Silvia França 13/06/2024
Livro que foi se tornando mais interessante conforme avançava, mas também mais enjoativo. É "legal", mas não sei se gosteeeei... apesar de tenso, leitura fácil e rápida, não me foi muito envolvente.
Tem umas pontas sem muita conclusão.
(já tinha começado outras 2x)
-- Spoilers de todo tipo --
Uma loucura como tudo escalona com esses jantares. Talvez até megalomaníaco demais com os grandes matadouros, corrupção, caça, expansão para outras regiões (...) - ''vou tentar te chocar o quanto eu consegui''
(mas eu sei que isso é mais próximo da realidade do q pensamos)
- Crítica ao consumo de carne animal. Estamos tão acostumados a carne, que raramente paramos pra refletir sobre como essa indústria funciona. Por que a forma que as pessoas são tratadas no matadouro choca tanto?
- Toca em questões de racismo, corrupção.
- O texto um tanto gordofóbico incomoda. Praticamente só existe a palavra gordo para se referir ao personagem Leitão.
Tá, ele é gordo, entendemos, e o que mais? Não fica chamando Hugo de musculoso chato ou Miguel de nerd, por exemplo. Além de associar a condição apenas a passividade do personagem e comilança.
E outros coadjuvantes que aparecem também apresentados como acima do peso, sem isso ter relevância ao entendimento do texto.
* já esperava que tal personagem morreria e seria um motivador pra mudanças no rumo da história.
* apelão a história da mãe de tal outro personagem já ter feito carne humana.
* Um dia antes da conclusão da leitura, li a frase ''Leitão merece tudo de ruim''
pensei automaticamente 'Leitão é Vladimir!'. Faz sentido quando paramos pra pensar que ele é quem inventa o primeiro jantar, ele ''encontra'' os convidados e começou a confusão com a dívida.
Mas ainda, talvez eu preferia q todo mundo só tivesse fodid* no final mesmo.
- As minhas caretas durante a leitura vieram durante o último jantar kkkkk (nojeira). Mas também me diverti, com uma leve sensação de justiça que eu vinha esperando há tempo.
* agora meu cérebro automaticamente completa qualquer nome de carne que vejo com "de Gaivota". socorro
** Eu sempre pensei que o livro fosse - e talvez esperasse por isso - algo mais horror e 'animalesco' na comilança (não tanta pompa e uma indústria derivada do canibalismo - não que não seja grotesco dessa forma também)
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Esse tipo de história sempre me volta a questão de quanto buscamos por choque e sofrimento na ficção. A ética na estilização da violência usada como entretenimento e prazer.