Michele 27/02/2020Sage SelvagemTrazendo uma promessa de um blend de espionagem e Jane Austen, O Beijo Traiçoeiro é o primeiro livro da trilogia da autora Erin Beaty. Mas como nunca li Jane Austen - WHAT? Pois é, chama-se preguiça, mas juro que está em algum lugar na minha lista de prioridades - achei que ficaria de boas.
Foi um livro que dividiu opiniões - sim, eu converso comigo mesma. Vamos lá.
Aqui temos Sage Fowler. A premissa dessa personagem seria de uma menina com um temperamento forte, destemida e selvagem. Desde muito nova, Sage foi criada pelo seu pai, um passarinheiro que ensinou a menina a viver ao ar livre e a amar os livros. Depois de um acidente que levou o seu pai à morte, Sage é levada para ser criada com os seus tios.
Agora, Sage tem 16 anos e é tutora de seus primos e faz isso com muito carinho, apesar de não ver a hora de sair daquela casa, assim como o seu tio. Numa dessas oportunidades, seu adorável tio paga uma boa quantia para a casamenteira da região conseguir um marido para ela. Mas nem tudo dá certo - ou errado. Sage acaba sendo contratada pela casamenteira.
Estamos na época do Concordium e esta será o seu primeiro trabalho como auxiliar de Darnessa Rodelle, a casamenteira. Para isso, elas terão que atravessar o país e levar as candidatas para o evento. Só que, para tal, haverá uma escolta liderada por ninguém mais ninguém menos que Capitão Quinn e seus subordinados - sério, eles valem a pena.
Depois de atravessar uma trama arrastada e demorada, onde praticamente nada acontece nas primeiras 200 páginas, o livro engata. A graça fica por conta dos garotos - Charlie, eu te amo - e parte estratégica. O romance é fofo demais, mas não conta muito isso, porque acho que não era a intenção da autora colocar isso em primeiro plano.
Mas o que me incomodou mesmo foi a postura da autora perante a construção das personagens femininas - COMO ASSIM, MIGA? E claro, há tantas outras possibilidades de núcleos não exploradas. Pareceu apenas um bando de nomes só para me confundir com excesso de informação.
Bom, foi uma leitura gostosinha, mas fugiu completamente da promessa. E olha que nunca li Jane Austen, hein!