Feliz451 26/03/2024
O Fim Do Mundo Começou Quando Um Pégaso Pousou No Capô Do Meu Carro...
Essa aqui foi uma resenha que custou e muito para sair, mas finalmente vou terminar meu ciclo da saga Percy Jackson aqui no Skoob! (Mais ou menos na verdade, já que ainda vai ficar faltando um pequeno detalhe). "O Último Olimpiano" tá bem longe de ser um livro perfeito, e até e questiono as vezes se ele merece ter 5 estrelas, mas o jeito que ele fecha essa primeira parte da história de forma magistral, explorando vários elementos diferentes e não deixando nada a desejar, na maior parte do tempo, é simplesmente incrível e não consigo pensar num final melhor para a história do Percy até aqui.
Nesse livro, o Rick já deixa claro desde o início que os riscos estão maiores do que nunca, já que antes quando eventualmente um personagem perdia a vida isso acontecia mais para o clímax da narrativa, mas aqui o capítulo de abertura já dá um soco no estomago não só do protagonista, mas também do leitor com a morte de um dos personagens secundários do Acampamento. Ainda acho que, sim, ele poderia ter sido melhor explorado quando estava vivo e que sem "Os Arquivos do Semideus" eu não teria sentido tanto assim essa perda, mas a cena toda é descrita com um senso de urgência e de derrota tão grande que fica muito difícil você não ficar vidrado com essa história desde a primeira página. O livro começa forte, e nem em seus momentos mais calmos antes de voltarmos para a agonia da batalha ele deixa a peteca cair.
A história tem um ritmo bem acelerado, e isso não é um defeito, mesmo tendo uma estrutura um pouco embolada as vezes, com flashbacks e sonhos sendo intercalados com os capítulos de batalha para não só explicar mais sobre os plots secundários desse livro, como para também responder algumas perguntas da saga como um todo que ainda estavam em aberto, essas envolvendo Luke, Nico, a grande profecia e até mesmo o Oráculo do Acampamento. Na maior parte do tempo, depois de uma reintrodução necessária aos elementos dos livros anteriores e de uma preparação para o confronto final, no iremos acompanhar os Semideuses lutando um cerco em Manhattan contra Cronos e o exército de monstros e Titãs. A justificativa para o cerco e o motivo de os deuses (em sua maioria) não participarem da batalha, já que, né, se eles participassem não teria tanta tensão assim. E aqui nesse livro é onde a fórmula do autor de dar um prazo que gera tensão no leitor mais funciona e mais consegue ficar disfarçado dentro da estrutura narrativa.
Como sempre dei bastante foco no romance nas minhas resenhas anteriores da saga, também vou dar aqui para manter a coerência. O triângulo amoroso Percy/Rachel/Annabeth é bem cansado para mim (como qualquer outro triângulo amoroso existente), e sendo sincero, não vi isso muito como um triângulo, já que até o beijo entre Percy e Rachel parte completamente dela e ele foi pego tão de surpresa que nem reação consegiu ter direito. Para mim ele passar tanto tempo assim com ela entre um livro e outro é bem justificado com ele só querendo fugir da parte "divina" da vida dele e espairecer um pouco, mas não senti em momento algum que ele ficou em dúvida entre ela e a Annabeth. Tirando a Calipso no livro anterior, não teve um único momento desses livros em que a Annabeth fosse a única opção que existe na vida amorosa do Percy, e o fim desse livro meio que fortalece esse ponto que eu tenho. O relacionamento deles foi sendo desenvolvido com calma e delicadeza ao longo da saga e aqui finalmente desabrocha por completo, sendo simplesmente impossível não sorrir para as páginas quando os dois finalmente se entendem de vez. Acredito que tenha sido um dos primeiros casais fictícios por quem torci na infância e continua até hoje sendo um dos meus absolutos favoritos. Aproveitando a deixa, tem UMA cena em específico que a Annabeth me irritou com um crise de ciúmes fora de hora, já que tinha coisas bem mais importantes para lidar naquele momento, mas ela é uma adolescente de 16 anos em uma situação extremamente estressante, então é compreensível ela surtar quando a garota com quem o crush dela passou muito tempo no último verão aparecer do nada no campo de batalha.
Esse livro retrata todos os Olimpianos de forma magistral, e mostra que nenhum deles deve ser subestimado, nos lembrando através de Poseidon, Hermes e Hades em algumas cenas o quão poderosos, antigos e difíceis de se entender são esses seres, e o quanto é perigoso os irritar. Falando em Olimpianos, aquela que dá nome ao livro não poderia ficar de fora da resenha. A participação de Héstia não é das maiores, mas ela é essencial para a trama do livro, e tenho certeza que o desfecho do livro e por consequência, da grande profecia que pairou sobre toda a saga seria diferente. Não quero falar demais, mas vocês vão entender quando lerem.
São tantos momentos épicos acontecendo dentro da Batalha de Manhattan que fica até difícil não falar de todos eles, mas essa resenha já tá grande o suficiente então vou me segurar. Mas, o modo como essas batalhas ocorrem, as estratégias por trás delas e principalmente os momentos de brilho de cada personagem são excelentes, já que, por mais que alguns como Grover e principalmente Thalia (e as Caçadoras como um todo) fiquem meio jogados para escanteio, diversos outros tem seus momentos de brilho além do Percy. A cena que a Clarisse ganha a benção de Ares e toca o terror no exército de titãs sozinha é uma das melhores de toda a saga, sou suspeito para falar já que ela é uma das minhas favoritas, mas é raro você encontrar alguém que discorde disso. Percy, Selena, Annabeth, Nico, Michael e até os irmãos Stoll também tem destaque, mas não irei me demorar falando de cada um individualmente. O "Tio Rick" além disso dá uma justificativa bem inteligente para essa batalha toda acontecer numa das maiores cidades do mundo e mesmo assim os deuses permanecerem escondidos da maior parte das pessoas, já que a luta dos olimpianos é vista como uma grande tempestade pelos olhos mortais, e todo aquele que não é um deus ou semideus e está em Manhattan é posto para dormir pela influência de Morfeu.
O clímax é satisfatório, apesar de poucos personagens ativamente participarem dele e o modo como a profecia se cumpre? Uma sacada muito boa! O livro consegue fechar perfeitamente tudo aquilo apresentado anteriormente e deixar espaço aberto do que ainda estar por vir, com as mudanças que o Percy causou para o acampamento, com um novo oráculo e uma nova grande profecia que nos deixa encucado com o que está por vir. O final em si é de certa forma aberto, mas tudo o que precisava ser fechado é. O autor termina a história deixando um gostinho de "quero mais" na sua boca, ansiando por mais aventuras nesse mundo e com esses personagens. E para o bem ou para o mal, realmente tivemos muitas outras depois do fechamento desse primeiro círculo. Mas isso, é assunto para outro dia!
Em conclusão, se você gostou da série até aqui, é simplesmente impossível não amar esse fim e tudo o que ele trás. Mas ei, não é um adeus! É só um até logo, antes que as próximas missões apareçam e nossos queridos personagens entrem em perigo mortal outra vez e mais cedo ou mais tarde, iremos nos encontrar com todos eles de novo...Muito obrigado se você leu até aqui e/ou acompanhou minha jornada escrevendo sobre esses livros que foram tão importantes para mim e para mais uma legião de outros semideuses! Até logo!