Rafael Hertel 07/04/2024
O problema dos três corpos é mesmo tudo isso?
No universo literário, é comum nos depararmos com aquela expectativa monumental antes de mergulharmos em uma nova obra. A empolgação cresce à medida que ouvimos elogios e testemunhamos um verdadeiro frenesi de opiniões positivas. Foi exatamente assim que eu encarei O Problema dos Três Corpos, de Cixin Liu, publicado no Brasil pela Editora Suma. O hype estava lá, evidente, até mesmo com a Netflix preparando uma adaptação. E é nessa atmosfera de altas expectativas que mergulhei na leitura.
Porém, como muitos já experimentaram, nem sempre a realidade corresponde às nossas esperanças. E aqui reside a minha grande decepção com esta obra. Não que haja algo intrinsecamente errado com o livro, entenda bem. O desapontamento vem do descompasso entre a grandiosidade imaginada e o que efetivamente foi entregue. Culpa minha, claro.
Então, o que esperar de O Problema dos Três Corpos? Para contextualizar, trata-se do primeiro livro de uma trilogia que mescla drama, ficção científica e suspense. A narrativa se desdobra em duas linhas temporais: uma na China dos anos 1960 e outra nos dias atuais. Na primeira, somos apresentados a Ye Wenjie, cuja vida é marcada pela Revolução Cultural e um encontro extraordinário com uma civilização alienígena em declínio. Enquanto isso, na contemporaneidade, cientistas aparecem misteriosamente mortos, desencadeando uma investigação governamental liderada por Wing Miao, que se envolve em um intrigante jogo de realidade virtual chamado "Três Corpos".
A conexão entre essas duas narrativas é onde reside a essência do enredo. Porém, o grande plot twist, o momento de clímax que eu tanto aguardava, revelou-se previsível. A construção do suspense não atingiu o ápice esperado, privando-me da emoção da surpresa.
Mas nem tudo são críticas. "O Problema dos Três Corpos" possui méritos inegáveis. A associação do complexo conceito físico com a trama de ficção científica é notável. Além disso, o retrato da China moderna, livre de estereótipos ocidentais, e a abordagem peculiar da relação entre humanos e alienígenas são aspectos que merecem reconhecimento.
Assim, apesar da minha nota de 3/5 estrelas no Skoob, continuo interessado na saga. Afinal, há personagens como Shi Qiang, cujo potencial promete desdobramentos instigantes. Se você está disposto a explorar essa obra, junte-se a mim nesta jornada. E lembre-se, ao adquirir qualquer livro mencionado, você contribui para o financiamento deste canal. Até a próxima viagem literária!
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