bobbie 15/11/2019
Eu me rendo
Certo: levou três livros para que eu me rendesse à trilogia A Passagem, que considero um resgate da história/do mito dos vampiros à seriedade, desde Crepúsculo. Trama muito bem escrita, não tão magistralmente conduzida - a meu ver - e a razão para eu ter minhas ressalvas quanto às avaliações. O que me incomodou foi as constantes idas e vindas no tempo e a grupos de personagens distintos, por vezes dificultando a empatia e a identificação com alguns deles. Não posso perdoar o autor por, no segundo livro, ter apenas pincelado a vida de alguns personagens - extremamente carismáticos, por sinal, e que davam a entender que teriam papel importante no futuro - apenas para abandoná-los subitamente mais à frente. Refiro-me a um grupo de fugitivos logo no início da epidemia viral, introduzido no começo de Os Doze. Senti muita falta de ver a continuidade da história desses personagens e, talvez, entender que papel importante teriam no futuro. Não houve tal coisa. Se houve, pelo menos para mim, isso se perder na imensa trama subsequente. De resto, a história se encerra de modo bem amarrado e emocionante, além de nossas maiores expectativas. Cronin conseguiu construir uma mitologia sólida, que perpassa a ganância e petulância humana tomada pela inconsequência, e nos brindar com mais de mil anos de narrativa. Um feito, creio eu, inédito, e extremamente cativante. Por vezes cansativo, mas ainda assim vale o esforço.