spoiler visualizarMi1404 29/12/2023
Dava para resolver na terapia
A leitura em si como sempre é muito fluída, não é o tipo de livro que você consegue parar de ler sem mais nem menos. Por mais que em alguns (na verdade, vários) momentos o comportamento de algumas personagens te tire do sério a ponto de considerar se deve continuar a leitura, a curiosidade vence no final para saber como termina a história.
Sendo bem direta, dava para ter resolvido tudo logo no começo, mas né, o carrossel tem que continuar girando.
De verdade, as únicas pessoas sensatas desse livro são o Warren, por mais que ele seja um imbecil em alguns momentos, e sem dúvida nenhuma, a Maggie. Eu fico incrédula na verdade em como uma personagem tão humana, centrada, decidida no que quer da vida não foi mais bem aproveitada, porque na minha opinião a Maggie merecia um livro próprio, e um destino melhor. Mas como diz o Ridge, o mundo é cruel.
Quanto ao restante, acho que todo mundo precisa de terapia, para aprender a encarar os próprios defeitos e erros. É óbvio, que o centro do livro foi apresentar personagens humanizados, que cometem erros e tentam acertar como todo mundo, mas sinceramente? Sabemos bem como isso teria acabado na realidade.
A Sydney chora o tempo todo, o que é extremamente irritante, parece não ter opinião própria, tudo que decidem para ela está ok e nada ela toma como dela, uma decisão dela de fato, só deixa o barco andar. Esperei mesmo um bom tempo o famoso "bora mulher, reage, levanta essa cabeça", mas sempre que isso parece que vai acontecer, voltamos a estaca zero, e ela volta a chorar.
O Ridge, foi uma decepção, e muito difícil, porque ele é um personagem fácil de se gostar, sinceramente tirando o centro da trama do que gira em torno o livro, ele é um personagem completamente amável. Achei lindo a forma que foi abordada toda a questão sobre a deficiencia auditiva, foi inesperado e lindíssimo. Mas a questão de Ridge é que foram tantos deslizes que no final a sensação foi uma decepção completa.
Tanto ele quanto a Sydney erraram na forma como trataram toda a questão do envolvimento deles, mas acho ainda pior, o fato de que no primeiro sinal que a corda vai arrebentar para o lado dele, como sempre a culpa é jogada para quem? Exato, para ela. Se Maggie desconfia, ele tenta jogar a garota pra baixo do tapete como se fosse poeira. E quando ela descobre, ele simplesmente chuta a Sydney pra fora de casa, sem lugar algum pra ficar, fora as dezenas de imposições do tipo "a casa é minha quero isso e não quero aquilo" o tempo todo lembrando que nada ali é da Sydney. E por fim a mania irritante de não aceitar que as pessoas pensam de uma forma diferente da dele. "Não, mas você não pensa assim!" "Não mas você com certeza está errado", isso é duro de ver e aceitar.
E para completar a cereja do bolo, mesmo ao fim do livro, sinto que foi um final apressado para finalizar logo mas sem resolver o centro principal de fato, o garoto não sabe respeitar o tempo das pessoas, não fez isso com Maggie e nem com a Sydney.
O que leva a conclusão de que, ele parece não amar nenhuma das duas, e sim segue amando a necessidade de ter alguém que dependa dele, ama o que precisa ser curado e não a pessoa em si. Não tive a sensação que foi um final bem executado, acho que ambos precisavam de um tempo e novamente, precisavam de TERAPIA para aí sim, estarem prontos para seguirem um relacionamento firme.
Sou muito fã da Colleen, mas infelizmente não terminei esse livro com aquela sensação de completude ou de quero mais, simplesmente foi um livro que tinha potencial e terminou "Ok".