janíssima 01/06/2020Não me conecteiMuitos anos atrás li Só Garotos e amei. Fiquei fascinada pela Patti e pelo Robert. Quis ser artista também. Eu meio que sou, mas não assim, em tempo integral, e fiquei com esse fascínio pela alma do artista.
Não sou fã da música da Patti, escuto uma ou outra, depois esqueço e não escuto mais. Quando peguei Linha M para ler, imaginei mais inspiração sobre a vida de uma artista completa, e não foi bem isso. Patti Smith perdeu o marido Fred, o irmão, e está bastante solitária. Ela viaja sozinha, visita túmulos e narra sonhos. Ela bebe muito café, e eu fiquei preocupada com a alimentação dela (ela só bebeu café ou está comendo também?). Ela menciona os filhos mas não os encontra. Ela passa o Ano Novo sozinha. Ela perde muitos objetos. Não consegui relacionar bem todas as passagens, tem um fio que conecta tudo? Mas fiquei triste que quando ela enfim encontra um brilho de futuro, uma motivação, vem um furacão e derruba tudo. É um livro que é para ser melancólico e solitário, inspirador de um jeito diferente, mas não consegui me envolver com a melancolia dela. Por não ser fã? Por que eu esperava algo na linha de Só Garotos? Um pouco, mas também porque, do que era narrado, a maior parte do que eu li me gerou um desconforto sem compaixão. Não entendi o propósito da Patti, e não me conectei com ela.