MelodyHoly 22/05/2021
Bom
Lugar Nenhum é um livro de narrativa ok, plot previsível e até meio fraco, e construção de mundo fantástica.
Foi a minha segunda leitura de Neil Gaiman (a primeira foi Coraline, que eu amei), e é realmente um livro bom. Não MUITO bom, mas é uma leitura que vale a pena e nem sequer pode ser considerado perda de tempo.
A história segue Richard Mayhew, um homem que tem uma vida bem ok, com emprego, casa e uma noiva, ele entende ter tudo o que poderia querer (embora não esteja exatamente feliz). Em um momento, enquanto está indo a um jantar com sua noiva, Jessica, eles se encontram com uma garota jogada na rua, claramente machucada e ensanguentada; enquanto Jessica quer ignorar a garota e seguir para o compromisso, Richard decide ajudar e, quando a menina pede para não ir ao hospital, ele a leva para casa e cuida de seus ferimentos.
A garota, Door (sim, literalmente porta, e sim, isso faz sentido), está sendo perseguida por dois homens, o Senhor Croup e o Senhor Vandemar, que deixam bem claro tanto para o leitor quanto para Richard as intenções que têm com ela (lê-se: assassinato).
Depois que Richard consegue ajudar Door a fugir, procurando por um conhecido da garota e lidando com estranhezas como ter que se desculpar com um rato, ela vai embora de sua casa e ele se prepara para continuar com sua vida comum.
Porém, entretanto, todavia, Richard se vê em uma situação onde é como se ele simplesmente não existisse em sua vida em Londres. Ninguém o vê ou o ouve, seu apartamento não é seu nem seu trabalho está lá, seus amigos e até Jessica não o conhecem e Richard não vê outra opção a não ser procurar ajuda a partir de uma pessoa que consegue vê-lo.
Richard consegue se reencontrar com Door e Marquês de Carabas, o homem que havia ajudado Door a ir embora, e a partir daí a aventura de Richard pela Londres-de-Baixo segue.
O livro traz reflexões interessantes sobre a relação coisas-que-a-gente-acha-que-quer-mas-na-verdade-não-quer e sobre a situação de moradores de rua também. A fantasia, toda a parte da Londres de Baixo e como as coisas funcionam por lá e tudo muito interessante e quase que visível enquanto se lê. Foi a minha parte favorita.
Sobre o enredo, eu pessoalmente achei um pouco fraco e corrido demais, além de várias partes serem confusas ou deixadas de lado. Confesso que desanimei quando vi que uma informação que eu estava super ansiosa pra saber não ia ser trabalhada no livro.
Eu gostei da construção dos Senhor Croup e Senhor Vandemar. Apesar de não mudarem em nada da primeira aparição até a última, eu gosto como eles são consistentes; o nível de sinistro deles é muito bom ?
De modo geral, ainda é Gaiman e eu não me decepcionei do que esperava para uma fantasia adulta. É sinistro e divertido ao mesmo tempo, com passagens esquisitas, algumas nojentas e algumas esquisitas.