Guerra e Paz

Guerra e Paz Leon Tolstói




Resenhas - Guerra e Paz


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Wellington 09/04/2021

Guerra e Paz: 10,0
Tendo sido uma leitura de 2019, levei um tempo para organizar minhas ideias e ousar escrever a respeito. Guerra e Paz é considerada a obra máxima de Tolstoi – não à toa. É extensa não por prolixismo, mas profundidade dos temas, da história, dos personagens; há diversos protagonistas cujas perspectivas são vividas em diferentes capítulos. Contempla vários anos do século 19, tendo como pano de fundo a guerra entre Napoleão e o Império Russo. No meio disso, tudo se desenvolve: o crescimento das crianças, o envelhecer dos adultos, o amadurecimento espiritual, emocional e moral dos personagens, as mudanças de padrão de vida, os combates, a forma com que isso impacta tanto “príncipes” (ou seja, donos de terra) quanto mujiques (camponeses em regime de servidão)...

Uma menção especial vai para as paisagens descritas. Tolstoi escreve de forma poética, com grande sensibilidade e uso inteligente de metáforas; é meu autor favorito. A metáfora é mais valiosa que a descrição crua: ela puxa a subjetividade do leitor para contemplar um cenário, ao invés de apenas analisá-lo friamente. Em outro livro, Khadji-Murát, o autor começa com uma metáfora: um tufo de flores silvestres é esmagado por uma carroça para, momentos depois, voltar lentamente à posição original – uma analogia de como o ser humano é ou pode ser. Em Guerra e Paz, há inúmeras analogias da mesma natureza.

A visão de mundo do autor é incluída em diálogos, pensamentos, leves ironias, passagens mais longas a respeito do que ele considera “o movimento do mundo”, sua consideração do ser humano como ahistórico (no sentido de que não aprende com a história, tampouco é determinado por ela), etc. “É prazeroso para os historiadores acreditarem que a história determina a vida; assim como o intelecto o é para os intelectuais”. No excelente prefácio, aponta-se: Tolstoi tinha orgulho em se colocar à parte da Europa mais tradicional, ou, em suas palavras, “aquele pequeno recanto a noroeste do Velho Continente”.

Há duas temáticas sempre presentes em suas obras: a morte e a sabedoria da pessoa dita simples – os camponeses, os iletrados, enfim, aqueles que não eram nobreza e que, em suma, constituíam o seio da nação russa. Em Guerra e Paz, isso é extraordinariamente visível.

Me prolongarei a respeito de um personagem: Pierre. Começando ateu e passando por inúmeras vivências, termina com uma espiritualidade sem nome (afinal, de que servem definições?) que contempla o todo da vida. Passa de uma visão egocêntrica e fechada em si mesma para uma que se conecta com o mundo ao seu redor. Em especial, é o encontro com um idoso, sempre acompanhado por um cão, que o convence de que a vida se trata de muito mais do que apenas páginas de livros, dinheiro ou eventos sociais (o contexto de tal encontro é especial demais para eu dar spoilers). Pierre é exposto a guerra, fome, privações, riquezas, opulência, festas, hedonismo, miséria, aprisionamento, batalhas, amor, paixões, mágoas... E cresce com tudo isso. Que personagem riquíssimo.

Entre o tomo um e dois, tive uma pausa de vários meses; assim Guerra e Paz exigiu de mim. Se citei Pierre, não deixo de citar Natascha, Sônia, Andrei, Mária, Nikolai... Sim, me recordo dos nomes mesmo dois anos depois. Lembro de Mária com ternura. Também me recordo do general Kutuzov: desprezado por todos, acaba sendo o único que compreende do que realmente se trata a guerra. Voltando à pausa que me foi exigida: amadureci junto com os personagens. Simples assim.

A tradução é impecável; a edição é linda, com capa dura e um box para acompanhar. Lembro que os materiais de apoio (prefácio, posfácio, notas explicativas) eram excelentes. Não é algo muito fácil de carregar por aí, mas faz parte. Considero Guerra e Paz uma das principais obras que me ajudaram a desconstruir alguns dogmas pessoais e considerar outras perspectivas. Por isso, foi um dos primeiros livros a ganhar minha nota dez.

Reitero: Tolstoi aprecia as temáticas de morte, busca espiritual, sabedoria dos “simples”... Não se engane quem começar a ler e se deparar com bailes suntuosos. Leia com aguçada intuição e perceberá a ironia subjacente: “não é disso, afinal, que se trata a vida”.
Robby 30/04/2021minha estante
Resenha maravilhosa! Me apaixonei pelo livro e em especial, por Pierre.


Wellington 01/05/2021minha estante
Obrigado, Robby! Eu também desenvolvi um carinho muito grande pelo Pierre; o crescimento dele é extraordinário.




Gabi 23/04/2021

Cinco estrelas é pouco!
Teoricamente, acabei Guerra e Paz. Entretanto, apenas teoricamente. Levarei comigo os aprendizados, as filosofias, as revelações, as referências, as reflexões, e todas as indagações pelo resto de minha vida, sempre diligenciando possíveis respostas. Um dia perguntaram-me, se caso minha casa pegasse fogo, qual dos livros eu escolheria para salvar. E, eu, sinceramente, não fazia a menor ideia. Hoje, seguramente, responderia: Guerra e Paz- e a razão nem é o fato de eu ter lido na bela edição da Cosac Naify. Uma magnitude sem precedentes, uma visão profunda da guerra, que consegue, sutilmente, tocar no âmago do leitor, uma análise ferrenha da aristocracia russa, escrito por um autor, que sem dúvidas, possui seu nome entalhado na lista de melhores escritores de todos os tempos. Ao contrário de outras leituras, ao acabar, não me refestelei; simplesmente, quis começar tudo novamente, sinto que nunca acharei um livro tão completo quanto esse.
Robby 30/04/2021minha estante
Acabei de ler agora, escrevi minha resenha e fiquei parada me perguntando: e agora? Minha vida não será mais a mesma. Tolstói é absurdo! Queria compartilhar. Adorei a sua resenha! ?


Gabi 01/05/2021minha estante
Hahahahahah, sim. Foi a mesma situação comigo, mas, agora, o que me resta é ler outros livros de Tolstói, para tentar compensar a falta que Guerra Paz está fazendo. Beijos, adorei sua resenha também?




Luciana 07/07/2021

Um clássico!
Adorei o livro. Sempre digo que um clássico tem sua razão de ser. Nunca assisti ao filme nem a série, então verdadeiramente não sabia o final e, portanto, sofri com todos os acontecimentos tristes. Entretanto, Tolstói é coerente no destino de seus personagens, só senti falta de algo mais detalhado em relação a Bóris. Outra polêmica literária é que não senti empatia por Natacha, a personagem "mocinha" do filme/série. Aliás, achei ela chata e mimada. No mais indico fortemente a leitura, tornou-se meu clássico favorito, desbancando Os Miseráveis.
Roberto 09/07/2021minha estante
Também achei a Natasha e todos os Rostov bem irritantes e desinteressantes se comparados aos outros personagens, como Andrei/André, Pierre e Kutuzov, mas pensando bem, acho que esse era o objetivo do Tolstoi ao retratar os personagens da nobreza, mais uma alfinetada a personagens dos contos românticos, personagens egoístas e mimados.


Luciana 19/07/2021minha estante
Oi, Roberto. Não tinha pensado nessa possibilidade. É interessante.




Diego Rodrigues 31/01/2021

O que move os povos?
Publicado pela primeira vez em formato de periódicos entre os anos de 1865 e 1869, "Guerra e Paz" se tornou não só a Magnum opus do escritor russo Liev Tolstói, mas também uma das maiores obras da história da literatura mundial. A ideia inicial do autor era escrever um romance relacionado à Revolta Dezembrista de 1825, movimento no qual oficiais do exército russo chefiaram soldados num protesto contra a coroação do tsar Nicolau I. Mas para contextualizar a obra, Tolstói descobriu que teria que retroceder um pouco no tempo e tratar da invasão napoleônica na Rússia, em 1812. E que para contextualizar a invasão de Napoleão, teria que retroceder mais um pouco, até 1805. E assim a obra foi tomando proporções colossais, não só em volume como também em profundidade. Tido como um romance histórico, "Guerra e Paz" foi muito incompreendido em sua época. Críticos acusaram Tolstói de não seguir o formato tradicional no qual os grandes romances europeus do século XIX eram concebidos. Suas digressões eram muito malvistas e o autor sofreu duras críticas por sua tendência a filosofar. Olhando em retrospectiva, é compreensível o rebuliço que "Guerra e Paz" causou no meio literário na época de seu lançamento. A obra não segue mesmo a cartilha dos romances tradicionais.
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Tolstói era contrário a ideia dos historiadores de delegar a causa de um acontecimento histórico a poucas pessoas tidas como heróis (ou vilões). O exército francês invadiu a Rússia porque Napoleão ordenou? Mas por que mais de 600 mil pessoas se submeteram a um só homem e, seguindo suas ordens, marcharam até outro país, saquearam, incendiaram e mataram seus semelhantes? O que conferiu tamanho poder a um só homem? Ele realmente foi o único responsável? Essas são algumas das perguntas que levaram Tolstói a investigar mais a fundo a origem das guerras e a lançar um olhar mais humano aos acontecimentos históricos. Diferente dos historiadores, Tolstói acreditava que a força que move os povos e que conduz a marcha dos acontecimentos não vinha dos chamados heróis, mas sim do próprio povo. É disso que se trata "Guerra e Paz".
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Aqui vamos acompanhar uma grande variedade de personagens (históricos e fictícios) reagindo (ou não reagindo) a invasão napoleônica da Rússia. Tolstói vai esmiuçar a sociedade russa do século XIX para que possamos acompanhar de perto essas reações nas mais diferentes esferas. Enquanto a marcha dos acontecimentos segue o seu curso, os holofotes permanecerão virados para o povo. Nas altas esferas, vamos ser levados a grandes salões onde as pessoas estão ocupadas com jantares luxuosos, propostas de casamento, disputas de herança, jogos e intrigas. No front, onde a sombra de Bonaparte se faz mais presente, vamos acompanhar as tensões, o medo, o senso de patriotismo à flor da pele e a tentativas de manter elevada a moral das tropas enquanto essas estavam face a face com a morte. Conforme as tropas francesas avançam em terra russa, as condições de vida anteriores vão se desintegrando e passamos a acompanhar também as esferas mais baixas, como a dos mujiques, dos prisioneiros e das famílias desabastadas. Mas, em meio a tantos personagens, quem é o protagonista nessa história? Aí está, não temos um protagonista. Seria natural imaginar que esse papel seria dado a Napoleão ou ao tsar Alexandre I, mas aqui esses personagens históricos não têm mais importância, por exemplo, do que o príncipe Andrei Bolkónski ou do que o conde Pierre Bezúkhov. O protagonista em "Guerra e Paz" é a teoria do Tolstói sobre a origem das guerras e a marcha dos acontecimentos. Como podemos ver, "Guerra e Paz" não segue mesmo a cartilha dos romances tradicionais
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Confesso que eu vinha adiando essa leitura fazia algum tempo e isso acabou fazendo com que eu criasse altas expectativas sobre a obra. Em alguns momentos tive receio de que isso pudesse atrapalhar minha leitura, mas agora posso dizer que o livro supriu minhas expectativas. Assim como "Os Miseráveis" de Victor Hugo, apesar de volumosa, "Guerra e Paz" não é uma leitura difícil. A escrita do autor é bem simples e o maior desafio fica por conta da grande quantidade de personagens e, é claro, dos nomes russos, que sabemos que podem se tornar confusos, ainda mais quando vêm em quantidade. O cenário muda de Moscou para Petersburgo, do front russo para o front francês, do ponto de vista de um personagem para outro, e leva um tempo até assimilarmos tudo, mas depois de algumas páginas as coisas começam a se encaixar e a leitura passa a fluir. A obra também conta muitos trechos em outras línguas, como francês, alemão e italiano, mas as impecáveis notas de rodapé estão ali para não deixar a gente na mão. Aliás, cabem aqui alguns comentários sobre essa edição da Companha das Letras. Essa é uma edição de luxo em dois volumes de capa dura que, além das notas, conta com tradução direta do russo e apresentação de Rubens Figueiredo, um excelente posfácio de Isaiah Berlin, mapas detalhados e uma extensa lista de personagens e fatos históricos que são citados ao longo da narrativa. Tudo isso muito bem acompanhado por um box bonito e altamente resistente. Sem dúvida, uma edição que faz jus à obra. Todo clássico merecia receber esse mesmo tipo de tratamento.
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Esse é aquele tipo de livro que a gente leva para a vida toda. Personagens como o conde Pierre, a condessa Natacha, seu irmão Nikolai e, principalmente, o príncipe Andrei, são personagens com quem eu criei um vínculo e que deixaram uma marca muito forte em mim, coisa que não acontecia desde que li "Os Miseráveis" e fui tocado por Jean Valjean, Cosette, Fantine e outros. Acho que quanto mais o tempo passar, mais vou olhar para "Guerra e Paz" com carinho e vou me emocionar quando falar sobre esses personagens. Quanto a Tolstói, já o tinha como um dos meus autores favoritos e passei a estimá-lo ainda mais. Admiro e me identifico com muitos pontos da filosofia de vida que o escritor tinha e que é tão intrínseco de suas obras. Em "Guerra e Paz" essa filosofia é vislumbrada pelo príncipe Andrei e alcançada pelo conde Pierre, que procuraram a tranquilidade da alma nos mais diferentes campos, na filantropia, na religião, nos prazeres da vida mundana, nos atos heroicos de auto sacrifício e no amor, mas só a encontraram na simplicidade, na privação e até mesmo na face da morte. Quantas vezes as maiores revelações nos vêm nos momentos de dificuldade? Mas esses são temas de romance de formação. Afinal, o que é "Guerra e Paz"? Difícil classificá-lo, eu diria que para Tolstói a história da humanidade é como se fosse um mar, os historiadores estudam sua vasta superfície, mas a força que move os povos permanece inacessível em suas escuras profundezas. "Guerra e Paz" é um pequeno foco de luz jogado lá.

site: https://discolivro.blogspot.com/
Mário Sérgio 31/01/2021minha estante
Livro sensacional, resenha sensacional.


Diego Rodrigues 31/01/2021minha estante
Obrigado! Realmente é um livraço.




Luiz Ricardo 16/01/2011

Tradução e revisão negligente
Esta edição da editora Prestígio praticamente 'assassinou' esta história. Erros grosseiros de tradução e uma revisão negligente,principalmente no último livro.
No mais, importante épico sobre as Guerras Napoleónicas e um retrato da rivalidade entre a Rússia Czarista e a França de Napoleão, retratado de forma quase tragicómica.
Laís 25/09/2011minha estante
Sua queixa é contra a editora Prestígio ou contra a L&PM Pocket (que está na imagem)?


Ricardo_PA 18/11/2011minha estante
Concordo com o colega. Também tive o desprazer de ler a edição da Prestígio. A edição é cara, bonita, mas cheia de erros! Não conheço outras traduções ou edições, mas gostei bastante da história em si.




Juliana 15/06/2021

Imprescindível
Se você gosta de ler sobre guerra, mas com uma boa dose de romance, drama , mas principalmente divagações e pensamentos que vão mudar a forma como você enxerga a vida e suas causas e consequências, leia esse livro !
Vale muito a pena encarar as mais de 1500 páginas que fluem num piscar de olhos .
Tolstoi sendo tosltoi
Ainda gostei mais de Anna Karenina, mas guerra e paz com certeza ficará marcado como um dos meus livros da vida .
Nelson 16/06/2021minha estante
Sigo lendo, quase na metade ainda. ?


Juliana 16/06/2021minha estante
Vale a pena




Maitê 07/05/2016

Livro favorito da vida
Li o livro pela primeira vez a 8 anos atrás. Senti que já estava na hora de reler e ganhei a nova edição da Cosac Naify. Edição fantástica, com uma tradução muito melhor do que a que eu havia lido anteriormente.
Enfim, é difícil resenhar esse livro por ele ter tantas camadas e ser tão completo. Personagens tridimensionais, críticas sociais, comédia, cenas fortes, guerra é um romance de parte o coração. Sei que muitos temem ler esse livro pelo seu tamanho, mas acreditem, Tolstoi escreve tão magnificamente que você não perceber que já se passaram inúmeras páginas. A história e seus personagens ficam com você durante toda a leitura, impossível esquecê-los, sempre imaginamos o que está acontecendo com eles.
Leonardo 12/12/2017minha estante
Olá, a primeira edição que você leu, por acaso, foi da L&PM? Obrigado.




Sandra 11/02/2021

O livro é incrível, se tornou favorito da vida!
A leitura rende muito, pois, além de ser fluída, a história prende o tempo todo. Eu terminava um capítulo doida pra ler o próximo.
Os personagens são interessantíssimos, psicologicamente muito bem construídos, com ótimas reflexões ao longo do livro. Eu me apeguei com vários, especialmente com Natacha, Andrei e Pierre.
Mesmo as cenas de batalha (que são muitas) e eu acreditava que me deixariam entediada, são muito boas, envolventes e emocionantes. Uma em específico me fez chorar.
Ao longo da narrativa tem algumas considerações histórico-filosóficas do Tolstói que também são bem legais e nos aproxima do pensamento dele. Não acho que elas atrapalhem a narrativa, como já vi algumas pessoas dizerem. Ao contrário, a tese sobre História de Tolstói deixa a narrativa ainda melhor e mais singular.
Enfim, vale todo o tempo e dedicação que a obra exige, é uma delícia, maravilhosa mesmo!
Kássio Meniglim 16/05/2022minha estante
??????




Gio 05/10/2021

Gigante?
Gigantesco, mas não só em tamanho como também em profundidade e riqueza. Parecia quase interminável no começo, porém depois do fim fica um vazio. Foram tantos personagens, histórias e emoções?
Pedro 05/10/2021minha estante
"São tantas emoções."
Roberto Carlos
??????




Flofis 11/01/2022

Sinto que perdi uns três anos (no mínimo) de vida lendo esse livro. Arredondei a nota para três estrelas, mas na verdade ficou algo entre 2.85 e 2.90. Só queria saber como tem gente que favoritou esse livro e por que pessoas que não gostaram são tão raras de achar.
Raphael232 17/03/2022minha estante
Pq esse livro eh fantástico! Um dos melhores da história




Priscila Bennati Santana 28/03/2021

Guerra e Paz conta a história da Rússia, em meio a períodos de guerra e paz contra Napoleão. Utilizando um núcleo de personagens principais, como a família Rostov, Pierre, o príncipe Andrei e vários outros, que acompanhamos ao longo dos anos, temos uma perspectiva completa dos mais diversos pensamentos e sentimentos que assomavam a população russa da época. É uma delícia acompanhar os passos de cada personagem, ver suas mudanças (que não poderiam deixar de ocorrer, frente aos fatos) e ler sobre fatos históricos tão importantes, como o incêndio de Moscou, de uma perspectiva tão próxima.
Apesar de ser uma leitura extensa, a escrita de Tolstói é tão fluida, tão bem desenhada e a história te prende tanto, que quando você menos espera, já é hora de se despedir de uma das melhores leituras da vida!???
O que posso dizer? Indicação máxima! ?????
Stefany Santos 28/03/2021minha estante
Esse é um doa livros que quero comprar. Só vou ler quando tiver ele no físico.




Alberto 20/01/2022

Excelente, mas é para ser lido aos pouquinhos, como uma novela de TV
É, sim, um catatau, mas vale todo o esforço do leitor. Costumo dizer aos leitores mais jovens e acostumados às coisas ligeiras e diretas que é preciso se transportar para o passado para entender certas obras como esta. É preciso notar que 200 anos atrás não havia TV, rádio, internet. O livro era um dos poucos passatempos, e uma pessoa comum tinha acesso a uns poucos livros ao longo da vida. Quando um autor como Tolstói escrevia, tinha em mente um leitor que via o livro como um companheiro, alguém para entretê-lo por várias semanas ou meses. Por isso esses catataus do passado não têm pressa de concluir a história. Funcionam como uma novela da televisão, querem entreter o cliente por bastante tempo. Se você lê com olhos de leitor do século 21, querendo saber logo o final, não tem como aproveitar o livro. Então este livro é excelente se você pensa nele como uma companhia para um relacionamento de longo termo. É para ler aos pouquinhos todo dia. Dito isso, a história é boa, tem cenas fortes e personagens cativantes, a narrativa é interessante se consumida aos bocadinhos. Duas sugestões ainda. Primeira, faça um mapinha dos personagens, num caderno, para não se perder. São muitos, e personagens russos têm sempre vários nomes, no mínimo três nomes e um ou dois apelidos. Se você não anota, acaba se confundindo ou não sabendo quem está em cena. Segunda, pule os capítulos dissertativos: da metade para a frente há alguns capítulos, facilmente reconhecíveis, onde o autor discorre sobre as ideias dele acerca de História, da guerra, da Rússia, etc. São irrelevantes para a narrativa, e o leitor não perde nada se deixa de lê-los.
Rosangela Max 20/01/2022minha estante
Tolstói é maravilhoso! ?




Herick 26/11/2012

Impossível dar uma nota menor do que a máxima para este livro.
Apesar de ter lido uma versão resumida (fiquei com muita raiva quando vi isso, mas tudo bem), é incontestável o quão bom Tolstói é! Ele retrata as tramas da corte e a vida dos personagens de forma magistral. Houve um momento em que me identifiquei a tal ponto com um personagem em situação deplorável, que me senti um inútil (para quem leu, era Piotr durante suas crises existenciais).

Mas a guerra é a melhor parte. O autor não se mostra a favor de nenhum dos lados (França ou Rússia), e de uma forma crua que eu nunca vi, ele explicita o quanto os mais simples acasos influenciam na vitória e na derrota, além do fato de que quase nenhuma estratégia de guerra é efetivamente realizada. Eu fiquei até frustado com o quão imbecil foi o rei da Rússia, Alexandre I, de não reparar e intervir na escolha de seus generais, que não faziam nada certo por causa de rixas infantis, relacionadas à disputas de notoriedade social.

O que resume Guerra e Paz e o destaca como um dos maiores da literatura desde o século XIX, é o quão cru o ser humano - em pensamentos e atitudes - e a Guerra são apresentados. Inquestionavelmente perturbador!
Edméia 20/12/2015minha estante
*Estou curiosa quanto a este livro, Herick ! Mas, deixarei-o para um outro momento ! São muitas páginas ! Ainda estou no início do meu resgate como leitora ! (*A gente casa, tem filhos, trabalha fora de casa e ... vai parando de ler com frequência ! Triste isto.) *Obrigada pelo teu comentário, Herick !!!




Edna 27/04/2020

Monumental
"Não é um romance, muito menos uma epopéia, menos ainda uma crônica histórica(....)Não é poema ou novela. Guerra e Paz é aquilo que o autor quis e conseguiu expressar, na forma em que a obra foi expressa."

De uma forma nada convencional, #Tolstói escreveu essa Obra Monumental em 1869, cujo pano de fundo é a invasão napoleônica à Rússia, no princípio do século XIX, período que compreende de 1803 à 1815.

Ao terminar a leitura, me questionei sobre tantos detalhes, mas nem em três páginas eu seria capaz de resumí-la e dar um sentido amplo para que servisse como base e não deturpasse a vontade do Leitor que deseja conhece-la que só com uma leitura acolhida, relida, refletida pudesse ter a visão clara da filosofia contida que a faz grandiosa e complexa, sobre esse período histórico.

Vou tentar fazer um breve resumo sobre os personagens que foram mais marcantes:
Andrei que é um dos Personagens mais admirados pela maioria dos leitores não me cativou tanto, achava Ele muito frio com os seus, e não condiz muito com a grandeza e a integridade que se mostra ao longo da história mas sim, alguns trechos e sua remissão com Ele são muito....... comoventes.

Pierre me encantava e me fazia brigar por e com Ele desde o início da história por ser tão sem atitudes mas me cativou, mas logo após o incêndio de Moscou Ele é preso eo seu encontro com Karátiev o Platon o Mujique que não era dono nem de sua própria vida, mas sua grandeza de alma contagiou Pierre e foi sem dúvida o ponto alto da história, todo aquele despojamento de seu próprio Eu, levou Pierre a ficar muito melhor, antes não era mau, mas não tinha objetivos, até seu casamento com Helene era uma tortura e quando Ele percebe que a grande amizade e amor de que nutre por Natasha está fora do seu alcance Ele perde a vontade de viver e se lança desordenadamente fazendo e cometendo cada furo que te faz rir muito embora esteja entre as trincheiras.

A maior decepção a minha Natasha que era forte, que tinha suas ideias tão a frente do seu tempo! O que foi aquele casamento? (Tristeza me define)

Mária por tanto sofrer com a Tirania do Pai, e a muito custo consegue realizar o sonho do casamento, mas a que custo? Ter na mesma casa o grande amor do marido? Sonia! Toltói acabou com essas Mulheres, Mária ainda já tinha desenvolvido uma capacidade de lidar com o descaso e por isso suportava um Rostov mau humorado e machista, mas Sônia? Ignorou-a a seu próprio abandono.

Fico me perguntando se Tolstoi sentia prazer em nos apresentar e constituir Personagens tão fantásticos tão crus e humanos, que nos apegamos, para depois esmagá-los, como em Anna Karenina, mas aqui foi sinistro com Eles e a nós na mesma proporção.

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#Bagagemliteraria
#GuerraePaz
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#Instalivros
#Literatura
#ler #Emcasa
#Fiqueemcasa
#Leiaumlivro
#todoscontraocoronavirus
Juliano 05/05/2020minha estante
Achei que o fato de ele constituir personagens fantásticos, principalmente a Natasha, e depois esmaga-los foi mais uma forma de demonstrar o funcionamento daquele binômio necessidade/liberdade. Natasha era excepcional, tinha uma energia incrível e talvez a possibilidade de mudar tudo e todos a sua volta. Mas nasceu naquele tempo, foi criada daquela forma, por aquela família e casou com aquela pessoa, que de certo modo restou a ela depois de tudo que aconteceu, sem que ela pudesse ter ingerência (noivado adiado em razão da vaidade do pai do noivo, rompimento ocorrido pela insistência e aproveitamento do Anatole - com participação da Helene...). Para ela tudo pareceu ocorrer de forma natural, necessária. Uma impressão que ela fala algumas vezes: "era assim que tinha que ser". Não se foi isso mesmo, mas senti que nada poderia ocorrer de modo diferente do que foi. A liberdade limitada pela necessidade.
Gostei da tua resenha. Meu encanto também foi mais com Pierre que com Andrei (embora com os dois dava uma pequena raiva - "mas porque fazer issoo, nãoo!").




haroeira 20/01/2009

Maravilha!
Tolstói escreveu este livro em 1965. A história se passa entre 1805 e 1813 e retrata a vida na Rússia quando da expansão napoleônica na Europa. (É como se um escritor, no ano 2000, escrevesse sobre a 2a. Guerra Mundial.) Até que Napoleão, já conquistando tudo, esbarra na fronteira e no tratado de não-agressão com a Mãe Rússia, como é chamada por ele. Se não me engano, o czar russo é Alexandre. Então, Napoleão parte pra invasão da Rússia. Em suma: é um romance entremeado de história, muito bem contado e explorado por Tolstói. Mostra a influência da cultura francesa na Europa, mostra que a alta casta russa só dialogava em francês, deixando o idioma russo para os menos cultos. Mostra uma São Petesburgo totalmente afrancesada nos costumes, na cultura, enfim, é um obra-prima. Detalhe: duas pérolas tem o livro. Uma: qdo Napoleão chega para tomar Moscou. As suas elucubrações sobre estar toamndo a Mãe Rússia são sensacionais. A segunda: qdo Napoleão analisa um campo depois da batalha e faz quase que um mea-culpa pelos mortos. Maravilhoso. Guerra e Paz é uma leitura obrigatória. Curiosidade: qdo foi perguntado a Tolstói se a humanidade teria valido a pena, ele respondeu: A Divina Comédia, de Dante, valeu a pena.
fe 20/01/2009minha estante
escreveu em 1865.




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