@blogleiturasdiarias 05/07/2020Resenha | A Noiva HighlanderComo estava com saudades de ler um bom romance de época medieval com ambientação escocesa! Michele Sinclair entrega com louvor uma apaixonante história, e que com certeza nos deixa com gostinho para os sucessores. Toda boa narrativa highlander traz uma grande família para ser explorada — e leitor apaixonado sempre quer tudo.
Conor McTiernay é o líder de um dos clãs mais poderosos da Escócia e, ao contrário do que seus súditos esperam, ele não pretende se casar. Contudo, ao conhecer Laurel, uma inglesa extremamente bela e de gênero forte, suas certezas são abaladas. Conor se vê totalmente atraído pela moça, mas tem dificuldade em superar seu orgulho em assumir que precisa de uma esposa. Para conquistar Laurel, o chefe dos McTiernay terá que ceder ao amor e buscar compreender a personalidade difícil da inglesa, ou pode correr o risco de perdê-la para sempre.
Um perfeito desenvolvimento medieval é aquele que traz todas as nuances e ambientações culturais das Terras Altas inseridos de forma natural dentro do enredo, o que devo admitir que a autora fez de forma primorosa. Acima da esperada construção de relacionamento, somos apresentados a um clã cheio de características próprias que enriqueceram o conteúdo. É uma prato cheio de informações sobre como funcionava a Escócia, como eram as guerras, como a sociedade se comportava e entre outros detalhes — na qual se minha memória não estiver tão ruim, traz até dados verídicos de batalhas que ocorreram. Admito que fui conquistada totalmente, e arrisco a dizer que acontecerá com todos que lerem!
Sobre nosso personagens principais, preparem-se para dois temperamentos fortes se colidindo a todo momento. Quase que uma marca registrada da temática, dificilmente você não se diverte vendo as discussões geradas por qualquer coisa — e percebendo o quanto isso também mascara seus sentimentos e preocupações. A química explosiva é algo existente e permanente, que apesar de poder aparentar inicialmente ser instalove, é elaborada e aprofundada a medida que eles se conhecem melhor.
"Como esta inglesa lançara um feitiço nele tão rapidamente ele não sabia. Mas sabia que estava totalmente preso em sua teia encantada. Também sabia que nunca a deixaria ir. Seu último pensamento antes de cair no sono foi que Laurel lhe pertencia." pág. 63
Outro adendo que sempre gosto de destacar quando bem colocado, é o âmbito familiar que os livros do gênero trazem. Geralmente a parentela escocesa é numerosa, e A Noiva do Highlander não fugiu da regra onde conheceremos todos os irmãos McTiernay. Cada qual com suas particularidades e personalidades, fui conquistada por todos eles e fiquei extremamente curiosa em como seria as evoluções — acredito que não veremos tão cedo no Brasil os próximos volumes, pois infelizmente o exemplar foi lançado em 2017 e posteriormente não houve nenhuma notícia sobre.
Claramente não poderia faltar a adição das pitada dramáticas e tensas que no final teremos a sua grande parcela sendo mostrada, além de uma reviravolta capaz de acelerar o coração. O fim chega agradando quem acompanhou toda a trajetória. Sem tirar nem por, foi uma leitura super gostosa de fazer. Ademais, preciso alertar sobre a existência de cenas eróticas e picantes, porém nada fora do comum do que já vimos.
De uma forma geral, super recomendado! Ainda acho que a conjuntura medieval precisa ganhar maiores terrenos e posicionamentos no mercado dos romances de época, e aqui temos um bom exemplo de uma obra impecável e que indico sem medo. Venha se apaixonar pelos irmãos McTiernay, pela Laurel e todos os pormenores apresentados. Não vão se arrepender!
Na parte física, a capa tem seus atrativos apesar de não se atrelar bem ao seu conteúdo interno — esperava algo voltado a vestimentas escocesas como kilts e brasões. A diagramação é espaçada, limpa e confortável de ler. Não encontrei erros de revisão ou ortográficos. A narrativa é feita em terceira pessoa pelos dois pontos de vistas.
"Ela acabara de dizer que o amava. Não havia possibilidade dela partir e não se casar com ele agora. Ela era sua, tanto na mente quanto no espírito. Agora ele só precisava que ela se apoiasse nesse amor um pouco e confiasse nele para lidar com todas as suas preocupações." pág. 171
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