highgarden 08/04/2024
Renly e Loras sonham !
Eu não tenho grandes problemas com livros introdutórios se eles conseguirem me prender na história e, principalmente, se ele faz jus, em sua sequência, a todas as tensões que cria, e acho que a autora faz isso com maestria nesse segundo livro, faz todas as expectativas que criamos no primeiro valerem a pena, serem justificadas. Enquanto Príncipe Cativo cumpre a missão de introduzir seus personagens e estabelecer suas relações e conflitos, A Jogada do Príncipe pega todo os ingredientes apresentados no primeiro livro e faz um grande mousse.
Quando Laurent e Damen saem de Arles em direção à fronteira de Vere e Akielios, os dois tem objetivos diferentes, bem definidos, e jamais esperavam conseguirem cooperar tão bem um com o outro para alcançá-lo. A autora já surpreende deixando claro que não é apenas um livro de romance ou coisa assim, desenvolvendo a briga política entre Laurent e seu tio, usando e abusando de twists o tempo inteiro e me deixando cada vez mais surpreso com as jogadas do Laurent, que pode não ser um ace da política, mas é muito mais inteligente do que as pessoas costumam pensar. Laurent tem fraquezas, não diria que várias, mas seriam suficientes para que ele fosse derrotado, muito provavelmente sabotando a si mesmo, não fosse o fato de que o Damen está ali para suprir todos os pontos fracos dele.
Se Laurent ainda é cru no que diz respeito a estratégias militares, o Damen está ali para ser o principal conselheiro e estrategista dele. Se Laurent se deixa levar por sua animosidade, o Damen se torna a única pessoa capaz de acalmá-lo e colocar sua cabeça no lugar. Mais do que isso, o Damen se esforça para compreender Laurent, suas qualidades e seus defeitos, seu potencial e seus limites, e ajuda Laurent a alcançar seu objetivo, que também irá beneficiá-lo, claro, fazendo o mais importante para que essa aliança dê certo: respeitando seus limites e tendo paciência com ele, ao mesmo tempo em que o próprio Damen vai mudando a percepção que tinha sobre o conflito entre os dois reinos e a forma que ele havia aprendido a lidar com aquilo.
É no meio desse cenário, em que a aliança deles se torna necessária, que os dois começam a se envolver intimamente, muito antes de qualquer um deles sequer perceber isso. A autora não tem pressa, trabalha a relação e a construção da intimidade de Damen e Laurent de maneira perfeita, respeitando os limites e a personalidade de seus próprios personagens, nos deixando ansiosos e cheios de expectativa pelo momento em que finalmente vai acontecer, e quando acontece, é lindo, é pura arte, é impossível não ficar completamente surtado. Ainda sinto falta de ver algumas coisas mais da perspectiva do Laurent, mas entendo que ele é alguém que se vai entendendo nas minúcias. De qualquer forma, é delicioso acompanhar o Damen se tornar o maior gado que Vere e Akielos já viu e ainda mais delicioso quando vamos percebendo que o Laurent também está percebendo isso, quando os dois começam a se tornar muito conscientes do que sentem, mesmo que ainda não façam nada sobre isso.
Poderia escrever muito mais sobre esses dois e sobre esse livro. A Jogada do Príncipe me pegou muito de surpresa com um enredo muito bem escrito, cheio de tensão, reviravoltas bem feitas, um lindo desenvolvimento de personagens e mistérios que vão sendo revelados pouco a pouco e nos levando a diversos momentos de euforia e frenesi, e sinto que vem mais surpresinhas no próximo. Muito ansioso pra ler o final da história do ativo mais gostoso de Akielos e da passiva mais tóxica de Vere.