Douglas 14/10/2023
5 Motivos (e um extra!) para ler "A Quinta Estação"
Resenha também disponível no meu Instagram literário: @doug_reads
"Até a pedra mais dura pode se fragmentar. Só é necessária a força certa, aplicada na juntura certa de ângulos. Um fulcro de pressão e fraqueza."
1) Um cataclisma em forma de prólogo
Prepare-se para um dos prólogos mais diferentes e devastadores que você vai ler. Logo de cara um evento cataclísmico abala o mundo, e a forma como esses eventos são narrados pela N. K. Jemisin te deixarão sacudidos, tamanha sensação de estar perdido no meio de acontecimentos sem muita explicação concreta e de contexto, visto que a leitura recém começou.
2) As várias semelhanças com a nossa realidade
Você verá muitas semelhanças em termos de elementos presentes no dia a dia dos personagens com o nosso próprio mundo. Entretanto, não existem pontos em comum mais gritantes do que as diversas pautas sociais que são brilhantemente criticadas pela autora por meio das atitudes de seus personagens e da forma como a sociedade se organiza e trata seus indivíduos. Com certeza você perceberá muitas semelhanças culturais e sociais com nosso passado e presente.
3) Personagens únicos
Damaya, Syenite, Essun, Alabaster, Hoa, Tonkee, Schaffa e Innon são personagens interessantíssimos e muito distintos entre si. Cada um possui sua própria força, bem como complexos, traumas e características que são totalmente explicadas por meio de tudo que aconteceu com cada um e de suas realidades perante o mundo. Há, inclusive, muita crítica a pautas sociais nessas características, portanto espere muita verossimilhança nos personagens.
4) Mitologia
A Orogenia, poder de manipular a energia do planeta, é o pilar da mitologia em A Quinta Estação. Tal habilidade pode não apenas rachar as estruturas do mundo (literalmente!) como também moldar quase que totalidade da mentalidade dos povos de Quietude (o supercontinente onde se passa a história). Ao longo das páginas, este poder é não apenas explicado como habilidade, como também uma característica a ser temida e marginalizada por aqueles que não a possuem.
5) A narração
N. K. Jemisin ousa em A Quinta Estação ao mesclar diferentes focos narrativos para os pontos de vista de seus personagens - por exemplo, a narração em segunda pessoa é a maneira escolhida para os capítulos focados em Essun. Há uma razão para tal estilo de escrita, mas o uso dela, por si só, traz um requinte descritivo potente aos sentimentos de Essun enquanto ela percorre seu caminho.
Extra) Reviravoltas não faltam
Prepare-se para ser surpreendido com reviravoltas e revelações impactantes. Diversos detalhes e pistas são sutilmente distribuídos ao longo da história, de modo que o leitor passa a desconfiar de algumas questões narrativas e de enredo - e que, ao serem reveladas, causarão muita surpresa e euforia para ler mais.
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