O Mulato

O Mulato Aluísio Azevedo
Douglas Tufano




Resenhas - O Mulato


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Fran RW 30/05/2012

"O Mulato" - Aluísio Azevedo
A Verdade Gera Protestos

Certamente, pelo fato de seus pais não terem se casado formalmente e portanto terem sido alvo de escândalo na conservadora sociedade maranhense do século XIX, Aluísio Azevedo dedicou boa parte da vida a escrever romances que criticam e mostram com franqueza o lado preconceituoso da sociedade em geral.
Este livro é um deles. Nele percebe-se o desprezo contra o negro, existente de forma muito mais presente que nos dias atuais, no Maranhão daquela época.
A obra conta a história de Raimundo, um jovem filho de um comerciante português e de uma escrava. Sem lembrar-se dos pais, ele decide deixar Portugal - onde recentemente formou-se em Direito - e regressar ao Brasil para visitar o tio, irmão de seu pai.
Chegando aqui, apaixona-se e é correspondido por Ana Rosa, sua prima. O amor dos dois, porém, possui grandes obstáculos e geral desaprovação. Motivo: Raimundo é descendente de escravos, isto é, possui origens negras e segundo o tio, portanto não poderia casar-se com a prima. Sua persistência, no entanto, leva seus inimigos a proporcionarem-lhe o mais cruel dos castigos.

Por mostrar esta triste verdade, essa história causou enorme polêmica na época de sua publicação.

Achei o livro interessantíssimo. Gosto de romances como este, que mostram não aquele amor perfeito, que sempre tem um final feliz ou em que os vilões pagam caro pelo que fizeram - mas a realidade nua e crua, tal como ela é, goste o leitor ou não. Isso é prestar um "serviço comunitário" quando se escreve. Mostrar aos voluntariamente cegos que a realidade nem sempre é tão bela e os desfechos da vida real muitas vezes não são felizes, como preferíamos que fossem.


(20/02/2011)



pessoalmentefalando.blogspot.com
Luciana 23/05/2012minha estante
Muito boa sua resenha, foi um dos primeiros livros da nossa literatura que li e um dos que eu mais gosto com certeza.
Na época que li eu acho que estava na quinta ou sexta-série e tinha medo da capa, vc acredita? rsrsrs
Mas mesmo assim, me encantei com a riqueza de detalhes e o modo como Aluísio Azevedo escreve.


Fran RW 25/05/2012minha estante
Kk. Também já tive medo de certas capas. ;D

Que bom saber que tu gostou tanto do livro mesmo o tendo lido quando era criança. É difícil fazer as crianças gostarem de livros assim.




Alexandra.Helmer 07/02/2022

Gostei bastante da escrita desse autor, te prende a atenção até o final. Você fica com aquela vontade de saber o que vai acontecer e querer ler tudo de uma vez.

✨A única dificuldade que senti foi com a escrita que além de ser bastante descritiva, tem uma característica muito singular. Ele não usa muitas pontuações, e fica parecendo que é tudo dito num fôlego só.

✨No começo isso foi um pouco mais complicado para ir entendendo, com o tempo passei eu mesma ir colocando as pontuações mentalmente. Mas não acredito que isso deva se tornar um motivo para não querer ler.

✨Entretanto, a edição que tenho não foi das melhores, primeiro a capa é daquelas moles que deixa a desejar na qualidade, sem falar que as pontinhas vão estragar. Segundo a tipografia, letras miúdas demais, acredito que para manter o padrão da coleção com relação a espessura do livro, mas não dá certo.
Terceiro as margens, no caso a falta delas. No final, a combinação dos três foi uma das piores experiências, praticamente abrir o livro em 180° para ler.

✨Sobre a história, posso dizer que gostei e acho que deve ser lida, mas tenha em mente que é um livro crítico, então vão ter momentos que vai se sentir incomodado. Esse é o propósito.

✨E posso afirmar que a literatura brasileira clássica sabe desenvolver muito bem personagens, relações e cenários. Você percebe que eles não são só jogados e você que se vire.
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tefa.alves 06/06/2023

Impactante
Gostei bastante do livro, a descrição engraçada dos personagens e a escrita naturalista do autor foram o que mais me chamou atenção, mas eu esperava mais do final
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Marcos.Carvalho 01/02/2022

Desafio: Clássico da literatura nacional
Nessa obra o autor transporta o leitor para o contexto das relações sócio raciais do Maranhão no século XIX. Através do romance entre Raimundo, que é um mestiço, e Ana Rosa, que é uma mulher branca, em pleno contexto da escravidão, o autor aborda diversas questões relacionadas ao desenvolvimento do racismo estrutural na sociedade brasileira. Fazendo uma crítica as ideias racialistas do período. Temas como o desgaste do regime monárquico e a necessidade de instauração de um sistema republicano também aparecem. Tem personagens interessantes e bem construídos. O livro é bacana. A leitura dele me trouxe a sensação de estar assistindo a uma novela de época.
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Monica.Graziela 21/05/2022

Um livro atemporal
Realmente é um livro atemporal, o qual podemos observar ainda o preconceito racial enraizado na população brasileira. O que torna uma história triste, pois mesmo com o passar do tempo vemos que a sociedade não evoluiu ainda o bastante.
É um livro com frases marcantes, como:

"Tu não tens a menor culpa do que fizeram os outros, e no entanto és castigado e amaldiçoado pelos irmãos daqueles justamente que inventaram a escravidão no Brasil!"

Creio que é uma leitura de mera importância para população, para assim podermos refletir. Não é só um livro sobre um amor proibido, mas sim uma história que mostra como o preconceito cega!
Super recomendo quem não leu ler. E para não soltar nenhum spoiler, finalizo a resn:a com uma frase dessa grandíssima obra:

"Diz você que o povo não tem instruções; muito bem! Mas, como quer você que o povo seja instruído num país, cuja riqueza se baseia na escravidão e com um sistema de governo que tira a sua vida justamente da ignorância das massas?"
Paula 21/05/2022minha estante
Uma leitura de "mera" ou de "suma" importância? ;-)


Paula 21/05/2022minha estante
Ah, e obrigada pela resenha! Acho que nunca tinha ouvido falar nessa obra.




Glauber 04/02/2022

Nossa tragédia
Obra contundente, que mostra preconceitos fundadores do nosso país.

O livro conta a história do amor entre uma mulher branca e um homem negro no Maranhão do século XIX. E, a partir disso, acompanhamos uma trama cheia de hipocrisia e densos sentimentos, por meio da escrita ágil de Aluísio Azevedo, que constrói um retrato vivo da sociedade da época, da qual o leitor de hoje pode identificar rastros nos dias atuais.
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Rasana 02/11/2022

Cansativo
Em poucas palavras o livro tem muito diálogo pra pouca história e quase nenhum acontecimento? o que poderia ser melhor retratado é resumido e vice-versa? achei cansativo, longo e tedioso apesar de abordar um tema bacana.
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Tamires225 07/05/2023

Resumo da obra: racista é tudo maldito
As histórias de Aluísio Azevedo são muito bem construídas. Os personagens, as motivações, tudo. Esperava, porém, um final mais trágico, admito. Achei insatisfatório, mas o caminho até lá é muito bom.
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Betânia 05/02/2023

O mulato
Achei a narrativa um pouco arrastada? a história se desenrola devagar e tediosa, o que me desmotivou um pouco no ritmo de leitura. Eu esperava mais de uma obra de Aluísio Azevedo, mas não deixa de ser um clássico romance com um final trágico e remediado.
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Joana Vivi 05/11/2022

A obra nos permite ver o que o fanatismo religioso pode causar na sociedade, já que a igreja domina por completo uma província do Maranhão, a qual se passa a história. Podemos destacar que, com isso, a população maranhense era baseada na visão da igreja, que era extremamente preconceituosa, racista e retrógrada, sendo antiabolicionista. A injustiça social é bastante mencionada no decorrer do livro, mostrando como de fato era a vida de pessoas como Raimundo nesta época. O preconceito com ele vinha justamente por ele ser filho bastardo de José e mestiço, já que suas características físicas não eram de todo negras, possuía olhos azuis e uma fisionomia de branco. O racismo também pode ser visto quando Dona Quitéria, esposa de José, manda Domingas, a mãe de Raimundo, ser torturada quando descobre a traição do marido. Ao descobrir que Domingas está sendo torturada na presença do filho Raimundo, que na época era uma criança, José manda o pequeno para a casa do tio Manuel. Após o assassinato inesperado de seu pai José, Raimundo é enviado à Europa, onde conclui com excelência seus estudos. Por mais culto que fosse, o protagonista sofre muito preconceito e acompanhamos a maneira como ele o enfrenta ao longo da história.

Também não posso deixar de mencionar a escrita impecável do autor, que permite ao leitor uma experiência única e muito realista da situação, fazendo com que este se sinta de fato dentro da narrativa.
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Weiiirdo 05/11/2022

Leitura pesada, mas necessária
Esta obra é um valioso lembrete do quanto o racismo é presente em nossa sociedade, além de expor a estupidez do fenômeno e de tantos outros comportamentos que prezamos, apesar de não passarem de falsidades.
Mas por que odiar alguém por algo de que não tem culpa? Por que ignorar tantos méritos, em nome de um preconceito? Só me vem à cabeça que estamos longe da racionalidade plena. Talvez nem metade de nós seja razão, só instinto do pior tipo.
Normalmente, eu diria mais, porém, é tanta coisa que não caberia aqui e o livro faz um trabalho esplêndido em fornecer uma experiência pro leitor. É como se você vivesse tudo aquilo.
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Francisco 16/11/2020

Excelente leitura
Uma excelente leitura que nos traz os costumes do povo maranhense na segunda metade do século XIX, bem como seus males: racismo, xenofobia e farisaísmo por parte de autoridades religiosas . De um modo geral, a obra conta a história de Raimundo (um mulato que não se reconhece como mulato) e seu romance "proibido" com sua prima Ana Rosa, em razão dos preconceitos raciais da sociedade da época. A leitura é bem interessante e me agradou bem mais que a outra obra do mesmo autor "O Cortiço".
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EXPLOD 09/08/2015

Impactante
“O Mulato”, obra literária de 1881, é peça inaugural da escola naturalista no país. Há diversas passagens que claramente demonstram essa qualificação, no entanto, não são passagens que superem a crueza e vitalidade comparativa e metafórica existentes em “O Cortiço”. Ao contrário desta outra obra sua, o autor concentra quase toda a estória numa única situação/problema: o romance que passa a existir entre Raimundo e Ana Rosa, prima sua. O final, apesar de eu já ter conhecimento do desfecho mesmo antes de fazer a leitura, é, apesar de ser até previsível tendo em conta o autor e a escola literária, surpreendente. Em simples e poucas frases é impactante, até mesmo para quem não costuma gostar de romantismos, e por tudo que se passou na estória, é no mínimo impactante. Isso pode ser explicado, por outro lado, em razão da abrupta transição entre vida e o acontecimento maior que envolve a personagem principal e que dá nome ao romance, pois a partir de então passa-se a descrever o que aconteceu depois de forma resumida, já no fim mesmo.

Como eu já tinha ouvido falar, a demonstração de amor realiza-se por reações corporais. Mas não é nada muito revelador como ocorre em “O Cortiço”, que já me é exagerado. Tanto que acontece algo com Ana Rosa que o leitor nem espera, por não ter existido um indício que indicasse maiores considerações.

Importante dizer que o ambiente é São Luís do Maranhão, e isso é muito revelador sobre Aluísio Azevedo.

Há uma passagem em que Freitas conversa com Raimundo, a fim de demonstrar seus conhecimentos, sem modéstia, e nisto se demora tanto que talvez o autor o tenha feito propositadamente para o leitor sentir o mesmo desprazer de Raimundo em ouvir tanta conversa besta. Ainda assim, Freitas, não sendo, no fim das contas, um verdadeiro reflexo da sociedade racista, tem muito em conta e consideração “o mulato”.

O que achei mesmo interessante foi que Aluísio Azevedo concentrou a figura do preconceito e da maldade consequente e típica do período em personagens femininas. Diogo, como cônego, representa uma forte crítica, mas não me impressionou tanto quanto o número de mulheres “criadas à moda tradicional do Maranhão”, comparativamente aos homens, possuindo desprezo e até ódio pela raça negra.

Raimundo, ao contrário de muitas ilustrações que representam o mesmo em várias capas de livros em outras edições, não é visivelmente um homem de muita “cor”; até seus olhos são azuis. Mas muitos conheciam sua origem, filho de escrava com português casado.

Aluísio Azevedo tratou muito bem a temática do racismo, tanto que, mesmo quem não queira pensar muito sobre essa questão passa a, mesmo inconscientemente, como foi o meu caso, refletir sobre o preconceito racial em nosso país e sobre os direitos. Afinal, quem, no Brasil de hoje, não possui sangue de origem negra correndo em suas veias, nem que ao menos remotamente?
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Afranio.Cunha 28/11/2020

Excelente
Um livro muito bem escrito que destaca um período histórico do Brasil que em certos locais ainda não passou. O racismo ainda está terrívelmente presente. Personagens bem construídos. Aluísio Azevedo escreve sobre coisas cotidianas e por isso é tão genial.
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