Lud @quoteseplots 03/04/2019Não sei dar uma pontuação sinceraDe vez em quando eu me deparo com situações complicadas para poder pontuar. Deixe-me explicar o motivo:
Eu acredito que quando vamos ler um livro de certo estilo e com certos temas, não tem como esperar diferente e eu avaliar de uma forma ruim, sendo que era isso que eu sabia que teria lá. Como assim?
Por exemplo: Se eu pego um livro que é dark, temas tabus ou sei lá mais o que... não faz sentido eu ler e dar uma nota ruim por isso. Eu sabia que isso estaria lá e li porque quis. Se eu não gosto, nem faz sentido ler. Vou fazer isso só para dar nota baixa?
Dá para entender? Quando acontece casos assim eu prefiro pontuar mediante análise de desenvolvimento de escrita, história, plots, etc.
Não que todo mundo seja obrigado a analisar os livros como eu... só acho que assim acaba se tornando mais justo. É tanto que tem livros que até falo "para quem gosta, é ótimo, mas para mim, não rola".
Explicado esse meu ponto de vista, vamos a esse livro em questão.
A autora disse que não queria que esse livro fosse tratado como um livro erótico de tema tabu e e tudo mais, porque tinha um desenvolvimento e um contexto (o que realmente dá para perceber que ela se esforçou em fazer).
Para ser sincera, a questão da diferença de idade eu nem achei lá esse tabu todo. Apesar de ficar com um pé atrás porque há muitas variantes em um relacionamento de 15 anos de diferença e o poder que um homem mais velho pode fazer em um menina que acabou de sair da adolescência... eu sei que há alguns casos (e conheço até) que dão super certo.
O meu problema - que para outros foi justamente uma solução - foi que a autora, na tentativa de explicar o desenvolvimento do casal e toda a história por trás deles, traz vários flashbacks durante o livro para mostrar a conexão deles.
Eu li várias resenhas das pessoas falando que amaram os flashbacks, que deu para entender e sei lá mais o que... mas PARA MIM foi pior.
Sério, se o livro só mostrasse o amor do casal se desenvolvendo para um interesse romântico eu teria ficado muito mais tranquila e confortável do que vendo o passado deles.
Fica nítido que o Torn foi praticamente um pai para a protagonista. O nome dele foi o primeiro que ela falou quando bebê, ele trocava fralda dela, colocava para dormir, ensinou a amarrar o cadarço e mais uma porrada de coisa... Enquanto os pais viviam em turnê, o protagonista foi uma pessoa presente na vida da menina em todo o seu crescimento. É tanto que ela o chamava de tio.
Então PARA MIM (volto a dizer que é uma opinião pessoal) foi o mais bizarro. E o que me deixa triste porque sei que na cabeça da autora ela queria mostrar uma conexão que justificasse o romance depois.
Quando eu pensava que poderia torcer pelo casal no presente, me vinha um flashback mostrando a interação deles quando a menina era criancinha e tudo ia por água baixo, eu não conseguia engolir.
Enfim, não posso dizer que a autora não fez um bom uso das várias paginas para tentar fazer um desenvolvimento da historia, de não fazer tudo corrido, inclusive a resolução de alguns acontecimentos finais eu gostei (o que acaba contradizendo o que muita gente não gostou, mas eu achei EXTRAMENTE NECESSÁRIO). No entanto, não consegui comprar o casal por conta disso.
Por isso meu dilema da nota e, para não ser injusta, não vou pontuar. Para quem não tem problemas com temas do tipo talvez a sua visão da história seja outra, talvez seja apenas eu que não consigo gostar e nem imaginar um caso da forma que esse foi desenvolvido.
A história não é mal escrita, mas... não deu, a conexão do casal para mim não rolou.