Lane @juntodoslivros 30/12/2016Jogo frenéticoVee é apenas uma garota dos bastidores e ela está cansada disso. Não tem destaque e nem atrativos que chamem a atenção do rapaz por quem tem um interesse, principalmente se ele está interessado em sua melhor amiga Sydney. Ela é uma das garotas mais populares da escola, além de ser o destaque da peça em que Vee é apenas a maquiadora.
Sua chance de destaque aparece quando ela decide entrar no Nerve, jogo online mais jogado do país. Em Nerve, um tipo de reality show, você deve cumprir determinados desafios ao vivo e se eles forem cumpridos você ganha prêmios que vão de um simples sapatos até dinheiro suficiente para pagar a faculdade. O jogo faz uma verdadeira pesquisa sobre o que você quer e assim atrair novos desafiantes.
De coração partido, Vee faz um desafio e acaba ganhando destaque, criando uma abertura para prêmios maiores e talvez um romance com um cara interessante. Ian, que também é um jogador de Nerve, acaba se tornando parceiro de Vee. Os dois juntos vão ganhando posições no jogo e ganhando admiradores durante os desafios. O que eles não esperavam era que esse jogo se tornasse uma corrida frenética pela própria vida.
“Os Observadores, essa escória, podem estar em qualquer lugar do mundo, bebendo, fazendo apostas e torcendo por sangue.” Página 258
Confesso que foi a capa de Nerve que primeiro me chamou atenção. Sua capa dá um toque atrativo e ao mesmo tempo enigmático ao livro. A edição está bem caprichada, folhas amarelas e capa maleável. A narração é feita em primeira pessoa por Vee.
O livro peca em não nos contar alguns detalhes sobre a vida de Ian. O modo como ele entrou no jogo fica vago, o que só me deixou curiosa e chateada por não saber mais. Já Vee parecia muitas vezes uma garota mimada querendo chamar atenção de forma nada bacana. Algumas de suas atitudes me irritaram muito e não condiziam com sua personalidade dócil. Foi uma transformação muito grande entre essas características. Como uma garota tão amiga, passa a ser mesquinha e sem coração com os amigos?
“Além disso, Sydney vai pirar coma chance de conhecer um agente e, possivelmente, começar a realizar seus sonhos. Vamos recuperar nossa amizade; são muitos anos de confidência e muitos bons momentos para jogar fora. Sim, esses prêmios podem fazer uma enorme diferença.” Página 165
Porém, não posso deixar de destacar alguns pontos positivos. Além da capa super atrativa, o prólogo do livro me pegou de jeito. Ele nos dá uma visão do que vem por aí, momentos de ação e perseguição frenética a cada passo. As cenas de ação são bem escritas. O desafio final foi o melhor de todo o livro. Fiquei bastante empolgada com essas cenas finais e torcendo para tudo dar certo.
Posso concluir que o verdadeiro destaque na história não são os personagens e sim a tensão que o livro passa nas cenas de ação. Vee e os demais personagens são bem rasos. Algo que também chama atenção é a crítica social sobre o deslumbramento das pessoas pela fama e o mal cuidado que temos em expor nossas vidas nas mídias sociais.
Sobre o filme:
Assisti ao filme depois do livro e posso dizer que fiquei decepcionada, apesar de ter curtido apenas como entretenimento. Eles mudaram algumas cenas e uma delas mudou um acontecimento em relação à amizade de Vee e Sydney de modo que eu não gostei. Além do final não ter sido igual ao do livro!!! O final do livro que trás bastante tensão ao livro, foi totalmente diferente.
Posso dizer que Nerve, tanto o filme quanto o livro, são para quem gosta de uma trama adolescente com ação, mas que deve ser apreciado sem grandes expectativas.
site:
http://www.lagarota.com.br/2016/12/livro-nerve-jeanne-ryan.html