Uma confissão

Uma confissão Leon Tolstói




Resenhas - Uma confissão


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Lhyz 27/05/2023

"Enquanto não sei a finalidade, nada posso fazer."
A parte final tem um teor muito religioso para mim, porém o livro em si traz muitos questionamentos válidos que bateu exatamente com o que eu estava pensando nos últimos tempos, como - por exemplo - o conceito de torpor moral.

Citações favoritas:
"Eu mesmo não sabia o que queria: tinha medo da vida, desejava me livrar dela e, no entanto, ainda esperava dela alguma coisa."

"Viva descobrindo Deus e, então, não haverá vida sem Deus.”

"Pois quem quer que faça coisas ruins detesta a luz e não marcha na direção da luz, para que suas ações não sejam denunciadas."
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Letícia 09/05/2023

A crise do desamparo humano.
Eu nunca me canso de dizer o quanto Liev Tolstói consegue ser um dos escritores de maior genialidade do mundo. Eu sou suspeita pra falar dele, mas essa obra atingiu outro patamar. Creio que se tornou a minha favorita dele.

Já conhecia a história do Liev com a sua fé e sua religião, mas a Confissão presente nesse livro é a forma mais humana de se retratar o desamparo humano nas nossas vidas. O livro é angustiante, trágico e extremamente sentimental. A forma como ele trata com naturalidade a depressão, a crise existencial e o suicídio foi de outro mundo. Penso o tanto que essa obra não deve ter causado uma confusão na época, até nos dias de hoje, não se fala sobre o suicídio de forma clara, e muito menos sobre o poder ou não de Deus.

Creio que pessoas que não possuem muita fé em Deus, irão estranhar esse livro e vão considerar algo religioso. Mas não, passou longe de ser puramente religioso, esse livro retrata a decadência do homem. A forma como nós nos inserimos em ciclos sociais que nos levam a decadência, Liev fala sobre a época que viveu com pessoas que bebiam, luxavam, riam dos outros e menosprezavam qualquer coisa que não fosse considerada "verdade" para eles. Além disso, ele também se recordou da época de guerra, época que matou e era elogiado por isso. Os vícios e a glorificação de caminhos destrutivos.

Vejo muito dessa obra nos dias atuais, seguimos caminhos pré-ordenados por outras pessoas, e quando crescemos e nos informamos sobre o mundo ao redor, batemos de cara com essa crise existencial que o Liev retrata nesse livro. Eu fui batizada com 4 anos de idade e permaneci na igreja até os meus 14 anos de forma involuntária, obrigada e sem sentir apreço algum por aquele lugar, religião e pessoas. Passei por fases horríveis, e me considerei ateia. Hoje, aos 25 anos, percebo que nada do que fui me cabe mais.

Eu e Tolstói compartilhamos muito das mesmas opiniões, percebi que o meu maior repúdio daquele lugar, era justamente pelo fato de eu me prender ao que aquelas pessoas faziam dentro ou fora da igreja, pessoas invejosas, maldosas. E como uma criança e adolescente, não sabia separar uma coisa da outra. Não vou entrar no mérito da religião porque isso cabe a cada um.

Mas posso dizer sobre o fim dessa obra, que nos deixou bem claro que podemos não ter a resposta de tudo, e nem sabermos se temos ou não sentido nas nossas vidas, mas que a coisa mais corajosa que podemos fazer, é continuarmos vivos mesmo quando queremos morrer. Pois se o homem vive, é porque ele acredita em alguma coisa. E essa alguma coisa, deve bastar pra nossa vida.

Já dito por Liev: Na doutrina existe verdade, disso não tenhamos dúvida, mas também não há dúvida de que nela existe mentira, e nós temos de encontrar a verdade e a mentira, para então separar uma da outra. Não podemos chamar esse sentimento de outro modo, senão de busca de Deus.
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Lucas 05/10/2020

Questionamentos universais + mente brilhante e perturbada: Receita para um livro sensível e impactante
Qual o sentido da vida? O que nos aguarda quando ela se encerrar? O que é a vida? O que é viver? Por quanto tempo nossa vida seguirá repercutindo nas gerações futuras? Poucos dogmas são tão batidos e misteriosos do que estes, e Uma Confissão (1879), obra de caráter não-ficcional do russo Liev Tolstói (1828-1910), não os soluciona de forma decisiva: pelo contrário, expande a aprofunda estes questionamentos que acompanham e acompanharão a humanidade para sempre.

Uma Confissão é, antes de um livro filosófico, um longo "grito" oriundo de um peito esgotado, que se encontra numa atmosfera sem perspectiva. Não que Tolstói tenha passado necessidades financeiras; dos grandes escritores russos da sua geração, ele era possivelmente o único com boas condições financeiras, ou pelo menos um dos únicos capaz de sobreviver com seus escritos. Sempre foi muito reverenciado, especialmente pelas suas obras-primas (o indescritível e monumental Guerra Paz, lançado de forma integral em 1869 e o profundo Anna Kariênina, de 1877) e tinha uma esposa dedicada e uma vida confortável quando ele escreve Uma Confissão em 1879 (que num primeiro momento não chegou a ser efetivamente publicado, apenas seus manuscritos eram copiados e compartilhados. A publicação formal veio apenas em 1905).

A obra não é uma das mais importantes da carreira de Tolstói, mas ela marca uma mudança brusca de perspectiva, que se reflete em grandes livros que o autor lança na parte final da sua vida, como A Morte de Ivan Ilitch (1886) e Ressureição (1899). Uma Confissão, sinteticamente, narra por meio de 16 capítulos curtos e menos de 130 páginas na boa edição da editora Mundo Cristão (traduzida por Rubens Figueiredo) uma intensa crise depressiva de seu narrador e uma posterior "conversão" a um ideal próprio de entendimento da vida. Aliás, estas duas vertentes narrativas são simetricamente nítidas: enquanto praticamente toda a primeira metade da obra discorre sob um tom sombrio, de desesperança, ideias suicidas e uma filosofia negativa que por vezes irrita o leitor, a segunda metade de Uma Confissão é edificante.

Liev Tolstói, dada a sua condição, era um intelectual, um sábio, e, por isso mesmo, um cético incorrigível. Seu ceticismo exacerbado o leva a uma condição doentia, onde ele passa a viver em torno das questões fundamentais que buscam o sentido da vida. E em meio a muitas andanças, literais e literárias, ele conclui que viver é inútil. Esta conclusão é simbolizada por uma parábola muito ilustrativa, que não será revelada aqui para que não seja comprometido o espanto que causa. Desolado, o desespero de Tolstói é pintado em cores vivas e opressivas. Por mais que suas descrenças e lamúrias irritem o leitor, elas são frutos de uma mente doente: seu ceticismo e posterior pessimismo muito tem relação com talvez o maior mal do século XXI: a depressão, que é um mal por si só e conduz a tantos outros males mais "palpáveis" aos olhos externos.

O tom depressivo, contudo, cede passagem a uma abordagem mais construtiva na segunda metade de Uma Confissão. Tolstói não oferece respostas efetivas ao dilema do sentido da vida, lógico, mas sua teoria central, que também não será aqui revelada, é válida sob o ponto de vista histórico e humano, simbolizada por outra parábola que, diferente da que serve como símbolo da inutilidade da vida, alegoriza a busca pelo sentido da nossa existência por aqui de uma forma mais encorajadora.

Na mistura dessas duas vertentes, Tolstói oferece um texto que contribui de forma relevante ao papel da fé universal na humanidade. A Igreja Ortodoxa Russa, que acabou excomungando-o em 1899 é o alvo principal das críticas do escritor ao que as igrejas de uma forma geral entendem como fé. O apego aos chamados ícones (imagens), a influência de instituições externas à Igreja (como a política, ou no caso da época, os czares russos, por exemplo) e que possuem ideais conflitantes com o que a Igreja deve (ria) ensinar, entre outros aspectos, associados a um distanciamento da Bíblia e dos seus ensinamentos são questões debatidas por Tolstói e de validade eterna: são nuances que ainda hoje permanecem na Igreja de uma forma universal, independente de religião ou credo (muitas destas nuances foram expandidas, inclusive, a questões de fidelidade comercial e por aí vai). Há um desvirtuamento da fé que, se Tolstói condenou asperamente na época, não se pode imaginar o que faria diante do quadro atual.

Não é apenas a Igreja Ortodoxa de seu país, todavia, que recebe um julgamento duro e justo de sua parte. De forma sutil, Tolstói acaba criticando toda a sua classe contemporânea de escritores (e olha que ele estava falando daquilo que se convencionou a chamar "Era de Ouro" da literatura russa...), preocupados, como ele mesmo, com o reconhecimento e o status social que um grande escritor acabava adquirindo na alta sociedade. De forma direta, o raciocínio de Tolstói era simples: de nada adianta obras monumentais, de grande riqueza literária se elas são (como eram) inúteis na busca pelo sentido da vida, se são incapazes de responder a estas perguntas que deveriam ser a razão de existir desses ditos pensadores e mentes superiores que eram os escritores de uma forma geral. Prova disso é a renegação e até arrependimento com que ele chegou a tratar nesta época Guerra e Paz e Anna Kariêninia, como a trajetória de sua vida dá a entender. Talvez por isso mesmo seu olhar questionador acabou direcionando-se à outra face desse espectro social, a classe mais humilde, como os mujiques. E este novo enfoque foi o ponto de partida para as conclusões relatadas na obra e que possuem um sentido considerável, apesar das limitações que trazem consigo.

Uma Confissão é o que seu título diz: o relato de uma das grandes personalidades literárias do século XIX e a sua percepção de sentido da vida. Mesmo que Tolstói não responda a questões centrais derivadas deste seu entendimento ou que não traga nada de inovador para um leitor mais filosófico, sua leitura é válida por trazer uma infinidade de questionamentos místicos que ainda hoje são válidos e por oferecer uma perspectiva própria sobre estas dúvidas tão fundamentais e universais.
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Thais 25/01/2022

Período de dúvidas e depressão
Um livro curto, escrito logo após os seus grandes sucessos: Guerra e Paz e Anna Karienina.

Nestas páginas ele narra o período de crise que viveu, suas dúvidas a respeito do sentido da vida.
Em paralelo eu estava lendo Anna Karienina e observei que as mesmas questões vividas por Lievin, são apresentadas em Uma confissão.
O desejo de suicidio, as dúvidas em relação a fé - em paralelo a esses relatos tbm me recordei de A morte de Ivan Ilitch - tudo esta relacionado com a sua vida e as suas obras. Percebi que ele sempre deixa pistas, ansiosa pra ler sua bio futuramente.

Os trechos são emocionantes e no meu caso, admiro ainda mais esse velhinho pela sua humildade
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nana. 19/10/2023

Amargo...
Por mais que o livro seja bem antigo, a visão do Tolstói sobre algumas pessoas/mundo é muito horrível, ele estaria na lista de pessoas que eu detesto caso tivesse nascido atualmente; enfim, mesmo ele sendo bem educado, rico e com estudos, isso não evitou que a questão do por quê estamos aqui, nesse momento, agora pairar, sobre ele... é um livro dificil de ler, pesado, muitas vezes quis desistir mas eu sabia que no final, ia ficar tudo bem... mas é totalmente indigesto. não recomendo a leitura apesar de ter gostado.
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Thayane Oliveira 08/04/2024

Uma bela reflexão
O livro é bem intenso, apesar de curto. Mostra toda a trajetória do Tolstoi, de incrédulo a crédulo. Ele narra de forma sublime a Busca pelo sentido da vida, o que permite que suportarmos os sofrimentos cotidiano, qual é a certeza que nós mantém enquanto seres pensantes. Também narra como depois de sua conversão ainda teve de enfrentar a intolerância religiosa e o desengano de perceber que os seus irmãos cristão estavam presos no ódio de tudo o que era diferente do que cada um professava. Particularmente vale a leitura, o começo foi um pouco chato e bem enfadonho, ousaria até dizer deprimente. Porque ele gasta um tempo considerável explicando como o suicídio parecia-lhe uma possibilidade aceitável, uma vez que nada fazia sentido na sua existência. De qualquer forma, o livro é muito bom.
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Sabrina758 30/07/2022

Incrível!
O que dizer de Tolstói? Simplesmente incrível como ele consegue descrever o que sente tão bem. E que relato íntimo? me despertou muitas reflexões sobre a vida.
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Grace @arteaoseuredor 25/07/2021

?Uma Confissão, Tolstói
.
?Falar sobre Tolstói é sempre difícil, pois sempre me apaixono por seus livros. Esse é bem pessoal, escrito em 1879, e publicado em 1882. Tolstói se questiona sobre a vida, fé e religião. Qual o sentido da vida? Deus existe? Algumas vezes, atrás dessas respostas, ele pensa em suicídio. O livro acaba sendo de descobertas dele mesmo, eu gostei muito, ele escreve de um jeito viciante, acabou o livro e eu queria continuar lendo, que não acabasse. Você pode ou não concordar com as opiniões de Tolstói, mesmo assim vale a pena lê-lo!
Outro livro pessoal dele que li chama-se ?Os Últimos dias?, com textos escritos depois de 1882, é outra obra maravilhosa para conhecê-lo.
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??A fim de entender o que ele e?, o homem precisa, antes, entender o que e? toda essa misteriosa humanidade, formada por pessoas iguais a ele e que, tambe?m como ele, na?o entendem a si mesmas.?
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??O fato de termos tanto pavor do nada ou, o que e? o mesmo, de desejarmos tanto viver, significa apenas que no?s mesmos na?o somos outra coisa que na?o essa vontade de vida, e que na?o conhecemos nada sena?o isso.?
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Caesar 14/08/2021

Profundo e sensível. Tolstoi relata seu sofrimento interno sobre o sentido de estar e se sentir vivo em uma determinada fase de sua vida e como sua relação com Deus e com as religiões foi sendo construída e desconstruída.
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-molly 16/08/2023

Uma confissão
Ah eu gostei bastante, é mt interessante como eu me identifico com muitas coisas q o tolstoi descreve. e eu achei isso mt louco pq esse livro é super antigo e é russo ne, uma realidade completamente diferente e mesmo assim descreve a realidade da maioria dos seres humanos sobre a questão espiritual e etc

apesar disso achei ele mt arrastado e dificinho de ler um pouco. mas tirando isso é mt interessante
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Julia.Menezes 22/06/2023

Meu primeiro contato com o autor, gostei bastante, agora pretendo seguir lendo cada vez mais esse tipo de livro
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victorialane 12/12/2022

Salvou a minha vida
Essa obra é muito delicada ainda mais quando você tem certos transtornos mentais como a depressão, que é o meu caso. Esse livro Tolstoi fala abertamente sobre quando ele pensou sobre isso e tudo que formulou sobre e até os momentos finais do assunto. Apenas leia se você precisa de força!
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LuaTeresa 21/04/2023

Livro contém gatilhos. É forte a história de vida dele. Pretendo ler as obras do autor no futuro. Está na minha meta literária.
Escutei o audibook pela Storytel.
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Derek1 07/11/2022

Tolstói faz uma forte reflexão sobre os seres humanos e seu comportamento hipócrita de "crucificar" pessoas pelas coisas que eles mesmos fazem em outros contextos. Em dado momento cita suas próprias atitudes hipócritas (e a partir disso gera uma reflexão no leitor) onde passamos a nos ver mais próximos de outros seres humanos que julgamos falhos.

Particularmente, esse livro me fez crescer por me mostrar em vários momentos que assim como os outros ( e Tolstói) EU TAMBÉM SOU UM HUMANO BEM FALHO! ?
Gina 08/11/2022minha estante
Muito culto esse menino ??


Derek1 08/11/2022minha estante
Eu tentooo




BJekyll0 04/12/2022

0=0
Não pretendo chover no molhado e ficar reiterando as resenhas que já foram feitas a respeito desta obra.
Diferente do que se vê em Tolstoy, aqui nessa confissão que tomo como um breviário de desespero "Qual o sentido da vida? Da minha vida? Por que não me matar?". Encontrei um certo acalanto, quando se vive uma doença traumática você começa a ponderar o propósito de tudo. A razão, como afirma Tolstoy é que não há propósito, em contrapartida, ele vai para o outro extremo e encontra na simplicidade da fé das pessoas menos abastadas a resposta para a existência.
Não pretendo me prolongar no discurso deísta mas deixo aqui uma indicação para quem está com o coração pesado e apesar do ateísmo, é uma obra que me acolheu.
"A própria doutrina destrói aquilo que ela deveria promover." Além de toda a nova perspectiva irracional que leva o autor à fé, ele critica as instituições religiosas. É um ótimo livro. Não é o Tolstoy que encontramos nas grandes obras da literatura clássica, mas um Tolstoy frágil, vulnerável, "humilhado"( como ele mesmo coloca). E que explica muita coisa do final da sua vida, em que o mesmo abdica de suas riquezas e resolve definhar entre os pobres em uma estação de trem.
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