Em busca de Watership Down

Em busca de Watership Down Richard Adams




Resenhas - Em Busca de Watership Down


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Fábio Valeta 20/10/2019

Em Busca de Watership Down é uma história com várias características de um épico: Visões sobre um futuro sombrio, uma jornada cheia de perigos, uma história sobre lealdade e coragem etc. E é também uma história sobre coelhos, já que são eles os protagonistas.

A história começa quando um coelho tem uma visão que preconiza a destruição do seu viveiro. A partir daí, junto a alguns outros, eles decidem partir em uma jornada em busca de um novo lar. A partir dessa trama simples, o autor cria toda uma cultura para os coelhos, com histórias passadas de pais para filhos, mitos, sistemas de castas e até mesmo uma linguagem própria. Embora não tenha tido o mesmo detalhismo de um Tolkien, por exemplo, ainda assim a cultura dos personagens é um aspecto bastante interessante e com vários detalhes a serem explorados.

Só que o título engana, pois a busca por esse novo lar, a Colina de Watership Down termina antes mesmo de chegar na metade do livro. A partir daí, é mostrada toda a dificuldade em tornar esse novo viveiro em sustentável e seguro. E é aí que a história do livro realmente começa a engatar. Mostrando as tentativas dos coelhos em conseguirem fêmeas, já que todos que se aventuraram para o novo viveiro foram machos, tentando libertar alguns coelhos que vivem em cativeiro e encontrando com Efrafa, uma imensa comunidade de coelhos que vive sob um código militar bastante severo.

A história vai criando uma situação de tensão à medida que o novo viveiro entra em atrito com essa comunidade muito mais forte e organizada. E justamente quando a história chega no seu clímax.... ela acaba de forma apressada. Se o autor tivesse se alongado nos capítulos finais, a história poderia terminar de forma muito mais interessante.

Não é um livro ruim, e vários aspectos me agradaram muito. Mas no final, eu esperava mais dele.
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Matheus656 04/09/2019

lindo
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Lucas Carty | @panteaodehistorias 01/05/2019

Uma grande jornada de drama, ensinamentos, agonias e satisfação. Tudo em uma longa obra imortal "Em Busca de Watership Down"
O livro é de fato uma grande jornada. Embora seja bem demorado -pelo excesso de detalhes, típicos de um autor inglês do século XX- para terminarmos, temos aí uma aventura que somos, inevitavelmente, imergidos nessa emocionante história.
Apesar do livro ser bem antigo, voltou à tona no mundo da literatura pela recente adaptação à série da Netflix. E eu, devo admitir, fui um dos que não sabia da existência dessa obra até assistir a série e ficar louco pra ler o livro, já que amei demais a série.
A série é extremamente fiel ao livro, salvo por alguns detalhes, como já é de se esperar. Mas o livro foi o que realmente me fez sentir a história da maneira como ela foi criada e se tornou esse clássico imortal que é tão desconhecido para nós brasileiros ainda.
Com uma trama muito dramática e partes que nos deixam aflitos e agoniados, mas que no geral nos apresenta uma história linda e empolgante.
O que nos chama muito a atenção, é o trabalho envolvido na construção desse livro. De como Richard Adams não só falou da história desses coelhos da forma mais fiel à realidade possível e todo estudo envolvido nisso, mas também criou uma mitologia própria para esses coelhos e uma linguagem própria deles, que nos é apresentado de uma maneira tão curiosa e natural de se entender.
Se a primeira edição já era linda, essa nova com a capa da série está ainda mais incrível. E eu amei a Introdução onde o autor nos conta todo o processo de criação dessa obra e toda repercussão que a seguiu até os dias de hoje. Foi um grande atributo para nos aproximar ainda mais do livro antes de mergulharmos em sua história.
Só tenho elogios à essa incrível história imortal e à Planeta Minotauro que nos trouxe essa obra em uma edição linda.

site: Instagram: @panteaodehistorias youtube: https://www.youtube.com/channel/UCIBILW90UnfOACXeivwUhwA?view_as=subscriber
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Stefânea 21/04/2019

"O Campainha estava dizendo que sabia que os humanos nos odiavam por roubar as colheitas e os jardins deles, e o Linário respondeu: 'Não foi por isso que eles destruíram o viveiro. Foi só porque a gente estava no caminho deles. Eles mataram a gente simplesmente porque isso era conveniente para eles'."
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Richard Adams tinha o hábito de sempre contar histórias para as duas filhas pequenas, antes de dormir, ou enquanto as levava para a escola. Um dia, teve que fazer uma viagem muito longa com elas, e começou a contar uma nova história, mas essa não era como as outras, durou toda a viagem e mais alguns dias. Quando ele finalmente terminou, as meninas abismadas, disseram que aquela história não podia ser só delas, outras crianças precisavam ouvir. E assim, em 1972, Em busca de Watership Down, foi publicado.
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"O humano não descansa enquanto não estragar a terra e destruir os animais."
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O enredo central da obra é bem simples. Um coelho tem uma visão que o viveiro onde mora será destruído, e todos os coelhos que vivem ali morrerão. Quinto então, avisa seu irmão Avelã, que imediatamente se prontifica a avisar o máximo de coelhos possível, mas infelizmente, eles conseguem pouca atenção, e apenas alguns os acompanham. É ai que começa sua longa jornada em busca de um novo lar, onde tivessem paz e ficassem seguros dos 'Elil', seus predadores.
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Essa fantasia criada por Adams é tudo, menos infantil e clichê, apesar de ter sido escrita para crianças, a história é bem profunda. O autor é BEM descritivo com as paisagens e cenários, todos realmente existem na Inglaterra, além de ter criado toda uma mitologia e língua própria para os coelhos. A obra aborda temas como liderança, desafiar a autoridade, governo opressor, amizade e sacrifício. Também bate muito na tecla de como os animais vêem os humanos, e de como as ações e vida humana interferem no ciclo 'natural' da existência. Mesmo sendo um livro denso, é fácil de ler e impossível de não se apegar. Realmente uma das melhores fantasias do séc. XX.

site: https://www.instagram.com/resenhadora/
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Lucas.Paulo 26/03/2019

Umas das leituras mais fluidas que eu já lí!
Jornada de avelã e seus amigos em busca de uma nova casa , romance cria toda uma mitologia para os coelhos e fazendo referência a ideologias políticas e até autoritárias como facismo.
Livro muito bem descrito. É lindo como autor descreve a natureza, as vezes poético , como se os ambientes pudessem ser tocados pelo leitor.
Único ponto negativo tem poucos capítulos com ritmo mais lento mas não diminuiu a obra.
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Saga Literária 26/02/2019

Blog Saga Literária
Resenha: Em Busca de Watership Down foi publicado originalmente em 1972 e é considerado um clássico da literatura infantil. O autor inglês Richard Adams escreveu essa obra para as suas filhas, ele inventava histórias para a distração delas enquanto viajavam de carro. Na época o autor tinha 52 anos e as histórias envolviam aventuras violentas e assustadoras com coelhos, até que um dia elas disseram que eram boas o suficiente para ele transformar esses contos em um livro.

Tudo começa em um viveiro para coelhos selvagens, é lá que Avelã escuta Quinto relatar a visão que teve do seu viveiro destruído e Quinto tem sonhos proféticos. O coelho fala de sua premonição e que os humanos virão para destruir toda aquela região em que se encontram para construírem residências, mas o pior estava por vir, pois todos os coelhos seriam dizimados nesse processo. Preocupado e decidido, Avelã resolve se mudar e se estabelecer em uma terra segura chamada Watership Down, mas, o problema era como convencer os outros coelhos disso, pois essa não seria uma tarefa fácil e ele tem como argumento apenas os "sonhos" do irmão Quinto. Avelã consegue convencer apenas um pequeno grupo composto de nove coelhos.

Durante a jornada para encontrar um novo lar, os coelhos enfrentam o medo, predadores e perigos jamais imaginados, pois tudo é novo e desconhecido, e tudo vai além do que eles viveram e esperavam. Os coelhos precisam antes lutar pela sobrevivência, devem demonstrar o seu valor, mas principalmente é necessário a união de todos e o trabalho em equipe para cumprirem o objetivo em comum que era encontrar a terra prometida e segura, onde todos os coelhos possam viver em tranquilidade e harmonia.

Opinião: Richard Adams nos demonstra como funciona a natureza em seu livro, em especial a cadeia alimentar. Fica claro que o autor realizou uma profunda pesquisa para escrever sobre os coelhos, passando pelos medos, gostos, características e hábitos, tudo isso sendo utilizado de forma positiva na trama. O autor também foi magistral e merece elogios por criar personagens carismáticos e marcantes, cada um deles apresentam suas peculiaridades, algo que é único e engrandece a trama. Avelã é o líder da comitiva, já Quinto é o profeta ou vidente e Topete é o guerreiro e vela pela segurança de todos. O interessante é que em cada aventura cada um dos integrantes da comitiva demonstram o seu valor.

Em Busca de Watership Down em princípio foi escrito para as crianças de décadas atrás, conta com uma aventura bem escrita e elaborada, tem um texto em certa feita denso e um vocabulário que conta com densidade, sem contar que a narrativa é bem detalhada e descritiva, isso a torna lenta, mas é algo necessário, pois o autor apresenta algumas críticas ao longo do livro, sejam elas sutis ou escancaradas. Adams fala também sobre temas como opressão e o facismo, temas esses que estão constantemente em debates mundo afora.

Outro aspecto não menos relevante são os cenários apresentados pelo autor, pois são belamente construídos e apresentam diversos detalhes. Isso ao meu ver é algo extremamente positivo, há quem não goste de narrativas detalhistas, mas eu gosto por me permitir vislumbrar e imaginar de forma mais tranquila por onde os personagens precisaram passar e o que eles tiveram que enfrentar nessa grande jornada por dias melhores.

Ainda sobre a trama, Adams está de parabéns por utilizar momentos distintos na história, como momentos de tranquilidade, situações divertidas, mas também ação e tensão nessa aventura. Eu acredito tranquilamente que Em Busca de Watership Down vai além de uma mera fábula ou uma simples aventura, tendo em vista que o autor nos proporciona momentos de reflexão e uma experiência ímpar. Esse é um livro que pode ser lido por pessoas de qualquer faixa etária e tem o poder dos grandes clássicos de séculos passados. Super Recomendo!

site: https://www.sagaliteraria.com.br/2019/02/resenha-612-em-busca-de-watership-down_14.html
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Juju 03/02/2019

Uma aventura linda!
Amei a história de avelã e sua turma... Uma. Aventura linda que nos ensina muito sobre amizade, como as mudança podem fazer bem...
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Thais Ansanelo 31/01/2019

Perfeito
Engana-se quem acredita que este seja um livro infantil, muito pelo contrário. Eu nunca tinha ouvido falar no mesmo, até que surgiu a oportunidade de participar de um Clube do Livro, onde esse seria o primeiro a ser lido. Me encantei logo nas primeiras páginas. A leitura é de uma fluência enorme, a escrita de Adams é super detalhada mas nem por isso consegue ser cansativa. A saga dos coelhos reflete em diversos pontos de nossa sociedade, a ganância humana, a destruição do meio ambiente visando sempre o lucro. Vemos em alguns personagens comportamentos nitidamente humanos, como por exemplo o General Vulnerária, louco pelo poder. Foi um misto de emoções e sensações ler esse livro, o capítulo final me emocionou de uma forma que após o término a sensação de vazio perdurou por um bom tempo. Lindo em todos os detalhes, recomendarei para o máximo de pessoas que conseguir.
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Na Estante da Vanessa 24/01/2019

Fábula incrível
Olá leitores e não leitores, tudo bem com vocês?
Hoje vamos falar do livro que me fez flutuar e compreender ainda mais meu amor pelos livros, esse livro simplesmente foi a melhor experiência como leitora. #vem


Livro: Em busca de watership down
Editora: @planeta
Autor: Richard Adams
Páginas: 462
Gênero: Fantasia


Fatos que você deve saber antes: Esse magnífico autor criou essa fábula para suas filhas, elas amavam suas histórias.
Apesar de ser criada para crianças, Em busca de watership down é uma história sangrenta sobre coragem e sobrevivência. O livro te linguagem própria, o Lapino, língua falada pelos coelhos.

Exemplo:
Elil= inimigos
Flay= comida
Silflay= ir para superfície comer.
Entre várias outras palavras, posso dizer que sou fluente em Lapino agora.


A história: era um dia ensolarado quinto e avelã estavam na sua superfície para silflay.
Quinto nao era um coelho comum, tinha capacidade de sentir com exatidão quando algo de ruim iria ameaçar o viveiro. Quinto sentia que, o coelho que quisesse sobreviver teria que sair do conforto do glorioso viveiro.

Diante das informações aterrorizantes de quinto avelã decidiu salvar suas vidas e de qualquer coelho que tivessem dispostos a fugir, já que o chefe coelho do viveiro ignorou as visões de quinto, que mais tarde se cumpriria regada com sangue de todos que ficaram.


Avelã conduziu seu grupo de fugitivos assim como El- abrairah ( herói dos coelhos.)


No caminho até a colina das visões de quinto, o grupo foi surpreendidos por situações de deixar qualquer coelho paralisado de medo, mas não aqueles coelhos liderados por Avelã-rah.
Mas nessa fábula o maior problema que eles irão enfrentar é o viveiro vizinho, o viveiro de Efrafa. Onde o terrível general Vulnerária comanda de forma opressora seus coelhos.


Minha opinião: como enaltecer um livro tão maravilhoso com apenas 1 resenha, não dá. Esse clássico tem muito peso lá fora, e de coração espero que vcs possam le-lo para me entender. O trabalho desse autor realmente é digno do Sucesso desse livro eu nunca vi nada parecido. A história é completamente envolvente, você é levado para o mundo de quinto e avelã, eu até que quis ser um coelho, juro hahaha.


Que experiência incrível ler essa fábula, como boa amante da fantasia eu prefiro acreditar que os coelhos de watership Down ainda correm por aí vivos, Enquanto existir eu e você para acreditar.
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c a r o l 24/01/2019

"Tudo é um risco."
Nessa estória iremos aprender sobre coragem, lealdade, fé e sobrevivência. O livro aborda temas atuais que nos trazem muitas reflexões, como por exemplo nossas ações em relação a natureza e também nas nossas relações sociais.

"Os animais não se comportam como os humanos. Se têm de lutar, lutam. Se têm de matar, matam. Mas não ficam sentados botando a inteligência para funcionar para bolar modos de prejudicar a vida das outras criaturas e de machucá-las sem motivo nenhum. Eles têm dignidade e animalidade."

Além dos cenários ricos em detalhes e das informações sobre o comportamento dos lapinos, o autor criou personagens cativantes, uma mitologia interessante e expressões bem legais usadas pelos coelhos. E as epígrafes foram bem escolhidas para aguçar a curiosidade do leitor.

"É um luta dura essa, senhores. Vejamos quem luta por mais tempo." O duque de Wellington (em Waterloo)

A jornada dos coelhos até Watership Down é cheia de aventuras, aprendizados e amadurecimento, mas é na missão de buscar fêmeas que a estória dá uma guinada sensacional e tensa, resultando numa guerra intensa e emocionante!

"Não há nada mais eficiente para reduzir você ao seu verdadeiro tamanho como chegar a um lugar estranho e maravilhoso onde ninguém sequer percebe que você está ali e olhando em volta."
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Helder 20/01/2019

Uma lição de humanidade com coelhos
Você já leu um livro onde os personagens são todos coelhos? Provavelmente dirá que sim, lembrando-se dos livros infantis que lia no primário. Mas Em Busca de Watership Down é muito diferente de qualquer livro com coelhos que você já tenha lido.
A editora Planeta trouxe de volta ao Brasil em uma linda edição em capa dura, esta obra que já havia sido lançada por aqui na década de 70. Nos países de língua inglesa este é um dos livros mais famosos de fantasia, já tendo ganhado adaptações para filmes, radio e televisão, porém aqui no Brasil ele é pouco conhecido, algo que deve mudar agora com a estreia de um seriado feito em parceria entre a BBC e a Netflix, e exibido por este serviço de streaming.
Mas não pense que Em Busca de Watership Down é um livro de coelhos fofinhos somente para crianças. Richard Adams criou esta estória para suas filhas, mas aproveitou para discutir temas muito importantes, como amizade, vida em comunidade, respeito ao diferente, colonização, aculturação , luta por poder e até algo próximo do fascismo, temas que talvez as crianças não percebam, mas que com certeza chegarão até o leitor adulto através de suas metáforas e simbolismos.
O livro conta a estória de um grupo de coelhos que decidem fugir do viveiro em que sempre morou, quando Quinto, um pequeno coelho tem uma visão de que o local será destruído. Quinto e seu irmão Avelã, até tentam falar com o Coelho Chefe do Viveiro, mas como este não acredita na visão de Quinto, eles decidem fugir sozinhos, mas acabam arregimentando mais alguns coelhos, como o inteligente Amora e o forte Topete.
Começa ai a aventura destes coelhos. A principio a estória é bem infantil. Como eles nunca saíram de casa, tudo é diferente. Eles sabem que existem inimigos como raposas de dia, corujas à noite e até o próprio ser humano, mas para muitas coisas eles não possuem palavra para designar, então o autor segue nos guiando através de descrições, para que possamos entender o que eles estão vendo.
No caminho eles encontram um viveiro que parece ser o paraíso, mas logo eles percebem que aquela perfeição é falsa. Coelhos selvagens ou domesticados? Um lugar livre ou um lugar perigoso? O autor consegue permear sua historia com um grande clima de suspense, onde ficamos sempre esperando algo de ruim acontecer.
Mas nossos coelhos são espertos, principalmente Avelã, que vai aos poucos se tornando um líder e tem sempre ótimas ideias, como a de ajudar outros seres que vão encontrando pelo caminho e poderão vir a ser uteis para eles algum dia, como um minúsculo camundongo ou até uma enorme gaivota perdida na floresta. Nada neste livro está ali sem função.
Avelã é a utopia do Governante que o mundo sonha. Sempre justo e sempre pensando no coletivo. Mas este não é um livro de coelhinhos fofos, e chegar à terra prometida não é o final da saga, pois logo Avelã percebe que eles encontraram o paraíso em Watership Down, um lugar seguro, com comida abundante, onde logo começam a fazer seu novo viveiro, porém Avelã também percebe que aquele paraíso está direcionado a extinção, pois todos os coelhos que decidiram fugir são machos.
E ai temos a segunda e melhor parte do livro, onde eles precisam partir em uma jornada em busca da única opção para que não entrem em extinção: fêmeas. No mundo politicamente correto de hoje já consigo ouvir o mimimi de pessoas gritando que o livro é sexista, “patriarcalista”, machista, etc, etc, etc, pois os coelhos buscam fêmeas para reproduzir, mas não é isso o que a natureza pede??
Nesta nova jornada eles encontram uma fazenda onde coelhos vivem em gaiolas e o viveiro selvagem de Efrafa, que deveria ser um lugar de liberdade, a antítese da fazenda, mas que é controlado a patas de garras de ferro pelo General Vulneraria, um enorme coelhos com atitudes militares.
Neste ponto o livro fica mais pesado, pois em Efrafa não existem coelhinhos fofos, mas sim um viveiro completamente hierarquizado e controlado, cheios de regras, sob um sistema violento e ditatorial. Não consegue imaginar coelhos sanguinários? Tudo depende do desejo de poder de qualquer ser, e é isso que é interessante na obra de Richard Adams, pois ele usa seus coelhinhos para representar tudo aquilo que nós humanos fazemos.
O autor fez uma extensa pesquisa sobre o habito dos coelhos, portanto no livro, tirando o fato de que os coelhos falam entre si, de resto, tudo o que eles fazem é algo que um coelho de verdade pode fazer. E falando ainda sobre a linguagem dos coelhos, isso é outro ponto muito interessante, pois o autor também criou uma língua e palavras para os coelhos: o Lapino, onde algumas palavras são formadas por onomatopeias (Hrududu, que significa Trator ou Carro) e outras até para representar coisas que são feitas somente por coelhos (como Silflay, que significa comer do lado de fora, algo que os coelhos fazem diariamente quando saem de suas tocas para se alimentar.)
O ultimo quarto do livro se transforma numa divertida estória de aventuras onde diversas vezes achamos que nossos amigos coelhos não vão conseguir se safar, mas...
Ao começar a ler este livro, vi diversas resenhas que diziam que não era um livro para criança. Eu esperava uma estória mais pesada tipo a Revolução dos Bichos, mas aqui é diferente. O começo é até extremamente infantil, o que para mim prejudicou bastante a leitura, pois demorei a me envolver com a galera Lapina, mas aos poucos a estória foi me cativando até chegar ao final onde eu queria estar lá para dar uma mão para meus amigos coelhos.
Para mim, este livro pode sim ser lido por / para crianças e adultos. As crianças não devem entender as metáforas, mas vão adorar a aventura. Já o adulto, com certeza vai repensar muitas atitudes que poderiam deixar o mundo muito melhor.
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Cripta Da Leitura 15/01/2019

Um dos melhores da vida!
Por que eu não conheci esse livro antes? Acho que aqui no Brasil ele nunca chegou a ser muito falado, e pelo que li na introdução, esse é um livro, aliás uma história, já que chegou a ser adaptado pra animação também, de muito sucesso na Inglaterra. E é uma pena pouco ouvirmos falar desse livro por aqui, apesar de que com a estreia da série baseada nesse livro na Netflix (série da qual eu estou louca pra assistir agora), espero que as pessoas se interessem a ir atrás do livro, por que gente, que livro perfeito! Eu tenho outros favoritos também, claro, mas acho que um livro nunca me tocou e me emocionou tanto assim, a ponto de eu ficar o dia todo, desde a hora que eu acordava até a hora que eu ia dormir, pensando nesses personagens e no que ia acontecer na história. Parece exagero, mas é sério, eu amei demais esse livro! O único ponto negativo, é que agora eu vou demorar pra me apegar tanto assim a outras leituras, depois do impacto que esse livro me causou.
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Giulianapetrucci 13/12/2018

"Em busca de Watership down" é uma fantasia inglesa que se trata da vida de coelhos num viveiro prestes a perder o próprio lar.
Essa perturbação da normalidade ocorre após a premonição de um dos integrantes, que pressiona o grupo a lançar-se numa direção desconhecida diante de um futuro ameaçador.
Richard Adams usa elementos muito interessantes pra construir sua fábula. Ele não apenas une traços biológicos característicos dos coelhos para explicar muitas de suas atitudes peculiares,mas também constrói um senso humano a eles.
Assim,durante a história, é possível se deparar com as diferentes hierarquias de diferentes tipos de sociedade de coelhos, seus ritos,lendas,sentimentos como medo, ambições, prioridades e comportamentos variados.
É uma dialética entre o instinto animal e modos racionais que esses coelhos expõe ao leitor e o fazem refletir sobre a própria dinâmica das sociedades humanas. R. Adams faz uma sobreposição desses traços antagônicos que lutam entre si durante toda a narrativa.
Como ambiente para toda a trajetória dos personagens - que devo dizer, tem personalidades muito diferentes entre si- há uma diversidade notável de fauna e flora e detalhes visuais da natureza que os cerca.
É uma narrativa muito bem construída sobre um grupo de animais, os coelhos, onde talvez o leitor não tivesse grandes expectativas, mas acaba de surpreendendo.
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. "Misturado aos odores da grama e do gado veio o cheiro quente e denso de uma massa pesada de nuvens,ainda distante. Ele percebeu aquilo com inquietação. Quase todo animal fica perturbado com a aproximação do trovão, que os oprime com sua tensão crescente e muda o ritmo natural da vida deles."

site: https://www.instagram.com/livrosdepetrucci/
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Gisele @abducaoliteraria 03/08/2018

Longe de ser uma história somente para crianças
Quando terminei de ler este livro, após quase um mês de tê-lo iniciado, me senti um pouco traída por Richard Adams. Para quem não conhece, Em Busca de Watership Down é um clássico da fantasia infanto-juvenil da década de 70, que fez e ainda faz muito sucesso. Se você ainda não viu, fiz um post recentemente no blog com algumas curiosidades, aprofundando a introdução do autor que há no livro, que por sinal, é muito interessante.

Vocês devem estar se perguntando por que eu me senti traída pelo autor. Veja bem, Richard Adams criou sua história de forma despretensiosa, com a intenção de entreter suas filhas durante uma viagem longa. Segundo ele, essa é apenas uma história sobre coelhos. Uma história para crianças, apesar de escrita com uma linguagem mais adulta. Richard Adams mentiu. Em Busca de Watership Down pode muito bem divertir as crianças, mas ela também é uma história profunda, que pode ser lida por pessoas de todas as idades.

Em Busca de Watership Down, em sua superfície, apresenta uma aventura sobre coelhos corajosos que decidem se arriscar a procura de algo melhor. Quinto tem dons premonitórios. Ele é chamado assim por ser pequeno e o último de sua ninhada; o quinto. Quando ele é tomado por pressentimentos ruins relacionados ao lugar onde vive, sua primeira atitude é conversar com seu irmão, Avelã. Juntos, eles tentam convencer o chefe do viveiro a deixarem o lugar, algo completamente fora do comum. Quinto continua perturbado e inquieto depois de ser ignorado pelo chefe, então ele e Avelã decidem agir por conta própria e buscar um lugar seguro para viver, acompanhados de outros coelhos que também se sentiram comovidos pelas visões do pequenino.

O primeiro detalhe que me chamou a atenção foi o quão cuidadoso Richard Adams tentou ser ao criar sua história, mesmo se tratando de uma literatura fantástica. É nítido que ele pesquisou bastante sobre a vida dos coelhos, optando por apresentar algo bem próximo da realidade, explorando as características desses animais com muita veracidade. O autor cria até mesmo algumas palavras próprias para o vocabulário deles, como silflay, o simples ato de ir à superfície comer grama. Com isso, passamos a enxergar a história pela perspectiva dos coelhos com mais facilidade, então percebemos o quão ousada, complexa e longa essa jornada será. A história se mostra tão crível que eu fiquei um bom tempo imaginando se algo assim realmente poderia acontecer. Creio que sim, rs.

Os personagens demonstram uma evolução muito interessante ao longo da história. O desenvolvimento acontece de forma tênue, sempre depois de uma situação de risco ou aprendizado. Diante do cenário mais desafiador, cada coelho vai mostrando o seu valor - o mais forte, o mais inteligente, o mais corajoso - e aos poucos vamos nos envolvendo e torcendo por eles. O maior exemplo de evolução se vê através de Avelã, que se vê forçado a assumir a liderança do pequeno grupo revolucionário. A princípio, Avelã se esforça para guiar seus amigos e fazer a coisa certa, mas com o tempo sua postura de líder se mostra natural. O meu personagem favorito e também o que demonstra o desenvolvimento mais surpreendente é Topete. Se você está começando essa história, tenho certeza que se sentirá espantado com essa afirmação, mas vai por mim: o coelho imaturo e birrento do início da história, aquele que tinha tudo para ser uma bela pedra no sapato irá te surpreender bastante.

Ainda falando sobre personagens, não posso deixar de registrar a minha tristeza pela ausência de personagens femininas. Não que elas não existem, mas estão presentes apenas no quesito reprodução, para conceber filhotes. Acredito que o autor tenha tentado retratar algo bem próximo da realidade dos coelhos, mas a partir do momento que estamos falando de uma ficção, acho que caberia muito bem algumas personagens femininas dentro da aventura principal. Talvez tenha sido por causa disso que eu demorei para me identificar com os demais personagens.

Apesar de possuir 464 páginas, levei quase um mês para concluir o livro. Ele exibe uma narrativa bastante descritiva e um pouco lenta, o que faz com que você absorva todas as situações da história com muito mais profundidade. E isso é absolutamente necessário, porque a história apresenta tanto críticas sutis, quanto outras mais escrachadas que envolvem coisas como fascismo e opressão. Quando você as percebe fica chocado pela forma com que o autor decidiu inserir tudo isso dentro da trama.

Além das críticas, a história também passa algumas mensagens muito claras, principalmente ligadas à natureza. Uma das mensagens mais significativas é quando o autor deixa claro que a essência cruel dos homens afeta diretamente a vida dos animais a partir do momento que ele decide matar por matar; apenas porque esses bichinhos cruzam o seu caminho. Sentimos isso na pele principalmente quando essa realidade afeta os coelhos que nós aprendemos a torcer tanto para tudo dar certo. Para eles encontrarem um lugar seguro, longe de ameaças, longe dos humanos.

"Ame os animais. Deus deu a eles os rudimentos do raciocínio e da alegria imperturbável. Não os perturbe, não os incomode, não os prive de sua felicidade, não trabalhe contra a vontade de Deus. - Dostoiévsky, Os Irmãos Karamázov".

O livro é recheado de momentos de aventura, tensão, ação (de tirar o fôlego) e também situações divertidas. Durante a narrativa temos algumas historinhas dentro da própria história sobre lendas e mitologias que contribuem com o vasto universo criado pelo autor. O livro poderia sim ser um pouco mais enxuto, porque tiveram momentos em que a trama se arrastou um pouco. Mas não desanimem, a história realmente vale a pena.

Depois de tudo isso, acredito que agora vocês entendem o porquê me senti traída por Richard Adams. Sua história é muito mais do que uma fábula para crianças e uma aventura sobre coelhos fofinhos. Ela pode ser lida por pessoas de qualquer idade, porque ela trará uma experiência e um entendimento diferente dependendo do momento em que você a ler, e esse é o poder de um grande clássico.

site: http://abducaoliteraria.com.br/
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Gabriel 01/04/2018

Conto de fadas para adultos.
Quando publicou Uma Força Medonha, último volume da Trilogia Cósmica, o famoso escritor C.S.Lewis chamou seu livro de “Um conto de fadas moderno para adultos”, para que “aqueles que não gostam de fantasia não sejam persuadidos a continuar sua leitura”. Tal subtítulo mostrou-se, com o passar dos anos, mais adequado a outro clássico da literatura chamado Em Busca de Watership Down, que de acordo com seu próprio autor “foi rejeitado várias vezes (sete no total), sempre com base no mesmo critério: “Crianças mais velhas não vão gostar, porque é sobre coelhos, que elas consideram coisas de bebê; e para crianças mais novas não vai funcionar porque é escrito num estilo mais adulto” ”.

Livros com animais falantes definitivamente são vistos por aí como voltados para um público infantil, mas a Fantasia escrita pelo inglês Richard Adams está mais para A Revolução dos Bichos, do George Orwell, em relação a tom e alegorias, do que para histórias como a do cachorro Roverandom que o J.R.R.Tolkien escreveu para seus filhos quando estes eram pequenos. E, incrivelmente, a aventura de Watership Down consegue surgir, dados os contextos atuais, com novos significados que elevam sua relevância!

Tudo começa quando um coelho vidente chamado Quinto diz a seus colegas que o lar deles está ameaçado devido à venda da região onde vivem como propriedade de terra para construção de residências por uma empresa. Liderados pelo coelho Avelã, o grupo decide abandonar a toca e os que não acreditam na profecia em busca de uma nova morada. O êxodo dos coelhos será uma história fascinante e cheia de perigos.

O romance pode ser visto sob duas óticas. A primeira, e mais óbvia delas, é como uma crítica à destruição da natureza feita pelo homem e suas consequências. Por ser contada pela percepção dos coelhos, a obra enquadra o ser humano no mesmo hall que a raposa e o gavião são perigos para esses animais menores. O homem é aqui um tipo estranho, cruel, insensível, e é assim que o autor aborda tanto a questão industrial que leva a jornada dos coelhos a acontecer como também a contenção de espécimes em viveiros através dos fazendeiros que aparecem pontualmente na obra. Os seres menores e mais vulneráveis acabam arcando com as consequências dos atos dos mais “evoluídos”.

De outra forma, Em Busca de Watership Down é também uma metáfora aos movimentos migratórios, temática que ganha mais força com o recente fluxo de pessoas em direção à Europa devido à guerra na Síria. Os coelhos se deparam com outras tocas durante a trama, cada qual com suas peculiaridades, e são recebidos ora com hostilidade, ora com um falso acolhimento, e mesmo sendo da mesma espécie, existe uma certa barreira criada entre os dois grupos: os estrangeiros e os nativos. Perda da cultura, autoritarismo, repartir ou ceder aos necessitados, essas ideias estão entulhadas na narrativa e dão novas camadas a obra.

O autor injeta diferentes personalidades em cada coelho sem deixar de lado seus elementos animalescos, que por sinal são muito bem retratados devido ao estudo que o Richard fez em obras de biologia antes de escrever o livro. Temos o Avelã, chefe do bando e sedento por aventuras de salvar coelhos das mãos humanas. Há também o Topete, guarda-costas do grupo que cai na porrada com outros coelhos (e vocês ficam surpresos com briga de galo? Esperem ver coelhos num duelo). E outros que chamam atenção é o Quinto, o coelho ranzinza que define os próximos passos da patota com suas visões misteriosas, e Dente-de-Leão, o contador de histórias oficial da equipe.

Existe identicamente a criação de uma certa organização social fictícia nos coelhos. Desde a divisão hierárquica, noções de um estado e até mesmo religião, o autor mostra um submundo da espécie do qual o homem está a par. Há até uma figura mítica conhecida pelos coelhos que por sinal se tornou um dos melhores vigaristas que eu já li. El-ahrairah não perdoa ninguém com suas peripécias!

Embora tematicamente seja muito atual, tecnicamente eu acho que o livro não envelheceu tão bem. O ritmo foi um pouco lento pra mim, com bastante descrições geográficas que necessitaram de um pouco de paciência. Depois de um certo tempo a história também cai em vãs repetições que tiram o tchans inicial. Aquela maldição dos livros setentistas ou da década de 80, do qual o estilo dos autores era bem diferente da maneira mais ágil de se contar uma história atualmente, cai nessa obra que infelizmente tem certos elementos datados.

Entretanto, o que fica mesmo é a mensagem poderosa da obra, que consegue mesmo quatro décadas após sua publicação permanecer atual. Livro de estreia do Richard Adams, talvez Em Busca de Watership Down já tenha sido seu magnum-opus. A princípio há um grau de inocência na história, mas que se revela posteriormente como uma aventura sombria e também sangrenta. Esteja preparado para torcer e sofrer pelos coelhos em retirada de seu antigo lar devido a ignorância de nossa própria espécie.

site: https://leitoresvigaristas.wordpress.com/2018/04/01/resenha-em-busca-de-watership-down-richard-adams/
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