ViCaramalack 19/08/2023
TOO MUCH
Finalmente o último livro dos arcos principais.
Das minhas impressões positivas, ainda defendo que a série é gostosinha de ler, é rápida. A autora tem uma capacidade muito interessante de diferenciar muito bem cada uma das personagens. Elas possuem personalidades bem distintas entre si. Ao menos eu conseguia diferenciar cada um, mas se bem que, se em 16 livros isso não acontecesse, algum problemão existiria aí. Em minha defesa, essa diferenciação pra mim foi clara já no primeiro arco. Eu falo isso como um ponto positivo porque são várias personagens femininas. É fácil fazer personagens diferentes quando são de gêneros diferentes entre si. E como em qualquer livro, você acaba se afeiçoando mais a um personagem do que outro.
E falando em personagens, vamos às minhas opiniões. Já de cara eu digo que a personagem da Emily consegue ser insuportável. Os primeiros livros onde ela é obcecada por defender a Alisson (que não era a própria e mesmo assim não foi lá aquelas amigas) é insuportável. Estragou a personagem para mim, além de ter aparentemente desenvolvido superpoderes nesse livro. Não dou a mínima se ela era apaixonada por ela. E falando da Alisson, detestável e completamente irreal, acho que nunca vi um personagem tão impalpável. A Aria, muito hipócrita, com um ar de superioridade que não me desce, e Spencer parece nunca conseguir amadurecer ao longo da história. Para mim, Hanna é uma personagem que tem um arco melhorzinho, inclusive toda a personalidade dela orna melhor com o ambiente descrito da cidade, e muito de sua "melhora" se dá porque ela, lá no final do primeiro arco, acaba tendo que lidar com um luto, precisa lidar com a desconfiança e uma traição muito forte, e a relação dela com os pais, principalmente com o pai, que é um escroto, e a nova família dele, faz ela amadurecer bastante. Ela acaba lidando verdadeiramente com a solidão porque o contrário não é uma opção. Fora todas as futilidades (que todas, sem exceção, apresentam), ela lida com problemas mais reais. Tem a Courtney também que é outra fodida, coitada, apareceu só para ser assassinada. Nem vamos entrar no mérito de todas as famílias serem absurdamente omissas (e vamos fazer uma menção especial a família DiLaurentis!), mas o núcleo principal, no geral, são meninas que não sabem lidar com as consequências de seus próprios atos, levam outras pessoas para o buraco porque são egoístas o suficiente para isso, são imaturas e várias vezes criminosas. O que me leva a um outro ponto.
O principal problema com a série é que muitos acontecimentos não são críveis. Cara, é tão exagerado. Não dá para mim. É demais para eu digerir. Depois de todos esses livros, eu já estava de saco cheio delas fazerem merda e não aprenderem nada. Nada mesmo. É crime atrás de crime e não acontece p00rr,4 nenhuma. Sem contar que os três últimos arcos possuem uma estrutura narrativa que funciona assim: o começo do arco apresenta um b.o, os próximos dois livros são desdobramentos geralmente entediantes depois de um tempo, e o final é sempre algo too much. Esse final, por exemplo, de uma determinada personagem que acha algo que o PAÍS inteiro estava cuidando e procurando e ninguém achava. Sinceramente, isso me quebra. Pra mim é tão improvável. Tão exagerado. Intangível. É exatamente sobre ser mais e maior. E no final, eu não dava mais a mínima para nenhuma personagem.
Tem assuntos relevantes que podemos debater e discutir? Tem. Fala sobre sexualidade, relação de pais e filhos (como exemplo a relação da Hanna com o pai, que é uma das coisas que eu mais gosto no livro), fala de adoção, violências diversas, muitos assuntos mesmo. Só que assim, pano de fundo. E tem suas problemáticas a torto e a direito. Recentemente eu tentei ler de novo e acho que parei no sétimo livro porque tem muita coisa que você pensa "pra que?", não precisava.
No final, toda a saga acabou se resumindo em acontecimentos muito desnecessários, exagerados, e dramas e relacionamentos que não funcionam mais pra mim. E nem sei se deveria funcionar para alguém kkkk.