A guerra não tem rosto de mulher

A guerra não tem rosto de mulher Svetlana Aleksiévitch




Resenhas - A Guerra Não Tem Rosto De Mulher


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yoshii 12/01/2023

"Sou uma historiadora da alma"
Meu primeiro livro da autora e não sabia muito bem o que esperar.
A autora compartilha com os leitores o seu método, como conseguiu os relatos e como escolheu entre tantos que chegavam.
Vemos, também, a dor da autora em muitas passagens, como: "O telefone toca sem parar. Anoto novos endereços, recebo novas cartas. E fica impossível, porque a cada vez é uma verdade insuportável."

Os relatos são difíceis de digerir... mas, importantes para nosso conhecimento e conscientização.
Vemos, também, as mulheres atuando nos "bastidores" da guerra, tudo aquilo que não vemos retratado em filmes. As tarefas diárias de lavar roupa e outras tarefas, sem qualquer descanso, e no meio de tiros e corpos se empilhando.

O pensamento que o dia da Vitória chegaria e que todos os problemas se acabariam, todos se amariam, perde-se instantaneamente com as ruínas e destruição deixadas pela guerra. A fome, as minas e os traumas são as heranças deixadas por anos de derramamento de sangue.

O livro é a oportunidade das mulheres falarem da guerra delas, histórias não ouvidas ou divulgadas na época - ora porque apenas os homens eram ouvidos, ora porque muitos relatos poderiam ser considerados "traição".
Mesmo com o dia da Vitória, a guerra se perpetua.
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Maria.Clara 03/01/2023

...
Que trabalho de pesquisa incrível que a autora fez. Livro bastante complicado de ser lido por conta dos relatos, mas super importante pra manter a história e a memória dessas mulheres vivas.
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larissa 03/01/2023

História: uma folha de rosto
De início, devo começar dando luz à verdade: não terminei a leitura. Em realidade, planejo finalizá-la em um futuro próximo, mas não sei quando (e sequer sei com que força de vontade o farei). Os relatos são muitos, diversos e minuciosamente precisos. Em contraponto, pode ser verificado um padrão, o qual gira em torno de uma mesma essência; isto é, o âmago da realidade da guerra. É devido à fórmula mencionada que eu decidi antecipar a resenha e, consequentemente, dar cabo a essa coceira.

Svetlana, a autora, apresenta-se como uma historiadora incorpórea, ainda que não abandone, ao longo da narrativa, a posição de jornalista: ?Não estou escrevendo sobre a guerra, mas sobre o ser humano na guerra (...). Sou uma historiadora de alma?. Nesse sentido, proponho, de início, uma reflexão singela: como poderia existir, portanto, qualquer tipo de alma isenta de contexto histórico e social? Em seguida, pode-se ampliar o pensamento com um fato irrevogável: é evidente que nenhuma história não só não narra a si própria, como também não ?se? acontece.

Como qualquer narrativa, há um alguém que encaminha, por rédeas, um caminho pré-estabelecido. Ao discorrer acerca do que ?se restou? da guerra, a autora não explicita uma devida ambientação daquilo que veio antes, o que é, visivelmente, uma artimanha perigosa. O problema reside naquilo que não é dito, na ausência de uma contextualização pautada na História; assim, Denise Lima, em sua obra ?Diálogo entre a sociologia e a psicanálise: o indivíduo e o sujeito?, levanta uma importante ressalva: ?a constituição do sujeito é incompatível se não se levam em conta fatos sociológicos e culturais?. Não há, por conclusão, um ?historiador de alma?.

Não ignoro a relevância dos relatos apresentados em ?A guerra não tem rosto de mulher?, pelo contrário. Em contrapartida, há um incômodo que persiste ao longo do desenvolvimento do livro. Incômodo esse que é potencializado pela presença do seguinte trecho na parte contrária à frente do exemplar: ?(...) [o livro] promete trazer novo entendimento sobre um dos eventos mais trágicos da história humana?, uma vez que o trecho parece sugerir alguma revelação importante, que, na verdade, nunca é dada. A presença fortificada de depoimentos femininos é, de certa forma, inovadora. Apesar disso, o assunto abordado não tem como alvo o debate para além de uma ?condição feminina? na guerra; sendo assim, não é proposto um ?alargamento? interseccional ao decorrer da narração.

A construção e seleção dos depoimentos é, por si só, tendenciosa. Svetlana defende, mais de uma vez, a existência incoerente de um ?ser humano biológico, e não apenas aquele que é filho de uma época e de uma ideia?. Com a permissão da palavra, é inegável a presença de certa desvalorização das ciências humanas por parte da autora. Nós, seres humanos, não somos uma unidade biológica, tal como Roque de Barros Laraia, antropólogo brasileiro, conclui: há sempre uma herança cultural e ideológica. Não somos uma formiga.

Por fim, reforço que é preciso (e urgente) ouvir e legitimar a voz das mulheres que foram marcadas pela, que marcam e que irão marcar a história da humanidade. Contudo, a elaboração de uma narrativa embasada em um protótipo de ?alma? é, sobretudo, demasiadamente simplista e superficial.

(03/01/2023)
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Grazielle.Franco 02/01/2023

Obra prima
Livro muito interessante que ampliou meu olhar sobre a segunda guerra, ler o depoimento das mulheres e suas experiências tão tocantes em um momento tão conturbado.
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Núbia Cortinhas 31/12/2022

Impactante,comovente. Livro indispensável sobre a 2G.Mundial
Svetlana Aleksiévitch é jornalista e escritora. Nasceu na Ucrânia e possui uma escrita única e emocionante produzida a partir da pesquisa de fatos reais. Ganhou em 2015 o Nobel de Literatura e é um dos ícones da Literatura Russa Contemporânea.

   "A Guerra Não Tem Rosto de Mulher" é uma verdadeira obra prima. Neste livro não haverá pormenores sobre as batalhas ou de fatos históricos, não. Este livro é na sua maior parte de relatos das mulheres que dotadas de um enorme patriotismo, amor a sua terra, a sua Pátria, decidiram ir para os campos de batalha voluntariamente.
   A maioria não quis ir como enfermeira ou para exercer funções burocráticas. Elas quiseram ir para os fronts, para as linhas de combate, elas queriam dar tiro.

   Muitas se destacaram pela bravura. Aterrorizaram o inimigo com os seus aviões como as Bruxas da Noite, muitas foram snipers, franco-atiradoras  temidas; desempenharam tarefas árduas e pesadas.
   Aguentaram climas e situações inóspitas e hostis, sobreviveram aos piores momentos. Viram a crueldade de perto, assim como viram brotar a solidariedade tanto com os civis, como entre os colegas de farda, e também com o inimigo.
   A guerra é cheia de contrastes! A guerra faz o ser humano colocar para fora o seu lado mais cruel e também o que há de melhor e nobre em nós, mesmo no caos.

   Esse livro mexeu comigo! Me emocionei demais, demais.
   Como não chorar diante de relatos pessoais? Como criticar um livro de experiências vividas tão dolorosa e traumaticamente? Esse livro é um registro histórico. Já li muita ficção pesada, cruel, mas nenhuma foi ou será mais cruel dos que os fatos registrados aqui, pois tudo foi real.
   Essa compilação histórica me tocou em vários aspectos. Me fez refletir muito. Por exemplo, como é possível explicar que mulheres que foram verdadeiras heroínas nos fronts possam ter sofrido humilhações e discriminação ao regressarem aos seus vilarejos?... A ignorância assim como as armas também machuca, também mata.

   Esse livro memorável é de uma leitura pesada, comovente mas extremamente necessária. Pude refletir até que ponto sou capaz de dar minha vida ao meu País, ou será que eu também teria tal coragem, garra e determinação dessas mulheres voluntárias que doaram as suas vidas, outras sobreviveram e voltaram cheias de sequelas psicológicas, doentes ou mutiladas? Tudo isso para garantir a  preciosa paz e liberdade dos filhos e das gerações futuras. Essas mulheres foram, sem dúvida, um exemplo!
E aplaudo a Svetlana por ter imortalizado esses depoimentos e agradeço à Editora Companhia das Letras por ter publicado esse tesouro histórico.
mpettrus 03/01/2023minha estante
?A guerra faz o ser humano colocar para fora o seu lado mais cruel e também o que há de melhor e nobre em nós, mesmo no caos?.

Esse trecho da sua resenha foi poderoso. Me fez ficar pensativo.

Sempre tive curiosidade de ler esse livro da Svetlana. Mas ainda não surgiu oportunidade para ler. Mas agora depois de ler sua resenha (incrível ???), eu vou ler esse livro custe o que custar!
????


Núbia Cortinhas 04/01/2023minha estante
Ahhh!! Muito obrigada!! Ganhei meu dia!!
Quando puder leia sim, esse livro muda o nosso olhar diante dos pequenos detalhes da vida, a gente passa a valorizar mais o ser humano, os animais, cada momento de paz. De uma hora para outra tudo pode mudar...


GiSB 04/02/2023minha estante
Primorosa resenha. Parabéns. Já vem de algum tempo que quero ler a escrita de Svetlana. Comprei o livro dela sobre chernobil, mas achei esse livro sobre mulheres na guerra também muito interessante e logo depois descobri que a autora é ganhadora do Nobel de literatura, então comprei também o a Guerra não tem rosto de mulher. Tenho de tirar um tempo pra ler ambos, mas a leitura de svetlana está no meu radar. Novamente, parabéns pela resenha. Explicativa e instigadora, ela leva o leigo a saber sobre a obra e deixa um gostinho pela leitura do livro.


Núbia Cortinhas 21/02/2023minha estante
Muito obrigada, Giovani. Esse livro é muito emocionante e nos apresentará uma outra faceta da Guerra, vale a pena lê-lo.




Lisi 30/12/2022

Eu demorei dois anos pra conseguir finalizar esse livro. Não porque ele seja ruim, pelo contrário, ele é ótimo. Mas difícil de ler, de lidar, de processar.

A leitura te evoca tanta coisa, te faz conhecer histórias e realidades tão distantes da sua, que vc jamais imaginou que pudesse acontecer.

Me vi sem condições de continuar várias vezes, então parei, dei um tempo e continuei quando achei que conseguia.

Vale muito a pena a leitura.
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highbythem00n 26/12/2022

necessário
livro necessário, autora necessária. serio, eu nem sei muito o que dizer além de é mt pior do que a gente pode imaginar (a situação das mulheres)
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beta 26/12/2022

A guerra não tem rosto de mulher
Livro espetacular!
Sempre tive curiosidades sobre a guerra, não a guerra que a gente vê por cima mas a guerra nas entranhas, e é exatamente isso que o livro mostra, e mais importante ainda, ele mostra uma guerra que foi invisibilizada, a guerra das mulheres.
O melhor desta obra é que a autora nos deixa claro que não está em busca da verdade crua, ela quer a história dos sentimentos, ela quer nos mostrar até as coisas mais simples (Estava preparada para realizar grandes feitos, mas não para usar coturnos tamanho 42 em vez de 35, pág 97).
Sabemos que a visão masculina geralmente está muito ligada ao orgulho cego, no livro muitas das entrevistadas dizem que os maridos não gostam que elas contem suas vidas na guerra, eles dizem que elas são muito sentimentais, eles acham que elas deveriam vangloriar a vitória, não lamentar o duro caminha que os levou até ela, mas a proposta de Aleksiévitch é exatamente esta, os depoimentos mostram uma complexidade que vai muito além de só matar e morrer, existem muitas outras coisas entre essas duas palavras.
Em muitas partes do livro eu tive ânsia de vômito, é tudo muito cruel, muito triste, inacreditável até.
É um livro indispensável!

"Parecia que na Terra ia ter paz pra sempre, que ninguém nunca mais ia querer entrar em guerra, que todos os projéteis deviam ser destruídos. Para que serviriam? Estávamos cansados de odiar. Cansados de atirar."
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Ana 19/12/2022

A Guerra não tem rosto de mulher
Segundo livro de Svetlana que leio e é intenso do começo ao fim já que não é nada comum mulheres contarem histórias de guerra.
A sinceridade choca e te deixa completamente sem reação com tudo o que é descrito e é difícil aceitar que tais atrocidades realmente aconteceram. Livro mais que necessário.

Ainda é uma aula de história sobre a segunda guerra mundial.
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Denise.Salla 18/12/2022

Por mais que nos aprofundemos na história da Segunda Guerra, nunca deixaremos de nos surpreender com os horrores vividos pelas pessoas envolvidas. Este livro aborda a visão das mulheres que foram para a guerra. Como o ser humano consegue ser resiliente em situações tão extremas? Relatos de jovens que tiravam forças para fazer trabalhos exclusivamente masculinos; desafiavam tudo e todos para ajudar o máximo que lhes era possível e muitas vezes até impossível. Forte, sensível e terrivelmente triste. Destruição de lares, famílias, sonhos. Reconstrução da vida com cicatrizes, traumas, mas algumas com sensação de dever cumprido e celebrando acima de tudo a sobrevivência.
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anna 14/12/2022

Relatos de uma guerra esquecida
Um dos livros mais bonitos que já li. Svetlana demonstra uma sutileza sublime no jeito que conduz a narrativa e escreve sobre as sobreviventes de guerra. As mulheres que raramente se fazem presentes em livros sobre guerras, têm aqui um lugar de destaque. Leitura que deveria ser obrigatória a todos que se interessam não só pela guerra, mas também pela natureza humana.
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Ingrid.Sombra 12/12/2022

A guerra não tem rosto de mulher
Esse livro é quase uma pesquisa qualitativa realizada pela autora, ou ainda um trabalho jornalístico, porque ela entrevistou centenas de sociéticas veteranas de guerra, e compilou seus relatos neste livro. A oralidade e o estilo de cada mulher é preservado, sendo possível se imaginar diante de cada uma enquanto lemos suas histórias.

Embora sejam relatos diversos, todos tem alguns pontos em comum: não são relatos sobre batalhas, datas e estratégias de guerra, como estamos acostumados. São relatos de medo, esperança, amor, ódio, vergonha, entre tantas outras dimensões humanas. Eu nunca havia lido/assistido nada assim.

O ponto negativo é que a autora traz uma quantidade tão grande de relatos, como se tivesse sentido pena de editar alguns (também sentiria, confesso), que a leitura vai ficando arrastada, repetitiva. Entrei numa ressaca literária, mesmo alternando com outras leituras leves. Ainda assim, considero um bom livro a ser apreciado, sem pressa para dar um "check".
William.Almeida 12/12/2022minha estante
Verdade, também achei que a leitura fica arrastada! Depois desse, também li vozes de tchernóbil e últimas testemunhas (relato daqueles que eram crianças durante a segunda guerra - acabei casando a leitura com toda luz que não podemos ver, que tem a mesma temática). Estou me preparando para o fim do homem soviético (baita calhamaço, inclusive)




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Milena 28/11/2022

Uma versão diferente da guerra
A guerra contada pelo olhar dessas mulheres é muito diferente, pois elas tem sentimentos conflitantes, tem pensamentos diferentes, a guerra pra elas tem mais coisas, pq para os homens era os lutar, eles não lembravam, na maioria das vezes em quem deixavam em casa, já as mulheres se culpavam por estarem salvando vidas, estarem espionando. Bem que dizem que o principal companheiro das mulheres é a culpa né, até por coisas que nem deveriam se culpar, ela se culpam.

Admiro muito a autora por toda a pesquisa e também por todas as conversas que ela teve com essas mulheres. Ela fez um trabalho sensacional.

Eu recomendo muito a leitura!
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