Fábbio @omeninoquele 17/10/2020O Rafe me irritou de um jeito que nenhum outro personagem foi capaz!#OMeninoResenhando
"A culpa é sobre algo que você faz. A vergonha é sobre quem você é."
Rafe desde os treze anos se assumiu gay para sua família que o aceita super bem inclusive. Mas cansado de carregar o "estigma" que sua sexualidade parece trazer, ele decide que precisa mudar de colégio e cidade para poder começar de novo e as pessoas o verem antes de verem sua sexualidade.
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Então ele vai estudar num colégio interno só para meninos onde de cara se envolve com os garotos atletas, jogadores de futebol e o entrosamento deles é super de boas, e por um momento Rafe parece que está sendo o que ele desejava, alguém conhecido não por ser o garoto gay, mas apenas um garoto tentando levar a vida do ensino médio normalmente, até que ele se apaixona por seu amigo Ben e as coisas desandam.
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É difícil manter a farsa quando se está apaixonado pelo melhor amigo, e mesmo que as pessoas o tentem alertar sobre esconder sua sexualidade ele ainda insiste naquilo e acaba envolvendo outras pessoas na sua mentirinha, que vai virando cada dia mais uma bola de neve e que quando estourar não vai sobrar muita coisa.
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Preciso dizer que o Rafe me irritou muito durante uma boa parte da história. Acho que é bem insensato querer entrar de novo no armário, quando ele já era bem aceito por todo mundo que gostava dele, mas só ele não notava isso. O livro toca na questão de que não é preciso se assumir pra ninguém, uma vez que as pessoas heterossexuais não precisam disso, mas a atitude de Rafe foi bem errada, visto que se assumir gay ainda hoje é algo complicado e que muita das vezes é visto de forma negativa pela família de uma pessoa LGBT.
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Os pais de Rafe são uns amores e tratam muito bem o filho até demais, esse é mais um sonho pra qualquer pessoa, e parece que Rafe nem se dá muito conta disso. O Ben é um cara super legal e de boas quanto a tudo, e eu acho que se o Rafe tivesse sido mais verdadeiro desde o início, as coisas teriam ido por outro lado. Esses personagens secundários foram os únicos motivos que fizeram o livro valer a pena pra mim.
Apenas um garoto é um livro que conversa muito sobre o autoconhecer, sobre identidade, amizades e amores que é algo super normal nessa fase do Rafe de estar se descobrindo e começando a tornar-se adulto, daí acho que o livro cumpre bem a promessa nesse sentido, mesmo que a atitude do personagem não seja a mais correta, a reflexão fica como exemplo pra todos que passam ou vão passar por isso. Eu ainda consigo recomendar o livro só por conta disso, mas se for ler, já espere passar raiva com o Rafe.
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