Nossa Senhora do Nilo

Nossa Senhora do Nilo Scholastique Mukasonga




Resenhas - Nossa Senhora do Nilo


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Thai.Campos 25/02/2023

Ruanda por outro olhar
Nesse livro a narrativa mergulha na realidade conflituosa de Ruanda a partir de uma cenário escolar, distanciado fisicamente do conflito por poder, mas refém deste ainda assim.
As meninas do Liceu entregam ao leitor as dificuldades herdadas do colonialismo e do machismo pelas suas histórias.
Recomendo demais a leitura e o interesse sobre as múltiplas realidades africanas.
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Carlos 28/12/2019minha estante
Caramba, nem tinha reparado na simbologia por trás dos personagens estrangeiros (os professores franceses e belgas, por exemplo). Realmente, eles representaram perfeitamente o posicionamento dessas nações durante o genocídio em Ruanda. Obrigado pela reflexão! O livro é, sem dúvida, um dos melhores que já li.




FellipeFFCardoso 16/01/2024

Tive que me desfazer de muitos vieses ao longo da leitura e entender - para além do que acho que já sei - a complexidade cultural que a colonização europeia, racista, usando de artifícios de poder como religião, embates étnicos, jogos de poder, instaurou nos países africanos, em especial em Ruanda, país onde se passa a história deste livro e também de onde a escritora é. Para mim, o grande trunfo da narrativa foi ter espelhado as dinâmicas políticas e sociais no microcosmo do liceu de meninas, elas que agem nas mãos dos adultos na replicação de padrões coloniais e estão, ao mesmo tempo, submetidas às injustiças raciais, machistas e violentas que perpetram e sofrem. É doloroso muitas vezes, não só por empatia, mas por culpa ocidental, globalizada, pelo olhar imperialista que ainda temos para o continente ao nos distanciarmos dos problemas como se não fossem nossos, assumindo um posicionamento de superioridade de pessoas que ainda almejam, mesmo que vivendo numa sociedade fundada por sistema similar, ao alinhamento ascendente mais à Europa como sinal de prestígio e menos às realidades de nossa própria miséria. Recomendo a todos, muito bem escrito.
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Charlene.Ximenes 26/02/2018

Sobre a memória de um povo
Scholastique Mukasonga, escritora tutsi, nascida em Ruanda, em 1956, conviveu desde pequena com a violência existente em seu país. Os tutsis eram perseguidos pelos africanos de etnia hutu, maioria em Ruanda, e por isso viviam confinados em uma das regiões mais áridas do país, como Bugeresa, em Nyamata. 20 anos antes do massacre de 1994 (um dos maiores genocídios do mundo, que vitimou mais de 800 mil pessoas), Scholastique foge de Ruanda. A autora perdeu 37 familiares. Atualmente, vive na Normandia, na França. A obra em questão trata de memórias interligadas a ficção.

Envolto nos mistérios africanos, o comovente "Nossa senhora do Nilo" narra uma história que se passa no Liceu Nossa Senhora do Nilo, uma escola para meninas, que fica no alto das montanhas da bacia do Congo e do Nilo, em Ruanda. O Liceu abrigava as meninas que faziam parte da elite e aplicava o sistema de cotas de maneira rigorosa, o qual limitava a 10% o número de alunas da etnia tutsi. O lugar torna-se espaço de lutas políticas e de incitações ao crime racial.

É impossível não perceber a tensão existente na sociedade ruandesa, pois as meninas crescem repetindo os preconceitos étnicos e sociais de seu país. Questões morais e perseguições opressivas são visíveis na narrativa. Uma das missões do lugar é preservar a virgindade das meninas e garantir que tenham bons casamentos.

É um livro interessante que permite, sobretudo, questionarmo-nos acerca do nosso desconhecimento no que tange a muitas das questões ligadas à história e à cultura africana. Ao final da leitura vem o desejo de pesquisar mais sobre Ruanda, esse país que tão recentemente conquistou sua independência, somente em 1962, que conviveu com muita pobreza e passou a ser conhecido mundialmente por conta de seus conflitos étnicos. "Nossa Senhora do Nilo" é uma obra que trata da história da sociedade ruandesa, em específico sobre o período do regime autoritário e etnicista da Primeira República hutu, que antecede o genocídio ruandês. Vale a leitura e é importantíssimo conhecer mais sobre a autora, que se tornou a guardiã da memória do seu povo.
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ElisaBrubs 08/02/2023

Esse é o primeiro livro que leio da autora, e pode ser daí a minha impressão de que o livro é bem superficial. Achei que faltou desenvolver melhor o enredo.

Lerei o outro da autora A mulher dos pés descalços, bem recomendado por amigos leitores.
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Caroline Vital 27/08/2022

Brutal... Ainda mais sabendo o que aconteceu em Ruanda após alguns anos dos acontecimentos do livro. Leitura necessária.
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david andriotto 16/02/2022

Ruanda é um país da África Oriental cuja nação é composta por dois grupos étnicos, Hutus (90%) e Tutsis (9%), que se diferem desde a colonização belga, que subjugou a maioria Hutu aos cuidados da alíquota Tutsi, que por sua vez os exclui das decisões sócio-econômicas. Após anos dessa situação, em apenas cem dias, em 1994, cerca de 800 mil pessoas foram massacradas em Ruanda por extremistas hutus. Eles vitimaram membros da comunidade Tutsi, assim como seus adversários políticos, independentemente da sua origem étnica.

E, diante desse contexto, a autora tutsi Scholastique Mukasonga, escreve Nossa Senhora do Nilo, livro que narra o cotidiano anterior ao golpe de Estado. Na obra, somos apresentados a uma instituição de ensino católica para a "elite feminina ruandesa", o Liceu Nossa Senhora do Nilo, que obedecia a cota máxima de 10% para a agora perseguida etnia tutsi.

Apresentando inúmeros elementos da cultura e geografia ruandesa, Nossa Senhora do Nilo é uma obra que foge ao epicentro do conflito e foca em quesitos da colonização, da religião, do feminismo e racismo. Acaba sendo uma ótima introdução aquele que deseja estudar o Genocídio de Ruanda.
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ElisaCazorla 04/11/2019

O final faz valer toda a leitura
O início do livro não me agradou muito. É fraco e sem personagens muito interessantes. Cada capítulo conta uma breve historinha sem grandes emoções. O que eu mais gostei foram as várias referências à Dian Fossey de Gorillas in the Mist ou “Nas Montanhas dos Gorilas”.
O final é fabuloso! Os últimos 3 capítulos são sensacionais. Emocionantes e não consegui largar o livro nestes últimos capítulos. Um desfecho interessante e profundamente triste.
Valeu a pena.
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Biblioteca Álvaro Guerra 18/02/2020

As internas do liceu são filhas de ministros, de militares de alta patente, de homens de negócios, de ricos comerciantes. O casamento de suas filhas é uma questão política e as moças têm orgulho disso: elas sabem o valor que têm. Foi-se o tempo em que só a beleza contava. Como dote, suas famílias vão receber não só o gado ou os tradicionais jarros de cerveja, mas também maletas cheias de notas e uma conta recheada no Banco Belgolaise, em Nairobi, em Bruxelas. Graças às suas filhas, essas famílias vão enriquecer, o poder do seu clã será fortalecido e a influência da linhagem se espalhará. As jovens do liceu Nossa Senhora do Nilo sabem o quanto elas valem

Empreste esse livro na biblioteca pública.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788569020202
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Alberto 26/12/2021

Deve ser lido porque lembrar o horror é indispensável para preveni-lo
O estilo é singelo, não há grandes malabarismos estilísticos a destacar. É obra direta e simples, que quer contar uma história e conta. A história é que importa, e é assombrosa, porque relata cenas do massacre étnico dos tutsis ocorrido em Ruanda em 1994. Um livro que deve ser lido e divulgado porque a literatura não serve só para entreter ou deleitar, mas também para perpetuar a memória de coisas que não podiam ter acontecido, e acontecerão de novo assim que forem esquecidas.
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Josiane.Castro 27/11/2021

Ruanda e seu genocídio
Mais um sobre o genocídio em Ruanda e a guerra entre hutus e tutsi. Nossa Senhora do Nilo e a escola em que as moças estudavam . Livro sobre amizade , crenças , fé e principalmente traição .
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Carolina.Frade 02/03/2023

Uma leitura difícil
A escrita da autora é maravilhosa! Achei que fosse ter dificuldade pra me interessar, mas aconteceu logo no início. A sensação que tive é tudo em contado meio no tom de fofoca, então amei. E a autora tem um humor bem ácido bem, kkkrying/hehehelp, que eu me identifico e adoro.
No entanto, me senti angustiada. Acho que como mulher, imaginar adolescentes num internato católico em Ruanda, já traz muita bagagem?

É estranho porque gostei muito, mas não recomendo se você não estiver num período bom (especialmente se for mulher).
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carol 07/08/2020

Bom, mas faltou algo a mais
É um livro interessante porque contém muitos aspectos culturais que por si só chamam atenção. Mas a leitura não foi bem o que eu esperava. Confesso que tinha criado uma grande expectativa, o que se deveu em parte às sinopses disponibilizadas da obra (ou talvez a minha má interpretação delas). Mas o livro demorou para engrenar para mim. Os capítulos são pequenas histórias do dia a dia das estudantes do liceu, histórias que nem sempre são tão emocionantes ou instigantes. Minha leitura oscilou bastante entre momentos de muita atenção e capítulos que eu relutei para continuar. Não consegui me envolver pelos personagens e terminei com a sensação de que faltou algo e de que eu gostaria de ter tido mais sentimentos durante a leitura.

Toda a emoção fica para os dois capítulos finais e é possível terminar o livro com uma sensação de que a leitura valeu a pena. É um livro bom, mas imagino que não seja o melhor da autora.
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Amanda 28/10/2020

5 estrelas
O que mais me impressionou na leitura desse livro foi o tom que a autora conseguiu passar, inocente, aquele olhar verdadeiro, curioso e puro, de descoberta (e em muitos momentos me senti assim, descobrindo esses novos costumes, tradições e lendas e hábitos, de uma pequena mas significativa parte de uma África que muito pouco se conhece). Assim, é como se realmente víssemos a história através do olhar de uma menina, mas, ao mesmo tempo, aos olhos menos inocentes, é possível enxergar profunda camada de crítica politica, religiosa e social.

Precisamos destacar a importância de ler mais livros como este, de termos a história da África contada pelo povo africano, nos possibilitando um entendimento de seus costumes, lendas, hábitos e tradições que são, muitas vezes, tão diferentes dos nossos e tão desconhecidos.

O livro aborta também de uma forma muito forte os direitos (ou a falta deles) da mulher e, se você não é fã de spoilers pode parar por aqui! Kkkkkkk Como clímax, os dois últimos capítulos tratam efetivamente da guerra civil que eclodiu entre tutsis e hutus e, para mim, a visão da autora, de certeza de sobrevivência e esperança num futuro melhor para Ruanda fecham a trama de uma forma encantadora, sem destoar da visão gera do livro, nos fazendo partilhar dessa esperança e terminar a leitura desejando que Virgínia tenha alcançado seu desejo.
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