Os despossuídos

Os despossuídos Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin
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Resenhas - Os Despossuídos


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Dandara 23/03/2024

Os despossuídos
Me dói iniciar essa resenha compartilhando que levei cerca de dois anos pata terminar essa leitura, admiro demais Ursula k. Le Guin pela sua importância dentro da escrita produzida por mulheres, ainda mais dentro de um gênero que é praticamente dominado por homens, nas letras e nas telas. Porém, o tal da ficção científica não me cativa, acho enfadonha demais a leitura, por mais fantástica que a construção seja, como é o caso dessa obra. Queria muito ter conseguido ter tido uma leitura mais fluida dela, o que me permitiria absorver com muito mais profundidade toda a crítica social e política que ela faz, mas perdi feio essa batalha. Mas não façam como eu, e mergulhem de cara nessa obra, vale a pena!
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Carlos Souza 20/01/2023

"A pedra não pode chegar até a árvore."
Minha Nossa Senhora da Bicicletinha...
Mais uma vez, Ursula K Le Guin fez seu nome.
Eu já havia lido "A mão esquerda da escuridão" no ano passado, e, já na primeira experiência me tornei fã dos livros da autora. Nesse livro temos inúmeras discussões explícitas e implícitas. Ambos os tipos de debates são fantásticos, mesmo que cansativos em alguns momentos. Realmente, Ursula faz uso da sua metáfora mais conhecida, talvez, e, que moldou uma série de influências na Ficção Científica no geral, ou seja, refiro-me ao famoso texto sobre como os autores devem "mentir" o suficiente para, em seus respectivos universos, gestarem verdades e críticas sociais.
Em "Os despossuídos" temos uma trama direcionada ao cenário científico e que reflete/problematiza os embates realizados nos "micro-cosmos" de cada campo disciplinar. O personagem principal em si, demonstra-nos até que ponto um pesquisador moldado e versado em ideias "humanísticos"/disseminadores do conhecimento pode enfrentar problemas frente ao princípio da "propriedade privado do conhecimento" e da oposição ao pensamento excludente do Estado. Le Guin, sendo ela quem é, aciona uma série de conhecimentos teóricos de seu tempo para ao decorrer da obra "fantástica" demonstrar como a aplicação de medidas restritivas ao desenvolvimento científico está diretamente ligada ao processo de manutenção das desigualdades sociais.
Ao decorrer do livro, todos os debates acima citados são situados em um ambiente diplomático/conflituoso de duas sociedades (maneira mais simples de explicar) que podem ser entendidas como "etapas" diferentes dos princípios éticos e morais. Sendo assim, Shevek (originário de Anarres) começa uma espécie de expedição para fortalecer os laços/criar contatos com o planeta irmão ao seu (Urras), com isso, temos um encontro/estranhamento entre traços culturais, sociais e políticos, tudo isso em paralelo aos avanços do estudo da "Simultaneidade".
O enredo do livro é tão complexo e bate em tantas teclas que, sinceramente, acho difícil resenhar com justiça seu conteúdo. Temos reflexões filosóficas, pisões anarquistas, pisões socialistas, diálogos sobre solidariedade. Em geral, o babado é louco. Um último traço que não posso deixar de destacar, no caso, um traço da escrita dela, os debates sobre gênero e misoginia, dentre outros.
Por fim, e acredito que em síntese, "Os despossuídos" é uma experiência, é agregador, é lindo e atemporal.
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Letícia Goliczevski Medeiros 26/01/2022

Muito cedo pra apostar que vai ser o melhor livro do ano?
Através da comparação entre os planetas de Urras e Anarres, a autora faz muitas críticas ao capitalismo e às relações de posse e de poder, mas também pondera sobre os pontos positivos e negativos dos dois sistemas socioeconômicos e sobre os possíveis problemas e desafios de uma sociedade utópica anárquica como a de Anarres. Acho que o objetivo é muito mais levantar debates e questionamentos do que trazer respostas prontas. Todas as reflexões sobre como seria uma sociedade onde não existe governo nem propriedade privada são interessantíssimas, adorei ver como isso impactou o comportamento dos personagens, a visão de mundo deles e os reflexos disso até mesmo na língua právica. As questões que o livro traz sobre desigualdade social, consumismo, vida em sociedade e liberdade individual me prenderam desde o início e me tocaram profundamente. Acho que dá pra tirar muitas coisas boas dessa história para a nossa vida, como rever prioridades e ter um estilo de vida menos focado em ter e consumir e mais voltado para a comunidade.
O único defeito do livro, na minha opinião, é que ele é bem lento. Eu lia algumas páginas e já me sentia cansada. Acho que a autora devia ter pulado algumas partes como fez no final do livro. Por exemplo, ela não descreveu os piores anos da fome em Anarres, mas ficamos sabendo das consequências e um pouco do que aconteceu durante a conversa entre Shevek e o motorista do trem. A autora não descreveu como Shevek chegou à embaixada de Terran, mas depois a gente fica sabendo como isso aconteceu durante uma conversa entre ele e a embaixadora. Eu acho que se a autora tivesse feito isso mais vezes a narrativa teria ficado menos lenta e monótona e mais ágil. Demorei 10 dias pra ler o livro e ele nem é tão grosso.
Ainda sim, recomendo demaisss, gostei mais dele do que imaginei que iria. Fazendo uma breve comparação com A Mão Esquerda da Escuridão (o primeiro livro que li da autora), achei a trama de Os Despossuídos menos parada, tinha mais coisas acontecendo, mais conflitos e debates sobre questões culturais e também achei a história mais emocionante e cativante, bem como os personagens.
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Juliana 08/08/2022

Os Despossuídos foi um livro que me surpreendeu muito. A história é sobre Shevek, um físico de um planeta desértico chamado Anarres, que é praticamente anarquista e que vai para Urras, um planeta capitalista para poder da continuidade a seus estudos.
Acho que o mais legal dele é que ele faz duas coisas: a primeira é desatualizar a forma que nossa sociedade de organiza, através dos estranhamentos do Shevek, e em segundo lugar trazer uma nova possibilidade para essa organização, que é Anarres, sem ter uma postura mais preconceituosa com essas outras possibilidades. A leitura é muito envolvente e mal vi as páginas passando. Para mim a autora foi genial a construir cada pequeno detalhe, até pensando nas diferenças de vocabulário de um planeta pro outro.
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Dani Gundes 06/08/2023

Para degustar, digerir e refletir...
Achei muito interessante como este livro me despertou sensações e como a autora conseguiu ilustrar os pontos positivos e negativos do anarquismo e do capitalismo apresentados na trama. Uma sociedade anarquista pode "dar certo" em um lugar onde ninguém tem nada, todos são nivelados por baixo, todos são pobres e o planeta, árido. Tudo é compartilhado, ninguém 'egoísa', todo mundo faz o trabalho sujo, todo mundo se ajuda. Mas, pelo visto, a solidariedade têm limites: a fome. Nesta situação, os anarrestis ativam o modo "farinha pouca, meu pirão primeiro". E o que falar da falta de privacidade e de reconhecimento profissional? Do isolamento voluntário ser mal visto? Parece que a utopia anarquista fica com cara de distopia e o mundo Urras se torna uma opção sedutora. Afinal, porque não merecemos, todos, o luxo? Reconhecimento profissional depois de anos de dedicação seria um caminho natural, como a abundante paisagem de plantas e animais do planeta alienígena. Mas para uns serem ricos, outros terão que os servir. Quem servirá aos ricos? E as mulheres? Não podemos desconsiderar cerca da metade da espécie! Ou será que podemos? Que tal serem nossas bonecas de luxo?! E por aí vai... Remexeu seu estômago por aí? Porque o meu sim, e os meus neurônios também!!
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Thiago.Moreira 13/01/2023

Rende boas discussões
O início e o fim são bons, o meio é um pouco arrastado, na minha opinião. É um livro bem cabeça (como todas as obras da autora). A mão esquerda da escuridão me chamou mais atenção.
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Maikel.Rosa 09/02/2021

se ela não era deste planeta...
... poderia-se dizer que a Ursula K. Le Guin entendia o ser humano melhor do que muitos nativos!

assim como em "A mão esquerda da escuridão", em "Os despossuídos" também me senti um paraquedista caído no meio de uma civilização repleta de extrapolações e vias alternativas do que a humanidade poderia ter sido - a especialidade dessa que foi uma das maiores escritoras de ficção científica do mundo.

no começo, mesmo intrigado com a relação entre duas sociedades separadas por suas órbitas e ideais, fiquei um pouco entediado com as linhas do tempo vividas pelo físico Shevek, ora acompanhando a rotina em seu planeta natal, ora desconfiando da boa-vontade de seus anfitriões na "lua".

mas à medida que fui entendendo a dinâmica entre os planetas irmãos - o dos colonizadores e o dos proprietários -, me enredei de um jeito na ideologia do protagonista que a angústia da busca por liberdade foi se tornando palpável, e o seu empreendimento subversivo, absolutamente justificável.

não se engane: este é menos um livro de ficção científica do que é um tratado sociopolítico, um paralelo magistral entre anarquia e hierarquia, comunismo e capitalismo, burocratas e plutocratas, utilitarismo e hedonismo consumista.

se você gosta de elucubrações como esta talvez acredite, ao conhecer os planetas Anarres e Urras, que eles sejam uma "prova final" de como nossas escolhas filosóficas podem nos levar ao paraíso ou ao inferno. eu, particularmente, diria que se trata de como nossos valores podem determinar o que é um e o que é outro...

ou seja: em que planeta você viveria?
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Anielson0 05/03/2023

A verdadeira jornada é o retorno
Um grande livro, não só de literatura de gênero, mas um romance em sua plenitude formal.
Precisaria de muito mais espaço pra destrinchar essa obra, mas, como esse é um espaço informal que eu reservei para praticar minha escrita sobre o que leio, vale a pena destacar algumas coisas:
- O romance é um excelente exercício de imaginação política, ao mostrar não só como podemos chegar a uma revolução, mas também a coragem de enfrentar os novos problemas que surgirão no pós-revolução;
- A crítica ao machismo, ao capitalismo e ao imperialismo são evidentes. No entanto, a grande proeza da prosa de Ursula Le Guin está em algo mais "formalista": é a construção aprofundada dos personagens (que deixa muita literatura "séria" no chinelo);
- A estrutura narrativa intercalando passado e futuro por capítulo é de uma originalidade incrível. Mas não como se fossem eventos paralelos, e sim pelo fato de estarem sendo vivenciados sob o Princípio da Simultaneidade. O romance em si parece ser o artefato (ansível) que o protagonista Shevek tenta construir.
Por final, entre os riscos, os fracassos e o tempo-espaço atravessado, voltamos pra casa, mas só porque casa é um lugar onde nunca estivemos. Era preciso partir para descobrir que a verdadeira jornada é o retorno.
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kaguya_ 09/03/2021

Brilhante
Primeiro sci-fi que dei chance, tive receio de não ser agradável por se tratar de algo que não estou habituada a ler, mas foi um livro maravilhoso, muito bem planejado. Ursula é incrível, sem dúvidas.
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Bella 11/11/2021

Um sci fi pra refletir
Os despossuídos é um excelente livro que traz a tona muitas questões sociais e políticas para refletirmos. É um daqueles livros que te deixam pensando horas a fio sobre os temas discutidos. Mas preciso confessar que por vezes o ritmo é lento. Ansiosa pra conhecer mais obras da autora.
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Carol 28/12/2021

O livro explora aspectos sociológicos da vida coletiva em uma sociedade com uma escassez de recursos. Uma boa leitura!
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Laura.Thais 02/01/2022

Começarei pelo final kkkkk achei muito corrido. Não me incomodo em não ter um final cheio de explicações porque acho que a intenção da autora é mais gerar discussões do que responder perguntas, ou fazer um final bem detalhado que explique tudo que foi abordado no livro.
Em questão de gerar discussões achei fantástico. Ela trás esses dois mundos de uma forma bem construída e obviamente da pra fazer um paralelo gigante entre Urrás e o planeta em que vivemos hoje. Ela mostra a vivência em Anarres de uma forma que gera curiosidade e nós faz refletir. Pelo menos me fez refletir.
Eu gostei de acompanhar a trajetória do Shevek, mas a onde isso levou? Eu gostaria que tivesse levado a algum lugar, mas isso fica para nossa interpretação...
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Vanessa.Perin 22/02/2022

Ainda não sei....
Ainda não sei o que achei do livro.... Foi uma leitura lenta e densa.
Não é um livro fácil, é um livro com muitas camadas, muitas discussões políticas sociais. Tenho certeza que tem muitas camadas que nao consegui absorver.
Foi uma leitura demorada, gostaria que os personagens fossem mais profundos, talvez mais pessoas... Difícil explicar...
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Nica 17/04/2022

Le Guin, apenas
Toda vez que leio uma obra da Le Guin, tenho um sentimento diferente. Toda vez me surpreendo, e é impossível ficar na zona de conforto.
Na mão esquerda, fiquei completamente apaixonada pela autora. Com Floresta é o nome do mundo, senti como se o livro fosse um ensaio pra algo maior. Com o conto de Omelas, chorei sem saber pq. E com esse, achei que não ia conseguir acabar. Senti raiva e medo, angústia e tristeza em todo tempo de leitura. Até a metade do livro, considerei com muita amargura deixar de ler, ainda bem que continuei. Me apaixonei pela história, ou histórias pra ser mais precisa, mesmo se referindo ao mesmo personagem, as linhas de tempo diferentes propõe quase uma prática da física apresentada no livro.
É extremamente difícil chegar na metade do livro, exige muita atenção e parece muito que ao invés de vc ler o livro, ele tá lendo vc.
Não consigo expressar tudo o que a história significa, tudo o que ressignificou pra mim.
Se for ler, o que recomendo muito, o faça com resiliência, com paciência e delicadeza pra entender que a leitura não vai sair na força, respeite seu tempo de leitura!
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