anna 18/08/2021
Essa festa virou um enterro
Quem me conhece sabe o quanto gosto das obras da Elena Ferrante. Geralmente, sempre sou dominada pela escrita e pela forma como ela guia a narrativa. Dessa vez, no entanto, sinto que me decepcionei um pouco. Inclusive, por isso o título dessa resenha. Mas calma aí! Vou me explicar.
"Dias de Abandono" foi uma leitura muito complexa, assustadoramente imersiva e, justamente por isso, intragável. A personagem Olga foi tão real, tão caótica, tão humana, que estar na mente dela foi uma experiência agonizante. Sem exageros, chegar ao fim desse livro foi como sobreviver a uma sessão de tortura. Ferrante quase sempre consegue fazer isso comigo; por exemplo, em "História do Novo Sobrenome", senti raiva como nunca. O problema é que, com a obra de hoje, eu fui de fato sufocada. Por isso, não consegui me entreter de verdade com a leitura, percebi que, pelo contrário, eu enrolava cada vez mais para voltar a ler. Admito que gostei do começo e gostei do fim, mas o meio... como eu disse, intragável.
Em suma, não sei se é uma boa recomendá-lo ou não, afinal, foi devastador. Acho que é um livro para leitores muito específicos, e eu infelizmente não fui um deles.