Cecília 30/07/2015
Leia para mim.
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O Leitor foi o primeiro livro que li depois de já ter assistido ao filme. Agradeço a minha ex professora de Redação por não ter preparado a aula do dia, e ter decidido preencher o tempo com ele. Isso ocorreu no inicio do ano passado. Amei o filme e decidi procurar pelo livro. Achei. Era caro demais para uma estudante e para o meu azar, era inexistente nas bibliotecas públicas.
Eu tenho muita preguiça de assistir filmes, encarar uma tela por longos minutos não me atrai nem um pouco. E a facilidade que tenho para me distrair, também não ajuda para me manter concentrada na história que está sendo exibida, ou seja, eu sou uma péssima acompanhante para um cinema.
Mas curiosamente, O Leitor me prendeu em todos os minutos. Talvez o fato de está assistindo em uma sala de aula, em plena matéria de redação e sem pipoca, fez meu cérebro entrar no modo "ATENÇÃO: isso pode cair na prova!". Agradeço por isso também, caso contrário, teria perdido o romance mais lindo que já vi/li. O Leitor não caiu na prova. Caiu no meu caderno de livros-que-preciso-ler-antes-de-morrer. E mais de um ano depois... estou viva e com O Leitor lido! Agradeço a Biblioteca Thales de Azevedo, que mal conheço, mas já considero pacas.
Ai ai O Leitor. É extremamente difícil explicar os sentimentos que essa história, tão simples, despertou em mim. Ou melhor, é difícil dizer qual sentimento foi o mais forte: amor, dor, esperança, piedade, ódio, medo, paixão, tristeza... Eu senti todas elas, as vezes, várias delas ao mesmo tempo. O que resultou em gordas lágrimas e orações para o autor não fazer o que eu achava que ele iria fazer. Mas o autor nunca escuta, né?
Eu lembro de também ter chorado durante o filme, mas foi quase nada, pois correria o risco de ser zoada pelos meus colegas. O que observei de mais diferente entre as emoções que senti assistindo ao filme e lendo o livro, foi a forma como os fatos me foram apresentados. Devo confessar que o filme é bem fiel ao livro, a cada capitulo eu já previa o que iria acontecer e acontecia mesmo. Mas há um detalhe: O narrador-personagem é muito mais presente. E junto com ele, temos uma visão clara de todos os seus pensamentos mais felizes e tristes. Michael se apresenta, te puxa pela mão e te leva para conhecer a sua casa, a sua escola e a sua amada Hanna. Hanna, a melhor personagem inspiradora que já conheci. Normalmente, eu sempre acho as mulheres de romances idiotas, mas Hanna é exceção. Ela foge daquele esteriótipo princesinha disney. É trabalhada em uma sensualidade, ingenuidade e força, que fica presente em cada linha, até mesmo quando não está em cena: nos pensamentos fugitivos de Michael e em suas ações ou a falta delas (muito frustrante). Apesar dos seus defeitos, Michael também foi o amante mais sincero que já conheci. Gostaria de abraçar os dois.
E como se não bastasse os belos personagens, a história entre eles é marcada por leituras e cartas. Um contato por escritas e vozes. Algo mais forte que um beijo ou qualquer outro toque. Leitura é realmente mágica, escrever é uma ação que exige coragem e aprender seus símbolos permite conhecer o mundo e as pessoas. E quando um livro não-didático fala sobre leitura da maneira mais suave e emocionante... É puro amor na certa! Pelo menos para mim, que ainda acho bilhetes e romances duradouros as coisas mais fofa do universo.
Se eu fosse resumir O Leitor em uma única palavra, "triste" seria a melhor definição, até o Michael pensa assim. O Leitor é uma história triste, mas verdadeira. Valeu todas as lágrimas derramadas, vou sentir muitas saudades e sim, é melhor que o filme.