As fúrias invisíveis do coração

As fúrias invisíveis do coração John Boyne




Resenhas - As Fúrias Invisíveis Do Coração


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Daniel 30/10/2017

Tempos Sombrios
O título vem de uma citação de Hannah Arendt, sobre o poeta W. H. Auden: que a vida manifestara no seu rosto as fúrias invisíveis do coração.

A trama acompanha a vida de Cyril, da metade do século XX aos dias de hoje, na católica e conservadora Irlanda do Norte. Ele foi afastado da sua mãe natural, que também não “se enquadrava” no que a igreja e a tradicional família irlandesa consideravam “decente”, e foi entregue a uma família pouco amorosa, e passa a vida toda em busca de auto aceitação. A coisa piora quando ele se descobre homossexual.

O primeiro capítulo, ambientado no pós guerra imediato (1945) é chocante na sua crueldade. Parece inacreditável o poder que as “autoridades religiosas” tinham sobre as pessoas – nada muito distante de hoje em dia, basta lembrar o ódio disseminado por padres e pastores em nome de Deus, da família e os bons costumes.

Com o traquejo de um autor de Best Sellers, John Boyne alterna momentos engraçados e tristes, e peca porque de vez em quando pesa demais a mão na tragédia. Mas sua prosa flui bem, e o leitor avança sem dificuldades. Achei que alguns personagens bem interessantes foram descartados cedo demais, com a mãe adotiva de Cyril, Maude Avery, uma excêntrica escritora que foge da fama.

Apesar das mudanças que o tempo trouxe (na parte final do livro, passada nos dias atuais, o povo irlandês se pronuncia a favor do casamento gay em um referendo) o autor o tempo todo cutuca as feridas e as cicatrizes que a maldade, a ignorância, o desrespeito e a intolerância, disfarçados em nome da “moral e dos bons costumes da família católica”, causaram na vida de tantas pessoas. O livro joga uma luz em tempos tão sombrios, quando as pessoas eram obrigadas a tomar decisões quase sempre erradas, simplesmente porque não havia outra escolha a ser feita.

E o melhor de tudo isso: que a temática gay, quase sempre restrita a literatura taxada como “literatura gay” atinja um público maior e coloque mais compaixão nos corações endurecidos.
Henrique_ 31/10/2017minha estante
Excelente resenha!


Daniel 31/10/2017minha estante
Obrigado Henrique


deborah.fernandes 02/12/2017minha estante
Gostei! Os livros do Boyne sempre me prendem, porém fiquei assustada com a nota e resolvi não ler este livro. Confesso que depois de ler a sua crítica, fiquei mais curiosa em ler este livro. Com certeza irá para a minha lista desejada. :)


Hermilano.Sales 02/12/2017minha estante
Adorei a resenha, só não concordo com que o John Boyne pese na tragédia, pelo menos não no que se refere a ser gay na Irlanda, é um tabu até os dias de hoje.. acho que ele foi bem literal.. é o mundo é cheio de odiadores, infelizmente..


Moises 12/02/2018minha estante
Concordo plenamente com o seu último comentário, sobre o rótulo de ?literatura gay?. Nunca entendi a causa desse tipo de segregação, penso ser algum tipo de preconceito bem escancarado. É como se remediasse o leitor antes mesmo dele saber que o mais importante no livro não se limita a sexualidade dos personagens, e sim a construção ou a negação do ?eu? em tempos ruins.


Gui 04/05/2018minha estante
Que olhar sensível o teu, fiquei mais ansioso e enfim muito interessado pra ler. ?


Douglas P Da Silva 05/08/2018minha estante
Boa noite, Adorei a resenha !!Acabei de compra o meu hoje pela Amazon estava uma promoção.




Victor Dantas 13/08/2021

A Homossexualidade em tempos de epidemia da AIDS: o estigma pela lente da literatura queer. #45
Existem livros que a gente lê, ama e quer conversar com alguém sobre.
E existem livros que a gente lê e sente na obrigação de espalhar sua mensagem para o mundo se pudéssemos ter essa oportunidade.
Alguns chamam esses livros de "favoritos da vida", eu os chamo simplesmente de.... Vida.

"As Fúrias Invisíveis do Coração" se encaixa perfeitamente nessa categoria. E agora irei espalhar sua mensagem para o mundo, ou pelo menos, para os skoobers brasileiros rs.

Devo, antes, lhe avisar que eu li esse livro em junho de 2021, mês do orgulho LGBTQIA+, desde então eu adiei sua resenha devido compromissos da faculdade e a escrita do meu tcc. Mas, agora, chegou o momento de falar dele.
Afinal, os “livros-vida” são chamados assim pois sua leitura não se esgota. O livro vida acompanha a gente para sempre desde a primeira leitura.
Bom, vamos lá então.

O nosso protagonista se chama Cyril Avery. O cenário é: Irlanda.
O recorte temporal vai desde a década de 1950 até meados dos anos 2000.

Assim, trata-se de um romance de formação, e sim, iremos acompanhar as décadas de vida do nosso Cyril. E sim, pelo nome do título da resenha você deve pressupor que o Cyril seja um homossexual que vai presenciar a epidemia da AIDS que marcaram as últimas décadas do século XX. Aliás, que século complexo esse, não acha? Para mim, é "O Século".

Feitas as apresentações que eu mais acho relevantes, vou me ater aqui ao nosso protagonista Cyril e o contexto histórico que dá vida ao enredo da belíssima obra do John Boyne. Outras informações é melhor que vocês saibam lendo, ou melhor, vivendo junto com o Cyril suas aventuras, desventuras, paixões, decepções, medos, erros, falhas, conquistas, alegrias, prazeres e afins. Afinal, como eu disse, são décadas de vida.

E sim, o Cyril foi um sobrevivente da epidemia da AIDS, e quando eu uso aqui "sobrevivente" eu considero a sobrevivência do Cyril não só em relação a não contaminação com o vírus, mas, principalmente, a sobrevivência aos desafios mais difíceis que nós da comunidade LGBTQIA+ pode enfrentar: preconceito, intolerância, ódio, indiferença, opressão.

Dito isso, e retomando aos aspectos que irei destacar aqui nesta (não tão) breve resenha, começaremos, primeiro pelo contexto histórico, afinal, para um leitor geógrafo o espaço e tempo são os elementos mais essenciais para compreender como uma sociedade se comporta, se relaciona, e criam sua realidade (materialmente e subjetivamente).

Como eu disse anteriormente, o cenário é o país irlandês, e como se trata de um romance de formação, iniciamos a história em meados da década de 1940, a década mais sangrenta do século XX frente ao Nazismo Alemão e o Fascismo Italiano.

Bom, "felizmente", as consequências da 2ª Guerra na Irlanda não foram tão violentas assim comparadas a outros Estados em quais Hitler e seu exército invadiram, e entre os Estados europeus que não foram invadidos por Hitler, estava a Irlanda. Mas, obviamente, como em toda guerra a sociedade tende sempre a se posicionar de um lado ou de outro, e no caso da 2ª Guerra, um lado era "os aliados" e o outro era Hitler e Mussolini.

Essa polarização também se fez presente entre os irlandeses e isso é retratado no livro, e os efeitos dessa polarização se desdobram na política interna da Irlanda, quando o país passa por conflitos entre partidos irlandês conservadores de inspirações fascistas e partidos republicanos.
Ao final da guerra, em 1946, nasce o nosso protagonista. Cyril.

Agora, dá um pulo para a década de 1970 quando o nosso Cyril já um homem adulto, gay, que vive na Irlanda, que na época era declarado um país conservador tendo a Igreja católica como forte aliada.

Esse é o cenário que implicará nos primeiros de muitos conflitos internos que o Cyril enfrenta quanto a sua sexualidade, quanto a sua humanidade, seus valores e princípios, e obviamente esses conflitos serão mediados por relações que o nosso Cyril irá ter com outras pessoas que são fundamentais nessa obra. Mas, sobre estes, eu manterei o anonimato. Como eu disse antes, tem certas informações que é melhor saber vivendo o livro.

Esses conflitos internos, obviamente não se encerram na década de 1970, afinal, até meados da década de 1990, a epidemia AIDS era um paradigma social, um tabu, "a doença dos gays". Se bem que, ainda é possível encontrar hoje, em 2021, pessoas que pensem que a AIDS é uma doença "criada" pelos gays. Ah, nada como uma bela ignorância!

Enfim, retomando o raciocínio, como eu vinha dizendo, os conflitos e dificuldades que o nosso Cyril vai enfrentar ao longo de suas décadas de vida não se encerra na década 1970, e nem se limita a Irlanda, aliás, toda a opressão vivenciada pelo nosso protagonista em seu país de origem, fará com que ele tome a decisão de se exilar.

Daí, portanto, nosso Cyril, num primeiro momento, se muda para Holanda, e é lá que as primeiras mudanças positivas começam a ser mais presentes na vida do nosso Cyril enquanto as negativas passam acontecer com menos frequência. É na Holanda, que o nosso Cyril decide , finalmente, ir ao encontro da sua sexualidade, da sua subjetividade e portanto, felizmente, nosso protagonista se liberta das correntes da vergonha, da culpa, as quais o prendiam desde sempre.

Da Holanda, seguimos para o Estados Unidos, devido a um acontecimento muito importante, a vida do nosso Cyril dá outro giro de 360º e o nosso protagonista vai se aventurar na terra do Tio Sam.
Ao chegar nos EUA, Cyril não só se depara com outra cultura, outra sociedade, outra língua, mas, também se depara com outro lado da epidemia da aids. O lado humano.

Cabe ressaltar, que apesar de todo processo de amadurecimento quanto a sua sexualidade, o nosso protagonista, ainda carregava consigo algumas crenças, ou melhor, pré-conceitos em relação a Aids, até que ele chega nos EUA. E é nos EUA, que a mudanças mais significativas irão acontecer na vida do Cyril, o que antes era apenas uma questão de "aceitar a sua sexualidade", nos EUA, Cyril se depara com questões mais profundas, com traumas e dores mais viscerais, envolvendo sua família, amigos, sua origem: a Irlanda.
Estaria Cyril pronto para esse reencontro?

Com uma narrativa objetiva, circular, e por vezes, poética, John Boyne escreveu um romance que extrapola a atmosfera da ficção indo de encontro com uma questão e/ou debate social que durante muito tempo foi considerado tabu, ou foi interpretada com o olhar de ódio, intolerância, ignorância que é a epidemia Aids.

Ao articular esse fenômeno com a sua literatura queer, Boyne dispõe possibilidades, alternativas, perspectivas ao leitor, leitora, leitxr para fazer uma nova leitura, ou quem sabe sua primeira leitura sobre a epidemia Aids.

O autor deixa muito bem evidenciado em sua prosa que discutir Aids não é discutir "doença gay", "epidemia gay", "ameaça gay" ou qualquer outro absurdo inventado por ignorantes, pelo contrário, discutir Aids é discutir saúde pública, é discutir a biopolítica que o Estado implanta para decidir os corpos que merecem viver, e os corpos que merecem viver.

E sim, discutir Aids é discutir também a comunidade gay, mas não porque foram os gays que criaram a Aids, mas sim porque a sociedade criou a Aids Gay, colocando assim mais uma corrente em volta desses corpos além das correntes existentes como homofobia, intolerância, violência, ódio e outras.
Mas, o mais importante, John Boyne nos mostra que discutir aids é discutir a vida.

Leia "As Fúrias Invisíveis do Coração"!!!!!
Douglas 13/08/2021minha estante
Minha nossa, que resenha maravilhosa! (pra variar, né, Victor? rs) Esse livro está na minha lista há tempos, e tua resenha me deixou ainda mais animado em lê-lo logo ?


Victor Dantas 14/08/2021minha estante
Oi Doug, obrigado! :)
Você vai adorar!!!


Lutty1 14/08/2021minha estante
Curto esse autor e adoro histórias que se passam na Irlanda. Combinação perfeita. Tá na lista...


Aline Michele 17/08/2021minha estante
Nossa, eu li sua resenha calhamaço e nem percebi de tão boa que ficou.
Vou colocar o livro na lista


Ãlex Santos 28/08/2021minha estante
Olá Victor, já tinha assistido comentários sobre esse livro no YouTube, mas aqui você nos deu uma super aula de resenha literária. Confesso que comecei a ler e a cada palavra mais vontade eu tive para continuar lendo. Excelente a sua abordagem! Deu até vontade de conhecer o Cyril! Parabéns!


Victor Dantas 30/08/2021minha estante
Oi Alex, muito obrigado! ??




Ju Zanotti 16/01/2018

Resenha detalhada em: https://goo.gl/9zy4Jq
Mas uma vez John Boyne entrega uma narrativa em que se torna impossível para o leitor virar a última página indiferente a tudo o que leu. Um drama que por alguns momentos parece forçado, mas que nem por isso deixa a desejar. Acompanhar o desenvolvimento de Cyril, um personagem real, com falhar reais, foi uma experiência e tanto. Não posso dizer que Boyne é um dos meus autores favoritos, apesar de suas obras mexerem comigo, sinto que falta algo para me sentir arrebatada, contudo, suas histórias são bem desenvolvidas e conseguem mexer com os sentimentos do leitor.

lia.hallais 25/02/2018minha estante
Me senti arrebatada!


Ju Zanotti 26/02/2018minha estante
?


lia.hallais 26/02/2018minha estante
Pela história! Pela narrativa.


Ju Zanotti 27/02/2018minha estante
Ah desculpa tinha mandado um coraçãozinho "alt+3" acho que o skoob não aceita o código rsrsrs


VinAcius49 30/04/2018minha estante
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Karol 03/01/2019

O melhor livro que já li na vida
Não digo que esse é o melhor livro que já li na vida pelo fato de eu ter chorado horrores em diversos capítulos. Tenha sido lendo na rua, no consultório, em casa... as lágrimas não paravam de cair. Poderia ter sido por isso, por ter sido o livro que mais me emocionou na vida, mas não foi esse o motivo. O motivo, na verdade, é que este livro me deixou pensativa por dias. Eu vivi uma vida intensa lendo estas centenas de páginas. Eu vivi a vida de Cyril Avery e sofri cada dor que ele sofreu. Foi absolutamente intenso e jamais pensei que um livro pudesse me proporcionar algo forte assim. A cada passagem da vida dele, a cada descoberta, a cada sentimento novo... tudo aquilo também era meu. Eu envelheci com ele. Eu amei com ele. Eu errei com ele. Eu aprendi com os erros assim como ele aprendeu. Partilhamos uma vida. Esse livro me deu a noção da minha mortalidade, e acho que eu nunca havia sentido isso de uma maneira tão plena e tão arrebatadora.
Rita Neta 03/01/2019minha estante
Já adquiri o meu exemplar. Ansiosa pela leitura dele. O último do Boyne que eu li foi O Garoto no Convés, livro sensacional.


Karol 05/01/2019minha estante
Sou fã de todos os livros do Boyne, inclusive os infanto-juvenis. Li quase todos. São belíssimos e sempre muito bem escritos.


pata 06/01/2019minha estante
Você descreveu exatamente o que senti.
Eu amo esse escritor.


Mayara 01/03/2019minha estante
Exatamente isso que senti também. Partilhei uma vida com ele e despertei a noção da minha mortalidade. Você disse que leu quase todos dele... Esse foi o primeiro, mas quero muito ler mais. Qual recomenda?


Marcos Mateus 18/11/2019minha estante
Eu também o livro conversou cmg tremendamente e sinto muito tudo q o Cyril passou principalmente a solidão, recomendo os livros Um Estranho dentro de Mim e O Terceiro Travesseiro, são brasileiros acho q vai gostar.




Wes Costa 30/12/2018

Resenha: Às Fúrias Invisíveis do Coração
Eu sempre achei difícil para os escritores conseguir transmitir de forma clara e tão reais as emoções de seus personagens, é um esforço e tanto que às vezes pode resultar em um grande desastre. Enfim. Eu sempre admirei escritores que conseguiram fazer esta façanha com suas obras. Emocionar seus leitores, cada qual com suas peculiaridades e sentimentos diferentes, é realmente quase uma missão impossível. John Boyne é hoje para mim um dos escritores que consegue fazer isto de forma majestosa, seus livros têm uma enorme carga emocional, e isso fez com que me apaixonasse pela sua escrita. Este foi o primeiro livro que li dele.

Cyril Avery não é um Avery de verdade ou, pelo menos, é o que seus pais adotivos lhe dizem. E ele nunca será. Mas se não é um Avery, então quem é ele? Nascido nos anos 1940, filho de uma jovem solteira expulsa de sua comunidade e criado por uma família rica irlandesa, Cyril passará a vida inteira à mercê da sorte e da coincidência, tentando descobrir de onde veio ? e, ao longo de muitos anos, lutará para encontrar uma identidade, uma casa, um país e muito mais. Além das incertezas de sua origem, ele tem de enfrentar outro dilema: é gay numa sociedade que não admite sua orientação sexual. Autor do best-seller O menino do pijama listrado, John Boyne nos apresenta à sua maior empreitada literária até então, construindo uma saga arrebatadora sobre aceitar-se e ser aceito num mundo que pode ser cruelmente hostil. Uma leitura necessária para os dias de hoje, que reitera o poder do amor, da esperança e da tolerância.

Em suma, eu me apaixonei pelo livro de todas as formas possíveis, John Boyne me arrebatou e me fez sentir todas as incertezas, paixões e perdas do personagem. Eu acabei criando uma empatia enorme pelo Cyril. Este é um livro que você precisa ler com bastante atenção e com a mente preparada para os baques que a história vai lhe dar. Eu acabei chorando em algumas partes, admito, mas foi isso que me fez achar a obra tão boa, esta capacidade de sensibilizar o leitor. Enfim, leiam, creio que não irão se arrepender.
pata 02/01/2019minha estante
Eu estou amando esse livro, já é o segundo livro que leio dele.


Wes Costa 03/01/2019minha estante
Este foi meu primeiro e eu achei tão maravilhoso. Sua escrita é maravilhosa e a história que nos é contado é encantadora.
É um bom livro para ler!


pata 06/01/2019minha estante
Quando eu leio os seus livros eu não leio eu sinto, faz sentindo?
Leia O Pacifista, Esse livro é maravilhoso.


Wes Costa 07/01/2019minha estante
Obrigado pela indicação. Vou para na minha lista de leituras obrigatórias




Jardim de histórias 01/12/2022

Simplesmente incrível, inesquecível, arrebatador!
Hannah Arendt havia dito certa vez a respeito do poeta Auden: que a vida manifestara no seu rosto as fúrias invisíveis do coração.

Uma baita reflexão, uma leitura maravilhosa, um livro com voz ativa extremamente obrigatório. A capacidade de John Boyne de transmitir ao leitor o néctar de assuntos tão difíceis em tempos difíceis, faz com que, enxergamos a beleza contidas em alguns dramas. Simplesmente, a obra invade nosso coração, deixando a janela de nossa alma escancarada. Esta é a sensação que a obra nos permite construir. Construção de sentidos, e sem ambiguidade, simultaneamente, desconstrução de muros ou barreiras. A leitura é muito fluída e envolvente, abordando conscientemente toda a hipocrisia, ignorância e sordidez que habita no submundo do comportamento misógino e homofóbico. Certamente a resiliência e superação que encontramos na história, não se limita somente nas páginas, ela ecoa. O livro nos ajuda a olhar para o mundo de forma mais inclusiva, desperta na gente um sentimento de mudança, o mundo necessita de mudança e essa mudança começa pela humanidade. ??
Jardim de histórias 01/12/2022minha estante
Esse é um dos romances mais incríveis que já tive a oportunidade de conhecer.


eu, eu mesma e os livros 02/12/2022minha estante
Já estava na minha lista, mas com sua resenha fiquei com mais vontade ainda de ler!


Jardim de histórias 02/12/2022minha estante
Foi uma experiência única, favoritei esse livro. Ainda estou conectado a narrativa fantástica, aos personagens. Tentei expressar através da resenha, o impacto causado. E lhes digo minhas amigas, o livro é simplesmente esplêndido! Leiam e me digam. Já havia lido do autor: O Palácio de inverno que é maravilhoso e o Pacifista que também refleti muito. Mas esse livro "Às fúrias invisíveis do coração"...


Fernanda.Rettore 25/11/2023minha estante
????




RobertaToussaint 18/05/2021

Me destruiu. 5 estrelas, recomendo
Sobre o livro: Você ja começa a sentir os efeitos do ódio no início. Sente umas palpitações, mas, tudo bem, depois fica mais tranquilo.

Ai do nada, você é completamente destruído, acredite em mim, DÓI, parece que você levou uma facada no peito.
Ai melhora, depois piora, melhora mais um pouco, então, meu querido, FODE TUDO. Quando chega no final você ja esta bem abalado, então o final feliz é triste, porque você esta triste.
É uma montanha russa de emoções.

A história aborda a homossexualidade de forma séria, brutal e, por vezes, tenta dar um toque mais leve em alguns pontos, apesar de mostra os preconceitos passados pelo protagonista e muitos outros.
Temas como bullying, AIDS, relações abusivas também são retratados durante o enredo, proporcionando cenas fortíssimas de arrasar o coração, e claro, reflexões.

Os personagens sao bem escritos, possuem camadas, são marcantes. A escrita é impecável, linda, com um fundo histórico muito bem descrito. 

Amei ler esse livro. Sem dúvida nenhuma JAMAIS O LEREI DE NOVO, PORQUE NÃO SOU SÁDICA. Mas recomendo.

.
Bianca1979 18/05/2022minha estante
Melhor resenha!! Definiu perfeitamente como me senti lendo! rsrsrssr


RobertaToussaint 05/06/2022minha estante
??


Wederson.Pires 07/05/2023minha estante
Foi muito por causa dessa resenha que tive vontade de ler o livro. Muito obrigado!
A sua resenha descreve exatamente o livro e como me senti lendo-o.


RobertaToussaint 10/05/2023minha estante
Que coisa gostosa. Esse livro é uma experiência fantástica.




Bruno Malini 14/05/2021

Maravilhoso
Amei toda a história. Autor não poupa o leitor em nada. Quero mais e mais dele. Rs
Carla Buffolo Altoé 16/05/2021minha estante
Bruno, o John Boyne escreve muito bem! Leia os outros livros dele. Foram bem marcantes: O Menino do Pijama Listrado, O Garoto no Convés e O Palácio de Inverno S2


Bruno Malini 16/05/2021minha estante
Já li O menino no alto da montanha. Já comprei outros. Rsrs


Carlos Padilha 19/01/2023minha estante
Em minha opinião, o melhor livro dele é Uma história de solidão. Por acaso, foi o primeiro que li.




Wederson.Pires 07/05/2023

Para rir, parar chorar e se emocionar
Nem sei ao certo como foi que cheguei à esse livro, só sei que assim como os outros ele me escolheu para lê-lo no tempo certo.
Eu não sabia ao certo o que esperar a não ser de que a haveria tragédias na história, mas descrevê-lo assim seria como simplesmente dizer que o céu é algo azul acima da nossa cabeça.
A história é muito envolvente e logo nas primeiras páginas você já se sente preso à ela. Confesso que o livro tem sim cenas muito chocantes e tristes, mas há também amor e esperança e principalmente REDENÇÃO.
Em alguns momentos ri, em outros chorei, em outros gritei. Experimentei muitas emoções durante a leitura. Já quis dormir agarrado ao livro de tanto carinho desenvolvi.
A história acompanha Ciryl que nasceu e cresceu em uma Irlanda muito rígida e preconceituosa, controlada pela religião católica e o protagonista se descobrindo gay em meio à este contexto. A história avança de 7 em 7 anos e narra as descobertas e ao redor do personagem: amores, amigos, dificuldades, sonhos e tristezas.
O final é algo que eu nunca imaginei mas que me trouxe uma libertação e uma paz tão grande que eu mal sabia porque chorava. O livro mostra os altos e baixos da vida e suas nuances.
Uma leitura que incrível. Talvez agora eu releia "O pacifista" e descubra que da primeira vez só tinha lido errado mesmo.
John Boyne me fez odiá-lo e amá-lo com esta obra.
Kleilson.Torquatto 16/07/2023minha estante
Meu livro favorito desse ano até agora.
Na verdade eu tô entre ele e ? O pacifista? do mesmo autor.
Amei os dois.


Wederson.Pires 19/07/2023minha estante
A primeira vez que li O Pacifista, acho que li errado. Pretendo relê-lo esse ano. Quase morri quando ele da o nome de Tristan Sadler nas Fúrias em um diálogo.


Kleilson.Torquatto 19/07/2023minha estante
Eu li As fúrias invisíveis do coração antes, e quando eu li O pacifista eu fiquei viajando? Eu já vi esse nome em alguma lugar!! Hahaha? Depois que eu fui associar ao primeiro livro. Kkk.
Mas faz um releitura de O Pacifista sim, acredito que irá mudar de ideia.




Laís 11/05/2020

triste :/
A história acompanha a vida de Cyril desde seu nascimento, em 1945, até 2015, sendo pulando de 7 em 7 anos.
Cyril foi adotado quando bebê e passou boa parte da vida no seu país natal, a Irlanda. Acompanhamos, então, o crescimento de Cyril e as mudanças no país.
Eu simplesmente amo quando acompanhamos um personagem ao longo da vida e neste livro não foi diferente. Chorei e dei risada com o protagonista, mas também me decepcionei com ele a ponto de desanimar de ler o livro. Mas depois refleti que o livro retrata um ser humano normal (normal no sentido de não estar em alguma posição, por exemplo, que o tornasse superior aos outros de alguma forma) e, como tal, passível de erro como todos nós.
Vou sentir saudades de acompanhar a vida de Cyril e da sua família nada convencional
Ponci 13/05/2020minha estante
Um dia desses eu tava rindo lembrando da Maude Avery super irritada por ter virado uma escritora popular kkkkkkkkk


Laís 13/05/2020minha estante
Gente, ela é demais, sério! Ria muito com ela ??




Roberta 02/06/2020

É um bom livro, personagens interessantes, temas atuais e relevantes... gostei principalmente da primeira parte do livro, depois achei que virou um melodrama sem fim... Pretendo ler O Palácio de Inverno do mesmo autor.
Pam 30/06/2020minha estante
Por favor, dê uma chance para Palácio de Inverno! Na minha opinião é o melhor livro de John Boyne, e um dos melhores que já li na vida!


Roberta 02/07/2020minha estante
Tá na minha lista! Engraçado é que cheguei no livro As fúrias invisíveis do coração procurando o Palácio de Inverno, vá entender! ?




Ponci 20/03/2019

INCRÍVEL!
John Boyne transita facilmente entre o cômico e o trágico e nos apresenta a história de um homem que foi privado de ser feliz. Uma leitura necessária que jamais sairá da cabeça do leitor. Obrigado por isso, John Boyne.
ROBERTO468 20/03/2019minha estante
Fiquei sabendo que é otimo. To bem curioso


Ponci 20/03/2019minha estante
É sensacional. Um dos melhores que já li.




Thalita Branco 04/04/2018

Resenha ~ As Fúrias Invisíveis do Coração - John Boyne
Catherine Goggin é expulsa da pequena cidade onde vive por estar grávida sendo solteira. Ruma então para Dublin onde dá a luz a um menino. Sem condições de cuidar dele, entrega o bebê para uma freira corcunda, que o redireciona para a família Avery.

Ainda que não seja um Avery de verdade, Cyril cresce no conforto e na mordomia mesmo que lhe falte afeto. Sua mãe adotiva, Maude, passa os dias fumando feito uma locomotiva e escrevendo enquanto seu pai adotivo Charles corre o risco de ser preso por não declarar o imposto de renda. Eis que surge Julian, filho do advogado de Charles, e Cyril se encanta com o menino nos breves momentos que passa com ele.

Anos mais tarde o caminho dos dois volta a se cruzar quando os jovens passam a estudar na mesma escola e dividir o dormitório, tornando-se melhores amigos. Cyril então já tem certeza que não é igual aos outros meninos. Não se interessa por garotas e é completamente apaixonado por Julian.

Narrado em primeira pessoa, acompanhamos a vida de Cyril em intervalos de sete anos. Conforme a criança vai crescendo, cresce também a sua angústia e tentativa de se encaixar em um país que é totalmente intolerante com homossexuais, fazendo com que Cyril passe por momentos solitários e tristes. Aliás, tristeza não falta nesse livro. John Boyne apunhala nosso coração logo no primeiro capítulo.

Mas, incrivelmente, o livro tem vários momentos bem humorados, sarcásticos e irônicos que me arrancaram gargalhadas. Algumas passagens poderiam ser um pouco mais curtas, mas o ritmo de leitura é excelente e fui ficando cada vez mais curiosa para saber sobre a vida de Cyril. E angustiada também! Esporadicamente o personagem se encontra com a mãe biológica, ambos sem saber da verdade, e minha vontade era gritar de frustração frente a esse e outros acontecimentos.

Cyril não é um homem perfeito, ele também magoa muita gente, mas é impossível não criar empatia com o personagem e desejar que ele encontre a felicidade. As Fúrias Invisíveis do Coração é um livro que deveria ser lido por todo mundo. A narrativa de Cyril começa logo após a Segunda Guerra Mundial, mas quanta intolerância e preconceito existe ainda em 2018? Com certeza um das melhores obras do John Boyne e um dos melhores romances que já li.

site: www.entrelinhasfantasticas.com.br
Fabio.Madeira 04/04/2018minha estante
Adorei a resenha!


Thalita Branco 04/04/2018minha estante
Obrigada :)




Gui 17/08/2020

Intenso e um retrato chocante
Pra quem é LGBT e vê o difícil processo que passamos ao nos encontrar e tentar fazer com que nossas vidas sejam mais fáceis e vívidas por completo esse livro vai ser um soco no estômago.

Tive momentos em que quis parar de ler por não conseguir engolir tanta coisa ruim rolando com uma pessoa só, mas ao mesmo tempo o livro te prende as verdades de uma sociedade podre e de como as coisas melhoraram hoje em dia.

E a reta final é de aquecer o coração e te fazer refletir sobre suas próprias ações e como você vai terminar sua vida também. É lindo e se você não chorar pode ser que nem coração tenha.
Carlusadrianu 17/08/2020minha estante
Senti vontade de ler


Gui 17/08/2020minha estante
LEIA!!!!! Vale MUITO a pena. Foi uma viagem dolorosa e incoveniente, mas SUPER necessária




Ladyce 02/07/2019

Este não foi o mais interessante romance de John Boyne. É uma história ambiciosa, prolixa, dramática que poderia ter tido maior impacto se o escritor não tivesse sucumbido à tentação de numerosos detalhes desnecessários e à armadilha comercial de um final feliz. Nesta longa obra o leitor acompanha a vida de um homem, irlandês, gay, nascido logo depois da Segunda Guerra Mundial, em 1945, de sua gestação à morte. Tomamos carona para acompanhar também mudanças de comportamento social no mundo pós-guerra e as dificuldades enfrentadas pelos homossexuais no mesmo período. Passamos pela Irlanda católica, pela Europa, centrada em Amsterdã, vamos aos Estados Unidos e como não poderia faltar somos levados a considerar alguns aspectos da horrível epidemia da AIDS que se espalhou pelo mundo a partir dos anos 80 do século passado. Definitivamente um projeto audacioso e necessário por trazer para o cultura popular considerações que vemos com maior frequência restritas a obras menos comerciais ou ao nicho da literatura gay.

Como bom escritor, apreciado por multidões, John Boyne traz ritmo, drama e humor para um enredo que se desenvolve apoiado por uma dúzia de personagens curiosos, quase todos fora da norma, preenchendo a máxima popular comum nos nossos dias: “de perto ninguém é normal.” Cada um é rebelde à sua maneira. Só o nosso biografado é o único a não se rebelar. Tímido e frouxo Cyril é um anti-herói. É um personagem principal, sem um osso de bravura, covarde e irresponsável, incapaz de medir as consequências de seus atos para com terceiros. E é ele quem acompanhamos com cuidado. E a quem devemos, no final, imaginar com carinho, entendimento e calor. Uma façanha difícil para esta leitora. O final desaponta. Muda o tom da narrativa. Do realismo aspirado durante a história, pulamos para o mundo da fantasia. A boa vontade do autor traz um fechamento onde se reconhece os bons aspectos de todos os personagens envolvidos, num final feliz característico dos contos de fadas.

Talvez esse livro tivesse me agradado mais se não contivesse tantos erros históricos que demonstram uma pesquisa porca. Descuidada. Tive essa sensação algumas vezes até que de repente vejo General De Gaulle da França mencionado como tendo se aposentado em 1959, quando na verdade este foi o ano em que ele começou a presidência da França. Daí por diante encontrei uma série de problemas. Há uma visão anacrônica do mundo. Preocupações sobre o cigarro, limitações de comportamento daqueles que fumam, por exemplo, aparecem como pertinentes nos anos 50-60 quando na verdade o fumo era liberado em todo canto, dentro e fora dos ambientes fechados. Há o problema de mencionar a República Checa em 1987, quando na realidade, nesta época não havia este país. O país fazia parte do que se chamava Checoslováquia. O mesmo para a Eslovênia. Foi preciso uma série de conflitos, de guerras entre 1989 e 1992 para que os países que formaram, a contragosto, desde 1945 o país Iugoslávia, voltassem a ser independentes como eram antes do domínio comunista, sob o comando do ditador Tito. Não há perdão para esse tipo de erro. E esses não são os únicos erros. Passando em revista outras resenhas em sites de livros e resenhas, vejo que tenho companhia, dezenas de outros leitores listaram muitos outros detalhes incôngruos.

Um escritor tão popular quanto John Boyne tem a obrigação de trazer fatos históricos corretos. Se ele não quer fazer a pesquisa, tenho certeza de que poderia pagar um assistente para verificar dados. Não posso liberar de culpa a editora original, porque ela também deveria ter tido o interesse de checar esses detalhes. Muitos leitores adquirem conhecimentos de história através de livros. É um desserviço para com seus leitores que Boyne não se preocupe em limpar o texto. Sinto, mas perde muito com isso.
Igor 21/11/2019minha estante
Mais um erro histórico que me incomodou bastante: no capítulo 2008, subtítulo Kenneth, Cyril lembra-se da conversa com sua mãe Catherine em 2001 (após descobrimento da identidade genética como último assunto do capítulo 2001). O autor descreve o Ministro das Finanças em uma das mesas do bar, com as mãos na cabeça e chorando sobre a cerveja, fazendo uma de suas típicas remissões históricas subliminares (nesse caso, ao crash financeiro de 2008). Embora estejamos no capítulo 2008, a lembrança e a história narradas são de 2001, portanto a remissão não faz sentido.

Concordo com você quando diz que o autor e a editora deveriam ter maior cuidado e responsabilidade com os fatos históricos. Afinal de contas, como autor de O Menino do Pijama Listrado e O Garoto no Convés, entre outros livros que gostam de fazer remissões históricas, John Boyne estava escrevendo em seu nicho, além do mais em um país e em um tempo que ele realmente viveu.


Ladyce 09/12/2019minha estante
Para quem tem o alcance de John Boyne é uma pena que ele não possa passar dados históricos precisos. Com isso ele coloca em dúvida até mesmo o posicionamento exagerado da Igreja em 1945, na Irlanda, naquela cena do primeiro capítulo. Não estou dizendo que o comportamento da Igreja Católica naquela época, naquele país esteja justificado. De jeito nenhum. Tenho certeza de seus extremos, até mesmo em décadas mais próximas dos dias de hoje. O problema é que errando tanto, com tanta frequência, começamos a colocar em dúvida as representações que ele faz de outras épocas e de outros fatos.




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