Rebeca 29/11/2023
É hora de dizer adeus
É hora de dizer adeus a mais uma série fantástica. É hora de dizer adeus. Dizer adeus a Gansey, Blue, Adam, Ronan, Noah, as médiuns da Rua Fox 300, a todos os seres sonhados, ao Sr. Cinzento, a Cabeswater. Mas, mais do que qualquer coisa, é hora de dar adeus a Glendower.
Minha história com essa série é agridoce. Aos amantes de um mundo mágico, não tem como não se deliciar e sentir seus olhos brilharem, ao conhecer esse criado pela Maggie. É incrível, é lírico, é poético? mesmo encontrando algumas pedras pelo caminho, sinto que essa história e seus personagens conquistaram um pedacinho do meu coração. Conquistaram a Rebeca sonhadora e que vê magia por onde passa.
Dentre as coisas que não gostei, alguns personagens secundários estragaram meu ritmo de leitura, queria tanto mais dos outros, que não fazia sentido perder tempo com eles. A Maggie sempre entrega soluções práticas e muitas das vezes, um pouco fantasiosas demais para entender. Chegando nesse ponto, precisamos falar sobre a questão que deu início a toda essa história: a morte do Gansey. Sabíamos que viria a acontecer, mesmo não sabendo como e nem quando, tentávamos não pensar muito sobre isso. Tanto nós, quanto os próprios personagens. A solução prática e simples, mais uma vez me frustrou, mediante toda complexidade que foi a Saga dos Corvos.
Uma das coisas que eu mais amo nessa história, é como as mulheres são incríveis. Blue é apenas uma delas. Cada uma do seu jeito, cada uma com sua faceta. Loucas, céticas, estranhas, extremamente bem construídas. Genuínas em sua natureza. Todas as presenças da Rua Fox 300 ganham nossa atenção e admiração ao longo da história. Isso de tudo, foi o que mais me conquistou.
Na verdade, todos os personagens tem sua complexidade e profundidade em algum nível, é o que trás brilho a história. Tão genuínos, que quase se tornam uma presença física.
Dentre tantas coisas, não posso deixar de dizer que essa é uma saga bem fora da caixinha, exige uma mente mais aberta a embarcar em um mundo mágico e fantasioso. Muito disso justifica as perguntas sem respostas e espaços deixados para a imaginação. Deixa um pouco de frustração, mas nem de longe estraga a história em um todo, ela cumpriu seu papel para mim e termino ela com um sentimento de perda gigantesco, por ter de dar adeus a personagens tão queridos, a uma narrativa cativante e a uma história sensacional.
Não é uma história de realismo mágico, mas em vários aspectos se apropria de características do estilo para confundir o leitor. Trazer com naturalidade algo mágico e não necessitar dar explicações. O ir e vir desses elementos gera as perguntas e isso é normal, porém também merece ser compreendido. Bato nessa tecla para mostrar que esse não é um livro para todos, e sim um pequeno grupo apaixonado por esse gênero.
A Saga dos Corvos é uma série que me trouxe boas sensações, uma nostalgia gostosa para a ?eu? que acredita na magia e em todas as coisas reais e palpáveis que ela pode nos proporcionar. Cabeswater é mágico, um lugar que todos gostaríamos de conhecer, e essa, por mais dura jornada que tenha sido, certamente despertou o instinto de aventura e a criança em nosso interior que nunca deve deixar de sonhar e acreditar.