Linha M

Linha M Patti Smith




Resenhas - Linha M


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Wesley.Andriel 07/09/2020

"Por favor, fiquem aqui para sempre, digo para as coisas. Não vão embora. Não cresçam.”
As vezes esqueço que Patti Smith é a cantora que fez eu me endividar para vê-la em São Paulo, no ano passado, tamanha a grandeza da Patti Smith escritora. Me sinto ligado intimamente a cada ida de Patti aos cafés, cada conversa com ela mesma, cada momento de devoção ante as perdas da vida - das mais dolorosas às de menor significância. Nada justifica o valor que damos as nossas ausências e perdas particulares. São valores nossos e, ainda, são as nossas perdas.

Saio desse livro em paz com as desavenças que tenho com meu nariz, meu estrabismo, minha pele do rosto. Atribuo a eles significados para além do que mostro na selfie, e os encaro agora com novos olhares. Dos meus objetos, papéis e cacos que sempre tive o prazer de guardar em uma malinha de mão no meu quarto, guardo a lembrança e a bonita coincidência mística, sagrada, particular, da qual Patti também nutre por suas coisas.

Este é um livro sobre perdas. Ainda assim, é um livro sobre as memórias e sonhos do tempo que resta antes da última perda. “Por favor, fiquem aqui para sempre, digo para as coisas. Não vão embora. Não cresçam.” p.170
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juhpancini 24/08/2020

Sobre nada
Um livro lento, sobre nada, mas sobre tudo. Que faz a gente viajar nos pensamentos de Patti Smith.

"Desejamos coisas que não podemos ter. Tentamos conservar certos momentos, sons, sensações. Quero ouvir a voz da minha mãe. Quero ver meus filhos ainda crianças. Mãozinhas pequenas, pés ligeiros. Tudo muda. Garoto crescido, pai morto, filha mais alta que eu, chorando por causa de um sonho ruim. Por favor, fiquem aqui para sempre, digo para as coisas. Não vão embora. Não cresçam." Que trecho forte. Pra mim resumo o livro.

Muito triste ver como foi a morte do Fred e do seu irmão, tão próximas. Saber disso ajuda a entender o tom melancólico e lento de todo o livro.
"Cercada de amigos, não tinha conseguido prever a profunda solidão que iria sentir, nem a dor no coração, que tive de usar todas as minhas forças para amenizar."


O trecho narrando o final de The killing me fez gostar ainda mais da serie e parece exatamente o que senti com o final desse livro: "É a coisa mais solitária do mundo, ficar esperando para ser encontrado?"
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Ana Aymoré 20/07/2020

A segunda parte de uma jornada autobiográgica
Linha M (2015), é o segundo relato memorialístico de Patti Smith, publicado cinco anos após o cultuado Só garotos. Se na primeira incursão autobiográfica a icônica multiartista norte-americana revisitava seus anos de juventude em meio à contracultura de vanguarda dos anos 1970, e através de seu relacionamento com Richard Mapplethorpe - companheirismo duradouro que propicia, a ambos, um processo de autodescoberta e suporte mútuo no desenvolvimento respectivo de seus talentos -, em Linha M ela evoca seus anos de maturidade, entre cafés, viagens, gatos e séries de detetive, nos quais a literatura, sua mais antiga paixão, volta a ocupar um papel central (aliás, um atrativo a mais deste livro se encontra justamente nos comentários de Patti sobre suas paixões literárias), mas um tempo também devastado, em meados dos anos 1990, pelas mortes consecutivas do marido Fred Sonic Smith e do irmão Todd.
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A ideia de um livro (impossível) sobre o nada, que se apresenta a nós desde a frase de abertura e cristaliza-se no ideograma Mu (nada) na lápide de Yasujiro Ozu, traduz-se, então, nas múltiplas dimensões da perda. O esquecimento de objetos os mais variados (uma câmera Polaroid, a Crônica do pássaro de corda de Murakami, as fotografias do túmulo de Sylvia Plath), ou aqueles outros, como o velho casaco preto do poeta, que partem misteriosamente para habitar o Vale dos Perdidos, ou, ainda, o esquecimento, como a inquietante constatação de não lembrar mais nada do conteúdo de um livro favorito - todos os desdobramentos cotidianos da dor mais aguda de uma perda que é irremediável, do ser amado. E todas as tentativas inúteis ou frustradas de reparação: reter, guardar, memorizar, fotografar. Polaroides em preto-e-branco de palavras e imagens que, a cada página, espalham-se diante de nós como cartas de tarô, a mercê da dissolução inevitável, mas que, enquanto isso, testemunham a verdade dessa mulher extraordinária, despida de qualquer traço de arrogância, que nos estende as mãos alongadas de sacerdotisa (ou artista, ou poeta): "ofereço meu mundo numa bandeja cheia de ilusões".
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Paty 22/06/2020

É a mente de uma artista, e não tem preço visitar esse espaço tão raro, tão criativo, tão incrível.
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janíssima 01/06/2020

Não me conectei
Muitos anos atrás li Só Garotos e amei. Fiquei fascinada pela Patti e pelo Robert. Quis ser artista também. Eu meio que sou, mas não assim, em tempo integral, e fiquei com esse fascínio pela alma do artista.
Não sou fã da música da Patti, escuto uma ou outra, depois esqueço e não escuto mais. Quando peguei Linha M para ler, imaginei mais inspiração sobre a vida de uma artista completa, e não foi bem isso. Patti Smith perdeu o marido Fred, o irmão, e está bastante solitária. Ela viaja sozinha, visita túmulos e narra sonhos. Ela bebe muito café, e eu fiquei preocupada com a alimentação dela (ela só bebeu café ou está comendo também?). Ela menciona os filhos mas não os encontra. Ela passa o Ano Novo sozinha. Ela perde muitos objetos. Não consegui relacionar bem todas as passagens, tem um fio que conecta tudo? Mas fiquei triste que quando ela enfim encontra um brilho de futuro, uma motivação, vem um furacão e derruba tudo. É um livro que é para ser melancólico e solitário, inspirador de um jeito diferente, mas não consegui me envolver com a melancolia dela. Por não ser fã? Por que eu esperava algo na linha de Só Garotos? Um pouco, mas também porque, do que era narrado, a maior parte do que eu li me gerou um desconforto sem compaixão. Não entendi o propósito da Patti, e não me conectei com ela.
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Matheus945 21/05/2020

Belíssimo
Algo na escrita da Patti Smith me trás uma paz de espírito que mais ninguém consegue fazer. A escrita dela consegue ser tão natural e tão linda, parece que ela nem se esforça pra poder escrever, de tão fluida.

Esse livro tem um objetivo totalmente de Só Garotos, que foi minha outra leitura dela. Esse tem um papel de ser uma espécie de diário aberto como público, onde ela coloca suas reflexões sobre amor, coisas perdidas, vaaarios livros, séries policiais, viagens e principalmente sobre o café na vida dela. Também senti um quê de falar sobre o tempo, mas não de forma explícita, mas sim narrando algumas memórias e como ela está na atualidade; a mudança de velhos estabelecimentos também pode ser visto como isso de ?novos tempos?.

Queria muito entender como ela consegue escrever tão bem, sério, eu poderia ler ela indo fazer compras no mercado ou sei lá, dando banho nos gatos dela que ainda assim seria muito agradável de ler. É como se ela trouxesse uma luz pro cotidiano. Quero ler tudo dela.
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Nata 15/04/2020

Perfeita poesia, nesse passeio por mais alguns anos da vida dessa lenda viva, que é Patti Smith.
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aline.vito 02/04/2020

Linha M de Patti Smith. Cada livro que leio dessa mulher me faz querer entrar na mente dela e olhar o mundo como o seu olhar. Amei ?
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Julio.Gurgel 14/03/2020

Ah, Patti...
Esse livro é mais ?avoante? que o incrível ?Só Garotos?. Aqui Patti fala de seus sonhos, cafés, literaturas, países, Nova York e uma casinha no Rockaways.
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Maria.Printes 12/02/2020

Patti Smith - Linha M
Patti Smith consegue levar o leitor ao seu mundo de uma forma inexplicável, é algo único.
É incrível ver alguém dando extremo valor para coisas tão simples!
Ah, e neste livro descobri que ela muito venera café, eu idem. Rsrs
É uma leitura fantástica!
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Atrolhado 20/01/2020

Um sabor especial.
Linha M

Mais um livro autobiográfico lido, da minha onda atual de aprender a viver.

Dessa vez da autora Patti Smith, que desconhecia e ainda desconheço. (acredito que parte da diversão da leitura foi estar lidando com uma total estranha, e ir conhecendo-a aos poucos)

No início não estava gostando muito do livro, acho que por conta de estar desacostumado com a fria escrita americana, mas depois de um tempo fui captando sua essência.

A começar, Patti Smith é uma artista com mente de artista. É muito interessante apreciar sua maneira de ver o mundo e as coisas, e suas divagações e relatos.

Como artista, demonstra sensibilidade e emoções intensamente, e com a cabeça e a alma abertas para o papel.

Me pegou o fato de Patti ser uma solitária reclusa, algo que se pode dizer de mim, ainda estou absorvendo essa condição.

No mais, recomendo a leitura acompanhada de uma boa bebida quente e de longas pausas entre os parágrafos para imersão total em si mesmo(a).

5/5
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Otavio Contente 13/04/2019

"Ah, renascer nas páginas de um livro". (Pg 81)
Esqueça o dia frio e o bom lugar para ler este livro. Pode ser no calor dentro de um ônibus indo para o trabalho ou em uma noite fria de inverno. Patti Smith nos leva de forma sentimental, onírica, poética e magistral pelas suas memórias. As dores das perdas, sejam estas quais forem, se equilibram com as descobertas mais simples e confortantes sobre situações, recordações, desejos e objetos e assim, com toda essa memória poética, você consegue renascer nas páginas de um livro e experimentar a poesia de suas próprias memórias.
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leonardo camargo 31/07/2018

A personificação das palavras
Conheci os escritos de Patti Smith por meio de “Só garotos” e após essa leitura um tipo de sentimento se intensificou em mim como leitor. Em “Linha M”, Patricia pega em sua mão delicadamente e o leva para o seus lugares preferidos e te mostra objetos cheios de história.

A simplicidade é a característica mais encantadora do livro. A forma como os capítulos trazem os seus sentimentos, as divagações sobre a vida e o que ela viu com suas experiências, fazem com que a narrativa ganhe ares de conversa, como se a mesa preferida de Patti no Café 'Ino tivesse uma cadeira reservada para você.

Toda essa proximidade que o livro nos coloca acabou despertando em mim o melhor sentimento que um leitor pode ter com a sua obra: a amizade. O livro se tornou o meu companheiro de tardes, a salvação das minhas insônias e aquele que eu queria ouvir quando o pensar sobre a vida se esgota.

“Linha M” é um livro memória que engrandece a imaginação, pela simplicidade na qual ela existe. Patti Smith coloca todo o seu sentir no ato de pensar, prática que torna o cotidiano algo curioso e cheio de significados. Entre sonhos e objetos perdidos, Patti Smith está ali, te esperando para conversar e tomar uma xícara de café.
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Milla.Gurgel 21/06/2018

Dolorosamente belo
Perdas, livros, solidão e séries de detetive. "Não é fácil escrever sobre nada", mas Patti Smith faz com perfeição.
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