Assim na terra como embaixo da terra

Assim na terra como embaixo da terra Ana Paula Maia




Resenhas - Assim na Terra Como Embaixo da Terra


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Galardo 10/09/2023

Provocativo
O que é justiça? Quem define o que é justiça? Pode haver justiça ao extrapolar a própria noção de justiça? Quem tem esse direito?

Ana Paula Maia cria aqui um cenário cruel que poderíamos até apontar seu caráter distopico se ele não fosse tão real. Um ambiente brutal que arrebenta com o físico e o psicológico de quem está nele inserido.

Assim na terra como embaixo da terra é um retrato imagético cru e atroz de uma realidade que permeia o Brasil. Aqui não existe o bom e o mau enquanto personagens fixos nesses papéis ilusórios que só existem na ficção descompromissada com a realidade.

Vidas submetidas as instituições, com ordens que não se sabe de onde vem, nem a quem servem, a privação do direito a dignidade num ambiente hostil que intensifica os demônios que cercam todos ali.

Com um texto envolvente o livro nos trás reflexões necessárias acerca do valor da dignidade humana, do encarceramento, dos limites do que se pode chamar de justiça.
Assim na terra como embaixo da terra é maravilhoso, mas acredito não ser para todos.

"No fim, somos todos livres, porque, no fim, estaremos mortos."
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Ariadne 21/08/2023

Em uma colônia penal esquecida pelo mundo, e prestes a ser desativada, os poucos presos (homens condenados por estupro e assassinato) que restaram convivem sob o julgo do ensandecido e autoritário diretor, Melquíades.

Percebendo que ninguém no mundo da a mínima para o que acontece ali, ele começa a caçar os presos como se eles fossem meras presas, e um reinado de horror se instaura no local.

São vários os méritos dessa história mas fato da autora não ter situado em que ano tudo acontece deixa o contexto real demais, de maneira bem perturbadora. É triste olhar para o nosso sistema prisional e ver o mal ser banalizado de várias formas.

Indico para quem gosta de uma leitura visceral, crua e direta, beeem direta
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Leila 06/08/2023

A Ana Paula Maia tem um jeito muito cru de revelar a alma humana e o pior que existe em nós, a violência é sempre escancarada e doa a quem doer. Aqui em Assim na terra como embaixo da terra, ela brinca com um "mundo distópico", uma prisão onde ninguém nunca escapou, onde os prisioneiros estão sendo "caçados" e não há salvador à vista, não há redenção e nem esperança de futuro. É um texto desolador e árido, assim como é o local em que se passa a história e também como são áridos as personagens.

Esse é o terceiro livro da autora que leio e gosto, leituras fluidas e sem mimimi. Bronco Gil é o personagem central aqui e aquele que faz a diferença nesse mundo meio faroeste caboclo, rs

Enfim, não é uma Brastemp, mas vale a pena o tempo investido #ficaadica
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Tamiris Durigan 04/08/2023

1 porém 5
A história desse livro é visceral, bruta, e direta. Não floreia nada e causa horror a cada capítulo.

Só posso dizer que no fim, eu queria que os presos se livrassem do algoz deles, por mais que eles merecessem a prisão pelos crimes cometidos o que a Colônia faz vai muito além de punir, fazer justiça ou socioeducar. Ela desumaniza e o pior é saber que isso está muito próximo do que aconteceu e acontece.

Tão cruel que não tive como avaliar de outra forma. A história e escrita são muito boas mas o sentimento ao ler é totalmente negativo. Não sei se me serviu de algo e nem se eu recomendaria a leitura dele.
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Luiza.Kaiser 23/07/2023

Assim na terra como embaixo da terra - Ana Paula Maia
O livro traz o extermínio que acontece numa colônia penal. Feita para ser um grande modelo de penitenciária, onde os presos entram mas nunca saem, a prova de fugas, foi construída em cima de um terreno que provavelmente há muito tempo era uma fazenda que continha escravos, onde muitos deles perderam a vida.

Trazendo principalmente os presos Bronco Gil, Venâncio e Pablo, relata o terror vivido por eles na mão de Melquíades, espécie de diretor do local, mas que após muuuitos anos trabalhando ali, começa a tirar a vida dos encarcerados como se fossem presas, javalis, para seu próprio divertimento, sem que ninguém soubesse ou tivesse qualquer denúncia.

Deixo aqui um trecho que mostra bem como a sociedade como um todo encara o sistema carcerário. Embora algumas famílias continuem acompanhando o preso, a maior parte da população quer trancá-los dentro e jogar as chaves fora.

?Esses muros não servem apenas para manter os condenados confirmados, mas para apagar qualquer vestígio da existência desses homens. Do lado de fora, ninguém se importa. Ninguém quer ver o que se passa aqui dentro. Aquilo que não serve, que não presta para mais ninguém. Assim como lixo que se amontoa extingue-se no fogo, assim são os entremuros para os confinados. O lixo, porém, ainda se recicla. Para esses homens, não há quem mês confie uma nova chance.?
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Ster 22/07/2023

Uma das minhas melhores leituras do ano!

Trouxe à tona temas sensíveis com uma escrita tão fluída que quase não senti que estava de fato lendo. E apesar de ter menos de 200pg não senti que faltava algo, ou que foi feito "às pressas".

Ótima crítica ao sistema carcerário, abuso de poder e "neutralidade" a certas atitudes (que te fazem se igualar a quem está praticando, ou até te fazem pior que tais..).
Essa pegada mais naturalista da autora, de comparar as personagens com animais, me agradou demais! Brilhou muito.

"Poderia atravessar os portões da Colônia, sentir a liberdade na carne, mas isso já não é possível no espírito."
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amandaleu 19/07/2023

Resenha de Assim na terra como embaixo da terra
O livro é muito denso e a história, desconfortável. Ana Paula Maia provavelmente se inspirou (e muito) no sistema carcerário brasileiro, abordando questões como o abandono e lentidão do sistema na imagem do oficial de justiça, o despreparo psicológico na imagem dos agentes penitenciários e o comportamento da sociedade perante a ressocialização de figuras tão odiosas. Achei interessantíssimo a autora comparar os presos com a vida útil daquilo que é jogado no lixo. Os lixos podem ser reciclados, tendo lixeiras com cores próprias, apontando que objetos você pode depositar ali. Mas para o homem não existe reciclagem. Num sistema como este e esse, a única saída "pseudorreciclável" do ser humano é deixar de existir.
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glen glen 15/07/2023

Um microcosmo de uma sociedade doente
Nessa obra a linha entre algoz e vítima desaparece e a violência e opressão são justificadas em nome do controle e da disciplina, nos fazendo questionar nossa humanidade e propensão à barbárie. A história aborda temas sombrios e provoca uma reflexão profunda sobre a natureza humana, a liberdade e o meio social.

Em meio ao terror da colônia penal, Ana Paula Maia nos lembra de que a sociedade está sempre à beira de sua própria destruição, mas também é capaz de encontrar redenção, resiliência e esperança nas situações mais desesperadoras.

É uma leitura profunda, impactante e indispensável para aqueles que apreciam obras corajosas e desafiadoras.

?No fim, somos todos livres, porque, no fim, estaremos mortos.?
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Anny50 16/05/2023

Escrita crua
Impossível ler sobre uma Colônia Penal e não pensar em Kafka, mas aqui, a autora consegue ser original em sua abordagem, com uma escrita muito direta ela consegue desenvolver bem o cenário e os personagens, a despeito do tamanho diminuto do livro, fiquei impressionada em como gostei da obra, não estava esperando nada. Gostaria de ler outros livros dela
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Rani 06/05/2023

.
Eu nem sei como falar desse livro de tão perfeito que ele é, um soco no estômago mas necessário sobre o sistema carcerário uma obra de arte não vejo a hora de ler mais livros dessa altura que tem uma escrita tão brutal tão real e ao mesmo tempo tão poética
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Jonas 17/04/2023

Escrita e Narrativa Maravilhosa. Somente Leiam, vale cada momento passado lendo esse livro. Recomendadissimo. Virei um fã da Autora
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Murillo F.X 24/03/2023

Gostei bastante, a história e os personagens são 5/5, mas eu queria que ele fosse maior e não acabasse tão rápido assim.?
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Nazrat 23/03/2023

Brutalidade e encarceramento
Eu já posso dizer que sou fã da escrita da Ana Paula Maia, perdi a conta de quantos livros dela eu li. Aqui, mais uma vez, entra esse universo de pessoas comuns, mas agora no contexto prisional. Mas não é uma prisão qualquer, é um colônia da qual a perspectiva é de não saírem vivos. A crítica às prisões e a suposta recuperação proposta aos encarcerados aparece em todo o livro. Bronco Gil, o qual participa de outro livro da autora (outra coisa comum nos escritos dela) é uma figura que impõe respeito, tem presença e move a narrativa. E Melquíades, com seu discurso hipócrita e sádico, bem... melhor ler para saber!
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Doug 22/03/2023

Cinema!
Toda vez que termino de ler um livro da Ana Paula Maia me pergunto "como essa história ainda não foi adaptada para o cinema?". Que narrativa cinematográfica!

Personagens e história digna de um western BR.
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