Jon O'Brien 04/06/2020
Provavelmente o suspense mais genial que já li
Ninfeias Negras é um livro que li já há algum tempo, cuja resenha só foi sair agora porque eu não tinha palavras para descrever a genialidade do autor, Michel Bussi, ao escrever essa trama diferentona que está presente neste universo. Curioso? Venha ler uma resenha bacana de um livro mais bacana ainda!
O universo de Ninfeias Negras é situado em Giverny, uma cidadezinha da França que todos os anos recebe visitantes de todo o mundo por conta da história artística que foi fecundada ali. Foi em Giverny que Monet morou e, depois de conseguir o seu laguinho, pintou suas ninfeias.
Nesse cenário, um renomado oftalmologista é encontrado morto, e então uma investigação é iniciada para que seja descoberto quem foi o assassino. Tirando o lugar exótico para uma ambientação de livro de suspense, a trama parece absurdamente simples, mas garanto que não é.
O livro é narrado por três perspectivas diferentes: a de uma criança, que sonha em ser uma grande pintora; a de uma professora muito interessada em arte; e uma velha ranzinza que, para mim, foi a melhor personagem do livro.
As narrações se dividem entre primeira e terceira pessoa, e, apesar de em vários momentos algumas não parecerem interessantes, no final elas se juntam, formando uma espécie de quadro difícil mesmo de acreditar mas, ao mesmo tempo, muito engenhoso. Trata-se de uma reviravolta suportava pela perspicácia do autor em quebrar regras de construção de um suspense de uma forma que terminei o livro pensando: meu pai, quero escrever como esse cara!
Outro baita ponto positivo para Ninfeias Negras é o modo como o autor usa e abusa de descrições reais. Não só as descrições parecem reais; elas o são, desde a constituição física da Giverny até fatos que ocorreram com pessoas que, na história, não são meras personagens. Além disso, há um aprofundamento da figura de Monet que achei bacana conhecer.
Apesar dessas questões, a história tem alguns contras que, embora não tenham-me feito deixar de dar a nota máxima ou favoritar, foram incômodos durante o início e mesmo o meio do romance. O livro é rápido, mas não desperta interesse de imediato; eu fiquei penando por várias páginas até a história me fisgar de verdade.
Outra coisa que poderia ser chamada de defeito é a construção dos personagens. Eles são simples, com motivações que não são fora do comum. Portanto, foi difícil me apegar a eles. A razão de a senhora ser minha favorita é a sua maldade; sua personalidade fria e raivosa compensou a construção parca dos demais.
Termino esta resenha, que mal sei se está boa, com dois comentários que fiz no Skoob ao longo da leitura:
“Mano, o que foi isso? Minha cabeça tá doendo até agora. Foram as maiores reviravoltas que vi na vida inteira. Só espero que faça sentido, porque pelo que me parece é algo impossível.” (ao chegar à página 316)
“Não pude ler mais. Se eu ler mais desse livro hoje, eu morro. Minha cabeça deu um nó ainda mais apertado. Como pode? Não faz sentido! E não é nada do que você está pensando. É algo que não tem cabimento, não pode ter explicação possível. Puta que pariu, não vou dormir hoje.” (ao chegar à página 330)
E fez sentido, sim. Só leia e, por fim, sinta vontade de reler o livro para entender direito.
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