Yas 05/03/2013
Cada vez melhor
Resenha publicada no blog Labirinto Imaginário http://labirintoimaginario.blogspot.com.br/2013/02/resenha-019-o-cavaleiro-da-morte-as.html
Bom, recordando um pouco o que foi dito na resenha de O Último Reino, os dinamarqueses, com toda sua fúria já haviam tomado quase toda a Inglaterra, restando apenas Wessex, o reino mais rico e poderoso da ilha e principal alvo de invasão.
Tudo corria bem para Alfredo, que, por ser muito devoto, acreditava ter Wessex protegida por Deus e também por uma trégua entre o reino e os dinamarqueses. Toda essa confiança foi derrubada quando os dinamarqueses, em um ataque-surpresa (uma vez que para Alfredo tudo estava nos conformes e a trégua ainda era válida), finalmente conseguem tomar Wessex.
Não resta outra alternativa a Alfredo se não fugir com sua família. Vai a caminho do que restou de seu reino: Æthelingæg, uma terra totalmente esquecida, úmida, lamacenta e que jamais vira Alfredo como rei.
Uthred, o personagem que narra a trama, jura lealdade e proteger o rei e sua família enquanto necessitarem e o ajuda na busca de apoio para poder erguer um fyrd, que seria uma espécie de força de defesa. Erguendo o fyrd, Alfredo visava enfrentar os dinamarqueses e tirar Wessex das mãos dos mesmos. Quanto a história do livro, eu paro por aqui, para não dar maiores detalhes a respeito da mesma.
No livro criou-se uma espécie de aproximação entre Alfredo e Uthred. No decorrer da história, Alfredo cometera certas injustiças com Uthred, o que fez com que o guerreiro alimentasse ódio pelo rei. As ideias dos dois a respeito de como vencer os dinamarqueses divergiam muito, como pode ser visto nesse trecho:
"Mas eu odiava Alfredo. Odiava-o por ter me humilhado em Exanceaster, quando me fizera usar manto de penitente e me arrastar de joelhos. E não pensava nele como meu rei.
Ele era Saxão do Oeste e eu era da Nortúmbria, e eu, Uthred, achava que Wessex teria pouca chance de sobreviver enquanto ele fosse rei.
Ele acreditava que Deus iria protegê-los dos dinamarqueses e eu acreditava que eles teriam de ser derrotados por espadas."
Mesmo com essas divergências os dois procuravam se unir por um único ideal, e um até cedia pelo outro de vez em quando. Foi muito bom ver os dois trabalhando em equipe. O cristão devoto e o guerreiro pagão trabalhando juntos não só pra reaver Wessex, mas também para proteger a Inglaterra da fúria dos vikings.
Eu realmente não sei se a imagem e personalidade do Rei Alfredo das Crônicas de Bernard Cornwell condizem com as de Alfredo, O Grande, aquele que de acordo com a história defendeu a Inglaterra dos vikings e que prosperou em seu reinado. Mas o que que eu posso dizer a respeito do Alfredo descrito nas Crônicas Saxônicas, é que pude conhecê-lo melhor nesse livro, uma vez que o mesmo ficou uma boa parte da trama sem a companhia de padres dizendo a ele o que deveria fazer e como deveria pensar. Percebi que por trás de tanta devoção, Alfredo era um homem que sabia usar a cabeça e que estaria disposto a fazer qualquer coisa para reaver Wessex (até mesmo lutar ao lado de um pagão, que no caso era Uthred), mesmo que às vezes contra a própria vontate. Pena que no decorrer do livro ele voltou um pouco a ser o que era, devido a chegada dos padres que voltaram a interferir em suas ideias.
Nesse volume da série Uthred está muito mais arrogante (talvez seja pela idade, ele tinha apenas 21 anos durante o período descrito no livro) e explosivo. Apesar disso, é impossível não admirar a força, a coragem e a determinação do rapaz. Sem contar que Uthred é um guerreiro de primeira. A inteligência do rapaz em batalhas, bem como sua fúria de guerreiro são impressionantes.
O que posso dizer de momento é que em O Cavaleiro da Morte, Bernard continua proporcionando situações muito bem descritas, bem como cenários os quais nos fazem viajar à época em que se passa a história do livro. A partir desse livro pude perceber que a rotatividade de personagens da série seria muito grande (por isso eu procuro focar-me apenas em Alfredo e Uthred ao escrever as resenhas, mas penso em futuramente fazer um post falando um pouco sobre alguns personagens da série). Gostei de muitos personagens, e a cada volume lido sentia pesar por uns e ficava com medo de saber o que aconteceria a outros. Mas claro, nem por isso a vontade de continuar lendo a série diminuía.
Espero que tenham gostado da resenha de hoje. E como sempre peço, não deixe de comentar, a opinião de vocês é muito importante!
Até a próxima, pessoal!