A Trégua

A Trégua Mario Benedetti




Resenhas - A Trégua


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Henrico.Iturriet 03/06/2024

A volta das resenhas
Vou usar ?A trégua? como um alívio cômico, tive uma trégua nas minhas palavras, aquele momento da vida onde as decisões tomam conta e o tempo se torna insosso, requerindo a reviravolta daquela melancolia chata que faz de nós póstumos no tempo. Aliás, esse livro fala muito sobre isso, não gosto de puxar a linha da identificação em relação as personagens dos romances, se tudo que nos for identificável se tornasse referência e farol para o nosso gosto, a construção da nossa sensibilidade estaria em permanente processo de conformação, nunca desafiada a encontrar algo diferente a se propor a experimentar.

Esse romance se deu assim para mim: a melancolia está presente na vida de Santomé como marca da pré-aposentadoria, suas escolhas de vida, sua viuvez, seus filhos estranhos, tudo isso milagrosamente se converte em esperança graças a Avellaneda, sua nova ?alguma coisa?, nunca nomeado mas nunca estranho o suficiente para não entendermos essa relação, que resume o que estou tentando escrever aqui.

Há homofobia, há o ressentimento da época, o resquício daquele romantismo que vê na figura do amado o símbolo de esperança entre duas pessoas, quase salvacionista neste livro. O que interessa, não é o formalismo do romantismo, mas as esperanças depositadas de Santomé que acometesse de resguardar a vida a uma pessoa que, na realidade, sabe muito pouco. Vemos isso nas páginas finais do livro e na sua insegurança permanente nas páginas da sua caderneta. O que me intriga e me deixa com raiva, é o machismo incrustado na forma das palavras de Santomé, da vida pequeno-burguesa que admite ter, acusado e acusador, o livro não me apeteceu, afinal, não vejo a produção de suas palavras como algo merecido do próprio, ainda mais partindo da sua visão das coisas, e não do que eu gostaria.
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Fabio.Nunes 30/05/2024

Mas já, Santomé?
A trégua - Mario Benedetti
Editora: Alfaguara, 2007

Este livro aqui entra seguramente naquele rol de livros curtos, mas que parecem calhamaços pelo tanto que dizem.

Publicada em 1960, a obra é escrita em formato de diário por Martín Santomé, um homem resignado e um tanto apático de 49 anos que espera sua aposentadoria aos 50.

"Às vezes penso o que farei quando toda minha vida for domingo."

Santomé escreve seus pensamentos e os acontecimentos de sua vida ao longo de um ano, iniciando de uma maneira desanimada sobre suas expectativas futuras. Relata-nos sobre suas relações um tanto difíceis com seus três filhos, com sua viuvez, com o trabalho, com os colegas de trabalho, com amigos queridos e não tão queridos assim, enfim, esta é uma obra sobre relacionamentos.

E é aqui onde ela se destaca. Benedetti cria um personagem que escreve com tamanha honestidade e perspicácia que fica muito difícil crer tratar-se de uma ficção aquilo que a gente lê.
Num texto direto, com pitadas de críticas e humor ácido, vamos nos tornando bons conhecidos do protagonista, vendo nele as várias nuances das contradições humanas.

A história se desenrola até que ele conhece Avellaneda, uma jovem de 24 anos que é contratada para a equipe que ele chefia. Este encontro muda sua vida – mostrando-lhe as possibilidades do amor, do amar e do viver.

A narrativa então vai singrando pelas reflexões cindidas e complexas que envolvem um relacionamento entre pessoas com grande disparidade etária.

"'Mas o senhor ainda é um homem jovem!' Ainda. Quantos anos me restam de 'ainda'? Penso nisso e me dá pressa, tenho a angustiante sensação de que a vida me foge, como se minhas veias se tivessem aberto e eu não pudesse deter meu sangue."

"Temos de nos apressar em direção ao encontro, porque, em nosso caso, o futuro é um inevitável desencontro."

A obra ganha uma nova camada de beleza enquanto vemos a inexorabilidade do amor acontecer.

"Levantara-se assim mesmo, embrulhada na manta, e estava junto à janela, vendo chover. Eu me aproximei, também olhei como chovia, e por alguns minutos não dissemos nada. De repente, tive consciência de que aquele momento, aquela fatia de cotidianidade, era o grau máximo de bem-estar, era a Ventura."

Para evitar spoilers, vou concluir que só entendemos o título do livro no seu final – e que final…

No mais, registro o agradecimento a uma das melhores resenhistas desse Skoob, e responsável pela indicação dessa ótima leitura. Obrigado, Flávia Menezes.

P.S: Sério, gente, vocês sacaram que o maluco vai se aposentar aos 50?! Aos 50!
Regis 30/05/2024minha estante
Parece ser um livro interessante. Gostei da resenha, Fábio! ??


Flávia Menezes 30/05/2024minha estante
Fábio, pensa na honra que senti agora de ser citada em uma resenha incrível como essa e de um dos livros que mais amei na vida (sabia que você não conseguiria esperar para escrever essa resenha) ?.
E que resenha! Sinto daqui o impacto que esse livro teve, e como você aguça a vontade de viver essa experiência. Afinal, assim como Tolstói em ?A Morte de Ivan Ilitch?, neste livro, Benedetti nos dá uma aula sobre a vida e como devemos pensar que o tempo passa e que o hoje precisa ser vivido na sua plenitude. Com medos ou não!
Obrigada pela citação do nome dessa pobre marqueza! ? E mais uma vez: parabéns por essa resenha perfeita, de um resenhista que eu admiro muito!! ??


Fabio.Nunes 30/05/2024minha estante
Obrigado Regis. Mas quer ser convencida de vez? Vai lá na resenha da Flávia.


Fabio.Nunes 30/05/2024minha estante
Obrigado pelo carinho Flávia


Craotchky 30/05/2024minha estante
Fábio, por tudo o que você falou sobre o livro, penso que ele traz o tipo de história que eu gosto. O autor já está há anos em meu radar, mas agora ele passou a estar ao alcance dos meus olhos nus. Obrigado!


Fabio.Nunes 31/05/2024minha estante
Que isso Filipe! Eu que agradeço. Faça bom proveito da obra, acho que vc vai curtir.


Regis 31/05/2024minha estante
Irei, Fábio. ?




Helison.Fortunato 28/05/2024

Tempo
A história da vida no decorrer de meses, como um turbilhão de emoções, o livro sai de uma total monotonia e desesperança e chega ao puro estado do amor, que nos desnorteia e faz sofrer. E como tudo na vida, o tempo sempre traçando as rotas e rumos.
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Jessica 19/05/2024

Fiquei entre 3 e 3,5 e tá tudo bem.
Esse livro é como estar dentro da cabeça de um homem branco, privilegiado e que tem os maiores preconceitos e machismos enraizado.

Não vou levantar a questão disso ser um problema no desenvolvimento do livro, porque de fato não é. Um livro em 1960 só tá fazendo jus aos pensamentos da sociedade machista que existia naquela época e se for olhar pra hoje não tem tanta diferença assim pro que acontece nos dias atuais.

Não senti piedade ou compaixão pelo protagonista também, mas foi interessante ler esse diário e mergulhar nas questões que ele abordava.

Alguns trechos são de fato marcantes mas não me apaguei muito, tinha uns momentos que só queria que acabasse logo. Não é ruim, só muito triste, mas tem uma "trégua" e essa parte foi legal de acompanhar.

"Mas não era a felicidade, era só uma trégua."
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Ketty 14/04/2024

"Essa opressão no peito significa viver"
A frase do título está escrita no marcador de páginas que acompanha a edição da TAG livros, e não poderia ser mais verdadeira...
A leitura deste livro foi gostosa e fluida, uma história contada por um senhor de 50 anos, (que faz aniversário durante seu relato) e nos mostra a vida cotidiana de forma franca.
O final é triste, algo que eu já esperava, mas me surpreendeu a pessoa que foi acometida... Enfim, no geral, gostei e recomendo.
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ToniBooks 29/03/2024

O melhor deste ano, até agora.
O livro conta a história de Martín Santomé, um "homem maduro, de muita bondade, meio apagado, mas inteligente". Prestes a completar 50 anos, viúvo há mais de vinte, Santomé mora com os três filhos. Não se relaciona bem com nenhum deles, tem poucos amigos e mantém uma rotina monótona e cinzenta, sem sobressaltos. No diário, conta os dias que faltam para a aposentadoria; mas não tem ideia do que fará assim que se livrar do trabalho maçante. Seu destino, no entanto, mudará quando conhecer Laura Avellaneda, uma jovem discreta e tímida contratada para ser sua subalterna. Com ela, Martín Santomé voltará a conhecer o amor, numa luminosa trégua para uma vida até então triste e opaca
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Isabele Cristina 20/03/2024

Nossa, que sono.
Gente sério, o contexto da história e a ideias de um senhor com uma jovem é boa, "nossa minha vida é chata, e dai encontrei o amor", mas foi mal executada.
Eu sei que livro é de 1960, que a linguagem erra diferente, mas se você quiser dormi lê este livro.
Só dei 2 estrelas pela ideia de tema, a capa e a tipografia que linda, mas tirando isso não gostei, até pensei em abandonar.
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Roberta.Vilarino 01/03/2024

E afinal, seria a felicidade uma trégua?
Depois de ler muitas mulheres, cá estou a ler um homem ... um homem prestes a fazer 50 anos. Interessante, através dele, conhecer o universo masculino, em sua intimidade. Intimidade essa que incomoda, que faz sentir raiva, à medida que se identifica o racismo, o machismo, a homofobia ...
Mas, para além disso, Martín Santomé, nos convida a reflexões profundas sobre felicidade, Deus, ócio, trabalho, relações, amor. Um livro de poucas páginas mas de muita profundidade, à medida que revela aquelas verdades que não temos coragem de falar nem para o espelho.

Um livro delicia de ler ... pra ler muitas e muitas vezes!

" As vezes me sinto infeliz, só por não saber do que sinto saudade (falta)".
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Guiga 25/02/2024

Mario Benedetti é um autor uruguaio que possui uma vasta coleção de escritos e é considerado um dos mais relevantes autores latino-americanos. Faleceu aos 88 anos após uma vida extraordinariamente comum atuando como editor, ativista político e poeta.

No livro A Trégua, publicado em 1960, ele lança a história em formato de um diário, onde somos apresentados a Martin Santomé, um contador com suas opiniões absurdamente comuns para a época. Ele está prestes a completar 50 anos e iniciar a sua aposentadoria, esperada com uma paciência que beira ao tédio, e alguns tons de melancolia, devido a um fato que o marcou por boa parte de sua vida: a morte de sua esposa, Isabel.

Enquanto esse novo momento não é inaugurado, ele registra diariamente seus pensamentos diretos e extremamente filosóficos sobre a espera, o ócio, a vida em geral, além de compartilhar alguns detalhes da sua relação não muito saudável com seus filhos Jaime, Blanca e Esteban e sua tediosa rotina no escritório até conhecer Laura Avellaneda, uma jovem de 28 anos que atuará como sua colega de trabalho.

Pouco a pouco, Avellaneda passa a tomar atenção de Santomé, que ao mesmo tempo que confronta suas ideias sobre relacionar-se com alguém mais jovem, redescobre a ternura da afeição e do amor depois de um longo período acreditando fortemente que a solidão seria sua companheira de vida.

Lendo o livro pela primeira vez, não temos ideia do quanto o seu título entrega sobre o que a história se trata, porém acredito que essa é a graça desta história: ao terminar a leitura, nos darmos conta do quanto ficamos envolvidos com as reflexões profundas, melancólicas e ao mesmo tempo contraditórias de Martin e com a personalidade decidida porém doce de Laura.

Apesar de o progresso da história ocorrer em um ritmo lento, ao longo da leitura, eu senti criando uma conexão com os personagens, torcendo pelo bem-estar deles durante alguns momentos específicos.

Essa é uma característica muito interessante dessa história: apesar de ser narrado em primeira pessoa em formato de diário, nos oferecendo uma perspectiva limitada, obtemos fragmentos a respeito de outros personagens (menções honrosas para Isabel, Jaime e Blanca, esposa e filhos de Martin) que nos orienta sobre o que o personagem principal pensa a respeito deles, mas também nos ajuda a nortear como nós mesmos nos sentimos em relação a eles.

Esse foi o meu primeiro contato com Mario Benedetti e gostei muito do que foi apresentado por aqui, especialmente por todas as reflexões geradas sobre como lidamos com a nossa solidão e como é descobrir novas sensações em um momento da vida em que tudo parece definitivo e que, basta algo acontecer para criarmos novas perspectivas.
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Elton.Oliveira 20/02/2024

Não me cativou , história melancólica !
Havia gostado do enredo e de algumas resenhas, mas ao iniciar a leitura, não me empolguei e nem pude ser solidário ao decepcionante Santomé.

A estrutura da história é bem interessante, o nosso personagem está, como ele mesmo diz , prestes a entrar no ócio final da vida , a aposentadoria. Sempre foi medíocre em suas atividades profissionais, apesar de ser bastante inteligente, não se entregava com afinco nem queria responsabilidades demais ! Resolveu fazer um diário, relatando suas expectativas finais e de como seria seu planejamento para o fim do ciclo de seu emprego , altamente massante e chato!

Não tinha amizades , tinha três filhos que se tornaram estranhos e havia ficado viúvo há bastante tempo. Sua rotina era muito enfadonha , então para quebrar toda essa desgraçada vida sem esperanças , apareceu um amor juvenil, com metade da sua idade , na qual ele viveu dias incríveis e teve então "uma trégua" dessa vida insossa e banal.

Não vou me alongar pq senão entregaria o final do romance , mas ele tem sim suas grandes sacadas , ótimos momentos reflexivos , um cara que sofreu bastante e que teve de lutar contra muitas situações, até internas da sua cabeça, para poder ser feliz com sua amada Avellaneda. Infelizmente, ele exalta sua homofobia , que me fez ter um pouco de raiva em determinadas situações ,mas paciência, a realidade em muitas famílias é essa !!!

Recomendo mas não criem expectativas demais pois o texto é triste e melancólico!
CPF1964 20/02/2024minha estante
Parabéns pela resenha, Elton.


Elton.Oliveira 20/02/2024minha estante
Vlw Cassius ! ??


CPF1964 20/02/2024minha estante
Fisgou é coisa de pescador...
Cativou soa mais poético.....???


Elton.Oliveira 20/02/2024minha estante
Vc falando agora .... Cativou , palavra forte de "Maquiavel " em sua principal obra , "Pequeno Príncipe" !! ????? ...
Vc me fez lembrar dessa lambança recente !


CPF1964 20/02/2024minha estante
Se eu falasse conquistou você iria lembrar de Bernard Cornwell....???


Elton.Oliveira 20/02/2024minha estante
Eu diria nada ... Ainda não li Bernard Cornwell!! ??


CPF1964 20/02/2024minha estante
Então não sabe o que está perdendo, Elton... Se você curte romances históricos...


CPF1964 20/02/2024minha estante
Ele é o Cara...


Elton.Oliveira 21/02/2024minha estante
Eu ainda não li, mas já notei que é um excelente autor ! Acompanhei a leitura de um amigo e já adicionei Azincourt , espero poder ler esse ano ! Como você é o cara das recomendações, sugeres outro de entrada para Cornwell?! ?


Fabio 21/02/2024minha estante
Mais uma bela resenha, Elton!!!
Parabéns, cara!


Elton.Oliveira 21/02/2024minha estante
Vlw Fábio ! Obrigado!


CPF1964 21/02/2024minha estante
Bernard Cornwell é um problema, Elton. Livros solo são poucos. Muitas séries. 13 livros... 15 livros... 4 livros.. 3 livros... Este que você mencionou é livro "único". Uma boa porta de entrada.


Elton.Oliveira 21/02/2024minha estante
Viche .... Então a sequência será essa mesmo ... Vou ler Azincourt e depois pego uma série de poucos livros ! Esses autores tão de brinks com a gente ! ???


CPF1964 21/02/2024minha estante
Vikings...Guerra Cívil Americana... Período Medieval....Rei Arthur..




Laikui 10/02/2024

Uma leitura que suscita ainda boas discussões na atualidade
"A Trégua" é uma leitura em forma de diário, o que confere uma sensação diferente, embora seja fluida e cativante. Esse livro, que é um dos mais conhecidos da vasta obra de Mario Benedetti, nos conta a história de um homem de meia-idade, contada por ele mesmo, que é viúvo há mais de 20 anos, prestes a se aposentar, e sem muitas alegrias na vida. Em meio a registros reflexivos do seu cotidiano, conhecemos o seu íntimo, desde os seus sentimentos mais recônditos, visões de mundo, seu olhar sobre o espaço urbano de Montevideu e a redescoberta do amor.

A discussão sobre a noção de felicidade no "pôr do sol da vida", digamos - essa história foi escrita em 1960, quando se assumia que os 50 anos significava o último passo até a velhice, onde pretensamente não havia muito mais para descobrir e saborear - é o grande mote do livro. O que pode viver e fazer uma pessoa madura? Ela tem direito a buscar uma vida plena? (entre outras conjecturas nesse terreno).

Contudo, sem intenção de aplicar o presentismo aqui, achei essa leitura um pouco incômoda. O Martin Santomé derrama boas doses de machismo, homofobia e etarismo nessas páginas... acho que essa é uma faceta a ser discutida pelos leitores dos dias de hoje e que talvez não tenha sido levantada no contexto em que a obra foi publicada pela primeira vez.

Ainda assim, é um texto bastante reflexivo e de grande valor literário, que nos põe a pensar a questão da felicidade e o direito à ela em qualquer fase da vida!
Isabela | @readingwithbells 16/02/2024minha estante
O que acontece no final? Li faz um tempo e não lembro :(


Laikui 17/02/2024minha estante
A mulher por quem ele se apaixona morre de forma inesperada.


Laikui 17/02/2024minha estante
E aí ele volta àquela vida vazia e sem graça de antes. Ou seja, a vida havia dado uma trégua para a felicidade, mas durou pouco.




Claudia.M 08/02/2024

Não consegui gostar
Li várias resenhas deste livro que é considerado uma obra prima da literatura latino-americana e sinceramente não consegui me conectar com ele. Talvez seja eu, mas detestei estar com o personagem. Achei suas angústias pequeno burguesas e sua postura misógina e homofóbica cansativa. Perdi meu tempo. Para mim, ele nem merecia essa trégua.
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@raissa.reads 05/02/2024

A história de Martin Santomé ( São thomé - O incrédulo, não acreditava... adorei essa sacada) que está prestes a completar 50 anos. Viúvo e mora com seus 3 filhos, mas não tem uma relação próxima com nenhum deles. A gente vai acompanhando a rotina cinzenta e massante de Martin por sua tão esperada aposentadoria e ao mesmo tempo que ele tá ansioso por esse ócio ele tbm fica preocupado por essa nova vida.
Primeiro acho chato essa rotina massante do trabalho, vamos acompanhando o diário de Martin e o autor quer nos mostrar como a rotina cinza de martin funciona. Com o passar do tempo, vemos uma mudança com a chegada de Laura na história e Martin muda sua perspectiva e começa a refletir sobre o futuro. Um livro calmo e lento que não me chamou muita atenção.

Perfil literário: @raissa.reads
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Monaliza12 27/01/2024

Uma nova perspectiva
Sabe aquela velho clichê de que os livros nos fazem viver novas vidas? Foi exatamente o que ?A Trégua? me trouxe. Foi uma grata surpresa. Já lido e relido, é um dos meus favoritos.

A forma como o Mario Benedetii escreve é certeira, é melancólica, é poética, é tudo de bom, tem tudo pra deixar o leitor imerso na história.

Temos o querido protagonista, Martín Santomé, 50 anos. Este homem (este personagem) se tornou uma grande paixão minha. O livro é em formato de diário e nós acompanhamos profundamente a intimamente a jornada de Martín até a aposentadoria (ou até o ócio, como ele costuma chamar).

No meio desse caminho ele encontra Laura Avellaneda, uma jovem de 24 anos por quem começa a se afeiçoar? e o resto é história, que pra saber o que acontece, você precisa ler.

Mas, para além do romance (que é avassalador e lindo), eu me peguei pensando enquanto lia: ?então é assim que se sente um homem quando vai se aposentar??.

Pois o livro me deu a perspectiva de um homem de 50 anos, que tem 3 filhos, que é viúvo, que é trabalhador, que vai se aposentar e não sabe o que fazer depois, que precisa amar alguém? Eu vivi uma nova vida, e foi intenso!

A primeira vez que li foi por acaso, chegou aqui em casa e eu dei graças a Deus por ter conhecido esse livro.
A segunda vez que li, foi por necessidade, eu tinha passado por uma coisa, e eu queria sentir os efeitos das palavras melancólicas de Martín Santomé no meu coração. Eu precisava novamente entender o que se passava na cabeça de um homem já tão vivido.
Estou aguardando a oportunidade de ler uma terceira vez essa obra incrível do Mario Benedetti?
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