Piano Vermelho

Piano Vermelho Josh Malerman




Resenhas - Piano Vermelho


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Aline T.K.M. | @aline_tkm 09/10/2017

O mundo num loop eterno
Imagina um som misterioso e perturbador, capaz de causar males inimagináveis – desde um insuportável mal-estar físico até o desespero – e com poderes assustadores, como desativar uma ogiva nuclear. Um som capaz de transpor barreiras; um som que opera mudanças irreversíveis naqueles que se submetem a ouvi-lo.

Macabro, não? É em torno dessa ideia que se desenrola a trama de Piano Vermelho, o segundo livro de Josh Malerman, autor do aclamado Caixa de Pássaros.

Philip Tonka é o pianista da banda The Danes. Ele divide seu tempo entre as atividades da banda, o trabalho no estúdio que divide com os caras, onde gravam bandas iniciantes, e também umas quantas bebidas nos bares da Detroit pós-Segunda Guerra Mundial.

O ano é 1957. Os Danes já tiveram seu momento de glória ao emplacarem o hit “Be here”. Claro que o fato de terem sido a banda do exército na Segunda Guerra contribuiu para sua popularidade – a banda dos carinhas que foram para a guerra, ainda que não estivessem na linha de frente.

De repente, a proposta. Passar duas semanas no deserto do Namibe, na África, para descobrir a fonte de um som misterioso e com poder desconhecido, que vem sendo captado pelo rádio do exército americano. É um trabalho arriscado, mas a recompensa envolve uma bela soma.

Repletos de tensão non-stop, os capítulos se alternam entre a missão no deserto e os acontecimentos de seis meses depois. Philip está no hospital e seu estado é grave. Com fraturas por todo o corpo, nem mesmo as enfermeiras apostavam que ele sairia do coma e sobreviveria. Mas Philip está vivo e, entre lembranças desesperadoras, está se recuperando em um ritmo inacreditável.

O texto ágil e muito visual tem realmente o poder de colocar o leitor dentro da trama, de torná-lo íntimo dos personagens e situações. Malerman me ganhou logo nas primeiras páginas e eu me percebi completamente imersa na história. Só que é relevante dizer que não tenho como fazer comparações aqui. Não li (ainda) Caixa de Pássaros, então este foi meu primeiríssimo contato com o autor.

Durante a leitura, se você estiver num momento meio filosófico, dá para traçar alguns paralelos e pensar em metáforas, especialmente envolvendo o protagonista. Ah, sim, já vou avisando que sou dessas que ficam buscando metáforas e símbolos em tudo, tá?!

Mesmo sem se aprofundar em uma guerra específica, dá para notas as cicatrizes que esses períodos deixam. Os tantos soldados que partiram para nunca mais voltar, ou os veteranos que, ainda que sobreviventes, seguiram destroçados em mil pedaços por dentro. Um pouco como Philip, com os ossos completamente estilhaçados e deformados.

Além disso, a trama toca num ponto interessante, que é a ideia de uma história cíclica no que diz respeito às guerras. São todas, em essência, uma única guerra. O medo crescente à medida que as armas se tornam mais poderosas anda lado a lado com a certeza de que as guerras se repetirão até que uma delas coloque um ponto final no mundo. Não chega a ser irônico que algo – um som – capaz de inutilizar as armas seja razão para tanto temor?

Como todo bom thriller, Piano Vermelho segue num crescente que chega a ser alucinante em certos momentos. Capítulo a capítulo, os elementos sinistros se multiplicam. Parece meio óbvio dizer tudo isso, mas se o faço é porque o desfecho, apesar de tudo, me incomodou um tanto.

De repente, aquele crescente foi interrompido – e não foi pela megaexplosão que eu estava esperando. Falar em final apressado ou decepcionante também não é exatamente o caso, não chega a tanto, mas não atendeu completamente às minhas expectativas.

Sabe aquele livro que, assim que termina, você precisa parar e pensar “tá, o que eu achei de tudo isso? Eu gostei?” Bateu uma minicrise aqui dentro! É inegável que a trama me envolveu e que eu fui à loucura com tudo aquilo. Mas o final, cara, me incomodou e eu não sei explicar direito o porquê.

Piano Vermelho fala sobre uma banda, mas fala também sobre todo o mal do mundo; tudo o que um dia foi e que se repete num loop eterno, e também tudo o que já passou e não voltará jamais. Fala sobre o fim e sobre o início das coisas.

Depois de tudo, não importa quanto tempo passe, a filosofia das coisas permanecerá igual e o homem será sempre o mesmo – por mais que ele mude seu uniforme e sua indumentária de batalha.

LEIA PORQUE
É perturbador e a trama é bem conduzida. Além disso, aposto que será uma leitura rápida – não dá para largar até chegar à última página!

DA EXPERIÊNCIA
Me cutucou e eu gosto disso – apesar do final “incômodo”. Ah, fiquei mais curiosa para ler Caixa de Pássaros.

FEZ PENSAR
Várias vezes, o nível de tensão e mistério se assemelhou ao de Aniquilação. Deu um frio na barriga parecido.

site: http://www.livrolab.com.br
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Roberto Faria 20/10/2017

Resenha ? Piano Vermelho
O exército dos Estados Unidos descobriu um som que causa efeitos na audição humana, no deserto da África. Um som desconhecido e maligno.

Uma tropa foi enviada para encontrar o suposto som, mas pouco eles sabem, a não ser que quem o escuta só percebe ao experimentar seus efeitos ? que é tonteira, vômitos e alteração da consciência. E entre todos os homens enviado para África, está Philip Tonka, pianista da banda Os Danes. E após se passar seis meses, Philip acorda de um coma.

Piano Vermelho muitas vezes me lembrou Caixa de Pássaros, não pela história, mas sim pela narrativa e pela construção dos personagens. Josh Malerman novamente investe no suspense, terror e nas cenas claustrofóbicas; fica difícil não ficar preso na leitura, pois a escrita de Josh continua maravilhosa.

A origem do tal som, pouco sabemos dele e pouco é falado sobre o mesmo. Muitas pessoas acabaram não gostando tanto do livro por causa disso, mas por outro lado, eu gostei do mistério que ficou no ar. Mas isso vai de leitor para leitor. Recomendo a leitura!
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Galáxia de Ideias 06/10/2017

Mais uma vez, embarquei em uma leitura cheia de expectativas graças aos bons resultados de leituras anteriores de mesmo autor. Mais uma vez, não me decepcionei.

Confesso que, justamente por esta narrativa alternada entre os tempos e a rapidez com que ela acontece, eu me senti um tanto confusa no início do livro e creio que este seja o único ponto negativo que tenha a destacar. No entanto, logo peguei o ritmo e nossa, que livro! Foram páginas de empolgação, adrenalina e sustos, do início ao fim. Um dos pontos mais positivos para mim foi o cenário em que a história se passa no presente, o hospital, pois é descrito com bastante esmero, dando às cenas um clima meio aterrorizante e aos leitores, a sensação de que algo ruim pode ocorrer a qualquer instante.

Considero que os personagens também foram muito bem desenvolvidos. O protagonista, Philip, me cativou desde o primeiro momento com seu jeito simples, frágil sem jamais deixar de exalar força. Vibrei e torci por ele o livro todo. Sua amiga e enfermeira, Ellen, me despertou enorme admiração pela coragem e determinação que demonstrou o tempo todo para ajudar e ficar ao lado do paciente. Os Danes, amigos de Philip e personagens secundários também contribuíram bastante para que o enredo gozasse de certa emoção. Até um dos vilões, digamos assim, o qual não vou citar nome para não dar spoiler, foi bem construído no sentido de que ele aparecia, pronto, eu já estava com medo.

Recomendo Piano vermelho para qualquer um que curta uma boa história de terror combinada com suspense. É digno de uma bacia de pipocas e um cobertor para se esconder dos horrores de um certo som, claro.


*Resenha postada originalmente no blog Rillismo

site: http://www.rillismo.com/2017/10/resenha-piano-vermelho-por-josh-malerman.html
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The guy on the train 10/11/2017

Ainda não tenho uma opinião completamente formada sobre Piano Vermelho.
O suspense e o clima agourento que fizeram de Caixa de Pássaros um sucesso estão presentes mas... falta algo que eu ainda não identifiquei. A trama se torna confusa algumas vezes, arrastada em alguns momentos... mas isso não deixou o livro ruim. É um bom livro mas eu vou precisar ler uma segunda vez pra definir melhor minha opinião sobre.
Senti falta da densidade que o Josh trouxe em Caixa de Pássaros. Nesse eu só me senti realmente tenso no início do livro, pelo mistério em torno dO Som(o que é um ponto negativo. O livro deveria me manter tenso não só no início mas, principalmente no climax).
Para os fãs do Josh (como eu) vale a pena a leitura. A trama é boa e tem potencial, só se perde um pouco na sua execução.
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Prof. Angélica Zanin 14/11/2017

Uma viagem
Philip é um músico que, com seus colegas de banda, vive uma missão no deserto da Namíbia. Em capítulos intercalados do presente e do passado, ele também é tratado no hospital Macy Mercy de ferimentos que adquiriu nessa missão. O som que dá vida a fantasmas e que neutraliza armas, meu Deus, que viagem! Acho que foi isso que entendi. Helen, uma enfermeira apaixonada que decide ajudar Philip se envolvendo neste mistério que, para mim, continua sem respostas. Difícil de ler até o fim, mas há sempre algo de bom em uma leitura e eu amei o fragmento: "A filosofia não viaja com a mesma velocidade da tecnologia. Um homem leva quarenta anos para aprender o que seu pai levou quarenta anos para aprender (..) No fim, você tem um exército com a mesma filosofia que os homens das cavernas, mas com armas de dez bilhões de mentes simplórias".
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Evelyn.Brena 14/11/2017

Talvez eu tenha ido com muita sede ao pote, cheia de expectativas pra um livro do Josh Mallerman depois de caixa de pássaros e me decepcionei, a história não me prendeu em nenhum momento, achei cansativa, enrola enrola enrola e não chega a lugar nenhum. O final bem previsível.
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Vai Lendo 15/08/2017

Um deslize que acontece; vida que segue
Um som com alto poder de destruição escondido no meio do deserto do Namibe. Seria uma arma secreta do exército inimigo? Com o objetivo de desvendar este mistério e encontrar a fonte da origem do ruído, os ex-ícones da cena musical de Detroit, os Danes, liderados pelo pianista Philip Tonka, decidem abandonar o ostracismo e ir em busca desse desafio proposto por um misterioso funcionário do governo dos Estados Unidos. E você? Toparia? Então, desbrave esta missão com o livro "Piano Vermelho", de Josh Malerman – autor do sucesso "Caixa de Pássaros" –, publicado pela editora Intrínseca.

Mas, antes que possamos acompanhar toda esta viagem dos Danes rumo ao deserto africano, somos lançados para seis meses futuros, num hospital, onde Tonka acorda literalmente todo “quebrado”. Uma sobrevivência, digamos assim, impressionante que intriga a dedicada enfermeira Ellen (e os leitores). O que será que aconteceu durante a missão? Onde foram parar os outros integrantes da banda?

A escrita de Josh é ágil, objetiva e instigante. E toda a estrutura, de capítulos curtos alternando entre dois períodos temporais, tinha tudo para ser aquele tipo de livro que você começa a ler e não quer parar até chegar à conclusão da história. No entanto, a trama de "Piano Vermelho" não proporciona o engajamento mínimo necessário para esse mecanismo funcionar. Para se ter uma ideia, a parte que retrata a recuperação dele é muito mais interessante, se é que podemos considerar assim, do que quando o personagem está na busca pelo som, no passado. Como esse é o principal mistério da obra, é, no mínimo, estranho que esse detalhe seja desinteressante.

Por mais que a premissa seja bem intrigante, não é isso o que temos com a leitura. Mesmo com toda boa estruturação, é difícil manter a atenção. Ao contrário de Caixa de Pássaros, com um ritmo frenético que te faz querer saber logo o que acontece, caso os personagens abram os olhos, "Piano Vermelho" não emplaca. Foi muito difícil identificar o que não funcionou. O personagem Tonka é até bem trabalhado, comparado aos outros que ficam meio soltos. Mas ainda não é isso. O grande problema é história em si. Ela é fraca. A ideia inicial pode até ser boa, porém, Josh não conseguiu ligar os pontos, passar a sua mensagem. Aí, quando se tem um problemas desses, não há muito o que fazer.

O desfecho de "Piano Vermelho", aquele momento ápice de qualquer thriller, é um pouco corrido. Falta desenvolvimento. Acredito que se você, como eu, não embarcar na trama, será até um agrado. É nítido, e até interessante, o conceito por trás do som e de que tudo é cíclico. Mas ficou bem confuso. Tive a sensação de que, por mais que a relação entre os músicos e a busca do som dê uma liga, o resto parece não ter casado. Acho que ele poderia até levar a ideia por trás do som para outra narrativa completamente diferente.

Foi muito complicado estruturar uma opinião argumentativa sobre a obra. Gostei muito de "Caixa de Pássaros" e do próprio Josh – quando encontrei com o autor na Bienal 2015, mas "Piano Vermelho", infelizmente não emplaca. Contudo, reafirmo aqui o talento de Josh e como a sua escrita é boa, porém, até os bons têm os seus deslizes. Normal. Vida que segue. Vamos para a próxima!

site: http://www.vailendo.com.br/2017/08/15/piano-vermelho-de-josh-malerman-resenha/
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day 19/11/2017

medonho
Me apaixonei pela capa do livro assim que vi,e como já tinha lido Caixa de pássaros do mesmo autor,fiquei muito curiosa pra ler.
Então,participei de um amigo secreto literário , ganhei o livro!!

"Talvez o destino seja um garotinho,trabalhando com o pouco conhecimento que tem no mundo.
Ao longo do tempo as coisas mudam,roupas,modo de falar,linguagem e armamentos ,mas não os motivos,o significado e a música que a guerra produz."
Phillip é um ex soldado americano,que hoje tem uma banda famosa ,OS DANES.
Um dia ele recebe a visita do exercito ,lhe convidando para uma missão no deserto da Namíbia ,como recompensa uma grande soma em dinheiro...
Mas ,a missão ,é descobrir um som misterioso que aparece no meio do deserto...
Ninguém sabe o que é...só que quem escuta ,mesmo que seja em uma fita cassete ,tem náuseas ,passal mal etc...
Alguns soldados já foram a essa missão,e misteriosamente ninguém voltou.
Phillip é pianista da banda,e como o exército acha que se trata de um som,nada melhor que mandar esses soldados OS DANES,para descobrir algo.
Gente,o livro é cercado de mistério e coisas sobrenaturais.
O desenrolar da história mesmo um pouco confuso,pois acho que isso é característica do autor,lhe prende e você fica muito curioso para saber o que é que vai acontecer.
O livro é muito bom.
Li muitas críticas ruins sobre o livro,porém como estou acostumada com o autor,eu curti bastante a leitura.
"É um piano .
Pintado de vermelho.
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PorEssasPáginas 29/09/2017

Resenha: Piano Vermelho - Por Essas Páginas
O livro chegou para a Karen ler primeiro, mas ela estava viajando… o livro estava aqui… adorei Caixa de Pássaros… a sinopse me chamou a atenção… então resolvi ler também. E aí a Lucy deu a ideia de uma resenha dupla. Então, aí está. (Drika)

Pois é, eu (Karen) estava viajando quando o livro chegou, aí a Drika leu primeiro! Assim como ela, também adorei Caixa de Pássaros (resenha aqui) e fiquei completamente fascinada pela escrita de Josh Malerman (e consegui pegar autógrafo dele no livro lá na Bienal do Rio de 2015!). Enfim, eu estava ansiosa, eu estava curiosa e eu… me decepcionei muito lendo Piano Vermelho.

Cem mil dólares para descobrir a origem de um som. Que tal? Para os Danes, a resposta foi sim. E lá se foram para o deserto do Namibe. Mas o que aconteceu lá o leitor só descobre aos poucos, conforme avança na leitura dos capítulos que se intercalam entre a recuperação de Philip Tonka, pra lá de estranha (afinal, pra quem quebrou todos os ossos do corpo, ficou em coma por 6 meses e está todo deformado, de repente começar a se mexer e falar, quando o esperado é que estivesse morto, só pode ser estranho!) e sua incursão no deserto, mais estranha ainda (com um fantasma da época da Guerra Civil Norte-Americana, um soldado achatado como uma folha de papel com o uniforme da época da Guerra de Secessão e o tal som os acompanhando). Ah, um detalhe: o som causa náuseas, vômitos e convulsões!

Eles são acompanhados por um fotógrafo, um soldado e o líder do pelotão, um sargento veterano da Segunda Guerra Mundial meio louco.

Uma premissa bem bizarra e curiosa, não? Se a gente lendo ficou intrigado para descobrir que som é esse, imagine Philip e os Danes. Porém, para mim, os problemas do livro começaram por aqui mesmo, no começo. São muitos personagens e a impressão que me deu foi que nós, leitores, não fomos apresentados a eles apropriadamente. O resultado foi uma narrativa e diálogos confusos, nos quais frequentemente eu esquecia quem era quem. E mesmo aqueles que são mais aprofundados, como o próprio Philip – que acompanhamos no passado, na viagem ao deserto, e também no presente, no hospital, recuperando-se de um coma de seis meses e fraturas horríveis e inexplicáveis em todos os ossos de seu corpo -, não me conquistaram. Para mim, Philip parecia um personagem de plástico, cujas reações não faziam sentido, cujos sentimentos eu não conseguia compreender e sentir qualquer tipo de empatia.

Philip fica obcecado pela imagem de um bode branco e o fundo vermelho e de um piano vermelho enquanto se recupera. Por mais que seja interrogado, ele diz não se lembrar de nada do que aconteceu no deserto e como ele ficou naquela situação, e também não sabe o que aconteceu com seus companheiros.

Em alguns momentos fica claro que existe algum tipo de conspiração por parte do exército e do médico que está tratando de Philip. E no hospital, apenas a enfermeira Ellen, que tem cuidado de Philip durante todo o tempo que ele está lá, está disposta a descobrir o que está acontecendo e a ajudar Philip.

Nós vamos acompanhando essas duas linhas do tempo – o passado, no deserto, e o presente, no hospital -, tentando entender e adivinhar o que raios aconteceu no meio deles. E devo dizer que isso foi a única coisa que me moveu durante o livro, o suspense, o mistério, o que de fato seria aquele som maligno. As bizarrices que Philip encontra e pede para Ellen desenhar também ajudaram a aumentar a aura de mistério e deixar o leitor curioso. Foi uma boa jogada intercalar os tempos, porém, no meio do livro, o autor deixa crescer uma barriga enorme, e o livro se arrasta em um ritmo moroso, descrições infinitas, mistérios insolúveis, uma enrolação que parece não ter fim.

Em dado momento, a história finalmente parece pegar no tranco e engata: os mistérios funcionam, o suspense deixa o leitor angustiado, os personagens finalmente agem. Porém, a felicidade dura pouco; assim que parte do mistério é solucionada e algo incrível acontece, o livro, da enrolação de antes passa a uma correria insana, explicando com pressa e respondendo sem cuidado às perguntas que promoveu durante todo o resto da obra. Parece que o autor percebeu que precisava terminar – e logo! – e havia um limite de páginas que ele não podia ultrapassar.

Quanto ao que aconteceu no deserto, bem… não dá bem pra explicar… então, vocês vão ter que ler! :-p (Eu li e não entendi. Explicação confusa e mirabolante demais. Não funcionou para mim.)

Não tem como não comparar este livro ao livro de estreia do autor, Caixa de Pássaros (resenha aqui). E aí, o Piano Vermelho perde um pouco do seu brilho. Apesar de achá-lo surpreendente, diferente e meio maluco, não é tão perfeito quanto Caixa de Pássaros. E não é mesmo. Para mim, que achei Piano Vermelho um livro fraco, confuso e com personagens rasos, ao compará-lo com o magnífico Caixa de Pássaros a coisa toda simplesmente fica pior e o segundo livro de Josh Malerman perde feio, perde forte. Ficou a sensação de que o autor, que tinha brilhado tão intensamente em seu primeiro livro, perdeu a mão por completo no segundo.

O autor deve ser meio obcecado pelos cinco sentidos. O primeiro livro tinha a ver com a visão, o segundo com a audição. Quem sabe ele escreva os próximos envolvendo o paladar, o tato e o olfato! (Há! Fato, não tinha pensado nisso, mas faz total sentido.)

Em uma das vezes que Philip ouve o som gravado, ele desacelera a fita e acredita que está ouvindo um acorde. Assim que ele diz isso eu me lembrei do “acorde do diabo”, conhecido como trítono. Na música, um trítono é formado por 2 ou mais notas separadas por 3 tons, então, dó e fá sustenido formam um trítono, que é um som totalmente dissonante e desagradável aos ouvidos e, por isso, na Idade Média ficou conhecido como “acordo do diabo” e foi proibido. Acho que pensei nisso principalmente por causa das lembranças de Philip do deserto que envolvem cascos, chifres e vermelho. (É… e – spoiler? – eu tava achando que ele ia encontrar o demônio no deserto, mas…) Sei lá!

Acredito que algo importante a ressaltar aqui é o romance completamente desnecessário e mal desenvolvido que foi injetado na obra. Os dois personagens não tinham química alguma, muitas das ações deles no final (apaixonadíssimos!) são totalmente desconexas e o romance não funciona, não convence. Foi uma péssima ideia e deu até raiva. Seria muito melhor se os dois personagens continuassem amigos, apenas.

Enfim, apesar de ter visto muitas resenhas negativas, eu curti. Em alguns momentos achei muito louco. Um louco que prendeu ainda mais minha atenção. Acho que o autor manteve seu estilo de escrita e, mesmo não sendo tão bom quanto Caixa de Pássaros, é uma leitura intrigante e surpreendente. Então, se você curte umas coisas meio loucas eu recomendo a leitura, sim! Só não se decepcione se sentir que faltam algumas respostas! Quanto a mim, preciso discordar da Drika; a escrita não é ruim, mas não é tão empolgante quanto eu esperava de Josh Malerman; achei sim um livro fraco e decepcionante. Uma história enrolada e confusa, respostas apressadas e sem sentido, personagens rasos e pouco interessantes, uma narrativa arrastada em grande parte do livro. Mas, como vocês puderam ver nesta resenha dupla, cada um pode (e deve!) ter sua visão sobre um livro – uma pessoa dizer que não gostou não necessariamente o condena. Portanto, fica minha dica para darem uma chance a Piano Vermelho (só não vá com muitas expectativas).

site: http://poressaspaginas.com/resenha-piano-vermelho
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Lina DC 29/09/2017

Esperava mais...
"Piano Vermelho" é o segundo livro do Josh Malerman e é dividido em Duas partes: Parte 1 - Fá e Parte 2 - Meu Sol se refaz, sendo que a segunda parte é bem curtinha, pois se inicia na página 287. A trama é narrada em terceira pessoa e os capítulos são alternados entre o presente, onde o leitor encontra Philip Tonka em um hospital e o passado, onde o leitor acompanha os Danes até o momento em que culminou o ponto central da história.

A trama se inicia no ano de 1957 em Detroit, onde os Danes mantêm seu estúdio de música "no país das maravilhas". Philip é o pianista e tem 31 anos de idade e é o protagonista do livro. A banda ainda conta com Larry, Duane e Ross e o quarteto era uma banda militar que tocava para soldados e após a guerra e mantiveram-se em reconhecimento por um bom tempo. Com o estúdio, eles trabalham com outras bandas, criam suas próprias músicas e vivem uma vida relativamente tranquila, regada a mulheres e bebidas. Porém tudo muda quando Jonathan Mull, secretário da inteligência militar aparece no bar onde eles estão e pede a ajuda da banda. Aparentemente, o exército americano encontrou um "som" no meio do deserto africano. Um som que causa reações físicas nas pessoas, como enjoos, náuseas, vômitos, alucinações e muito mais. Mas "o som" faz muito mais. Ele desativa armas nucleares. E suas consequências serão terríveis.

“– Há coisas piores do que inventarem uma nova arma – diz Duane, terminando o drinque.
- Como o quê?
- Como o tipo de pessoa que a criou.”

No presente, a trama se passa em Iowa, no hospital Macy Mercy. O soldado Tonka estava em coma por seis meses e TODOS os ossos do seu corpo foram quebrados. Uma situação inexplicável para a enfermeira Ellen, uma das enfermeiras que cuida do Philip. Então o inesperado acontece: ele acorda e começa a ter uma recuperação excepcional, o que desperta ainda mais as suspeitas da enfermeira. Mas isso não é tudo. Ellen percebe o interesse exagerado do Dr. Szands e a aplicação de um medicamento irreconhecível no paciente. As peças estão misturadas, mas a enfermeira está determinada a descobrir o que está acontecendo. Ela sente uma conexão com esse homem deformado, que descreve imagens impossíveis e que balbucia coisas estranhas.



"À medida que seu corpo se restabelece, remendando a si mesmo, temporariamente ou não, Philip se espanta com sua nova identidade, seu novo eu amedrontado, se dá conta de que o hospital tem segredos, e que ele também precisa ter os seus."

A construção do enredo foi muito bem realizada e os personagens são interessantes. A premissa do livro é ótima, porém faltou "algo". Honestamente, achei a revelação um pouco descabida demais e não fiquei tão encantada quanto achei que ficaria. 



Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. A capa combina perfeitamente com a história e internamente, o livro é lindo, com páginas escuras alternando com páginas claras.

“(...) que aconteceu, soldado Tonka? — Ele se curva, põe as mãos nos joelhos, e baixa os olhos azuis na altura dos de Philip. — O que você e os Danes encontraram no deserto? Ou melhor (...) - A pergunta não é o que você encontrou... mas o que encontrou você.”

site: http://www.viajenaleitura.com.br/
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Luan 15/09/2017

Piano Vermelho é um livro de ideia interessante mas mal executada
Depois da ótima estreia de Josh Malerman em Caixa de Pássaros, que causou opiniões diversas entre os leitores, mas houve uma unanimidade ao se confirmar que para um livro de estreante se tratou de uma grande obra, Piano Vermelho veio repleto de expectativas. Com uma sinopse bastante complicada, mas que dava indícios de manter o mesmo ar de suspense e pitadas de terror do primeiro livro, será que Piano Vermelho de fato conseguiu obter êxito? Para muitos leitores, não.

O livro acompanha a história de quatro músicos, que anos atrás fizeram parte da banda militar durante a segunda guerra mundial. Terminada a empreitada, eles são apenas Os dunes, uma banda que já não está em seu auge. Mas a chegada misteriosa de um homem ligado ao exército pude mudar isso. Ele dá uma missão aos quatro: descobrir qual a origem de um som quase mortal no meio do deserto que pode ser, inclusive, uma nova, misteriosa e poderosa arma desconhecida com fins de guerra. Os quatro então embarcam na missão e terão suas vidas mudadas, especialmente Philip Tonka, o protagonista da história.

Antes de tudo é preciso dizer que o livro não é ruim. A proposta, inclusive, é muito interessante. O problema foi a execução. Deixou a desejar. Narrado em terceira pessoa, mas sob a perspectiva de dois personagens e alternando capítulos no presente e no passado, Piano Vermelho tem um ritmo ora positivo, ora negativo, o que também afeta a experiência literária. O ponto alto da história, para mim, ocorre nos capítulos "do presente", quando são seis meses depois do fatídico episódio, onde Tonka acaba de acordar de um coma de meses. Neste período conhecemos também a enfermeira Ellen.

Os capítulos do presente, ou seja, nos seis meses depois do deserto, apresentam um ritmo melhor e até mesmo o clima de suspense e mistério é maior e me fez ficar mais conectado ao livro. Quanto a esta parte, Ellen, a enfermeira, é uma ótima personagem. Mas algumas situações que a envolvem, especialmente na reta final, soam forçadas. Na intenção de criar um casal com empatia, o autor coloca a personagem dentro do mistério do protagonista, para ele não passar pela aventura sozinho. O 'problema' de Tonlka virou dos dois e isso me parece um pouco artificial.

Esses probleminhas, no entanto, não são vistos no que diz respeito à parte gráfica da obra. O trabalho realizado pela Intrínseca é de qualidade altíssima. A capa por si só já é bem trabalhada, com uma espécie de verniz sobre o material. O elogio cabe também à parte interna do livro. Ele é muito bonito. Cada início de capítulo tem uma página toda preta dando um tom se suspense a mais à obra. O tamanho da fonte e os espaçamentos são nas dimensões necessárias para facilitarem o andamento da leitura. Também não encontrei erros gritantes, mostrando que a revisão teve atenção especial.

Gosto muito da escrita do autor. Mesmo neste livro, é ela que se destaca. É uma escrita bonita, direta, objetiva, mas ao mesmo tempo bem cuidada. Ele consegue se diferenciar de alguns autores neste quesito. E assim como em Caixa de Pássaros, o final fica em aberto. Na realidade, em Piano Vermelho, não ficamos sem tantas respostas como foi no outro livro, mas, assim mesmo, sentimos falta do esclarecimento total do mistério. No entanto, diferente de Caixa, nesta obra o recurso não funcionou a o final causou frustração, ajudando a alimenta o sentimento de que o livro não obteve tanto êxito quanto se esperava.
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Julia G 14/09/2017

Piano Vermelho
Depois de brincar com o sentido da visão em Caixa de Pássaros, Josh Malerman decidiu ousar outra vez e desafiar a audição em Piano Vermelho. Na trama, o protagonista e seus amigos são chamados a uma operação militar para buscarem, no deserto do Namibe, a origem de um som que afeta todo o organismo humano e é capaz de desativar as mais poderosas armas, mas cuja fonte ainda não pode ser identificada. Philip Tonka é o único encontrado depois da missão, com todos os ossos do corpo quebrados, e levado para tratamento em um hospital militar.

Preciso dizer desde logo que, apesar de já ter finalizado a leitura do livro há alguns dias, ainda não sei exatamente o que sinto a respeito dele. A história criada por Josh Malerman tem pontos muito positivos e outros muito negativos e, a depender do quanto o leitor é exigente, o livro pode ser classificado como incrível ou como extremamente frustrante. Ainda estou em um ponto conflitante entre essas duas posições.

O autor tem uma escrita ágil e objetiva, o que dá ao livro um bom ritmo, especialmente porque o texto se desdobra de uma forma instigante e repleta de mistérios a serem resolvidos. Os capítulos são bastante curtos, o que dinamiza a leitura, e intercalam os acontecimentos do passado - quando os personagens buscavam a origem do som - e do presente - com Philip em tratamento para todos os traumas físicos que sofreu. Em cada momento da história, há pontos de conflito a serem desvendados. O que, afinal, causaria um som tão perturbador? Que droga faria Philip se recuperar tão rápido? Qual a participação de Dr. Sandz nisso e por que ele tem tanto interesse na recuperação do paciente? Tanto o passado quanto o presente colocam inúmeras perguntas ao leitor e impulsionam a curiosidade para conhecer logo o desfecho do livro.

"À medida que seu corpo se restabelece, remendando a si mesmo, temporariamente ou não, Philip se espanta com sua nova identidade, seu novo eu amedrontado, se dá conta de que o hospital tem segredos, e que ele também precisa ter os seus."

No entanto, o livro promete mais do que cumpre. Apesar de instigar inúmeros questionamentos e deixar o leitor curioso quando a eles, a obra não traz respostas para a maior parte das perguntas. O autor inseriu detalhes e dados que parecem querer levar a algum lugar, mas que, no final, parecem que estavam ali por mero acaso. É frustrante querer entender algo que o autor não se esforça para explicar, já que ele quis deixar à interpretação do leitor quase tudo na trama. As respostas que o livro traz são muito mais filosóficas do que factuais, o que dá a impressão de que os personagens faziam apenas suposições, tanto quanto o próprio leitor.

E só resta mesmo ao leitor supor as respostas que espera. Para alguns, o fato de poder criar suas próprias teorias e chegar a uma conclusão única pode ser o que tornará o livro encantador, mas para mim não funcionou. Destaco que, ainda que Caixa de Pássaros também tivesse um final um pouco aberto, algumas explicações estavam lá, e ao leitor só caberia concluir o restante. Foi diferente com Piano Vermelho porque senti que não existe explicação alguma, apenas inúmeros mistérios com os quais o leitor deve lidar à sua própria maneira. Por isso, embora o livro ofereça uma leitura agradável e instigante, perdeu-se em algum ponto, já que inseriu mistérios demais de modo que se tornou difícil dominá-los.

Ainda que o conteúdo do livro não tenha sido bem o que eu esperava, vale destaque para a edição incrível feita pela Editora Intrínseca, com uma textura áspera na capa e o início de cada capítulo em folhas pretas, junto a uma pequena estampa de medições sonoras, bastante ilustrativa para a trama.

site: http://conjuntodaobra.blogspot.com.br/2017/09/piano-vermelho-josh-malerman.html
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Angel 24/08/2017

Sem palavras..
Msm lendo mts críticas negativas sobre o livro,resolvi arriscar e tirar minhas próprias conclusões,resolvi ler p ter gostado mt do primeiro livro do autor,caixa de pássaros, q teve sua narrativa tensa e envolvente do início ao fim.
No livro piano vermelho, o início teve aquele medo e apreensão como era de se esperar,estava ansiosa p descobrir de onde vinha aquele som avassalador e quem o executava,ms no decorrer da história, vc se pergunta em que parte vc ou a autor se perde,c tantos acontecimentos confusos e enrolados, -confesso q me perdi da metade até o final- e p finalizar, temos um romance totalmente forçado q n se encaixa mt bem c a história, me pareceu q o autor fez de td p agradar o leitor,e c isso acabou desagradando mais ainda.
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Arthur 16/10/2017

Piano Vermelho: uma excelente premissa, infelizmente, mal desenvolvida
Depois de me surpreender positivamente com Caixa de Pássaros (primeiro romance de Josh Malerman, que, aliás, devorei em apenas dois dias), infelizmente, eu me decepcionei com Piano Vermelho.

O livro possui uma premissa instigante: num período pós-Segunda Guerra Mundia, os militares americanos ficam preocupados com um som maligno advindo de algum lugar do deserto da Namíbia, que parece ser uma nova arma capaz não só de matar pessoas com a sua potência, como também desativar todo tipo de armas (inclusive ogivas nucleares). Devido a isso, após uma missão sem sucesso, decidem recorrer aos Danes (integrantes de uma banda de rock de Detroit que se encontram em uma fase de ostracismo após um grande sucesso já vivenciado), solicitando sua colaboração na investigação da origem do som.

O autor intercala capítulos que narram a investigação da banda com capítulos protagonizados por Philip Tonka (pianista da banda), que acorda em um hospital (do qual não se sabe a localização) após um coma de seis meses e que, gradativamente, vai recuperando a memória e buscando entender o que houve consigo mesmo e com seus companheiros. Esse estilo (o mesmo utilizado em Caixa de Pássaros, inclusive) instiga ainda mais o leitor, pois as peças do enredo vão se ajustando aos poucos e ambas as narrativas convergem para a compreensão da trama.

Entretanto, ainda que consiga, com destreza, construir uma história em que o fantástico é visto como verossímil, ou seja, como se as coisas mais loucas pudessem ser reais, Malerman parece que não consegue aproveitar de forma plena as ideias que teve, entregando um enredo mal desenvolvido, com personagens rasos e que não geram empatia no leitor, além de um desfecho extremamente forçado.

A impressão que tive ao concluir a leitura de Piano Vermelho foi de que o autor teve uma brilhante ideia, porém não sabia exatamente o que fazer com ela e foi experimentando e levando até onde pôde, ainda que falhando nesse processo.
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