Rodrigo1001 03/11/2019
Tem caroço nesse angu (Sem Spoilers)
Quer suspense? Aqui tem. Quer um livro intrigante, onde o autor dá voz a todos os personagens e analisa os fatos por diferentes óticas? Aqui tem. Quer uma escrita bem articulada? Aqui tem. Quer trama e mistério? Aqui também tem.
Agora, quer que todo esse mistério, toda essa trama, terminem em um final bem amarrado e surpreendente?
Bom, aqui não tem nada, nadinha, disso...
Vamos lá!
Se um autor se dispõe a escrever um livro de mistério e decide fazer desse mistério a viga principal da sua história, o que se espera é que o desfecho, a elucidação da trama, seja forte o suficiente para levar o leitor ao êxtase e catapultá-lo para as estrelas. Dan Brown, por exemplo, vem fazendo isso com tremendo sucesso ao longo dos últimos anos. Antes dele, ainda, tivemos Agatha Christie e Arthur Conan Doyle, só para citar alguns. Todos esses escritores fizeram as suas carreiras baseados em livros de suspense e mistério.
Pois bem, minha impressão é que Noah Hawley, escritor, produtor e roteirista norte-americano, tentou reproduzir essa mesma dinâmica em "Antes da Queda", seu quinto livro, best seller do New York Times e eleito como um dos melhores thrillers de 2016 (ok, riiiight...)
Fazendo uma alusão com seu tema principal - um desastre aéreo - o livro decola bem, ganha altitude, viaja à velocidade de cruzeiro e, pertinho do pouso, se esborracha homericamente no chão de forma totalmente inesperada.
É quando você percebe que foi enganado. O mistério, por fim, tem muito pouco de mistério e o livro termina te deixando com aquela incômoda sensação de ter investido seu precioso tempo em uma literatura de banheiro. Não que se procure alcançar o nirvana ou algum tipo de elevação pessoal com um thriller, mas, pow, ao menos se espera que toda a tensão característica desse gênero se pague no fim, né?
E, infelizmente, isso não acontece. O desfecho é pobre, bem aquém do que prometia e um tanto quanto previsível.
Sabe aquele sentimento de comprar gato por lebre? Então...
Olha, para não perder a delicadeza prefiro parar por aqui. Críticas à parte, ainda assim pode ser uma boa alternativa para uma leitura de verão, na praia, de chinelos, durante as férias, depois de duas ou três cervejinhas. Você decide!
Enfim, leva 2 estrelas pelo desenvolvimento bem feito e perde outras 3 por ter se mostrado tão medíocre no fim.
No hard feelings, Mr. Hawley.