Ana 29/03/2021O que mais impressiona nos livros da Svetlana Aleksiévitch é que os acontecimentos não são análises políticas e generalizações, mas histórias de pessoas e aquilo que elas viveram, com suas perspectivas e experiências únicas.
Em “O fim do homem soviético” conhecemos dezenas de histórias de pessoas que passaram pelas mais diferentes situações durante o período da URSS. De apoiadores a críticos, presos políticos e ex-militares. Todos os personagens que tiveram alguma experiência positiva ou negativa em algum dos países que formavam o bloco estão representados no livro.
Durante a narrativa vamos passando pelos diferentes momentos do período, de sua formação até as consequências de sua dissolução. Da noite para o dia a sociedade era outra, as prioridades mudaram e, principalmente, a forma de se relacionar com o outro também não era mais a mesma.
As pessoas nascidas dentro de uma ideologia foram jogadas em uma outra diametralmente oposta sem qualquer preparo ou adaptação. Aquilo que ontem valia muito, hoje não serve para nada. O que antes era certo, agora é errado.
A forma única com com Svetlana conta a história emociona, em diversos momentos nos faz pensar os nossos valores atuais e traz uma nova interpretação para os fatos históricos, menos objetivos, eles ganham nomes e lembranças.
Sou fã da autora por diversos motivos, mas nesse livro específico a humanização dos acontecimentos ganhou destaque. Esse é um daqueles livros que nunca termina, mas é constantemente revisitado e referenciado.
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