Becos da memória

Becos da memória Conceição Evaristo




Resenhas - Becos da memória


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Joao Lira 07/02/2024

Becos da Memória, Conceição Evaristo
Tem uma cena desse livro na qual uma personagem preta, doméstica, sobrevivente das misérias da favela, furta uma joia belíssima na casa onde trabalha. Com fortes anseios, quando chega em sua casa, decide jogar o anel na fossa. De fato, é fácil inferir que o destino dessa personagem foi cadeia e humilhação. Contudo, devido à influência de sua patroa, a polícia fez uma ampla busca desse artefato em meio aos dejetos naquela fossa. E, talvez, isso seja uma metáfora para o objetivo da narradora dessa história.
Digo isso porque o que nos é contado aqui tem a finalidade de não só mostrar muita dor e sofrimento imposto à população preta e da favela (e remontar relatos individuais desde os tempos fedorentos da escravidão), mas evidenciar a preciosidade, o brilho, o ouro da esperança e do vigor desse povo em continuar sua luta, bem como afirmar sua identidade.
E, olha só, que tarefa difícil. Porque, identidade é memória ? até isso os foi tirado. Nem por isso? as esquinas da favela, cada historinha contada por cada personagem, cada beco não apagado de suas lembranças fazem desse livro ser muito grandioso. Ser uma joia, tão preciosa e reluzente, incapaz de se perder em fossa qualquer.
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Bia 30/01/2024

Livro forte e emocionante. Retrata diversos personagens da favela e como foi a vida de cada um, com o contexto de desfavelamento.
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gabriel2752 29/01/2024

Dor. Dor. Apenas dor. Uma profunda e irremediável dor. É basicamente o que sinto lendo cada história descrita em fragmentos pela Evaristo de personagens tão diferentes mas que compartilham, ou compartilhavam, algumas coisas: a pobreza e a favela. São histórias muito dolorosas de serem lidas e compreendidas como reais e até, quando transpostas à realidade, piores.
Mas o ponto que acho que a Conceição realmente quis evidenciar é a esperança vivida, lúcida personificada por Maria-Nova e Negro Alírio. Ou então, a beleza na bondade e amor da Vó Rita e do Bondade. Sentimentos lindos florescidos em um ambiente rico em cultura, em esperança mas pobre em quase todos os outos âmbitos.
E a liberdade tão bem disposta legalmente que ainda hoje não saiu do papel. Pessoas presas à pobreza, à miséria, ao desamparo. Livres de que? Liberdade para quem?
Eu realmente não consegui abrir esse livro sem derramar lágrimas todas as veses que lia cada palavra. É uma escrita poderosa, sentimental, prosaica, poética: como as histórias contadas.
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Cass 26/01/2024

Conceição Evaristo traz uma realidade nua e crua onde a desigualdade, o desespero e a solidão permeiam a obra. Ao mesmo tempo, pela linguagem extremamente poética, preenche cada beco com a humanidade e as memórias de outros, que constituem as suas próprias. ????
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Luana 23/01/2024

Por indicação de um clube do livro que participo, li "Becos da Memória", meu primeiro contato com a escrita de Conceição Evaristo.
O texto é profundo, pungente, poético e ao mesmo tempo coloquial. Nos faz refletir sobre desigualdade, solidão, a passagem do tempo e mostra a favela também como consequência de um Brasil onde milhares de pessoas escravizadas foram abandonadas à própria sorte após a assinatura da Lei Áurea.
Me emocionei com muitos trechos. Outros têm um jeito tão inventivo de dizer as coisas, que me encantaram.
Enfim, há tempos não lia um livro tão bom.
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Nicoly.Tonani 23/01/2024

Uma narrativa sem muitas censuras do que é a vida na favela, das relações, as intrigas, brigas e a união das pessoas que apesar das suas diferenças compartilham essa mesma vida. Adorei como a história é contada por diferentes pontos de vista que de alguma forma vão se entrelaçar e se afetar. Conceição Evaristo como sempre tocando no fundo da nossa alma
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claribru. 22/01/2024

?? Nossa gente não tem conseguido quase nada. Todos aqueles que morreram sem se realizar, todos os negros escravizados de ontem, os supostamente livres de hoje, se libertam na vida de cada um de nós, que consegue viver, que consegue se realizar. A sua vida, menina, não pode ser só sua. Muitos vão se libertar, vão se realizar por meio de você. Os gemidos estão sempre presentes. É preciso ter os ouvidos, os olhos e o coração abertos.?

Finalizando a primeira leitura do ano com uma obra 100% atual e VIVA de Conceição Evaristo.
A autora nos trouxe em sua narração, o retrato cru de uma comunidade que luta diariamente com a desumanização e o descaso de viver a margem.
Através das memórias de cada personagem apresentado você vê profundamente a coligação de cada um deles, entre as histórias de amor, luta, medo. Não por mera coincidência, a grandiosidade da obra está justamente aí: em nós lembrar e relembrar DE NOVO de maneira intrínseca, as marcas deixadas pela escravidão e pelo racismo em um só povo. Vivenciando a violência, o banzo, o sobreviver para ter uma chance de viver.
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Matheus656 21/01/2024

Descobri Conceição Evaristo recentemente e estou incrédulo que uma autora tão importante para a literatura brasileira é desconhecida para o grande público no geral. Não vou me atentar aos motivos de tal desconhecimento, mas sabemos bem o motivo que leva a diversos autores negros ao anonimato e/ou apagamento.. Becos da Memória é uma leitura muito sensível que mexe com os sentimentos do leitor. Talvez por ter um contexto minimamente parecido com o da autora, me enxerguei em algumas histórias de algumas personagens identificando suas dores, alegrias e anseios. A forma como é escrito, intercalando memórias de vários moradores da favela sem uma ordem específica, é prazeroso de ler indo e vindo no tempo, mas com uma progressão. Recomendo fortemente a leitura e caso assim como eu, também tenha recentemente descoberto essa incrível autora, vamos divulgar e espalhar o seu nome e trabalho por aí.
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Mila Nunes 21/01/2024

Emoção e sensibilidade
Um relato de desfavelamento pelo olhar de uma menina.
Um quebra-cabeças de personagens, todos comuns e tão vivos, mostram uma realidade de miséria, dores e esperança de uma vida melhor e mais digna.
As lavadeiras acordando cedo, os trabalhadores com os tratores levantando poeira e as crianças indo às escolas pela merenda, única refeição do dia, e as perdas dos seus, como também as despedidas dos que partem devido à desapropriação de seus barracos, relatam o dia a dia de uma comunidade onde todos se ajudam e nada se tem.
Como diz a música do Emicida " Tudo o que nós tem, é nós!".
Livro forte, sensível e profundo, que nos põe a refletir.
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Leticia.Fernando 18/01/2024

Becos da Memória
Livro incrível. Cada dia mais, acho incrível como a escrita da Conceição Evaristo trás, em frases curtas, um sentimentalismo GIGANTESCO nas relações que pessoas negras tem consigo e com os outros.
As memórias nossas e dos nossos antepassados merecem ser contadas e preservadas, pois elas são tudo uma das principais formas - e, mais lindas - que nós temos para resistir. No relato da escritora, em diversos momentos pensei nas histórias que meu falecido avô me contava sobre a também infância pobre dele. Também apresentado no livro, por mais difícil que tudo tenha sido, ir avante e saber que é preciso viver é o que garante a persistência de outros, nossos pais, tios e avós, em nossas vidas - seus saberes também vão conosco e nunca irão morrer.
Aliás, achei muito interessante as ideias de revolução dos personagens, visto a data que o livro foi escrito.
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Mih 14/01/2024

Sem dó.
O livro aborda a dor, o medo e a esperança de um povo que deseja ser gente, acima de qualquer coisa. Conceição apresenta a dor de cada um, sem ter dó de expor a carne ferida de cada um. Apesar de toda miséria, medo, invisibilidade, cada personagem do livro carrega em um coração disposto a ser melhor.
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nilah0 10/01/2024

Todo mundo deveria ler esse livro, todo mundo deveria ver e sentir, através desse livro, as mazelas herdadas da escravidão. Conceição escreve de forma doída a vida de pessoas residentes de uma favela que está sofrendo com o processo de desfavelamento. enquanto, antes e depois do desfavelamento ocorrer, vemos as dores, as angústias, os apegos, as memórias, a melancolia, a falta de perspectiva e o afeto cultivado entre as personagens.
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Marcia 10/01/2024

Minhas impressoes sobre o livro.
"Faltava comida, cama, conforto, mas nunca faltou o aconchego do coração de mãe Joana, e era ali que ela aninhava sua prole".
Livraço! Esse é um daqueles livros que quando acabo me pergunto: Por que não li antes?
Nesse livro vamos encontrar historias de moradores de uma favela. Atraves deles, conhcecendo suas vidas vamos vivenciando suas dificuldades, suas experiencias , conquistas e despedidas. Alem disso tudo vivenciaremos um pouco do viver em uma favela. Com certeza nossa mente abre e passamos a ver o mundo diferente.
Nesse livro fiz amigos que se tornaram muito queridos como Maria-Nova, mãe Joana, Mari-Velha, Bondade, a querida e encantadora Vó Rita, Negro Alírio, tio Totó... Quantas pessoas/personagens que se tornaram queridos e me deixaram saudades.
E as lavadeiras? Como são guerreiras essas mulheres. Lavar roupas numa lavanderia, com maquina é uma coisa, outra é ter que madrugar e lavar a mão nas tinas de água. Não, não tem água encanada. A luta é séria, todos tem raça e valentia para sobreviver o dia a dia. Considero esse livro importantissimo e necessário a todos.
"Boca fechada não entra mosquito, mas não cabem risos e sorrisos."
"Maria Nova, talvez, tivesse o banzo no peito, Saudades de um tempo, de um lugar, de uma vida que ela nunca vivera."
Nesse livro tambem enfrentaremos,junto com os personagens o processo de desfavelamento, vemos a "vida dos moradores de uma favela, cidadãos que sofrem as mazelas de um processo árduo e doloroso de desfavelamento realizado por uma construtora."
Como foi sofrido para eles e tambem para nós leitores acompanhar, vivenciar de perto esse processo.
Gostei muito desse livro. Fiz amigos ( amigos personagens) , aprendi, vibrei e me emocionei.
Valeu! Super valeu!
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Clariar 10/01/2024

Favoritado
Finalmente a minha primeira leitura de Conceição Evaristo... nem sei como pude demorar tanto para ler algo da autora.
O livro me impactou tanto que estou com dificuldades de escrever uma resenha.
Leitura tocante, íntima, poética, sensível, realista, triste... memórias necessárias e que contam/denunciam a vivência de tantos outros.
Maravilhoso!
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Perdida_nas_Estrelas 08/01/2024

Temos aqui uma obra muito relevante.
Esta obra me atravessou de um jeito triste, porém bonito também... Primeiramente fiquei impressionada com a escrita envolvente de Conceição Evaristo; inicialmente julguei que contar a história em "pedacinhos" não me agradaria, e acabei me envolvendo todinha.
Me emocionei, me revoltei e estive ali com aquelas pessoas. Creio que esse era um dos objetivos da autora ao escrever essas memórias, e ela me alcançou.
É uma obra que traz a vida de muitas pessoas viventes de uma favela, mas além da vida dura que as pessoas vivem ali, eles também estão sofrendo, sendo obrigados a irem embora dali. Ir embora do lugar onde sempre viveram, do lugar que chamam de casa, onde vive-se, sofrem, onde se riem.
É incrível como Conceição consegue te deixar sensível em relação a tudo que ocorre na favela, essa foi mais uma leitura que me preencheu e me fez sentir o que eu precisava sentir lendo aquilo naquele momento.
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