Resenhas - Laços

gvazzz 31/03/2023

Laços retrata a vida de uma família, Vanda, Aldo e seus dois filhos. O livro é dividido em 3 partes, a de Vanda, a de Aldo e a da filha e em cada uma delas descreve a visão deles sobre a vida que viveram, na qual Aldo traiu Vanda e abandonou a família, a visão da mulher abandonada com seus dois filhos, do marido apaixonado pela amante e da filha que teve sua vida moldada pelas escolhas dos pais. Achei super interessante a forma como foi escrito

Gio 31/03/2023

Vi nesse livro a realidade de tantas pessoas próximas? a construção e escrita se fizeram de modo muito interessante, pela perspectiva de cada núcleo, trazendo a compreensão de cada um sobre o contexto da família.
O final totalmente inesperado e ao mesmo tempo óbvio de uma forma que a gente pensa: ?como não percebi??
Laços é realmente sobre laços e sobre como esses laços às vezes destroem sob pretexto de união.

eduardarestelatto 19/03/2023

Excelente!
Cada vez que leio um livro da literatura italiana me surpreendo. Que narrativa, que sensibilidade.

Vi muitas semelhanças com a Elena Ferrante.

Isis243 28/02/2023

Insano e surpreendente.
A leitura, a narrativa, aquela estória: é densa, intensa e persuasiva.

A trama e o drama daquelas pessoas nos ata àquelas páginas. De forma cadenciada e criativa a trama se resolve, se desvela.

Gostei desse italiano.
Leia e divirta-se !

Bianca Martins 18/02/2023

Pode despertar gatilhos sobre abandono
É um livro curto, mas com parágrafos longos e densos.

A maneira que o autor narra parte do livro pela perspectiva de cada núcleo trás uma profundidade que leva ao ódio, nojo e raiva do pai, um certo constrangimento e pena da mãe e vontade de aconchegar os filhos e de mostrar um caminho de terapia para que possam se curar.

É uma história muito real e que vemos o tempo todo. Homens que abandonam a família, como se os filhos não fossem também da responsabilidade dele. Homens que se sentem no direito de abandar tudo para 'respirar viver melhor com liberdade, ser bem sucedido' e depois voltam como se estivessem cumprindo um favor.

Vale a leitura, mas pode despertar gatilhos sobre abandono parental.

Ana 12/02/2023

Primeiro Starnone que leio. Sou pesquisadora em literatura italiana e achei ótimo. Curto porém complexo e denso. Achei legal. Rápido de ler

Amanda 10/02/2023

O que Dias de abandono poderia ter sido...
Interessante ter as perspectivas de todos os envolvidos no drama familiar. Gostei muito!

Luiz 21/01/2023

O intrigante dos relacionamentos
Eu não vivi muitos relacionamentos e, talvez por isso, é muito desafiador para mim entender como algo que começa com um interesse mutuo tão bonito e com um amor de intensidade tão dilaceradora pode terminar em algo tão triste como o desprezo pela dor alheia. Esse livro provoca essa curiosidade de maneira muito viceral e, para mim, expõe o quão complexa é essa ferida. Uma leitura mais que sensacional.

laurelhell 20/01/2023

foi isso aqui que inspirou a beyoncé a lançar o lemonade
recomendo pra todas as bests com traumas familiares

o Domenico escreve na perspectiva masculina e adúltera de forma tão crua que por vezes senti um nojo tão grande do babaca do Aldo que tive que me segurar pra não levar pro pessoal. ô homem desgraçado

só tenho fé no bom caráter do próprio Domenico porque, da mesma forma, ele é sensível o suficiente pra mergulhar de igual maneira na perspectiva feminina e nas duras verdades da maternidade e do matrimônio.

uma história de pessoas imperfeitas; um baita caso de família que, nas mãos desse autor, virou obra-prima. de verdade. não consegui parar de virar a página por mais que soubesse muito do que estava por vir porque queria descascar cada camada desse enredo e futricar cada segredo.

Bela 09/01/2023

Trama impecável
A história é muito bem delimitada, com poucos personagens e poucos locais, mas aprofunda-se na linha do tempo e na evolução da família protagonista da trama: Vanda, a mãe; Aldo, o pai; Sandro, o filho mais velho e Anna, a filha mais nova.
É incrível o que o autor faz em menos de 200 páginas, escancarando problemas pessoais e de relacionamentos da família que são tão comuns em muitas outras. Mas apesar de ser um problema comum, a história é marcante e o final é inesperado.

NathaliaEira 07/01/2023

introdução que deveria ser posfácio
livro belíssimo. Domenico não poderia ter construído uma narrativa melhor, é uma obra sem excessos ou faltas; portanto, uma obra-prima.

a tradutora pra edição inglesa, Jhumpa Lahiri, não poderia ter dado contorno melhor pra esse livro do que em sua introdução - que na verdade deveria ser um posfácio - à edição brasileira.

"Na verdade, é um romance sobre o que acontece quando as estruturas - sociais, familiares, ideológicas, mentais, físicas - desmoronam. Questiona por que nos damos ao trabalho de criar estruturas, se no final vamos nos ressentir delas, fugir e desmantelá-las. É sobre nossa necessidade, coletiva e primordial, de ter uma ordem, e sobre nosso horror a espaços fechados, que é tão primordial quanto a primeira." Lahiri, Jhumpa.

Kasimoes 07/01/2023

Domenico
Starnone traz uma vida familiar, conturbada e confusa. Descreve as regiões da Itália. Laços é o título do livro e a descrição desta parte foi minha favorita. Dos filhos e Aldo.

Nayane46 01/01/2023

Problemas familiares gerados pela infidelidade
Um homem deixa a esposa para ficar com outra mulher. Uma esposa que sofre por ter sido rejeitada e filhos q se sentem abandonados. No livro é mostrado o ponto de vista dos 3. Mas o q mais me chamou a até foi a do marido. O que ele sentia no seu casamento quando traiu a esposa? Porque começou um relacionamento extraconjugal? Como se sentia em relação aos filhos? E tantos outros questionamentos que foram respondidos nessa obra interessantíssima.

nicolli 26/12/2022

domenico starnone é um grande nome da literatura italiana que ganhou projeção mundial com as especulações sobre a identidade de elena ferrante. diziam ser sua esposa, anita raja, a pessoa por trás desse pseudônimo famoso e até suspeitam que domenico é elena devido a semelhança na escrita e por 'laços' mostrar o outro lado de 'dias de abandono' da autora. se domenico starnone é elena ferrante ou marido dela eu não sei mas quem gosta dos livros da autora vão amar esse livro.

não tem título que combine mais com a história se não ‘laços’ porque é um história que trata justamente disso. os laços, sejam eles familiares e amorosos são feitos, desfeitos e refeitos nessa história.

tudo começa com "caso tenha esquecido, egrégio senhor, permita-me recordar: sou a sua mulher." palavras de dalva endereçadas a aldo, a esposa destruída após ser abandonada, com dois filhos pequenos, pelo marido no início dos anos 70, sem grandes explicações. e a narrativa os segue na velhice após um incidente curioso.

um dos aspectos mais singulares do livro é transformar algo (infelizmente) comum como abandono em uma experiência visceral e psicológica, explorando diversas facetas dos personagens e dos laços que fizeram ao longo da vida.

gostei bastante da escrita, bem parecida com a da ferrante (pretendo ler ‘dias de abandono' pra comparar), da história ter uma parte epistolar e dos vários narradores (vanda, aldo e anna, a filha deles), o que enriqueceu ainda mais a narrativa e a visão do leitor. é um livro que eu recomendo muito pra quem gosta de drama familiar.

Otávio - @vendavaldelivros 22/12/2022

“Eu havia desfigurado uma existência, impelira uma pessoa jovem, que tinha o mesmo desejo que eu de realizar-se plenamente, a admitir que desaprendera a viver.”

Por vezes, nos depararmos com a realidade de que de nem sempre existem finais felizes em histórias de amor é uma sensação incômoda. A literatura, em alguns casos, serve como um escape dessa realidade, mas em outros pinta a realidade como ela é de fato. A verdade é dolorosa e pensar que uma parte significativa dos relacionamentos que nos cercam não são felizes abre uma ferida difícil de ser tratada.

Laços, obra de 2014 do italiano Domenico Starnone, é sobre isso também, mas não só. Aqui acompanhamos a história do casamento de cinquenta anos de Aldo e Vanda e seu efeito sobre seus próprios mundos e de seus filhos. Cartas antigas encontradas trazem o passado para o presente e expõem traumas não tratados e arrependimentos não encarados. Abandono, retorno, covardia, amor e posse são algumas das palavras que ajudam a entender essa história, mas confesso que não são suficientes.

Laços é um livro que fica. Fica em nossa mente dias após o término da leitura, machuca, faz refletir e, como a vida, mostra que nem sempre as coisas tem solução. Aldo e Vanda não são felizes, mesmo após os cinquenta anos e os dois filhos e isso, por si só, já é um retrato de muitas histórias próximas, que estão ao nosso alcance e que, na ânsia de acreditarmos em um amor que sobrepõe tudo, nos vendamos e paramos de enxergar como reais.

Decidir ser feliz, viver o amor de verdade e em sua totalidade, sem amarras e sem medos, pode ser a decisão mais difícil que alguém pode tomar. Gerações mais antigas parecem sofrer com essa dificuldade de forma mais intensa, mas vejo no mundo ainda hoje um comportamento que tem como objetivo “ter” o outro e não “ser” quem se é de verdade. O amor entre duas (ou mais) pessoas está onde ele pode ser recíproco e onde o amor-próprio é suficiente. Não creio ser possível amar o outro sem se amar. Laços é, também, sobre isso.

Uma das minhas melhores leituras do ano, um livro belo, doloroso e que me fez refletir tanto sobre a vida, o amor e sobre quem queremos ser. Literatura que move, incomoda e faz crescer.