Neve

Neve Orhan Pamuk
Orhan Pamuk




Resenhas - Neve


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Clio0 02/03/2024

Sempre leio romances políticos com uma certa expectativa, e é isso o que esse livro trata.

O crime que se torna o fio narrativo é apenas a forma escolhida por Pamuk para poder escancarar o conflito religioso-político que atualmente domina a Turquia. Uso esse advérbio de tempo com cuidado, pois pelo que lembro de História, nunca deixou de o ser na região.

Ka, nosso protagonista, é o responsável pela divisão do livro. Na primeira parte, seus pensamentos parecem os de um estrangeiro - resultado de sua estada na Alemanha, sem dúvida -, são cheios de curiosidade e uma certa maravilha que aos poucos se apaga na segunda parte, quando a violência finalmente retorna ao seu mundo e agora a beleza do lugar, se revela em pensamentos e escrita singela. Todo o resto é guardado para o horror do que acontece.

Essa balança parece ter sido a escolha de Pamuk para criticar a presença europeia na Turquia que, sem se ver como tal, se ressente de sua presença e exige uma autonomia que não oferece aos seus cidadãos.

O forte da crítica não chega a tocar verdadeiramente em outras questões sociais como feminismo e emancipação. O autor é cuidadoso nesse momento, e a pergunta permanece...

Recomendo.
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Bruno 09/10/2009

Brilhante
Próximo à maestria de Dostoiévski ao desvendar as entranhas de seus personagens, Pamuk consegue a proeza de tornar universais e atemporais algumas idéias/conceitos que soam tão datados e distantes quando abordados por acadêmicos ou jornalistas. De todas as artes, acho que somente a boa literatura é capaz de transportar-nos para uma realidade totalmente diversa da nossa e, ao mesmo tempo, fazer com que ela se mostre tão familiar. O cinema e o teatro até procuram fazê-lo, mas em última instância, o cinema e o teatro também são literatura.
A forma com que o narrador apresenta a história, primeiro a partir da percepção poética do personagem principal para depois adquirir, paulatinamente, um olhar mais burocrático do romancista-narrador, é de uma singeleza sem igual. Talvez aqueles que se decepcionaram com a obra estivessem esperando uma historinha que mostrasse como as mulheres sofrem nos países de religião muçulmana ou qualquer outra coisa do tipo, mas Pamuk constrói personagens que vão muito além de qualquer maniqueísmo barato.
Certamente uma das histórias mais tocantes que já li. Jamais esquecerei deste livro e um dia pretendo lê-lo novamente.
Nathália Vargas 26/01/2012minha estante
só me responda uma coisa, acabei de terminar o livro. o ka foi mesmo o responsavel pela morte do azul?


tlmota 29/08/2012minha estante
Cuidado com os SPOILERS, srta. Vargas.


Edilaine 29/12/2012minha estante
Bruno, Muito bom seu comentario...agora entendi porque nao consigo levar adiante este livro...estava com uma ideia totalmente diferente e vc eslareceu.


Renata 27/08/2013minha estante
Obg pelo Spoiler ¬¬


liziane.herberts 22/01/2015minha estante
Eu pretendo ler novamente pq sinto que não captei o todo do livro, fiquei meio perdida... Quando terminei achei ele de uma beleza poética, talvez só daí conseguindo fechar a história na minha cabeça. Merece ler relido, em outro tempo, com outro olhar.


Rafael 05/01/2017minha estante
spoiler não :(


Dézalc 20/03/2020minha estante
Eu li recentemente "crime e castigo" e não consigo deixar de notar a semelhança com a narrativa de Dostoiévski. Concordei totalmente!


AlexAff 11/04/2022minha estante
As personagens dele mal podem ser chamadas de humanos. Não é possível que exista humano que pense e aja daquela forma.




Nat 10/01/2022

^^ Pilha de Leitura ^^
Livro superpremiado, autor ganhou Nobel. Poeta Ka volta para Turquia para analisar uma série de suicídios, mas acaba se envolvendo indiretamente com a revolta religiosa de sua cidade. Gosto muito de livros que falando da cultura e política locais, porém o livro aqui gira em torno, principalmente, de um romance, é o romance quem decide o final, e disso não gosto muito. Foi um livro interessante, mas esperava mais de uma história tão aclamada.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
Debora 10/01/2022minha estante
Depois de ler A mulher ruiva, me desfiz deste livro sem ler hehe


Nat 10/01/2022minha estante
olha, esse livro tem tds as coisas pra me fazer amar uma história e eu apenas achei ok rsrs então acho q vc fez certo com o livro hahaha


Debora 11/01/2022minha estante
hahaha Obrigada por não me fazer ficar arrependida rsrs




joaoggur 08/01/2024

Ambiguidade da Neve.
Narrado por um amigo de adolescência do protagonista, a história narra sobre Ka, um poeta que vivia em exílio na Alemanha. Ao voltar a sua terra natal, a Turquia, parte para a pequena cidade de Kars, onde uma série de suicidios de moças muçulmanas intriga a mídia local.

Aqui temos o grande (e triste) exemplo de como a prolixidade pode atrapalhar a obra; a genialidade de Orhan Pamuk é evidente, conseguindo montar uma trama ?de emaranhados?, onde coisas banais resultam em outras coisas banais que resultam em outras coisas banais? e nosso entrosamento com os personagens nos faz continuar com a leitura. Mas, em contrapartida, creio que as grandes descrições que permeiam o livro trazem efeitos negativos; muitas informações, como em cenas que um personagem X começa a narrar a história de um personagem Y, são completamente dispensáveis.

Talvez pelas grandes descrições, o ponto alto do livro seja os personagens. Nós nos afeiçoamos a eles e nos solidarizamos a cada percalço que devem enfrentar (não acho que irei esquecer das irmãs Kadife e Ipek, o adolescente Necip, Fazil, o islamita-inimigo-e-amigo Azul?). E, como já citei no parágrafo anterior, se os personagens não fossem envolventes, continuar lendo ?Neve? poderia ser uma tarefa muito mais árdua (não que, na versão final do livro, já não seja?).

A climática da obra progride em relação a própria progressão da história; enquanto o início é morno e o meio é melo-dramático (ponto que o autor errara a mão; tem momentos que personagens adultos remontam a pieguice adolescente), quanto mais nos aproximamos do final mais o gosto pela narração aumenta. A excelente conclusão deixa certas pontas dignas de discussão pós-leitura.

No conjunto da obra, valera a pena. A questão política é desenvolvida de forma exímia; a religião, a política e a dialética com a ocidentalização sao quase como personagens.
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Lari 07/04/2021

Cansativo
Preciso começar dizendo que o livro é extremamente arrastado,mas conta com muitos capítulos (44) o que ajuda.
O que me cansou nesse livro foi ter que realizar 2 leituras, uma direta,o que exatamente estava escrito, e outra do que estava nas entrelinhas, o que o autor desejou demonstrar.
Sem spoiler posso dizer que o "herói" é egoísta, avoado e narcisista, no entanto, no fundo não somos todos?
Se vivêssemos em tempos diferentes (como lá em 2009 quando o livro foi premiado) eu jamais acharia possível alguém se apaixonar, planejar a vida e afins no meio de uma guerra,mas hoje passando pela pandemia precebo que por pior que seja a nossa situação externa tendemos a buscar confortos em coisas cotidianas e "tocar a vida".
Dito isso é um livro que vale a pena ser lido,mas que eu não recomendaria por achar que não agrada a maioria das pessoas. Tem um ritmo extremamente lento e exige um pensamento atento durante toda a leitura.
Gostei,mas não leria novamente e não mudou minha vida como achei que ocorreria antes de iniciar a leitura.
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Raysza 18/03/2021

Um livro que te põe pra pensar
Se você estiver interessado por este livro pelos suicídios da sinopse, já vou avisando que isso é apenas uma gota d'água desse oceano.

O início do livro me intrigou, foi tudo tão curioso que me "forçou" a continuar lendo só pelo impacto cultural. Embora com o fim dos capítulos de introdução tudo tenha se tornado extremamente caótico, acho que as reflexões causadas valem a pena pela leitura.

Consegui compreender a mensagem do livro mesmo sem muito conhecimento sobre a situação e cultura da Turquia.

O foco do livro são as questões de Ocidente X Oriente, representadas sutilmente através dos personagens e suas interações.

Os habitantes políticos-religiosos de Kars são demonstrados constantemente criticando a ideia do eurocentrismo com opiniões extremas, contradizendo as ideias "imparciais" do personagem principal (um turco que mora na Alemanha como refugiado político), a fim de impactar os debates sociais e morais trazidos à tona no livro.

Religião e feminismo também são temas muitíssimo presentes no decorrer da história.
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NaniAmano 01/11/2009

Leitura truncada.
Pode ser pelo fato de eu não conhecer muito bem a história da Turquia e seus contextos políticos e sociais, mas bem, não gostei muito desse livro.
O tempo inteiro o narrador nos incita à curiosidade, mas nunca revela o que vai acontecer.
Achei uma leitura cansativa e não muito bem decidida. Há certos momentos que o personagem principal vive cena tão absurdas que eu ficava esperando ele acordar de um sonho.

Achei uma leitura cansativa.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 19/05/2010

Neve - Orhan Pamuk
Editora Companhia das Letras, 487 páginas, lançamento 17/10/2006. Tradução feita com base na tradução inglesa, "Snow" de Maureen Freely.

A narrativa complexa e ao mesmo tempo elegante de Orhan Pamuk, ganhador do prêmio Nobel de Literatura 2006, descreve o choque entre o radicalismo islâmico e as influências da cultura ocidental na Turquia moderna, demonstrando intolerâncias e incoerências de ambas as correntes.

O protagonista Kerim Alakusoglu, poeta turco conhecido por seu apelido ocidentalizado Ka, retorna a Istambul após 12 anos de exílio na Alemanha para o enterro de sua mãe, mas é na pequena cidade de Kars onde quase toda a narrativa é concentrada no período de três dias em que a cidade fica isolada por uma tempestade de neve.

Neste período, Ka prepara uma reportagem sobre a onda de suicídios de jovens muçulmanas que se recusam a abandonar o véu exigido pelo Corão e proibido nas escolas pelo governo turco e acaba participando involuntariamente de um golpe político local resultante dos conflitos raciais, políticos e étnicos da Turquia.

O texto abaixo extraído do diálogo entre Ka e o jovem fundamentalista Necip, atormentado pelo questionamento da própria fé (capítulo 16 - "Onde Deus não existe") é um bom exemplo do lirismo amargurado de Pamuk.

"Dentro de vinte anos - em outras palavras, quando você tiver trinta e sete anos - você finalmente terá entendido que o mal do mundo - isto é, a pobreza e a ignorância dos pobres e a esperteza e dissipação dos ricos - e toda a vulgaridade do mundo, toda a violência, toda a brutalidade - isto é, todas as coisas que nos enchem de culpa e nos fazem pensar em suicídio - decorrem do fato de todo mundo pensar igual"

Pamuk questiona a relação entre fé e religiosidade, ingredientes perigosos para um escritor no mundo muçulmano. Impossível não pensar em Salman Rushdie que foi condenado à morte pelo aiatolá Khomeini por seu excelente romance de 1988 "Os Versos Satânicos".
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Lima Neto 19/09/2009

historicamente é um livro muito enriquecedor, com caráter de denúncia, fortemente politizado, mas analisando-o sob o prisma literário, ouso dizer que é um livro fraco, com ritmo de leitura lento e extremamente cansativo.

acredito que Ohran Pamuk ganhou o nobel pelo conjunto da obra, pois se ganhou por esse livro, definitivamente, os responsáveis pela escolha do vencedor do mais importante premio literário do mundo deveriam ser demitidos e, em seus lguares, colocados críticos/ leitores mais criteriosos...
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Nane 07/05/2020

Este livro aborda temas como política, religião e suicídio. Livro com muita descrição, o que para mim se tornou arrastado, demorei muito tempo para ler porque não conseguiu me prender. Valeu a leitura para conhecer outros autores, mas não é um livro que indico.
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Jefferson Nóbrega 14/04/2022

"O paraíso é o lugar onde guardamos nossas lembranças"
Eu nunca tinha ouvido falar do autor Orhan Pamuk nem da obra que lhe rendeu o Nobel de Literatura, mas por um acaso encontrei-o em um sebo e resolvi comprá-lo. Foi assim que acabei mergulhando na história de KA, um poeta turco que retorna a Istambul para enterrar sua mãe depois de anos vivendo como exilado político na Alemanha.

Após desperdi-se de sua mãe, KA resolve ir para Kars, a cidade na fronteira da Turquia com a Geórgia na qual passara a infância e que agora passava por uma onda de suicídio de mulheres muçulmanas.

Assim KA viaja para a cidade como enviado do jornal da capital Turca para investigar as mortes.

É em Kars que o protagonista que até então tinha perdido sua inspiração para escrever recebe novamente as poesias e passa a escrevê-las.

Kars é um encrave fronteiriço que foi dominado pelos Otomanos, Macedônios e Russos, por sua localização teve épocas de glórias, mas agora afunda-se na pobreza e nos conflitos entre o governo, islamitas e curdos. E em um dia de nevasca onde a cidade fica isolada, um ator decadente com ajuda de militares locais dão um golpe militar para impedir a vitória do partido islâmico e KA acaba envolvido em toda essa trama.

O livro trata a política de forma burlesca, portanto, mesmo para quem não gosta de tramas políticas irá se interessar pela história. Apesar disso, toda a confusão e tensão política que abala a Turquia dos anos 90 é presente na obra.

KA tem a sensibilidade de um poeta e a empatia que o faz sentir a dor da cidade e isso também o leva a encontrar o amor. E, é em meio a um golpe militar, a luta de jovens islâmicos, à causa curda, a atentados e mortes que ele finalmente encontra o amor que sempre buscou.

A leitura no início demora para engrenar, dá vontade de pular algumas páginas, mas a medida que os acontecimentos do golpe vão se intensificando acabamos ficando presos na história.

É uma obra que vale a leitura e não é atoa que fora premiada mundialmente.
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sérgio c. 12/03/2016

não deu
fiz o máximo que pude, expandi e procurei não desistir. mas não teve como: parece que não se chega a lugar nenhum. chato, desinteressante, maçante. uma pena, mas um dos poucos que abandonei, mesmo tendo chegado lá pelas 200 páginas.
FEbbem 27/06/2016minha estante
me perguntei o mesmo o pq de tanto alarido para esse livro.. eu consegui terminar mas pra mim foi um tedio


Aline 01/08/2016minha estante
Também abandonei, tô pensando em tentar ler de novo, mas a história não me agrada


Ligia 25/10/2016minha estante
Poxa Sérgio. Aconteceu comigo isso. Mas passado um tempo comecei a reler sem intenção e achei incrível.


JANAINA GUSMÃO 10/12/2018minha estante
Tedioso!




lillimarlene 14/11/2020

Monotonia
Muito monótono, mais ligado aos conflitos emocionais e psicológicos do protagonista.
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Anniutotchka 24/10/2021

Pesado e melancólico
É um livro extremamente marcante, com certa melancolia e um clima pesado. Parece que durante todo o livro você já sabe o que vai acontecer, então o que vc aprecia e descobre é o processo que levou ao fim do livro. Belíssimo.
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