Ordem Vermelha: Filhos da Degradação

Ordem Vermelha: Filhos da Degradação Felipe Castilho




Resenhas - Ordem Vermelha: Filhos da Degradação


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Jasmine 04/01/2019

Há uma crença em Untherak que a soberana é a deusa Una que fora formada a partir da queda dos Seis. Os Seis são os antingos deuses que após suas criações começarem guerras entre si, castigaram-as. Porém, perceberam que se tornaram tão cruéis quanto suas criaturas e então decidiram se unir em algo novo que não possuísse falhas, virando Una.
O povo desse lugar é subjulgado ao extremo, trabalhando quase todos os dias da semana, menos em um chamado Dia de Louvor em que os servos podem sair do Miolo, central de trabalho, e ficar com suas famílias, contanto que reservem seis horas do dia para pregações.
Acompanhamos a história de Aelien e Raazi no Unificado. Aelien é um homem de uns vinte anos de idade que trabalha desde criança para pagar a dívida familiar, enquanto Raazi é uma mulher que tem um objetivo bem diferente de Aelien.

Eu me envolvi muita na narrativa e não consegui fazer uma sinopse melhor, pois tenho medo de dar algum spoiler. A escrita do autor é maravilhosa assim como a construção de mundo. É legal ressaltar que o livro apresenta bastante representatividade. Eu amei ele, entrou na minha listinha de favoritos.
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EstanteColoridadaIsis 16/11/2018

#ResenhadaColorida
Resenha: No começo do mundo, os humanos, gnolls, gigantes, anões, sinfos e kaorshs viviam livres e em harmonia, mas a ganância dos humanos acabou espalhando discórdia entre todos. Os deuses que os deram a vida se revoltaram com os erros cometidos e espalharam o caos, devastando tudo pela frente como castigo pela desobediência dos mortais. Por mil anos, as raças estão aglomeradas em Untherak, o único lugar povoado em meio ao deserto, comandado pela deusa de seis faces, Una, herdeira do poder dos antigos deuses. Todos esses seres fantásticos vivem para servir a deusa, sem questionamentos e sob olhares vigilantes e punitivos de Una e do misterioso general Proghon e seus subalternos. Mas eis que surge uma chama em meio à escuridão, pois duas Kaorshs estão dispostas a derrubar a deusa e esse império de escravidão, para prover a tão esperada liberdade do povo. Essa fagulha é suficiente para que um pequeno grupo de rebeldes se junte para tirar Una do trono, com isso, precisarão se aventurar por caminhos mortais e se preparar para um futuro totalmente desconhecido, pois se a deusa cair, o que irá acontecer com todos?
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🗨 “Ordem Vermelha” é o primeiro livro de uma duologia, lançado pela editora Intrinseca em 2017, na ultima CCXP em São Paulo. A editora veio com tudo com a divulgação desse livro e não podia ser diferente, pois posso dizer para vocês com toda a certeza, é a melhor fantasia nacional que já li e que veio para quebrar os paradigmas de que autores nacionais são inferiores aos estrangeiros. O livro é narrado em terceira pessoa, intercalando entre os personagens principais, que são muito bem construídos, belos e cruéis. Os cenários são incríveis e o autor soube explorar um mundo devastado e mesmo assim, trazer uma certa beleza. O enredo é bem elaborado e cheio de reviravoltas, muitas vezes tive vontade de reler trechos, pois era uma surpresa atrás da outra e eu pensava: “Poxa, como não imaginei isso antes?”. Como já disse, Ordem Vermelha é a melhor criação fantástica nacional e não pode deixar de ser apreciado.

site: www.instagram.com/estantecoloridadaisis
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mouemily 17/12/2017

Bom, gente, vamos lá: Todo mundo já sabe que eu amo muito O Legado Folclórico do Felipe Castilho e que esse homem é um dos meus autores favoritos da vida. Então quando eu fiquei sabendo que ele ia lançar um livro novo na CCXP 2017 eu já fiquei ANIMADA porque, né, era LIVRO NOVO DO FELIPE CASTILHO. Alta fantasia, gênero que eu acho ok, mas era LIVRO NOVO DO FELIPE CASTILHO então tá tudo bem.

Comprei o livro na CCXP (e consegui autógrafo e ele foi um amor e chorei um pouco etc) e peguei pra ler. E achei o começo meio difícil. Em parte porque Filhos da Degradação nos apresenta todo um mundo novo, com novas raças, crenças, moedas, política e tudo mais que a alta fantasia nos proporciona. E, sei lá, eu me perco um pouco com essas coisas. Mas daí continuei lendo e, quando dei por mim, eu tinha lido quase 200 páginas numa única tarde. E só fui perceber quando olhei pro relógio e fiz as contas.

Filhos da Degradação começa acompanhando Aelian Oruz, o falcoeiro de Untherak (a última região habitada do mundo) e Raazi, uma kaorsh empenhada em participar do primeiro Festival da Morte depois de mais de vinte anos sem um evento desse tipo. E tem também uma deusa, Una. E um sinfo, Ziggy (MEU PERSONAGEM FAVORITO). E um anão, uma Aparição, uma assassina, maculados, umas treta loca, um general horrível e por aí vai. É alta fantasia do jeito que alta fantasia é, confusa no início mas que vai fazendo cada vez mais sentido conforme você lê e de repente cê tá chorando e rindo e sofrendo e TÁ GOSTANDO.

O que é legal em Ordem Vermelha e me trouxe vários momentos de felicidade é que o Felipe Castilho cria todo um mundo novo mas as referências brasileiras estão NA CARA. Desde a kaita, que é uma versão diferente da capoeira, até o ciclo de vida dos sinfos, uma coisa meio elfos encontram sacis e curupiras, sempre tem uma coisinha aqui ou ali que grita FOLCLORE E CULTURA BRASILEIROS. Eu amei as referências que peguei e sei que vou dar mais uns gritos quando alguém apontar outras porque é BEM ISSO QUE EU QUERO LER. Essa semana Filhos da Degradação já apareceu na lista de mais vendidos do Publishnews e era só ver as fotos da CCXP, onde o livro foi lançado, pra ver como ele tá bombando e eu tô só aqui chorando e torcendo por mais, principalmente agora que eu li, PORQUE É ISSO QUE ORDEM VERMELHA MERECE.

Pra terminar, queria dizer que curti muito Filhos da Degradação, mesmo quando um trecho ou outro no começo me parecia um pouco cara-de-roteiro-demais-pro-meu-gosto, e que os personagens principais todos agora são MEUS FILHOS e estou em um conflito interno entre berrar que quero a continuação de Ordem Vermelha (EU QUERO SABER MAIS SOBRE TODO MUNDO E SOBRE UNTHERAK!!!), o quarto livro de O Legado Folclórico ou qualquer coisa que Felipe escrever porque, a essa altura, já sei que vou amar tudo.
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Thalyta Nette 19/09/2018

Confuso com enrolado
A princípio foi um saco, demorado, complicado e com erros geográficos (porra se temo omapa no livro, não era para ter esses erros) mas persisti na leitura e melhorou MUITO; entretanto o final ?

Nas páginas pretas, você encontra uma estória diferente, una historia de vários anos depois e só piora ainda mais o final do livro.

Sem brincadeira, de 440 páginas as 150 primeiras (no mínimo) foram um **
Dois meses nessa parte "cocozinho" e 6 dias no resto do livro....

Não recomendo a leitura...
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Ernani.Maciel 12/09/2018

Boa diversão, no entanto, infantojuvenil.
Um bom livro para quem busca uma fantasia brasileira bem escrita. Enfatizo sobre a escrita, tendo em vista que algumas vezes deparei-me com textos de autores brasileiros mal escritos e revisados. Felipe deu atenção especial à linguagem.

Uma fantasia clássica, com um protagonista cativante rodeado de seres de várias castas e culturas que lutam contra um governo opressor.
A história gira em torno de poucos e bem descritos personagens. Ao viajarmos nas páginas, além dos humanos, somos apresentados a anões, gigantes, sinfos, kaorshs e gnolls.

O livro trata também da arte de duvidar. O povo de Untherak durante anos foi enganado por seus líderes. Muitas vezes a grande massa engole tudo o que lhe é imposto, sem ao menos questionar. Duvidar é preciso, constituir a própria opinião é essencial.

Nota 4, visto que senti que o autor manteve o foco no público jovem, algumas cenas poderiam ser mais pesadas e sangrentas ou mesmo picantes.

Edição: excelente!
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Bruna 20/01/2019

ORDEM VERMELHA, Filhos da Degradação - Felipe Castilho
"Você destruiria seu mundo em nome da verdade?" A última cidade habitada da terra, Untherak, é um lugar aterrador, nefasto e cruel, habitado por diversas raças que hoje, são apenas sombras do que foram em sua passada grandiosidade , que vivem apenas para servir uma deusa implacável e seu governo corrupto. Fora dos muros da cidade, apenas o deserto infértil e ácido.

Nesse ambiente somos apresentados a quatro protagonistas dispostos a perder a vida ou a falsa liberdade que possuem, para depor esse sistema, libertando a sociedade do jugo totalitário desse governo que mantém a mil anos, as custas de um povo desprovido de qualquer autossatisfação.

O autor Felipe Castilho nos brinda com essa ótima fantasia, que, sob o véu da ficção, debate questões contemporâneas, como intolerância, diversidade de gênero e culturas, abuso de poder e hipocrisia social, em uma narrativa totalmente vizinha a realidade brasileira. A proza é clara e reflexiva, com ritmo constante e instigante.
Ordem Vermelha é um dos
melhores exemplares da fantasia nacional e merece ser apreciada!

site: https://www.instagram.com/brucassouza/?hl=pt-br
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Roberta - @rkrutzmann 05/09/2018

Instagram @apenas.um.trecho
Desde o momento que eu vi essa capa eu sabia que eu precisava desse livro na minha estante, mas não esperava que a edição fosse ser TÃO caprichada e fiquei ainda mais feliz quando vi que era de um autor nacional porque ultimamente tenho lido ótimos livros desse povo lindo. Eu não devorei o livro, de sentar e não conseguir mais largar, porém toda vez que eu parava para ler eu ficava envolvida com a história, em nenhum momento fiquei entediada com a leitura, mas isso pode ser comigo pois comentaram comigo no skoob que abandonaram a leitura por causa disso. Para mim, a narrativa estava super envolvente e com personagens muito bem desenvolvidos. Eu adoro quando a história tem mais de um personagem e fiquei muito feliz com os dois que foram escolhidos para contar a história, principalmente porque são bem diferentes. Fiquei orgulhosa do autor por ter colocado representatividade no seu livro e trazer aquelas pitadas de feminismo, isso em um livro qualquer já é muito bom, mas em um nacional é ainda melhor. Enfim, se você gosta de fantasia estilo Mistborn ou até Senhor do Anéis, você com certeza tem que dar uma chance para este livro. Quero muito a continuação e ver o que nos espera na Desolação.

site: https://www.instagram.com/p/BnWn6wQnqmK/?taken-by=apenas.um.trecho
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Wes 21/08/2018

Alta fantasia cheias de lendas brasileiras
Dentro desse mundo intenso cheio de raças e animais/insetos domésticos me senti preso e sugado dentro de Untherak que é mais um personagem do que um mundo parecido com a atmosfera de Mad Max contado pelo Tolkien. Me senti sugado dentro desse livro, foi uma semana cheia de aventuras e descobertas para destruir a Una e seu sistema opressor, mesmo não estando acostumado a ler alta fantasia esse livro foi bem surpreendente e cheio de ação do início ao fim.
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Maria Tereza 14/08/2018

Fantasia das melhores
Sabe quando você compra um livro por curiosidade e se prende nele até terminar a leitura? Foi assim com Ordem Vermelha, uma fantasia da melhor qualidade, muito bem escrita, com personagens cativantes e um mundo que te transporta em uma viagem incrível. Comprei o livro durante a Comic Con Experience de 2017, no lançamento, para apoiar o autor brasileiro, mas, principalmente, porque fantasia é meu gênero preferido e não perco a oportunidade de conhecer um novo universo. E as tramoias de Una, da Centípede e a luta de Aelian, o Aparição, Raazi e a galera da revolta, me transportaram de uma forma impressionante que não conseguia largar o livro. Leiam, conheçam Untherak e viagem nessa aventura.
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@tigloko 19/06/2018

A Face de Una te observa...
Gostei demais da leitura dessa fantasia. Provando que a literatura fantástica brasileira tem muita coisa boa. Toda a construção de mundo é sensacional. Desde os elementos mais básicos ( como religião, economia, política...) estão bem escritos. Personagens marcantes, como o humano Aelian, a kaorsh Raazi, o anão Harun e o incrível Aparição. O cenário distópico é um personagem a parte. A leitura é fluída, com ganchos que não te deixam largar o livro. Alguns interlúdios para deixar você intrigado. Com certeza está no meu top do ano. Fantasia épica de qualidade. Recomendo muito.

Ps: Que epílogo foi esse?! Quero a continuação na minha mesa para ontem [risos].
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Lucas.Tonon 15/06/2018

Literatura nacional 10
É muito legal vermos uma literatura nacional em tão alto nível. Comprei o livro pelas boas recomendações e ele não decepcionou,entregou o que prometia.

A mitologia criada é sensacional, pra quem é fã de senhor do anéis e mistborn o livro é um prato cheio! Os personagens são bem trabalhados, algumas motivações são meio duvidosas, mas não comprometem o livro.

As reviravoltas são bem interessantes e terminamos o livro com aquele gostinho de quero mais!

Agora vamos aguardar o segundo e esperamos que tenha a mesma qualidade deste!
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Paulo 03/06/2018

Uma coisa que leitores de fantasia nacional precisam concordar comigo é como os autores brasileiros são ousados. Raramente eu vejo uma obra comum no meio dos livros publicados por aqui. Seja uma fantasia com tons orientais, uma escola de magia no Brasil que lida com tráfico de drogas, uma matilha de lobos motoqueiros do Brasil Central é impossível encontrar o comum. Talvez pelo mercado nacional ser tão agressivo com autores novos e preferir best-sellers internacionais. Ou seja, para alguém se destacar ele precisa realmente se diferenciar do normal. E é isso o que Felipe Castilho faz em A Ordem Vermelha: se diferenciar.

Algo que me impressionou desde o começo da narrativa é como o autor é seguro. A escrita dele dá pouca margem para instabilidade. Tudo é construído de uma forma progressiva para que o leitor seja absorvido pouco a pouco pela narrativa e consiga se tornar empático com aquilo que está acontecendo no mundo. Nada é colocado por acaso entre os capítulos; tudo vai desembocar em algum momento posterior. Essa segurança na escrita não é algo que vemos frequentemente por aí. Muitos autores novos pecam porque a narrativa se torna muito instável, sofre de altos e baixos o tempo todo. Aqui temos um ritmo reto e constante do início ao fim. Apesar de isso ser uma virtude, também é um defeito. Se o ritmo (ou como alguns gostam de falar: o pacing) é constante, ele não dá margens para muitos altos. A narrativa progride em seu próprio compasso e isso pode desagradar alguns fãs que esperam uma ação mais desenfreada e frenética. A gente até tem isso nos momentos finais da narrativa (com os capítulos em contagem regressiva), mas não é isso em 90% da trama.

Para mim, que gosto de um desenvolvimento mais lento e seguro, é excelente. No final do livro eu já estava vendido para tudo o que o autor tinha colocado. Porém, preciso enxergar do ponto de vista também daqueles que esperam algo distinto. Por essa razão, o pacing vai afetar a narrativa em si. Mas, pensem no seguinte: a maior parte das grandes séries sofrem com o primeiro livro. A síndrome do volume inicial afeta a todos porque o autor precisa estabelecer as bases nas quais ele vai trabalhar posteriormente. Apresentar o mundo, mostrar as relações entre os personagens, desenvolver a política, introduzir o tema a ser trabalhado... isto é, mostrar a você o status quo, o padrão narrativo. Isso para que o autor possa quebrar o padrão ao longo da série. A narrativa é apresentada em terceira pessoa a partir de alguns personagens como Aelian, Raazi e Harun. Estas são as principais vozes narrativas.

Os personagens são lentamente trabalhados pelo autor. Ele dedica algum tempo mostrando suas motivações e objetivos finais. Muitos acham que o Aelian é o protagonista. Eu discordo. Para mim, os três pontos de vista principais são os protagonista. O autor equilibra o tempo de tela de cada um. Claro que se eu tirei uma coruja da avaliação final, preciso justificar o motivo. E este vem no sentido de que o autor passa muito tempo na construção de mundo o que acaba por deixar alguns momentos de lado entre os personagens. Aliás, dá até para desconfiar que o verdadeiro protagonista de A Ordem Vermelha é a própria Untherak e não os personagens em si. A sensação que eu tive é que o Felipe usou de um expediente semelhante ao que Bradley Beaulieu fez em Twelve Kings of Sharakhai. Ao descrever a cidade com tanto esmero, ela ganha vida e parece se mover com um propósito junto dos personagens. Algo que acontece na cidade afeta o próprio universo literário do autor. Quando uma das construções é derrubada lá pela segunda metade da história, o acontecimento fica cercado por todo um gravitas, toda uma urgência.

"Cada um repara de um jeito na areia que cai na ampulheta, seja grão a grão ou num fluxo contínuo. O tempo é relativo (...)"

Com esse foco na cidade, as relações entre os personagens e dos personagens com o mundo fica um pouco de lado. Pelo plot twist no final da história, já deu para perceber que esse deve ser o foco do volume final da série (sim, é uma duologia). Mas, algumas coisas que eu gostei foram o fato de o autor nem sempre ser óbvio (apesar de ele empregar alguns clichês) e da representação feminina na narrativa. Esta última ficou excelente com personagens bem realistas no sentido de que não é nenhum estereótipo feminino, mas sim mulheres que pensam, agem, sentem. Quanto aos clichês que alguns reclamaram, a mim não incomodaram. Até uma das "mortes" que o pessoal tanto reclama teve o impacto emocional em mim. Mesmo a gente sabendo o que pode acontecer, sentir é diferente de saber. Eu sabia que aquilo ia acontecer, mas me entristeci da mesma forma. É difícil nos dias de hoje não usar algum clichê; eles estão aí para serem usados. Uma velha ferramenta continua a ser uma boa ferramenta quando bem empregada.

Já fiz as críticas sobre a narrativa lá em cima, portanto agora eu sou só elogios. Como me agradou as temáticas trazidas pelo autor. Dá vontade de soltar um palavrão aqui de como é libertador ver um cara usar tantos temas contemporâneos com tamanha desenvoltura. É isso que a gente precisa. Destemor. Não vou falar de todos porque aí eu estragaria algumas das surpresas que o Felipe aprontou na história. Antes de mais nada eu vou tocar no tema da alienação. E aqui fica claro que a religião de Una é o ópio do povo. Toda aquela exploração que Una faz há mais de mil anos foi assimilada pela população. O status quo é ser explorado... é ser um servo. Isso formou uma sociedade acomodada e estática que depende do jeitinho para ter algum nível de conforto. No começo da narrativa, Aelian é a própria imagem perfeita dessa exploração. Apesar de ele entender no seu âmago o quanto aquilo é ruim, se tornou tão parte dele que qualquer coisa diferente não é compreendida. O mais curioso é que mais à frente quando os paradigmas começam a ser quebrados, algumas pessoas não conseguem aceitar a exploração que lhes havia sido imposta. Muitos lutam contra isso. Mesmo a verdade estando ali na cara deles, os séculos de exploração se manifestavam com força. Felipe discute com clareza a noção de alienação... aliás, se os leitores conseguirem fazer a associação, não é diferente dos dias de hoje. Qual é a diferença entre o que os Autoridades faziam em Untherak e o que os políticos fazem em Brasília? A própria figura da deusa pode ser associada facilmente a outra figura de autoridade tupiniquim.

Outro tema tratado é o da revolta popular. O que acontece posteriormente em Untherak é fruto de séculos de exploração, fazendo o caldeirão se encher cada vez mais e mais. Rousseau, um filósofo francês do século XVIII, apontava ser impossível conter a insatisfação popular por muito tempo. Existe um limite pelo qual um ser humano tolera ser explorado. O problema maior é a imobilidade. Assim como na Revolução Francesa, em A Ordem Vermelha temos uma insurreição popular onde faltava apenas uma cabeça para que o movimento pudesse seguir adiante. Aparição usa de táticas de guerrilha para tentar minar o poder de Una. O papel de Aparição é apenas conscientizar as pessoas da necessidade de uma mudança real: o fim da escravidão, a suspensão de privilégios, a separação entre religião e Estado. Todos são ideais iluministas de um filósofo que foi precursor de Marx.

Ah... só para deixar um último detalhe: aquele final se parece muito com o Êxodo em que o povo de Moisés foge do Egito. Se o Felipe colocar um Mar Vermelho a ser separado no segundo volume não vou estranhar nada.

Só tenho a dizer com o quanto eu fiquei impressionado com a leitura. Não é um livro perfeito, nada disso, mas é muito acima do que temos hoje no mercado. Isso porque além de o autor ser muito bom, ele teve uma equipe que lhe auxiliou com revisão, copidesque, divulgação. A Ordem Vermelha serve para mostrar a outras editoras grandes o quanto uma boa plataforma pode colaborar para um livro de sucesso.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Jessé 23/05/2018

Algumas editoras estão apostando todas as suas fichas em alguns autores nacionais e, com Ordem Vermelha, do autor Felipe Castilho, a Intrínseca mostrou que também está nessa nova jornada de dar uma chance à literatura fantástica nacional. E fez isso com maestria.



O livro foi publicado na CCXP 2017, e um marketing gigantesco, digno de filmes blockbusters, foi realizado para divulgar a obra. Bom, no mínimo, conseguiram atingir vários leitores, que ficaram extremamente curiosos com a obra. Felizmente, não era só marketing, e o livro revelou-se muito mais do que nós esperávamos.



No começo de tudo, não havia nada além dos Seis Deuses, que criaram o céu e tudo o que há abaixo dele. Criaram também regiões, e protetores para cada uma delas. Gigantes, gnolls, anões, sinfos, kaorshs e humanos. Porém, um sempre tem o olho maior do que o outro, e isso acabou resultando em uma punição severa dos deuses. Cada raça foi amaldiçoada de uma forma. Porém, fazendo isso, os deuses se acharam tão baixos quanto aqueles que amaldiçoaram, então uniram-se num só. Surgia assim Una, a deusa de seis faces, criada com o intuito de ser a deusa perfeita.



E é assim que começa nossa história. Agora, todos vivem em Untherak, última região habitada do mundo. Untherak era rodeada por muros, e o lugar além do muro era conhecido como Degradação. Todos, ao menos em teoria, serviam à deusa Una, pois não queriam ser punidos e jogados para sobreviver na Degradação, porque ninguém sabia ao certo o que havia lá. É melhor ficar num lugar ruim que você conhece do que num lugar ruim que você não conhece.



Aelian, um humano, não se dava muito bem com os Autoridades e os Únicos (responsável por acompanhar o trabalho dos servos / guarde de Untherak) e, sempre que podia, dava um jeito de escapar e fazer o que dava na telha; o Festival da Morte se aproximava, e Raazi e Yanisha se candidataram para lutar, pois queriam, a qualquer custo, adquirir sua semiliberdade. Afinal, ninguém em Untherak é totalmente livre. E foi a partir desse dia, meus amigos, que tudo começou a dar errado.





Nem todo mundo serve fielmente à deusa, pois sabem ou ao menos desconfiam que, nos últimos mil anos, Untherak não passou de uma região de mentiras, que Una encobre com suas falsas verdades. Conspirações rondam as cabeças dos personagens, e uma aliança inesperada é formada, com o único intuito de descobrir a verdade sobre o local onde moram e lutar pela liberdade de seu povo. A escrita de Felipe é simplesmente fenomenal. Ele nos mostra que, mesmo pessoas diferentes, com ideais diferentes, podem unir forças para lutar por um objetivo em comum. Os personagens são profundos, e muito bem trabalhados. Cada um com seu próprio motivo para estar ali, seja por uma promessa ou por curiosidade sobre o próprio passado.









Numa época em que a literatura nacional ainda não é tão bem aceita pelos leitores, Felipe Castilho chega chutando o balde, mostrando que, não importa sua nacionalidade, mas como você conta uma história. e Felipe fez isso com maestria. O autor não deixa pontas soltas, e não é difícil se perder na história. Batalhas épicas, revelações lacradoras e uma diagramação que MEU DEUS! Sério, dessa vez, a Intrínseca se superou. A diagramação do livro está simplesmente fenomenal. Tem um mapa no meio do livro!



Ordem Vermelha é, no mínimo, o melhor livro de fantasia nacional dos últimos anos, se não for o melhor já lançado. Se você gosta de literatura fantástica, esse livro é pra você. Se você quer apoiar a literatura nacional, esse livro é pra você. Se você quer ler um livro simplesmente inesquecível... Bom, já sabe, né?



Obs: aquele epílogo, meus amigos, não é um gancho, é todo o arsenal de golpes do Mike Tyson.

site: www.dicasdojess.com
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