Esdras 04/01/2018Bolinhas De Gude E Pecinhas De Lego Lançadas No Ar.Este livro consiste nos relatos e documentos de Guy Lyon Playfair a respeito de um caso de Poltergeist.
Que viria a se tornar um dos mais famosos.
Tal ‘fenômeno’ acometeu a família Harper em meados de 1977, no subúrbio de Enfield, em Londres. E Guy, junto com outro pesquisador de atividades psíquicas chamado Maurice Grosse , acompanharam o caso detalhadamente.
As atividades paranormais tiveram inicio repentino. Batidas nas paredes e objetos sendo movidos e lançados no ar foram os primeiros sinais.
A Sra Harper e seus filhos entraram em pânico.
Não creio muito em lances espíritas, mas acho o assunto até que interessante e estava bem disposto a embarcar na brincadeira.
Uma das coisas legais desse livro é a forma como Guy interage com o leitor e como temos acesso aos pensamentos dele em relação a determinado fato que ocorreu e que ele não compartilhou com ninguém que estava presente no momento e tal.
Guy também deixa claro, na introdução do livro, que tentou, ao máximo, manter tudo o mais próximo( ou total) ao original. E que isso, em algum momento, poderia levar o leitor a uma espécie de fadiga.
Um tiro que saiu pela culatra, será?
Pois bem.
Os negócios estranhos começam e não param mais.
De início, aqueles fatores realmente me chocaram e eu fiquei bem apreensivo sobre como tudo iria se desenrolar.
Porém, o que aconteceu foi que a família Harper não demorou a encarar todo aquele pandemônio de uma forma que eu não esperava.
Eles praticamente não demonstravam medo.
E, então, eu pensava: “Mas, gente, como assim? Se eu tô na minha cozinha e uma cadeira cai sozinha eu me borro todo!”.
Os personagens, principalmente a Janet (que era o “alvo” principal do nosso fantasminha camarada), estavam levando tudo muito numa boa e, quase sempre, soltavam frases como “Ah, dessa vez ele empurrou o sofá”, ou “ Que espírito atrevido” , ou mesmo, ao ter uma tigela de cereal arremessada no ar “ Ah, não. Ele derrubou meu cereal!”.
As próprias vítimas estragaram todo o suspense da história.
Logo, eu já não estava vendo tudo sob uma atmosfera sombria e fantasmagórica.
Sendo assim, tudo o mais que acontecia não tinha impacto nenhum sobre mim. Até achava engraçado quando uma das crianças tinha um objeto jogado em sua testa. (O que dizer?rs).
A narrativa é sim repetitiva. Tudo que muda é o objeto que é movido ou arremessado.
Muitos capítulos beiram o tédio.
O caso se prolonga demais e termina de forma inconclusiva.
E toda aquela explicação sobre “o espírito” eu achei um tanto duvidosa. Mas, enfim.
O que há mesmo de interessante são as referências ao Brasil ( assim como saber que o Guy já morou um tempo em território brasileiro) e as notas de pesquisa referentes a fenômenos do tipo e outros.
Infelizmente o livro não me surpreendeu em nada.
E desejei ter encarado uma história de ’fantasia’ no lugar de uma ‘baseada em fatos reais’.
Mas ao menos foi uma leitura divertida.