Pedagogia do Oprimido

Pedagogia do Oprimido Paulo Freire




Resenhas - Pedagogia do Oprimido


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Rodrigo 13/09/2016

É um livro de didática difícil, interessante, mas usa um linguajar muito sofisticado e em alguns capítulos não diz sobre o que fala.
Valdiana.Lira 03/04/2018minha estante
Linguagem que poderia ser simples, mas perde o encanto por querer tornar-se sofisticada demais. Enfadonho e cansativo este livro. Cheio de repetições exaustivas. Não gostei. Teria largado no início se não tivesse que ler para uma avaliação.




Thaty 26/05/2020

Cada dia mais necessário
Um livro escrito em 1970 que se torna cada dia mais indispensável. Não somente a educadores, mas a todos que buscam compreender melhor como funciona nossa sociedade. A forma como vamos reconhecendo, aos poucos, o oprimido e o opressor que habitam dentro de nós, nas pessoas e líderes ao nosso redor, nos faz refletir sobre nossas ações enquanto educadores e, principalmente, humanos. Li resenhas que diziam que Paulo Freire fala de uma utopia, sobre as ações descritas no livro serem impossíveis de serem aplicadas. Mas essa é uma visão limitada de tudo o que Freire quis expor nesse livro. É uma utopia sim, mas é possível. Difícil de ser alcançada, obviamente, mas, como o próprio autor destaca, não existe revolução e transformação sem resistência e dificuldades. Ainda não consegui refletir sobre tudo o que é tratado no livro, mas uma coisa eu sei: é uma leitura obrigatória pra nos fazer rever nossa maneira de agir no mundo. E, principalmente no momento que vivemos hoje, nos faz reconhecer as ações concretas do opressor, o primeiro passo que devemos tomar para lutar contra a dominação da sociedade.
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Matheus Oliveira 05/05/2020

Em defesa de uma educação dialógica
Não é por falta de motivos que Paulo Freire é o patrono da educação brasileira e um dos autores tupiniquins mais estudados nacionalmente e no exterior. Em ?Pedagogia do Oprimido?, o educador sintetiza sua teoria em defesa de uma construção dialética do conhecimento e não de uma imposição em forma de uma educação bancária, na qual os atores não são tratados como sujeitos, mas como objetos, enquanto meros receptores, ?depósitos? de um suposto saber.

Na verdade, vai além disso e propõe uma teoria pedagógica da tão sonhada ?revolução?, criticando ações de lideranças que desconfiam do ?povo? e que buscam negar o diálogo como essência desse possível processo revolucionário. Paulo Freire acredita que não dá para ?fazer a revolução? e ?educar? o povo a posteriori, mas que os dois processos estão imbricados e caminham juntos: ?A revolução se gera nela como ser social e, por isso, na medida em que é ação cultural, não pode deixar de corresponder às potencialidades do ser social em que se gera?.

Isso demonstra uma desconfiança imprescindível em relação ao papel das lideranças revolucionárias que, em nome da suposta transformação social, temem a liberdade do ?povo? e evitam a construção de um diálogo sob o argumento de uma necessidade de organizar as massas para combater o opressor.

O livro é extremamente rico, inclusive, para pessoas que, como eu, ainda têm vivo o receio de palavras de ordem revolucionárias. Ao meu ver, a obra de Freire pode servir como um manifesto para as nossas próprias relações interpessoais em um cenário de tamanha polarização e ausência de diálogo: a única forma de se construir e superar as barreiras da opressão em busca da autonomia é libertar da dupla-face da antihumanização por intermédio de um processo dialógico de humanização do humano, reconhecendo o Outro e se reconhecendo nele.
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Thais Dorighello 27/09/2021

Pedagogia
Paulo Freire mestre, que sabe dizer exatamente do que a sociedade falha precisa, de amor na educação, de lecionar por paixao.
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brunossgodinho 22/07/2020

Um esfarrapado, afinal
Contribuição incontornável aos educadores, a Pedagogia do oprimido é possivelmente a suma do pensamento pedagógico de Paulo Freire. Nela são enunciadas algumas das principais teses do autor, que estão concentradas nos eixos do materialismo histórico e da decolonialidade, a fim de construir, por fim, uma pedagogia crítica.

A primeira parte do livre trata do diagnóstico inescapável da desigualdade social e seu reflexo no estado da pedagogia e da educação no Brasil: entre redes pública e privada, entre diversas linhas pedagógicas, a "situação concreta" é a de que a educação no Brasil se encontrava na encruzilhada de reprodução do sistema econômico, político e cultural na qual está inserida. Uma educação proporcionada em meio ao sistema capitalista - seja no âmbito da rede privada, seja no da rede pública mantida pelo Estado - só pode reproduzir, inelutavelmente, o sistema do qual faz parte. Daí, a também inexorável conclusão: para que a educação seja libertadora do indivíduo, ela precisa libertar toda a comunidade.

Partindo desse pressuposto, procede-se à análise do que o autor chama de "educação bancária", na qual o conhecimento é "depositado" no aluno pelo professor. Modelo que existe e prevalece até hoje, com raras exceções e raras fugas, essa educação bancária torna-se instrumento de reprodução da desigualdade social. Para quebrar esta parede, é necessário compreender, então, que educação é sempre um processo dialético, de mão-dupla, em que educador e educando aprendem simultaneamente e mutuamente. A educação nunca termina porque ela é um fazer, uma prática: assim como andar de bicicleta, devemos mantê-la em dia para não enferrujarmos; mas, se ficarmos um tempo sem praticá-la, tudo bem, pois quando retornarmos a ela, a própria essência da educação como prática da liberdade nos leva a um pique novo - em outras palavras, depois de sentar-se ao banco e dar as primeiras pedaladas, é como se nunca tivéssemos abandonado a bicicleta.

Com isso, assume um papel central nessa prática pedagógica o ato do diálogo. Sem a capacidade de ouvir e de argumentar, o educador está indefeso contra as situações concretas que se lhe apresentam no dia-a-dia das escolas. Como dar chances ao aluno cujo pai é alcoólico? Como desculpar o aluno que se atrasa porque precisou deixar o irmão pequeno na creche a caminho da escola? Como entender as notas baixas da aluna que repentinamente reaparece em sala de aula com uma barriga de três meses de gravidez? O primeiro passo, sem dúvida, é o diálogo. Os feitos não podem ser desfeitos e a escola não pode ser o espaço do julgamento moral. O que se pode fazer é dialogar com os educandos e encontrar a melhor solução para que, adequando-se à situação concreta, a prática educacional seja levada adiante.

Até aqui encontram-se alguns pontos teóricos e epistemológicos fundamentais da obra de Paulo Freire: a metodologia de análise proveniente do materialismo histórico dialético; a teoria crítica socialista e decolonial; e, por mais estranho que possa parecer, do cristianismo católico. O materialismo histórico acrescenta à teoria pedagógica uma maneira direta e sem rodeios de considerar o cotidiano da experiência educacional; o socialismo e sua decolonialidade se apresentam como motores de contestação dos métodos de opressão e reprodução da desigualdade e, ao mesmo tempo, como pontes para uma construção coletiva do conhecimento que tem por objetivo a manutenção da educação como prática libertadora; e, enfim, a interpretação do autor de sua fé cristã católica vem somar com o sentido comunitário da educação e contra o fatalismo provocado pelas situações de desigualdade.

A síntese final do autor é sobre a "ação antidialógica", isto é, o método da educação bancária e as características desse método que resultam na opressão e reprodução da desigualdade. Em contraponto, é afirmada a teoria da "ação dialógica", cujas características são a "co-laboração" (o ato de trabalhar em conjunto, isto é, educador e educando trabalhando juntos para atingir o fim da educação); a "união" (a valorização do senso comunitário e supressão do individualismo - o que não é dizer o fim da individualidade); a "organização" (pois sem articulação não há trabalho bem feito); e a "síntese cultural" (a compreensão, afinal, das diferenças entre educadores e educandos, entre os diferentes mundos sociais, e a tomada dessas diferenças como ponto de partida para o processo educacional).

A teoria pedagógica desenvolvida por Paulo Freire aqui e em seus outros livros é (ou deveria ser) um dos pilares de qualquer teoria crítica que anima a prática educativa. Sem a compreensão entre as partes, não há um "fazer educacional". Ela estimula a compreensão de que a educação nunca acaba, pois, sendo prática, ela precisa estar a todo tempo acontecendo para que não nos rendamos às desigualdades e opressões. Tarefa árdua porém gratificante para qualquer um que veja sentido na coletividade, no amor ao próximo e na esperança de uma sociedade e um mundo melhores.
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Luiz 27/06/2020

Livro necessário, daqueles que mudam nossa forma de enxergar o mundo.
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Le 12/05/2020

Uma lição que tiraria deste ensaio é que, o caminho para a verdadeira educação - aquela que tem por objetivo o despertar do sujeito em relação à sua condição, conscientizando-o e mobilizando-o para a sua libertação - perpassa pelo ato de desnudar a realidade, por uma pedagogia problematizante. Do contrário se está apenas adestrando os indivíduos para legitimar a ordem posta.
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gabriel 28/06/2021

Interessante e rico, mas mal escrito

Pode parecer uma heresia falar que Paulo Freire escreve mal, e na verdade com isso não quero dizer que ele "pensa mal" (ao contrário), mas sim dizer que seu estilo de redação é simplesmente péssimo e horroroso. Se você duvida disso, tatue "unidade epocal" no seu braço, ou então "ação editanda", e outros muitos dos termos que Paulo usa (alguns emprestados de outros teóricos), que soam muito mal aos ouvidos. Parece um detalhe bobo, mas não é, acredito que suas ideias se beneficiariam com um texto mais limpo.

Esta avaliação, para mim, tem três dimensões: a do estudante, a do interessado em política e a do leitor. Como o Skoob é um site para leitores, e não um site de pedagogia ou de ciências humanas, acredito que o aspecto literário deva ser relembrado. E Paulo Freire, apesar de não divergir muito em estilo de outros teóricos de humanas, é especialmente doloroso de ler, tanto pela escolha dos termos, quanto pela maneira como ele faz as frases.

Muita coisa escrita dá uma sensação tediosa de obviedade, até porque quem geralmente o lê, já concorda com ele. Duvido muito que uma pessoa no espectro oposto político sequer arrisque a leitura, na primeira citação de Marx o cara já tem um infarto (e quando ele cita o Che Guevara então, é morte na certa). Então, apesar de ser um texto interessante e com muitas ideias novas (e importantes alertas), é impossível não sentir um leve soninho com a leitura.

As frases são meio redundantes (talvez não sejam literalmente, mas soam redundantes). É comum uma frase ser concluída com o começo, o que dá uma sensação modorrenta de circularidade. Ele segue, na redação, aquela lenda que diz que "não podemos repetir palavras". Então você lê uma frase enorme, e na segunda frase ele retoma com termos do tipo "os primeiros blablablá, e os segundos blablablá aquele outro". O mestre Machado já ensinou: repita o segundo termo no final, pois o leitor já o esqueceu. Pronto, texto muito mais claro e limpo (e elegante, aliás).

Isso, no entanto, são chororôs de quem gosta de um texto bem escrito, e se você está estudando algo e não lendo para se divertir, isso tem um peso muito relativo. Então não acredito que isso chegue a ferir de morte a leitura, até mesmo porque se for aplicar este critério, sobraria muito pouca coisa em ciências humanas.

Então, como leitor, minha nota é dois (de cinco).

Como estudante, interessado em questões de pedagogia e ensino, é um texto riquíssimo. Gostaria que ele tivesse falado mais das suas experiências práticas (são um pouco minguadas no texto), mas mesmo assim elas aparecem pontuando alguns tópicos. As ideias, ainda que um tanto repetitivas (dá a impressão de você estar lendo sempre a mesma coisa ao longo do livro), são ótimas e teoricamente embasadas. São muitas referências a outros teóricos, como Althusser, Fromm e até Hegel (que parece embasar suas ideias sobre dialética). E, claro, o nosso bom e velho amigo barbudão, o camarada Marx marcando presença (ainda que, não sei se por estratégia, ele aparece um tanto timidamente nas análises).

Então, se há o desenvolvimento de uma pedagogia "de libertação" prática no seu dia-a-dia (enquanto profissional da educação), o livro é um material rico para que estes planos ou atividades práticas encontrem um solo firme, para que você possa fundamentá-los com uma maior segurança. A ideia central é que a pedagogia não torne objeto o educando, mas o convide a ser mais participativo (desde o início, no desenvolvimento do tema), sendo então uma educação "com ele" e não "para ele".

Sei que já bati nesta tecla, mas o uso recorrente dos termos "sujeito/objeto", e termos hegelianos do tipo "ser-para-si" me parecem desnecessários, pois não há um diálogo mais concreto com os autores que fazem uso destes termos. A única serventia deles é entravar o texto, mas ok, esta questão da redação já foi tratada (e criticada). De toda a maneira, é fácil acompanhar a sua linha de raciocínio, de uma maneira geral.

Então é um texto mais do que válido e rico para quem é interessado em pedagogia, e mesmo para outras áreas, é um texto que vale ser lido.

Do ponto de vista político, tenho muitas ressalvas ao que Freire propõe aqui. Em primeiro lugar, a crítica que ele faz a questão dos "slogans". Acredito que os fatos políticos, principalmente em momentos agudos, tem uma agilidade muito pronunciada. Você piscou, perdeu o bonde. Isto pode ser analisado em detalhes no caso de (por exemplo) junho de 2013, mas os exemplos recentes sobre isso (nacionais e internacionais) são abundantes. Então a escolha de palavras de ordem claras, com uma linha política definida, fazendo bom uso da linguagem publicitária (com confecção de cartazes e materiais específicos, bem como escolha correta de simbologia), me parecem essenciais. No entanto, concordo com suas ressalvas ao excessivo dirigismo, e à objetificação da militância.

Seria um completo exagero também dizer que Freire possui um "ranço elitista" quando ele repete em vários momentos que o povo tem uma visão "ingênua" das coisas. Mas é um exagero que eu quero cometer. Realmente, dá pra entender o que ele quer exatamente dizer quando opõe ingenuidade a um conhecimento crítico/científico das coisas. Mesmo assim, me parece que uma certa arrogância permanece, e se é para aprender "com o povo", um maior radicalismo seria desejável.

Os cruzamentos entre pedagogia e política são muito bons, mas como o texto tem uma estrutura de ensaio, achei que faltou uma relação um pouco mais concreta entre eles. Não há aprendizado que não seja político, e que não seja um agir sobre o mundo. Isso aí ok, porém não acho que tudo está "ou a favor", "ou contra" o opressor. Às vezes as coisas são só as coisas mesmo, e exagerar quanto a isso pode se tornar um radicalismo inócuo.

Em alguns momentos, Freire diz (acertadamente) que a ação libertadora não deve ser piegas. O seu texto, no entanto, soa dolorosamente piegas em vários momentos, o que não é muito do meu agrado, mas pode soar bem para algumas pessoas. É um ensaio que tem um ar meio panfletário, então acho que isso pode se justificar dentro deste estilo (eu, no entanto, gosto de uma coisa um pouco mais objetiva e sóbria). O sentimentalismo sempre abre portas para o moralismo, que abre portas para o messianismo que ele tanto critica.

Enfim, é um texto muito amplo, algo arrastado de ler, num estilo propriamente acadêmico e com muitas citações e cruzamentos com outros teóricos. Do ponto de vista político, é um texto bem engajado, e com uma opção política clara (ainda que ele dilua o Marx na coisa toda, dando preferência a teóricos secundários). É um texto que vale a releitura e a reflexão, a nota reflete um pouco a importância do tema (e como ele é trabalhado), e o meu desgosto com a redação ruim dele, o que me fez tirar uma estrela.
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Giovanna 07/09/2020

A necessidade atual de Paulo Freire
Através dessa obra Freire nos prova a necessidade de união das minorias oprimidas, o livro é sobre um método educacional baseado na humanização, empatia, respeito e amor, e ao mesmo tempo quase que um manual para que possamos evoluir politicamente e superar fases sombrias sem nos deixar corromper ou recair.
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Lucikelly.Oliveira 28/02/2024

Impecável
Lendo a pedagogia do oprimido a gente passar a entender em parte o por quê Paulo Freire é tão temido pela elite que domina a educação brasileira. Realmente estudar Paulo é libertador.

?É que, para eles, pessoa humana são apenas eles. Os outros são ?coisas?. Para eles, há um só direito?o seu direito de viverem em paz, ante o direito de sobreviverem, que talvez nem sequer reconheçam, mas somente admitam aos oprimidos. E isto ainda porque, afinal, é preciso que os oprimidos existam, para que eles existam e sejam ?generosos???
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Carolina Del Puppo 08/04/2021

Difícil
"é que, para eles, "formados" na experiência de opressores, tudo o que não seja o seu direito de oprimir, significa opressão a eles."
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BibiCourty 31/08/2022

Não se pode fazer educação "sem partido", visto que toda escola, por estar inserida em um contexto histórico e social, não pode ser imparcial.
As reflexões no início do livro acerca de como o conhecimento é libertador e importante são muito proveitosas. Entretanto, sinto que, ao decorrer do livro, narrativa se torna mais um "como revolucionar a sociedade" do que propriamente um debate voltado à educação.
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Gabriel Brandenburg 12/11/2021

Paulo Freire.
Escolhi esse livro para ser o primeiro de Freire, gostei da escrita dele, porém não entendi porque não tem a tradução do que está em outra língua.
Acredito que vou voltar a ler algo dele, principalmente quando tiver mais experiência. Mesmo assim, aprendi bastante com o livro e correspondeu às expectativas.
Ler uma obra de Freire foi motivado pela polarização dos adjetivos frente seu legado.

"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão"
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