Gabs171 27/03/2024
Anne de Green Gables
Como é de se esperar de um livro de época, essa história é recheada de momentos que só a imaginação proporciona, como a própria Anne diria. É impossível não se apaixonar pelo jeito adorável da menina de ver o mundo. É impossível não desejar ser um pouco mais como ela. Anne é uma órfã de cabelos ruivos como cenouras, branca, magrela e cheia de sardas. Ela é adotada por engano pelos irmãos Marilla e Matthew Cuthbert, que, inicialmente, queriam adotar um menino para ajudar nas tarefas externas. Apesar do engano, Matthew é o primeiro a se apegar à ideia (e à Anne, claro) e convence Marilla de que eles devem ficar com ela. A partir daí, vivemos diversas aventuras e ensinamentos com Anne Shirley, vemos seus maiores sonhos serem realizados e sonhamos acordados com ela, tentando acompanhar seus pensamentos na velocidade com que acontecem.
É interessante observar, também, a forma como os acontecimentos são narrados. As coisas começam lentamente, porém, conforme avançamos a leitura, o tempo passa mais e mais rápido em Green Gables, até que Anne esteja quase-adulta. Da mesma forma, é perceptível como ela muda. Antes, tagarela, imaginativa, impulsiva, eufórica, muito sentimentalista... depois, fica calma e controlada. Não sei decidir se considero isso uma coisa boa. Acho que, por ter sido uma mudança rápida, não tive tempo de me acostumar com o fato de que ela já não via graça em enfeitar chapéus com flores e inventar amigos imaginários. É, eu me apeguei a ela como se fosse filha, ou irmã- ou alma irmã, então.
Pra mim, Anne de Green Gables se tornou um conforto, uma inspiração. É um livro que vale todo o tempo investido, retoma um lado que talvez tenha se perdido, uma inocência que talvez esteja escondida. Não vejo a hora de ler os próximos da coleção.
"Minha vida é um perfeito cemitério de esperanças enterradas." - Lucy Maud Montgomery