tão fragilizada, abusada e hipnotizada como ela pensar várias vezes que estava louca por tudo que Erik tinha feito a ela (partiu meu coração a parte que ela diz querer e bater a cabeça na parede para fugir dali). Ela é forte e frágil ao mesmo tempo e é uma ótima personificação de várias mulheres que já passaram por situações parecidas com a dela.
E falando nele, os sentimentos duplos que temos na leitura em relação à Erik é um dos pontos que faz essa história tão especial. Por um lado, temos alguém que merecia pagar pelos crimes que cometeu e não sentia o menor remorso por eles e do outro, uma pessoa nascida com deformidade que não merecia todo o julgamento em sua vida e nos faz questionar o que poderia ter sido se tivesse um pouco mais de amor e pudesse mostrar sua mente genial em outras coisas além de assassinatos e torturas.
O capítulo final é tocante e final perfeito para O Fantasma da Ópera. O epílogo, épico.
A forma que Leroux utilizou suas últimas palavras escritas ali pra fechar essa lenda do Fantasma é perfeita. Ele faz um convite ao leitor para ir à Ópera de Paris ver com os próprios olhos a aura de Erik.
Me fez sentir estar lá olhando a figura de capa preta passeando pelas paredes e alçapões.
Enfim, é uma história incrível. Foi perfeitamente traduzida no musical e a atmosfera é a mesma nos dois. Quem gosta de uma obra, vai amar a outra.
(P.S.: O QUE É A CENA DOS DIRETORES TENTANDO LIDAR COM O ENVELOPE COM 20 MIL FRANCOS? AKSKSJKSKSKSKA Chorei de rir nesses capítulos!!!)