Lugar Nenhum

Lugar Nenhum Neil Gaiman
Neil Gaiman




Resenhas - Lugar Nenhum


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Tevo 21/05/2021

Fantasia Fluída.
Foi minha primeira experiência completa com alguma obra de Gaiman e devo confessar que esse livro me instigou bastante a conhecer mais o autor. A história da contrução do próprio livro já é por si só muito interessante. Mas a História consegue ser ainda mais.
Richard é um cara normal, com uma vida boa, mas bem comum mesmo... Chegando até a ser chata, talvez. Porém, no dia que está indo junto com sua noiva acompanhar o chefe dela em um jantar, ele se depara com uma garota ensanguentada na rua, bem em sua frente. Mesmo com a insistência da noiva para não fazerem nada e seguirem seu dia, Richard decide prestar socorro aquela moça e a leva para casa. Ele percebe que aquela garota tem atitudes esquisitas, além de estar sendo perseguida por dois homens muito estranhos. E depois de entrar em contato com um tal Marquês De Carabás a pedido da garota, a vida de Richard muda completamente.
Gostaria de detalhar mais, porém poderia sair algum spoiler. Então fica a sugestão: leia esse livro. Mas não leia criando super expectativas, esse não é um livro de detetive. Leia deixando a história fluir e aceitando o enredo. Acredito que se você ler deixando a história correr, a leitura ficará bem mais agradável. Enfim, boa leitura !
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Coruja 13/05/2021

Sobre marginalizados, compaixão e diferentes significados de heroísmo
Mais uma releitura, embora esta estivesse prevista há tempos na minha lista: a primeira vez que li Lugar Nenhum foi numa edição da Conrad (tanto tempo atrás que não tenho nem o registro de quando o li), texto que foi editado por Gaiman, com vários cortes e acréscimos, saindo por aqui pela Intrínseca em 2016, com nova tradução e o aviso de ser o “texto preferido do autor”.

Não tenho mais a edição da Conrad - que doei quando comprei a nova - para fazer o cotejo de ambas. Mas, ao reler minhas impressões mais antigas do livro, vejo que achei o texto por vezes cansativo, sensação que não tive dessa vez. Talvez seja uma questão de mudança de perspectiva (que teve muita desde aquela primeira leitura), mas não posso deixar de pensar que o novo trabalho de edição tenha feito diferença na fluidez do texto.

Quando escrevi algumas impressões sobre Lugar Nenhum em 2010 - não com uma leitura fresquinha na cabeça, mas de memória, dentro de um artigo maior sobre o Gaiman - minha atenção estava inteiramente voltada para a estranheza e a aventura da Londres de Baixo e o enredo de mistério envolvendo a morte do pai de Door. Como de hábito, uma releitura significa que você não está tão aflito para saber como a coisa toda se resolve e há tempo de sobra para admirar a construção de mundo e dos personagens, tudo o que tio Neil consegue empacotar aqui.

Como várias outras aventuras fantásticas, essa aqui começa com o herói passando por um portal para adentrar um mundo paralelo que ele não sabia existir bem debaixo do seu nariz. É Alice despencando pela Toca do Coelho ou Lucy descobrindo Nárnia dentro do Guarda-Roupa. Gaiman gosta desse tipo de enredo: Tristan em Stardust e Coraline passam por experiências bem parecidas a de Richard.

E sim, nosso herói improvável em Lugar Nenhum é Richard Mayhew, que pode até parecer um pobre tolo à primeira vista - preso na rotina de seu trabalho no mercado financeiro, com uma noiva autoritária e destinado a uma vida bastante comum -, mas surpreendeu bastante ao longo do enredo. A questão é que, cinicamente, confundimos gentileza com uma vocação para servir de capacho e, bem, lá está Jessica para mandar e desmandar no noivo e nos passar essa impressão.

Da primeira cena que Richard nos é apresentado, a gentileza é sua principal característica. Na chuva, meio nauseado pela quantidade de brindes que tomou em sua despedida dos amigos, ele ainda assim se importa com a moradora de rua que passa por ele e dá a ela seu guarda-chuva. O início de toda a enrascada do livro é quando ele ignora Jessica e ajuda Door (que ferida e desesperada, desejou que a porta que abriu a levasse para alguém seguro e confiável). Quando Anaesthesia lhe é designada por guia, ele conversa e se preocupa com ela - e talvez seja o único que se importe quando a garota desaparece.

Vez e outra, Richard demonstra civilidade, compaixão e uma bondade inata, algo que se alia a um grande autocontrole (mesmo com toda a estranheza em que logo se vê mergulhado, ele não se desespera ou dá um ataque histérico - o que seria bastante desculpável considerando que de uma hora para a outra as pessoas simplesmente deixam de enxergá-lo), pragmatismo e , sim, coragem. Tudo isso somado o tornará um herói capaz de passar por provações e obstáculos mortais - um Galahad moderno (e sim, isso me fez lembrar do conto Cavalaria, um dos meus favoritos do Gaiman). Gaiman aqui identifica heroísmo não com ser mais forte, de duelar e vencer o combate, mas de demonstrar compaixão, solidariedade, autoconhecimento.

Voltando um pouco, Richard ajuda uma jovem que basicamente desaba aos seus pés ferida e é assim que seus problemas começam. Door, que faz parte de uma família de abridores de porta (quer elas existam ou não, estejam proibidas e suas chaves, perdidas), acaba de ter todos os seus parentes assassinados pelos temíveis Croup e Vandemar. Parte da nobreza da Londres de Baixo, Door tenta descobrir porque sua família foi morta e sobreviver, ela mesma, à caçada que os assassinos mantêm contra ela.

Para isso, ela tem a ajuda do Marquês de Carabas, um vigarista astuto de várias vidas, que negocia na base de favores; de Hunter, a maior caçadora de bestas da Londres de Baixo e também de Richard, que após ser apagado da lembrança da Londres de Cima, procura o grupo para tentar reaver sua vida de antes.

O que impressiona nessa que seria uma típica jornada do herói, é o ambiente em que tudo isso acontece. A Londres de Baixo é costurada de partes esquecidas e descartadas da cidade de cima (e dá para inferir que todas as grandes e antigas cidades do mundo têm essa versão espelhada de si), algumas delas em que o tempo literalmente parou. Sua geografia é formada pelas estações de metrô de Londres: há de fato uma corte do conde (Earl’s Court) num vagão obscuro; monges em Blackfriars e um anjo em Islington. Aqui se abrigam seres e criaturas tão antigas quanto o mundo, mas também pessoas simples - os destituídos, os órfãos, os abandonados, aqueles pelos quais passamos nas ruas como se fossem invisíveis, que vivem completamente à margem da sociedade.

Por alguma razão, Lugar Nenhum me faz pensar no soneto gravado na base da Estátua da Liberdade, em Nova York: “?venham a mim as multidões exaustas, pobres e confusas ansiosas pela liberdade. Venham a mim os desabrigados, os que estão sob a tempestade?. Esses ‘pobres exaustos e desabrigados’ são exatamente aqueles que formam a população das Cidades de Baixo. E essa talvez seja a maior sacada do livro: a forma como Gaiman dá protagonismo aos marginalizados, onde mesmo o mais secundário dos personagens tem seu momento de destaque, sendo possível perceber enredos muito maiores por trás de suas breves participações.

Eu leria páginas e mais páginas sobre a história do Conde, sobre como Vandemar e Croup começaram sua maldita associação, sobre o resto da família de Door e de onde veio sua habilidade, sobre a hierarquia dos diferentes povos e comunidades que se encontram no Mercado Flutuante - ratos, lamias, cogumelo, corvos, pastores, e por aí afora -, sobre a miríade de favores que todo mundo parece dever ao Marquês, sobre como o Marquês se tornou quem é. Há tanta possibilidade nesse mundo criado para Lugar Nenhum que não me espanta Gaiman estar escrevendo uma continuação (nem que ela se inspire na crise de refugiados para tanto).

Inclusive essa edição traz como extras um capítulo cortado - com Croup e Vandemar antes de seguir para o trabalho com a família de Door - e um conto publicado anteriormente em algumas antologias, Como o Marquês Recuperou seu Casaco. Para ser um volume perfeito de colecionador, só faltava trazer as ilustrações maravilhosas do Chris Riddell - mas essas, por enquanto, só na edição em inglês (aparecendo em português, trocarei de novo de edição...).

site: https://owlsroof.blogspot.com/2021/05/lugar-nenhum-sobre-marginalizados.html
Maria 13/05/2021minha estante
Sua resenha ficou tão linda que despertou em mim o desejo de uma releitura.


Coruja 13/05/2021minha estante
Obrigada, Maria! Releituras são importantes, a gente percebe nelas o quanto nós mesmos mudamos com o tempo. Enfim, fico feliz que tenha gostado!




gabsquerido 29/04/2021

Bem legalzinho e divertido de ler
foi um livro bem legal de ler, alguns gatilhos, mas enfim, é um livro de terror né?

gostei bastante da construção da londres de baixo, dos personagens e do final.
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Michel 18/04/2021

Divertido e estranho.
O história tem uma pegada bastante curiosa no meu ponto de vista. Em alguns momentos fiquei entediado, e confesso que mesmo com toda discrição da cena e cenário, não consegui criar um ambiente concreto na minha imaginação. Talvez isso se deve ao fato de eu não conseguir assimilar uma cidade abaixo de outra cidade ( onde eu moro as galerias de esgoto não passamos de tubos de concreto bem limitados).
Por outro lado quando eu fui pego pelo enredo e pelos diálogos, não consegui mas parar de ler.
Um livro legal e divertido, porém bem estranho para os meus padrões de normalidade.
É evidente a crítica social que esse
livro traz consigo. Me fez refletir o quão pouca importância damos as pessoas jogadas nas ruas, e como elas passam despercebidas aos nossos olhos diante de nossas correrias diárias.
Gostei da leitura e recomendo como um livro pra se divertir, porém se quiser ir mais a fundo encontrará algumas questões importantes e que devem ser pensadas e analisadas.
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Weslley 07/04/2021

Bom, mas falta um algo a mais
O livro trata de dois mundos: Londres de Cima e de Baixo. O início é um pouco confuso, mas no meio a história engrena e a fantasia fica muito boa, a concepção de alguns personagens deixa a desejar. O fim me decepcionou um pouco, poderia ter sido melhor. Mas em suma é um bom livro de fantasia pra passar o tempo.
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Amanda.Raithy 04/04/2021

Entediante
O início de Lugar Nenhum é muito bem escrito e faz sentir-se como se estivesse realmente em Londres, mesmo sem nunca ter pisado lá. Depois disso, para mim, ficou muito confuso. A gente sabe tanto quanto o protagonista, que é absolutamente nada sobre aquele lugar. O desfecho não é nada absurdo mas também não empolga. Queria ter gostado mais da leitura.
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Diogo Matos 30/03/2021

Uma fantasia urbana
Livro leve e despretensioso, praticamente uma fábula urbana.

Há a presença do forte humor britânico em diversas passagens.

Os personagens não são muito desenvolvidos, com exceção do protagonista.

Trata-se de uma leitura leve e divertida. Recomendado para quem quer se desligar um pouco do mundo e viajar pela "Londres de baixo"
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michelline.munique 28/03/2021

É legal
Não fez muito meu gosto o livro (apesar que nem sei meu gosto),mais é legal. Nada surpreendente mais legal.
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gusta 22/03/2021

Gaiman te joga de uma vez no mundo fictício da Londres de Baixo (o que eu não achei ruim), mas faltou alguma coisa, com o passar do livro ele foi ficando mais previsível e a maioria dos elementos não foram bem explorados. Uma boa leitura, mas acho que fui esperando demais
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Allan.Oliveira 15/03/2021

Uma aventura agradável
Uma fantasia bem diferenciada com detalhes bem únicos, uma história bem desenvolvida com direito a plot twist e tudo, e com uma conclusão bem agradável que deixa uma sensação boa quando o livro acaba. Sem contar o conto extra no fim dessa edição que protagoniza o marques maravilhoso com uma aventura bem peculiar.
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Carol 07/03/2021

Bom livro, bons personagens...
Para quem gosta de livros de fantasia Lugar Nenhum é uma boa indicação de leitura. Neil Gaiman apresenta a Londres de baixo, um submundo que coexiste junto com a Londres tradicional, porém seus habitantes vivem em condições precárias e perigosas, com as mais diferentes criaturas.
Richard vê sua história na Londres de cima se apagando após ajudar uma menina ferida da Londres de baixo, a fim de recuperar sua vida ele embarca em uma aventura no submundo que sequer imaginava ser possível. Uma história que por um lado pode ser encarada como uma crítica social e por outro uma aventura fantástica. Vale a pena embarcar nessa leitura.
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Ricardo.Borges 27/02/2021

Dos quadrinhos ao livro
Fã de Sandman, a leitura deste livro surreal é absolutamente envolvente e deliciosa!
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mystxxrio0 25/02/2021

Sentirei saudades da Londres de Baixo
Lugar Nenhum conta a história de Richard, que vê sua vida mudar completamente ao se encontrar com a Door e conhecer, a partir dela, uma Londres subterrânea que até então ele não sabia que existia.

A história, que me prendeu muito, possui traços típicos das narrativas do Neil Gaiman. Tem seus momentos sérios e alívios cômicos com as percepções de Richard acerca da Londres de Baixo e das participações mais que irreverentes dos senhores Croup e Vandemar e do inesquecível marquês de Carabás. Aliás, amei o conto no fim do livro que conta a história de como o marquês recuperou seu casaco e queria MUITO um livro só dele.

O livro é pequeno e, por isso, deixa aquela sensação de que a história poderia ser melhor aproveitada. Senti que o passado de Hunter, por exemplo, poderia ser explorado mais vezes. Isso, porém, não tira a grandeza da narrativa em si. É um livro mais que recomendado e que com certeza terá uma releitura.
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