O Feiticeiro de Terramar

O Feiticeiro de Terramar Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin
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Resenhas - O Feiticeiro de Terramar


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Patricia Lima 02/05/2019

O Feiticeiro de Terramar
Eu gostei muito do livro, porque é aquele tipo de fantasia com um mundo novo criado, com um sistema de magia próprio, e com um personagem que vai sendo construído no decorrer da narrativa.

Nesse primeiro livro pelo menos ele é muito voltado pra essa construção do personagem, porque o Ged sai numa jornada pra enfrentar esse mal que ele mesmo causou, então é uma jornada de autoconhecimento, por isso o foco principal nesse primeiro livro é o personagem e não o mundo em si.

Mas mesmo assim a gente consegue explorar várias coisas sobre Terramar nesse primeiro livro como o sistema de magia, por exemplo, como ele funciona, que pra quem já leu o nome do vento, é o mesmo esquema baseado no poder das palavras, a invocação de poderes através dos nomes das coisas.

Tem um dragão na história e eu adoro isso, e com certeza achei incrível toda essa parte.

Uma coisa muito importante nesse livro é que nós temos um protagonista negro, a maioria dos magos em Terramar são negros, e isso foi um marco incrível se contar a época em que esse livro foi escrito.

O livro é muito curtinho então nós temos muitas coisas acontecendo bem rapidamente, a escrita da autora não é detalhada, ela é bem objetiva que se você piscar é capaz de perder alguma coisa, então eu achei a leitura bem frenética, você não consegue largar o livro porque sempre tem uma nova aventura.

Então por todas essas coisas eu fiquei muito empolgada pelos próximos livros, apesar dele não ter um gancho no final, o livro tem uma história bem fechadinha com uma conclusão bem satisfatória.
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Claudia.Jorge 01/05/2019

Gostei demais do livro!! A magia que é apresentada é baseada nos elementos da terra. Falei mais sobre o livro no blog.


site: https://minimalismoelivros.blogspot.com/2019/04/o-feiticeiro-de-terramar.html
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Pena Carvalho 29/03/2019

O feiticeiro de terramar
Opinião- É um livro que para adolescentes (principalmente da minha idade pra menos) possa ter algumas palavras um pouco complicadinhas e acaba sendo um livro bem descritivo e que foca mais nos sentimentos, suspense e ativa a imaginação do leitor, mas pode ficar entediante as vezes. Porém a historia em si (completa) é maravilhosa, com um final impressionante e transmitindo emoções únicas, principalmente uma tensão séria e silenciosa, parecendo calma por fora mais que só aumenta por dentro.
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Weber 05/03/2019

Uma grata surpresa.
Por ser um livro bem velho e servir de influência para outros autores eu esperava encontrar uma história bem mais comum seguindo as linhas já bem estabelecidas do gênero. Fiquei surpreso que apesar de ser possível identificar as linhas gerais, ainda assim o livro destoa principalmente pelo seu personagem principal que é diferente de tudo que eu já tinha visto especialmente considerando que se trata de um livro voltado para o público infanto-juvenil.
Estou acostumado a ver um herói insolente e impaciente mas com grande potencial e de bom coração que só quer viver aventuras para fugir de uma existência tediosa. Neste livro o herói é insolente, impaciente e com grande potencial mas ele quer poder. Poder para fugir de uma existência sem perspectivas. Poder pelo poder. Ele quer ser o mago mais poderoso e impressionar seus professores. Ser o centro das atenções de maneira bem egoísta.
No arco tradicional do herói ele conhece um mentor e esse mentor morre pagando o preço pela imprudência do herói que aprende uma valiosa lição mas sai ileso. Neste livro, apesar de um dos professores morrer, o herói também paga por seu próprio erro e aprende uma valiosa lição.
Em fim, o personagem principal é complexo e interessante com mais profundidade do que eu esperava e se desenvolve e amadurece de forma bastante crível ao longo do livro. O mundo criado é fantástico e o livro flui muito bem e de forma rápida em uma leitura agradável.
O segundo livro já está na fila de leitura...
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Mirella | @readingmirella 03/03/2019

Resenha: O Feiticeiro de Terramar;
- #resenhaaquariubooks;

O Feiticeiro de Terramar conta a história de como Ged se tornou o lendário Gavião, narrando suas aventuras ainda jovem quando descobriu seus poderes e foi para uma escola para aprender mais sobre magia. E devido a um erro em consequência de sua vaidade e orgulho acaba liberando um grande mal e que precisara enfrentar vários desafios para poder combater-lo.

Sinceramente eu não curti TANTO essa leitura, não sei se o fato de não estar lá muito empolgada com fantasia ajudou ou só se o livro não foi muito pra mim. Ele é bem curtinho, mas eu senti que foi como se ele tivesse umas 400 páginas, algumas vezes a autora se arrastava de mais por algumas partes que poderiam ser mais rápidas, o livro também tem poucos capítulos o que me incomodariam bastante, mas não me incomodou tanto, porém se você odeia livros com capítulos maiores talvez não vá curtir tanto. Eu entendo que o livro foi escrito a muito tempo e que nessa época as fantasias não costumavam ser tão dinâmicas assim, mas o público alvo desse livro seriam adolescentes e particularmente eu não me vejo nos auge dos meus 14 anos curtindo esse livro, novamente a história é bem arrastada as vezes e isso me incomodou bastante.

Porém, no geral, a história ainda é maravilhosa, o brilho dela é o Ged, no começo vemos um personagem bem orgulhoso e imaturo, é bem complicado conseguir simpatizar com ele, mas a intenção da autora era justamente mostrar um personagem mais humano, com falhas, sem aquela "perfeição" que vemos em muitos protagonistas de livros de fantasia por aí. O evolução dele ao longo do livro é bem legal, também curti toda a mitologia do livro e a forma como a autora trabalho com a magia. Enfim, se você não se importa com uma narrativa um pouco mais lenta, tenho certeza que vai curtir muito o livro.
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Lucas Canabarro 24/01/2019

Ler O Feiticeiro de Terramar foi uma experiência curiosa. Digo isso pois, durante algumas passagens, eu olhei e falei “nossa, que clichê. Eu já vi isso em O Nome do Vento”. Então, naqueles três segundos de reflexão, você enxerga: “é ao contrário! O Nome do Vento puxou isso de O Feiticeiro de Terramar”. E, acreditem, isso se repetiu por muitos momentos ao longo da leitura.
Eu enxergo agora este livro em específico como um manual. Para um escritor novato de fantasia, ele beira ao essencial; ao leitor novato, ele é uma excelente porta de entrada para o gênero. Eu consigo balancear ele e Senhor dos Anéis nesse quesito de importância – com diferença, claro, de um ser mais infantil, outro mais maduro.
O Feiticeiro de Terramar é um daqueles livros de formação, onde enxergamos a evolução do protagonista, passando da fase infantil à adulta. Eu acho que, dos livros deste “gênero” (se podemos julgar romance de formação como gênero), este é o mais direto neste ponto. Como falei acima: é quase um manual da evolução de personagem. Esta evolução é muito mais visível se enxergarmos a trama principal com olhos mais humanos e menos fantásticos (se é que eu me fiz entender).
Ao final do livro, temos um prefácio escrito pela própria autora, e ela mesma diz isso: ter escrito focando nas crianças, mas que passagens do texto teriam outra visão aos olhos de alguém mais maduro. A trama principal é exatamente isso.
O livro é curto, rápido (com exceção do último capítulo. Eita como eu me desgastei ali) e bem construído. Vale a leitura.
Drica 28/01/2019minha estante
Esse livro pode se encaixar na categoria de clássico de fantasia?




Gustavo.Garcia 23/12/2018

O Feiticeiro de terramar
O é bom, mas infelizmente não supriu minhas necessidades de ação, mas curiosamente depois de ler o livro eu li o posfácio e esse era um dos objetivos que o livro não deveria ter, propositalmente, fala: Úrsula L. Guin.
Mas se vc não estiver procurando um livro cheio de ação e sim de aventura e com um ótimo enrredo juntamente com sua drama ótima, recomendo ''O feiticeira de terramar''.
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Caio Nóbrega 11/12/2018

Uma das melhores compras desse ano.
Ler O Feiticeiro de Terramar foi para mim uma das melhores experiências de 2018. É um livro cheio de mistério, aventura e magia. Como fã do gênero, não poderia querer algo melhor.
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Douglas MCT 05/11/2018

Subvertendo o gênero de maneira fantástica
Clássico da fantasia, subverte o gênero de maneira discreta e entrega uma aventura de formação bastante formidável, surpreendendo mesmo nos dias de hoje.

Fico feliz que esta tenha sido minha primeira leitura da grande Ursula, considerando que tenho mais apreço pela fantasia do que pela ficção científica, e de encontrar na trama de Ged algo muito inventivo, que não só inspirou dois dos meus autores prediletos – Neil Gaimen e Joe Abercrombie – como também serviu de molde para o medíocre O Nome do Vento, que faz uso da mesma base (conhecer o nome das coisas dá poder sobre elas).

Os trunfos da autora são vários e dá para se enumerar alguns. A começar pela escrita elegante e simples, que facilita a leitura sem enfeites ou delírios tão comuns na literatura contemporânea (que Patrick Rothfuss foi incapaz de aprender), estruturando cada um dos 10 capítulos em uma forma que mais lembra o conto (pela concisão, por pular passagens desnecessárias, por ir direto ao ponto), mas escolhendo palavras que mantém o consumo do enredo agradável, montando frases saborosas de se ler, que a tradutora Ana Resende conseguiu captar integralmente. Dessa maneira, a leitura do livro é ágil e agradável, escondendo várias surpresas pelo caminho e surpreendendo no desfecho, mesmo que eu, particularmente, já tenha matado a charada sobre o nome da Sombra uns cinco capítulso atrás.

Ainda lá em 1968, quando não existiam muitos parâmetros como hoje temos em excesso (o mais famoso, até então, era O Senhor dos Anéis, e não se faziam filmes ou franquias de mídia com essas obras), O Feiticeiro de Terramar, sendo um livro encomendado por editor, permitiu a Ursula assumir a responsabilidade de escrever uma fantasia com seu DNA, ao colocar um protagonista pardo, mesmo com as limitações da época, onde os protagonistas homens eram grandes conquistadores. No belo posfácio, a autora explica que gostaria de ter dado passos mais largos, mas os grilhões eram mais fortes na ocasião, por isso num primeiro passo contra a corrente, além de Ged, ela também estabelece seu melhor amigo como negro e a maior parte do Arquipélago dominado por pardos e negros, deixando os brancos apenas para os nortistas, inclusive alguns seres vis (e essa transformação fora dos clichês do gênero, ela foi conquistando nos livros futuros).

Mas a outros grandes momentos na história, que também, ao fugirem do lugar-comum, são certeiros. A jornada de Ged é basicamente de autoconhecimento, mas isso não cai em um discurso de auto-ajuda (tendo inspirações maiores no taoístas – sobre um equilíbrio essencial no universo de Terramar, o qual magos devem manter, que está intimamente ligado à ideia de que linguagem e nomes possuem o poder de afetar o mundo material e alterar seu equilíbrio), mas de uma aventura escapista bastante autêntica, com um protagonista que começa orgulhoso e arrogante, e depois se torna humilde quando comete um grande erro, que primeiramente será perigoso para si mesmo, levando-o a viajar o mundo, de ilha em ilha, cada qual com sua cultura, dialeto e costumes, alguns trazendo pequenas quests que ajudam no estofo do enredo e acrescentam na trama maior, com passagens bastante interessantes, de duelos com dragões a traições na neve, passando por situações mais intimistas sob a lareira, até longevas viagens de barco pelo mar Aberto (que se escorrega em certo excesso pedante lá no capítulo 8, mas logo recupera o fôlego).

A edição da Arqueiro é bela e simples, dentro do que se propõe, entregando um livro barato, portanto bastante acessível. A capa belíssima de Ursula Dorada impacta ao revelar uma cena do miolo. Por fim, não existem erros de revisão, em uma edição que vale a pena constar em qualquer estante.

Com uma história mais focada em seu personagem principal, utilizando os demais apenas como suporte nesse primeiro momento, O Feiticeiro de Terramar consegue ser uma maravilhosa porta de entrada para quem quer descobrir uma fantasia de primeira qualidade, em uma trama fechadinha, com tom de fábula, repleta de sombras, mistérios e uma luz no fim do túnel, e que pode ensinar novos autores que menos é mais e que um enredo enxuto, mas rico de worldbuilding e carisma, funciona muito melhor do que um colosso que não tem nada a dizer.

O Feiticeiro de Terramar e Ursula Le Guin foram amor a primeira vista. Eu cheguei tarde, mas agora que estou aqui, não vou partir nunca mais.
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AndyinhA 02/09/2018

Trecho de resenha do blog MON PETIT POISON

Infelizmente mais um livro que abandono sem saber como será seu fim. E dessa vez foi um livro de fantasia, um gênero que curto e bastante, mas infelizmente ‘O Feiticeiro de Terramar’ não foi para mim.

Eu começo com o primeiro ponto e um que acho bem importante – a escrita do autor. Acredito que este foi o grande motivo. Não consegui me adaptar, não fluía, não conseguia ler mais do que 4/ 5 páginas, sem me sentir agoniada e minha mente viajar em outra coisa que não fosse a história. Não me arrisco dizer que poderia ser algo relativo ao tempo, já que o livro é de 1968, mas acredito que o tradutor deve ter deixado a história com cara de hoje, mas pode ser um dos motivos.

O enredo também não me ajudou, as coisas eram arrastadas, um tanto repetitivas. Fui empurrando capítulos e capítulos com a barriga, apesar de uma boa ideia geral, na hora que a coisa foi para o papel, não me agradou ou me fez continuar.

Para saber mais, acesse:

site: http://www.monpetitpoison.com/2017/02/TerramarPoison.html
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Tamirez | @resenhandosonhos 23/08/2018

O Feiticeiro de Terramar
Acho que minha primeira reação foi de surpresa ao ver o quão antigo essa esse livro e, portanto, do quanto pode ter influenciado história que vieram depois e que eu já conheço. Isso logo se fez verdade quando notei as várias semelhanças com uma obra de fantasia que eu tenho em alta estima, que é O Nome do Vento, do Patrick Rothfuss. Dois dos maiores conceitos do livro são claramente inspirações saídas de O Feiticeiro de Terramar.

Entre as semelhanças, o que se destaca é o fato de já começarmos sabendo que o protagonista será um grande mago e voltarmos à sua infância para começar a acompanhar sua história e, o fato de precisarmos saber o “nome” das coisas para as controlar. Se eu tivesse lido esse livro antes de O Nome do Vento, provavelmente não teria amado tanto aquela obra em função das semelhanças e, se O Feiticeiro de Terramar fosse uma publicação posterior a de Rothfuss com toda a certeza eu estaria esbravejando sobre a cópia. Portanto, os sentimentos são conflitantes, e ainda estou tentando me decidir como verdadeiramente me sinto com relação a isso.

Tendo ressaltado esses pontos, digo que as semelhanças entre Le Guin e Rothfuss e suas respectivas histórias param por aqui. Enquanto o segundo trilha um caminho sinuoso e com prolixidade, Ursula vai direto ao ponto, com uma escrita rica mas sem enrolação. A autora não se preocupa em ser repetitiva ou a relatar detalhadamente a rotina do personagem. Ela compreende que o leitor tendo lido uma vez entende que aquilo se repete, bem como as passagens de tempo, que acontecem várias vezes ao longo do livro, mas são bem trabalhadas e não fazem com que nos sintamos perdidos na narrativa.

“Muitos magos com grande poder passaram a vida inteira para descobrir o único nome oculto ou perdido de uma única coisa. E as listas ainda não foram terminadas. Nem serão até o fim do mundo. Preste atenção e você verá por quê. No mundo sob o sol, e no outro mundo onde não há sol, há muita coisa que nada tem a ver com os homens ou com a língua dos homens, e há poderes além do nosso poder. Mas a magia, a verdadeira magia, foi elaborada somente por esses seres que falam a língua hárdica de Terramar ou a língua antiga a partir da qual esta nasceu.”

Uma das coisas mais legais sobre esse mundo que é muito vasto é essa questão dos nomes. A nomenclatura real e orgânica de algo é essencial para se obter poder sobre a mesma, portanto, assim como é impossível conhecer o nome de todas as coisas, o nome das pessoas também é guardado a sete chaves. Por isso todo o ritual de renomear é tão importante e o nome de alguém somente é revelado aqueles em que se confia, sendo o restante do tempo chamado por um apelido.

Nosso protagonista é o Gavião, ou Ged – seu verdadeiro nome-, e desde o começo sabemos que o seu destino é realizar grandes feitos. Mas a que custo e como? Ele começa como um menino curioso e aos poucos vai se tornando negligente com o poder que vai adquirindo. Ele quer sempre provar-se melhor para os outros, sem se preocupar em aprender a controlar o seu poder ou a compreender o valor daquilo que tem em mãos. Por três vezes vemos ele levar sua magia ao extremo, o colocando entre a vida e a morte e ressaltando o fato de que esse magia não é algo a se brincar quando não se possui todo o conhecimento necessário.

Arrogante no começo, sua postura vai mudando ao longo da história devido a tudo que lhe acontece. Ele não vai passar emocionalmente inabalável por tudo isso, algo dentro dele vai endurecendo e aos poucos é possível compreender todo o processo de amadurecimento pelo qual Ged passou, algo que vem a ser refletido em suas ações.

Temos vários outros personagens coadjuvantes, mas o Gavião tem o protagonismo absoluto durante o livro todo e, digo a vocês que é possível sentir todo o tipo de sentimento por ele. Às vezes não entendemos sua arrogância ou falta de bom senso e as vezes só gostaríamos que ele fosse mais corajoso ou visse o que se coloca a sua frente. São etapas, tanto para o protagonista agir, quanto para o leitor reagir.

“Para que uma palavra seja dita é necessário silêncio. Antes e depois.”

Para os fãs de reviravoltas e muitas emoções esse não será um livro que provavelmente agradará. A história é certeira, mas sem grandes twists. Ursula encanta pela intensidade que escreve e pela grandiosidade do mundo que construiu, bem como a forma seca com que o protagonista se apresenta. É possível sentir uma certa distância entre nós e Ged. Não somos amigos, somos espectadores, não temos direito de palpitar.

Achei a capa da edição da Arqueiro muito bonita e ela reflete uma cena super importante da história. Nesse mundo, ao contrário do momento em que vivemos hoje onde dragões são criaturas adoradas, eles era criaturas as quais todos temiam, estando muito mais próximo da obra de Tolkien, por exemplo, onde os dragões também se apresentavam como vilões.

Mas algo que não posso deixar de reclamar é sobre o mapa. Essa é uma história em que navegamos por quase todos os lugares e vamos de um a outro na troca de capítulos, então é necessário estar atento e, a não ser que se “esgarce” o livro, vários locais ficam ocultos na dobra da página. Inclusive um dos mais importante, que é a ilha onde fica a escola de magia e de onde se parte para vários outros locais. Portanto, ganhou pontos com a capa e perdeu com o mapa, item super importante, principalmente em histórias onde a locomoção acontece de forma constante e as características dos povos muda dependendo da região.

“Na época, 1967, todos os magos eram mais ou menos como Merlin e Gandalf. Homens idosos, com chapéus pontudos e barbas brancas. Mas eu devia escrever um livro para adolescentes. Ora, Merlin e Gandalf devem ter sido jovens um dia certo? E quando eles eram tolos e imaturos, como aprenderam a ser magos?”

No final do livro há um posfácio da autora e essa parte me chamou a atenção. Esse livro é de 1968, uma época onde nem a fantasia ainda tinha grande destaque a não ser por alguma obras maiores, como Senhor dos Anéis e a própria história de Merlin, e fiquei imaginando como seria para uma mulher se inserir nesse universo. Eu por exemplo não fazia ideia que esse livro configurava como um clássico da fantasia, porque nunca tinha ouvido falar dele dessa forma ou sabia de sua idade. E, observem que sou uma fã do gênero. Portanto, acredito que acima de qualquer coisa esse é um aspecto que precisa ser levado em consideração. Querendo ou não, Ursula ajudou a moldar a geração de grandes escritores de fantasia que temos hoje, ao lado de outros grandes nomes.

À autora foi solicitado uma história que falasse sobre os jovens e com os jovens. Ursula uniu a inconsequência a um grande legado e presenteou o mundo com O Feiticeiro de Terramar. Ainda que me mantenha em dúvida sobre meus sentimentos, de uma coisa sei: Ged ainda não tem meu coração. Enquanto o Kvothe do Rothfuss é um personagem que eu adoro, o nosso Gavião se mostrou muito inconsequente nesse primeiro livro para merecer o mesmo mérito. Porém, em questão de mundo, a amplitude do que a autora criou é inegável e eu adorei tanto esse universo quanto a história em si.

Se você é fã de fantasia, fica aqui a dica de mais um livro super bacana. Esse é o primeiro livro de uma quadrilogia (que também possui mais 2 livros extras) e acredito que no ano que vem já teremos uma continuação para que não demore muito para voltarmos a visitar Terramar. E, acho que de forma natural, se você leu e gostou de O Nome do Vento, precisa conhecer essa obra!

site: http://resenhandosonhos.com/o-feiticeiro-de-terramar-ursula-k-le-guin/
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Paulo 29/07/2018

A série Terramar é um clássico de fantasia. Sem dúvida alguma. Foi porta de entrada para inúmeros leitores. Foi inspiração para autores do calibre de Neil Gaiman, J.K. Rowling e Patrick Rothfuss. Isso sem falar na habilidade de escrita monstruosa da Ursula K. Le Guin. Portanto, antes de tecer qualquer crítica ao livro é preciso pensar nisso. Em segundo lugar, é preciso refletir sobre quando o livro foi lançado: 1968. Uma outra época com outros parâmetros, além de Ursula ter sido pioneira no gênero. Ela criou o parâmetro. Mas, quando eu abri o livro para ler apenas pensei em quão maravilhoso seria poder ler um livro da autora novamente. Amo de paixão a escrita dela. Acabei tendo sentimentos mistos em relação a este livro.

A escrita da Ursula é algo único. Ele ressoa como uma bela partitura de piano. É uma escrita sonora que possui uma série de elementos musicais como cadência, ritmo e precisão. Estamos diante de uma verdadeira contadora de histórias, cuja narrativa parece ser falada pela própria autora ao redor de uma fogueira. Qualquer leitor mais experiente vai perceber na hora a intencionalidade da colocação de frases e o quanto sua escrita nos coloca dentro do universo. Entretanto, ao mesmo tempo eu senti o peso da escrita dela. Tive muita dificuldade em determinados trechos, pois os parágrafos mais alongados criavam um cansaço maior em mim. O livro é pequeno, mas parece ter o dobro do tamanho. Fica aqui o aviso: não leiam rápido. O ideal é ler parcimoniosamente, atentando para todas as referências e informações que a autora vai deixando a cada página. Todas são importantes para a história em si.

Aparentemente, O Feiticeiro de Terramar foi escrito para ser apreciado por um público infanto-juvenil. Acho um pouco complicado isso. Apesar de não ser uma história violenta nem nada neste sentido, acho a leitura pesada demais para uma criança ou um adolescente. Se formos colocar obras mais ou menos contemporâneas de Terramar como A Espada de Shannara ou O Último Unicórnio (um clássico de Peter S. Beagle) vamos nos colocar de uma leitura mais amigável a este público. É possível ler, mas creio que vai exigir mais do leitor. Talvez eu não esteja conseguindo abstrair e me colocar na pele de um adolescente da década de 1960 (fazendo essa transposição), mas sei lá. Não consigo visualizar algo nesse sentido.

"Todo poder é um só em sua fonte e seu fim, acho. Anos e distâncias, estrelas e velas, água, vento e feitiçaria, a arte nas mãos de um homem e a sabedoria na raiz de uma árvore: todos surgem juntos. Meu nome, o seu e o verdadeiro nome do sol, de uma fonte de água ou de uma criança que ainda não nasceu, tudo isso são sílabas da grande palavra que lentamente está sendo pronunciada pelo brilho das estrelas. Não existe outro poder nem outro nome."

O protagonista, Ged, não é aquele personagem que você vai sentir afinidade. Ele não é um personagem "gostável". Ursula dá uma humanidade incrível ao personagem tornando-o humano, passível de erros e acertos. Em muitos momentos, a gente vai xingar o personagem pelas escolhas que ele faz ao longo da história. Por outro lado, é preciso dizer o quanto o personagem é bem delineado. Se podemos dizer algo sobre a história é que se trata de uma jornada de amadurecimento. Em um primeiro momento, Ged é arrogante, sentindo ser alguém acima das pessoas comuns. Sua conduta explosiva em vários momentos acaba lhe custando sua posição. Quando ele liberta algo assustador, Ged precisa se responsabilizar por suas ações. Sua arrogância vai lhe custar sua tranquilidade. Ele precisará partir e não estabelecer um local fixo para viver devido a uma força sombria que o persegue.

O que eu não gostei em relação aos personagens é que não há um desenvolvimentos dos coadjuvantes. A história se centra quase que inteiramente no Ged. Eu gostaria que a Ursula tivesse trabalhado outros personagens como o Vetch, o Jaspe e o Ogion. Fora a quase total ausência de personagens femininas relevantes para a história. Temos a bruxa Sennet e, mais tarde, a irmãzinha de Vetch, Milefólio. Mas, nenhuma com um papel que realmente fosse importante. Temos trechos enormes com apenas o Ged nos guiando pela história o que pode ficar bem chato depois de algum tempo.

A ideia de criar a magia dos nomes é genial. Certamente Ursula se inspirou nas antigas religiões mesopotâmicas de forma a demonstrar como cada palavra possui enorme poder sobre o objeto que ela nomeia. Isso serve para objetos, animais ou pessoas. Muitas antigas culturas acreditavam que uma pessoa exercia enorme poder sobre outra caso soubesse seu "verdadeiro nome". Ursula trabalha esse tema até de forma filosófica como na passagem que vemos acima. E até na forma como ela estabelece as limitações dos poderes mágicos. Não é que alguém vai sair lançando bolas de fogo por toda parte. Se eu uso o calor, algum lugar ficará com frio; é uma questão de troca equivalente. O feiticeiro deve entender quando deve ou não usar seu poder. Quando lemos obras como O Nome do Vento é possível estabelecer várias relações nesse sentido, apesar de Rothfuss avançar um pouco mais nesse assunto.

"Havia um peso e um temor em seu coração quando ele subiu as docas de Serd. Os dias ficavam cada vez mais curtos com a proximidade do inverno e o crepúsculo chegou cedo. Com o anoitecer, a inquietação de Ged sempre aumentava, e agora dobrar uma esquina parecia-lhe uma ameaça, e ele tinha que se esforçar para não ficar olhando para trás, por cima do ombro, procurando algo."

Sobre a narrativa propriamente dita, não consegui me engajar completamente. Essa é uma perspectiva bem minha mesmo. Por isso, eu acho que cada leitor vai retirar sua própria interpretação daquilo que está lendo. A história não foi capaz de me cativar muito pelo fato de eu não conseguir torcer pelo personagem. Ged é um personagem complicado de nos simpatizar. Por essa razão muito do que ele passa é fruto de suas próprias escolhas ruins. Ele paga por aquilo que colheu ao longo de toda a história. No terço final da história admito que estava me arrastando para terminar (tinha até iniciado outro livro para me estimular a terminar logo o da Ursula) e desfrutei menos da jornada de Ged. Mas, como eu disse: é algo completamente subjetivo da minha parte. Esse é um daqueles livros que eu irei reler posteriormente.

O Feiticeiro de Terramar é um clássico do gênero de fantasia. Se você teve sua fase de Harry Potter, gosta de O Nome do Vento e adora boas narrativas, esse é o livro para você. É um daqueles livros chamados de essenciais para todo leitor. Ursula tem uma escrita única e que eu gostaria de ver mais autores adotando a forma dela de contar uma história.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Dexter 14/06/2018

Excelente magia sem clichê
A primeira coisa que me atraiu na saga foi ela ter sido adaptada em animação pelo Studio Ghibli. Sou fã deles e confio no bom gosto quando o tema é fantasia, por conta disso tudo o que eu imaginava enquanto lia era no traço característico deles e lógico, acabei achei tudo lindo. A segunda foi se tratar de uma história escrita em 1968 por uma mulher, data próxima a de "Senhor dos Anéis" e o melhor de tudo é que Ursula atingiu minhas expectativas. A escrita dela é muito boa, flui de modo fácil e não demora tentando explicar muita coisa. Ela diz o que é, onde é e o que aconteceu de modo rápido e você aceita. A história não se prende na maioria dos clichês do tema de fantasia. O protagonista não quer ser bonzinho, não existe um vilão malvado e não tem donzela ou reino em perigo. Ged é normal, tem conflitos de sentimentos entre o certo e o errado e tem ânsia de poder, sabendo a todo momento que tem um dom a mais que os outros. O mal/ameaça da história é criado a partir disso e acaba tornando a história mais uma busca pessoal do que um épico, o que não desmerece em nada o tema de fantasia, ao contrário, a descrição e explicação da magia em Terramar é excelente, em como o povo convive e como os magos aprendem. O livro não é extraordinário, não tem nenhum plot revelador, ou trama magnífica. Ele é simples, rápido e diferente dos clichês de fantasia padrão e por isso mesmo gostei tanto. A carta da Úrsula no final explicando os pontos que eu felizmente já tinha identificado enquanto lia foi a cereja do bolo e se eu não tivesse minha regra pessoal de "não ler continuações seguidas" já começaria o 2 hoje mesmo.
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Biblioteca Álvaro Guerra 23/05/2018

Um clássico da literatura de fantasia, onde magos, magias e dragões povoam as cidades.

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788580412516
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