Resenhas - Ostra feliz não faz pérola

Mimi 20/12/2011

Rubem Alves conta de forma simples, porém bem elaborada sobre várias formas de ver a vida. Passa de contos reflexivo, como se fossem retalhos, tecendo comentários sobre religião, política, amor, morte, velhice...

Léia Viana 30/01/2011

Um fluir de ideias e de provocações das coisas mais simples da vida
Eu sou apaixonada por crônicas, principalmente quando o autor se coloca nela, e, é assim que Rubem Alves apresenta esta obra, tão única e tão adversa ao mesmo tempo. É possível encontrar o seu cotidiano, seus gostos, e porque não frisar também os seus desgostos.

As crônicas vão além de uma simples construção de opiniões, é um atentado as nossas convicções. Em várias passagens pelo livro, peguei-me a discutir com o autor como se ele estivesse ali, pronto para rebater tudo que eu pensava.

A divisão do livro é feita por temas, como: amor; beleza; educação; política; religião; velhice, entre outros. Com muita citação de diversos autores, músicos/músicas, poetas e filósofos, para enriquecer seus pensamentos, melhor, como coadjuvantes deste livro, que, nos faz ver que Rubem Alves é um sujeito que não se deixa abater, não sossega com a passagem dos anos.

É um contestador nato!

Foi o primeiro livro que eu li dele e fiquei apaixonada por seu raciocínio, pela lógica das coisas simples de nosso cotidiano, por seus desabafos, que por muitas vezes foram os meus também.

O bacana deste livro é que, você pode selecionar um assunto, abri-lo, e lê-lo, sem necessariamente ter que ir pro comecinho, o que facilita a sua releitura.

O grande proveito, que se pode tirar desta obra, é se deixar envolver e aceitar as provocações contidas nela, para assim aumentar o seu poder de argumentação e de raciocínio.

Por isso é que eu aconselho e muito a sua leitura.

Evy 20/01/2011

Eu costumo brincar que este é o "Livro do Desassossego" de Rubem Alves. Clarice Lispector também tem um, que é "A Descoberta do Mundo". Assim como o Livro do Desassossego, este de Rubem Alves traz diversos trechos lindamente escritos que segundo o autor "nunca iriam se transformar em literatura". Para que não fossem condenados ao esquecimento, ele resolveu publicá-los neste livro.

Que bom para nós que podemos ter a oportunidade de ler essas belíssimas palavras que nos despertam sentimentos tão bons.

Quanto ao título do livro, ele explica:

"A ostra, para fazer uma pérola, precisa ter dentro de si um grão de areia que a faça sofrer. Sofrendo, a ostra diz para se mesma: preciso envolver essa areia pontuada que me machuca com uma esfera lisa que lhe tire pontas outras felizes não fazem pérolas Pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. O ato criador seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor. Não é preciso que seja uma dor doída Por vezes a dor aparece como aquela coisa que tem o nome de curiosidade. Este livro está cheio de areias pontudas que me machucaram. Para me livrar da dor, escrevi".

Leitura super recomendada!

SARITA 05/05/2010

Fragmentos e recortes vividos por Rubem Alves para atestar a tese de que "Ostra feliz não faz pérola". O título é muito bonito, muito mesmo. E inspirador, muito. Porém esperei muito mais. Acho que devotei toda a beleza ao título, foi isso!