Driely Meira 04/08/2018
Quanto mais o tempo passava e mais eu compreendia a nossa situação, mais preocupado ficava. As coisas estavam ruins por todo lado. – página 69
Tive que deixa-la partir. Ela não vai voltar. A distância é grande demais. A montanha entre nós é de um tipo que não posso escalar. Achei que você devia saber. – página 286
O Dr. Ben Payne sabia que uma tempestade estava vindo, assim como todas as outras pessoas que aguardavam seus voos no aeroporto de Salt Lake City. Todos estavam atrasados, mas havia esperança: eles ainda podiam embarcar e ir para suas casas, onde estariam quentinhos e poderiam descansar. Quando a tempestade faz com que todos os voos sejam cancelados, ele decide fretar um avião particular, onde caberiam ele, o piloto e mais uma pessoa. Imaginando que Ashley, uma jornalista que conhecera no aeroporto, também gostaria de ir o mais cedo possível para casa (estava prestes a se casar!), ele a convida para ir.
A volta para casa torna-se um pesadelo quando o piloto, Grover, tem um ataque cardíaco, e por pouco não consegue pousar o avião em segurança. Ben, Ashley e Tanque, o cachorro do piloto, sobrevivem, mas a queda cobra seu preço; Ben fratura costelas, e Ashley quebra a perna. Isolados a mais de 3000 metros de altitude, presos nas montanhas congeladas e tendo que enfrentar temperaturas muuuuito abaixo de 0°C, o trio luta para encontrar comida, para sobreviver e, mais importante, para encontrar qualquer civilização. Ninguém sabia a rota do avião, ninguém sabia que eles haviam embarcado. Ninguém sabia onde estavam.
E o que mais me impressiona, na verdade, é que nós, dois profissionais de nível superior, provavelmente com uns vinte anos somados de escolaridade universitária e de pós-graduação, em nenhum momento dissemos a vivalma que íamos embarcar. – página 61
Esse é um livro tenso! Por sorte, Ben é cirurgião ortopedista e sabe como cuidar da perna de Ashley e suas próprias costelas, e mais sorte ainda é ele gostar de escalar montanhas e estar um pouco acostumado com altitudes elevadas e neve, de maneira que sua sobrevivência, a de Ashley e do cachorro dependem totalmente dele. A maneira como Ben se esforça para encontrar comida, abrigo, e para puxar Ashley num trenó improvisado, de maneira a encontrar qualquer coisa feita por mãos humanas, é incrível!
A queda do avião foi rápida, mas Ben e Ashley ficaram semanas perdidos nas montanhas, então a história, muitas vezes, nos tira o fôlego. E o mais legal é que, além dos acontecimentos atuais, temos também um pouco sobre como Ben conheceu a esposa, seus momentos juntos e, depois, os conflitos e obstáculos que enfrentarem. Tudo isso através de gravações num gravador que Ben mantem sempre por perto; é a maneira que encontraram de falar um com o outro quando estão separados ou muito longe.
Confesso que o final não me agradou totalmente, mas achei que foi bem escrito e me pegou de surpresa. Aliás, acho que também deve ter pego muita gente!
Na semana seguinte de caminhada, nossa sobrevivência ou nossa morte dependeriam, em grande medida, da direção que tomássemos. Eu também sabia que precisávamos de um golpe de sorte. – página 171
Depois daquela montanha é um livro incrível, muito bem escrito e com descrições e informações que provam que Charles Martin realmente sabe do que está falando! Além de nos mostrar as dificuldades enfrentadas pelos personagens – que tenho certeza de que eu não conseguiria enfrentar -, também nos mostra a maneira como se tornam amigos, companheiros e, bem, talvez algo mais. Afinal, várias semanas juntos num lugar onde se é praticamente impossível viver cobra seu preço.
site: http://shakedepalavras.blogspot.com.br